Uma entrevista realizada na manhã desta terça-feira, 20, pelo jornalista Ederivaldo Benedito, com o presidente da FICC (Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania), o poeta Cyro de Mattos, acabou se transformando em um enorme bate-boca. O acalorado debate aconteceu ao vivo, no programa Bom Dia Bahia (Rádio Nacional AM 870).
Bené, como o jornalista é conhecido, interpelou Cyro com uma daquelas perguntas incômodas. Ele quis saber por que a Ficc utilizou o trabalho do radialista Marcos Soares para produzir uma obra sobre a história da Desportiva Itabunense, sem reconhecer a autoria do material. Soares produz e apresenta o programa semanal “Túnel do Tempo”, na rádio Difusora, onde conta a história dos velhos tempos do futebol amador na cidade.
O conteúdo do programa foi transformado em texto pela jornalista Rosi Barreto e está reproduzido fielmente no livro da Ficc. Mas ao autor só foi reservada uma menção de pé de página, meio escondida, como se o seu trabalho tivesse apenas inspirado a obra e não sido a sua matéria-prima.
Bené tocou no tema e Cyro acusou o golpe, dizendo que o jornalista falava o que queria, e negando a apropriação intelectual do trabalho de Soares. A discussão esquentou e o apresentador do Bom Dia Bahia lembrou de um poema recentemente publicado por Cyro no jornal Diário Bahia, cujo título é “O Anticomunicador”. Segundo Bené, a provocação pode ter sido para ele, o que o poeta não desmentiu, mas disse que o poema é atemporal e poderia eventualmente se adequar ao perfil de “determinados profissionais”.
Ao fim da entrevista, um morador de Ferradas, Gustavo Veloso, que também se encontrava no estúdio, acusou o presidente da Ficc de falta de critérios na liberação de recursos para projetos. Cyro ficou ainda mais nervoso, tentou se defender, mas o tempo do programa acabou enquanto ele gritava com o microfone desligado.
Um horror!