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Michelle (à direita) venceu o concurso (foto site Na Zoera)
Michelle (à direita) ficou em segundo lugar no concurso (foto site Na Zoera)
Candidata nasceu em 1980 e não poderia ter participado do concurso
Candidata nasceu em 1980 e não poderia ter participado do concurso

A Expoita (Exposição Agropecuária de Itabuna) terminou neste domingo (20) e os organizadores fazem balanço positivo do evento, apesar de percalços como os shows da Galinha Pintadinha e de Leo Magalhães.

Porém, a última celeuma da Expoita se deu no Concurso da “Garota Proibida”, cujas regras restringiam a participação a mulheres de 18 a 28 anos de idade. Ocorre que Michelle Farias Dócio de Paula, de 33 anos, ficou em segundo lugar na disputa.

A transgressão ao regulamento do concurso gerou o maior zum-zum-zum e outras candidatas exigem a anulação do resultado. Mais parece, no entanto, que a coisa foi feita de propósito.

Ora, o nome do concurso era “Garota Proibida” e o mesmo foi promovido pela cerveja Proibida, patrocinadora da exposição. Tudo a ver a participação de uma concorrente que, em tese, deveria ter sido proibida de participar.

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pocarrontas

O energético Bivolt promove mais uma edição do concurso “Garota Bivolt”. É um festival de beldades para marmanjo nenhum botar defeito.

Entre as candidatas, está essa morenaça que assina com o misterioso Veurycat Pocarrontas Silva. Um tanto estranho, mas será que algum sujeito vai se preocupar com o nome depois de ver as curvas dessa gata?

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Uma simples grosseria num ponto de ônibus reflete uma situação inaceitável, porque ela retrata um mundo que valoriza extremamente a beleza e a juventude, como se beleza e juventude fossem eternas.

Daniel Thame | www.danielthame.blogspot.com

A cena, ocorrida num ponto de ônibus de Itabuna, é banal. Um sujeito de meia idade, bem vestido, se prepara para entrar no coletivo, quando tem sua passagem interrompida por uma mulher negra, de presumíveis 70 anos, que, com dificuldade, tenta descer pela porta da frente, prerrogativa que a idade lhe garante. A mulher está acompanhada pelo neto, que tenta ajudá-la a descer.

E o que faz o sujeito de meia idade?

Estende a mão para a mulher e a ampara, num gesto de civilidade e cavalheirismo?

Qual nada!

O que ele faz é dirigir, para que todos ouçam, uma série de impropérios contra a mulher, acusando-a de estar atrapalhando sua passagem e de não saber nem andar de ônibus.

A velha apenas sorri, diante de constrangimento de alguns passageiros, desce do ônibus e segue seu caminho, talvez acostumada a dissabores desse tipo.

Dentro do ônibus, o homem de meia idade, jeito de espertalhão e tirado a engraçadinho, ainda completa a grosseria:

– Velho tem mais é que ficar trancado em casa. Essa aí só anda de ônibus porque é de graça…

A cena, como já se disse, é banal, mas não deveria ser.

Ela reflete a falta de respeito para com as pessoas que chegam na idade outonal e precisam ser tratadas com carinho, atenção. Uma falta de respeito que se observa nos pontos de ônibus, nas filas de banco (apesar dos caixas preferenciais), nos hospitais e postos de saúde, na falta de acessibilidade e de espaços adequados.

Ela reflete a tremenda falta de consideração com que pessoas que trabalharam a vida toda e, na velhice, são humilhadas dentro e fora de casa, como se fossem seres imprestáveis, descartáveis.

Não são nem imprestáveis nem descartáveis.

Ao contrário, são pessoas que podem contribuir com suas experiências de vida ou merecem desfrutar de uma velhice relativamente tranqüila, ao lado dos filhos, netos e amigos.

Uma simples grosseria num ponto de ônibus reflete uma situação inaceitável, porque ela retrata um mundo que valoriza extremamente a beleza e a juventude, como se beleza e juventude fossem eternas.

O imbecil que cometeu a grosseria com a velhinha no ônibus (símbolo de tantos imbecis que maltratam os idosos) talvez não se dê conta que dentro de alguns será ele quem precisará de ajuda até para utilizar transporte coletivo.

Nesse dia, em vez do deboche, espera-se que alguém lhe estenda as mãos, porque é assim que tem que ser.

Daniel Thame é jornalista, blogueiro e autor de Vassoura.