Marcelo Bandeira e Valderico Junior falam sobre articulação de lideranças políticas
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A Pousada Paulett’s foi o local escolhido para o encontro de quatorze lideranças de Ilhéus. A foto do grupo sentado à mesa do café da manhã circulou nas redes sociais no último final de semana. Nela, aparecem figuras tarimbadas da política, a exemplo do presidente do Progressistas no município, Cacá Colchões; e John Ribeiro, do mesmo partido. No outro lado da mesa, rostos novos do debate público local, como o do vereador Vinícius Alcântara (Cidadania).

Lideranças de Ilhéus na reunião do último sábado (4)

O presidente municipal do Cidadania, Marcelo Bandeira, explica que a reunião de sábado (4) foi a terceira do grupo suprapartidário. Ao responder sobre os objetivos do coletivo, vai direto ao ponto. “A gente está começando a pensar Ilhéus visando 2024, [pensando] em torno de quem esse grupo vai estar [nas eleições municipais do próximo ano]”, afirma o dirigente ao PIMENTA.

Antes do pleito, o coletivo também pretende atuar nas agendas da cidade, segundo Marcelo. “Vamos partir para dois trabalhos imediatos. Teremos representantes na audiência pública sobre a revitalização da zona norte, [nesta quinta-feira (9), às 19h, no Cemaic, bairro Jardim Savoia], e vamos apoiar o Projeto 50 anos de Surf em Ilhéus”, completou.

Presidente do União Brasil em Ilhéus e ex-candidato a prefeito e a deputado federal, Valderico Junior também não esconde que a construção de alternativa política coesa para 2024 norteia a conversa do grupo, do qual também faz parte. No entanto, adverte que “é muito cedo para falar da candidatura de A, B ou C”.

– Temos pessoas que já foram testadas, nomes que já foram apresentados à população, outros que podem surgir. Mas, a ideia é ter uniformidade para que a gente tenha força para disputar uma eleição em 2024 e ganhar – diz o empresário, que também conversou com o PIMENTA.

Questionado se a heterogeneidade é obstáculo difícil para que o grupo se mantenha coeso até as eleições do próximo ano, Valderico Junior reconhece que esse é um desafio grande a ser superado por todos os membros do coletivo. “O que temos em comum é a vontade de projetar um futuro diferente para a nossa cidade, por entender que Ilhéus pode muito mais, é isso que nos une”, concluiu.

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Sociólogo, professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e diretor da Sócio Estatística Pesquisa e Consultoria, Agenor Gasparetto explicou à coluna Arriba Saia, do PIMENTA, as premissas básicas para a interpretação de pesquisas eleitorais. “O primeiro fato importante a reter é que pesquisa não capta voto. Capta intenções de voto. E intenções são promessas de voto, não são votos”, disse.

Por isso, continuou, o questionário clássico não se refere à data oficial da votação, mas a antecipa para o dia do levantamento. “A pergunta é: se a eleição fosse hoje, se essa decisão tivesse que ser tomada agora, o que você faria? Em quem você votaria? A intencionalidade da pesquisa é trazer a data da eleição para o momento da pergunta [ao entrevistado]. É nesse cenário hipotético que a pesquisa é feita”.

PRAZO DE VALIDADE

Daí decorre que toda pesquisa é perecível, segundo Gasparetto. “O tempo concorre para que a validade se perca, vire fumaça. Se o resultado da pesquisa de hoje for equivalente ao da eleição, será pura coincidência. Se acontecer, é mero acidente. Não é lógica”. No entanto, acrescenta, a probabilidade de correspondência tende a ser maior quanto mais próxima do pleito a pesquisa é feita.

NO RITMO DOS INDECISOS

Os indecisos indicam o nível de desenvolvimento de uma campanha, conforme o pesquisador. “Veja o caso atual. Nós temos eleições para presidente com número de indecisos muito baixo. Para governador, é bastante baixo, mas um pouco maior [que o da presidencial]. Para senador, é bastante alto, ficando entre 40% e 50% de indecisos. Para deputado federal e estadual é muito mais alto do que isso, porque as campanhas têm velocidades diferentes”.

O CÂNONE…

Agenor Gasparetto sublinhou a importância de o questionário respeitar a formulação tradicional da pesquisa estimulada, que, no caso das eleições aos governos estaduais, informa os nomes dos candidatos sem citar eventuais vínculos com presidenciáveis. “A pesquisa padrão, clássica, tem que ser feita e sem nenhum tipo de escora ou apoio”.

…E A ESTRATÉGIA

Formulada a pergunta nos termos clássicos, nada impede que se acrescente ao questionário pergunta que vincule aliados políticos ou correligionários, esclarece o professor. “O apoio pode ser usado também, em questão complementar, até porque as pesquisas também subsidiam a formulação das estratégias eleitorais”.

TEMPO, TEMPO, TEMPO, TEMPO

Questionado sobre as pesquisas de intenções de voto para o Governo da Bahia, Agenor Gasparetto concordou com a avaliação de que se mantêm estáveis, antes de fazer uma ressalva.

– Preciso dizer que agora começa, na verdade, o período em que haverá mais trabalho, mais exposição [dos candidatos], mais investimentos também, que poderão alterar ou não a realidade. Estamos em meados de julho, a eleição será no início de outubro. Nesse tempo, muita coisa pode acontecer.

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VERBA VOLANT…

Augusto e Guinho: antes da carta

O rompimento oficial do vice-prefeito Enderson dos Santos, Guinho (UB), com o prefeito Augusto Castro (PSD) surpreendeu ninguém. Restava saber quando e como. O anúncio veio num desabafo sem voz, em carta aberta à sociedade itabunense.

…SCRIPTA MANENT

Quem leu o textão deve se lembrar do trecho em que ele reclama de ter sido destratado por Augusto diante de familiares e amigos, no auge da crise da enchente de dezembro passado. Segundo o vice, o prefeito não gostou de vê-lo no comando da resposta do Governo à tragédia urbana, quando Augusto estava “ilhado” – adjetivo do missivista – no Cidadelle. Nesse ponto, ao que parece, a carta mobilizou sentimentos profundos.

DE OLHO NO DIÁRIO

A expectativa no pós-rompimento de Guinho com Augusto Castro é quanto ao Diário Oficial. São quase 40 cargos comissionados e contratos indicados pelo vice-prefeito na Secretaria de Esporte e Lazer. Dos comissionados, a começar pelo secretário Maico Souza, ninguém ainda seguiu o chefe e pediu exoneração até o momento.

BIRRA

Antes de Augusto, Guinho foi aliado de Mangabeira no PDT

Guinho já acumula dois rompimentos com aliados, apesar de estar há pouco tempo na política. Além da cizânia de agora com Augusto, o vice-prefeito não teve convivência pacífica com o seu ex-líder partidário Dr. Mangabeira, quando ambos estavam no PDT.

EM NOME DO PAI

O vice-prefeito rompe com o prefeito na semana em que Augusto dá início à programação de aniversário da cidade e vai se reunir com a cúpula da Igreja Católica no município. E, antes, conversa com boa parte dos pastores evangélicos do chão grapiúna.

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SÓ PENSAM NAQUILO

Ganha uma visita guiada ao Centro Administrativo da Conquista quem adivinhar o espírito da política para as eleições de 2022. Adivinhou? Quem pensou na importância delas para as eleições de 2024 já pode escolher o figurino para o tour na Prefeitura de Ilhéus. As alianças deste ano, em algum nível, refletem as de 2020 e serão relevantes para 2024.

Os e as prefeituráveis: 2024, no tempo da política, é ali

NO PÁREO

O vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) sempre é lembrado na lista de possíveis sucessores do prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), seguido pelo presidente da Câmara de Vereadores, Jerbson Moraes (PSD). Quando assumiu a Secretaria Estadual de Saúde, Adélia Pinheiro também passou a figurar nas especulações sobre 2024. Cabe lembrar dos pré-candidatos à Câmara dos Deputados, Cacá Colchões (PP), Reinaldo Soares (Republicanos) e Valderico Junior (UB), todos candidatos a prefeito em 2020; além da pré-candidata a deputada estadual Bernadete Souza (PSOL), que também disputou a Prefeitura há dois anos.

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PONTÍFICE

Reinaldo, à esquerda, em entrevista a Chicó e Tiago Pascoal, no Sem H Podcast

Reinaldo Soares está numa vibe OAS, construindo pontes em Ilhéus. A obra mais recente começou a ser erguida há três meses, quando, segundo ele, foi procurado por Marão. Ontem (18), em entrevista ao Sem H Podcast, ao responder pergunta do PIMENTA, Reinaldo revelou que apoia a pré-candidatura de Soane Galvão (PSB) a deputada estadual em alguns municípios, exceto Ilhéus, onde trabalhará o nome de Jurailton Santos. “A gente vai construir pontes”, explicou.

LÍNGUA FERINA…

Após discorrer sobre a engenharia eleitoral, Reinaldo Soares disparou contra os deputados federais ligados ao Governo Marão e sugeriu que receberá a contrapartida da nova aliança em votos.

– O Governo tem vários deputados federais e todos são de fora. Aqui pra nós, são pesados. Muitos membros do Governo, por tá no Governo, se sentem obrigados a votar e muitos querem votar no professor Reinaldo.

O professor e pré-candidato não citou nomes, mas (quase) todos sabem que o prefeito ilheense apoia a reeleição do deputado federal Paulo Magalhães (PSD)…

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QUEM AVISA…

O ex-ministro Geddel Vieira Lima

Após Geddel Vieira Lima (MDB) afirmar que ninguém iria constrangê-lo e lembrar da romaria que políticos do grupo de ACM Neto (União Brasil) faziam em sua casa, praticamente não se ouve mais críticas de aliados do ex-prefeito de Salvador à união MDB-PT na Bahia.

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QUE É ISSO, COMPANHEIRO?

Jerônimo, entre Lula e Rui Costa, e a esperança de transferência máxima de votos

A cúpula da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) teme que o avançar dos dias e a proximidade da eleição revelem o que muito se comenta nas grandes rodas políticas: um acordo de cavalheiros entre Lula e a cúpula do União Brasil, o partido de ACM Neto. Se percebido pelo eleitor, o acordo atrapalharia a estratégia de transferência de votos do presidenciável para o pré-candidato a governador da Bahia.

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João Roma concede entrevista e é observado pelo presidente da ACI, Mauro Ribeiro

QUEDA DE BRAÇO

O pré-candidato a governador João Roma (PL) defendeu a reativação do aeroporto de Itabuna, onde esteve no último final de semana. O ex-ministro e hoje deputado ainda fez críticas à queda de braço entre os governos federal e estadual na duplicação da BR-415. A guerra entre Jair Bolsonaro e Rui Costa levou o estado a assumir a duplicação da obra, sem dinheiro federal. “O que queremos não é queda de braço com o governo do estado, o que queremos é trazer benefício para as pessoas, para Itabuna crescer e ser um polo que gere mais emprego para as pessoas”, disse ele.

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Os presidentes do PP e do União Brasil em Ilhéus, Cacá Colchões e Valderico Junior, respectivamente, podem caminhar juntos nas eleições deste ano. Ainda em seus movimentos iniciais, a aproximação política é reflexo local do apoio dos progressistas à pré-candidatura de ACM Neto (UB) ao governo baiano.

A aliança pode ir além do fortalecimento do palanque de Neto, diz uma fonte do PIMENTA, que falou ao site sob a condição de ter a identidade mantida em sigilo. Apesar de embrionária, a conversa esboça os contornos de uma dobradinha, mas ainda sem a definição de quem disputaria o quê. Até o momento, Cacá não apresentou pré-candidatura. Já Valderico Junior é pré-candidato a deputado federal.

Na eleição anterior, Cacá e Junior foram adversários na disputa pela Prefeitura de Ilhéus, vencida pelo prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD). Além disso, no passado mais remoto, o ex-prefeito Valderico Reis, pai de Junior, foi adversário do também ex-prefeito Jabes Ribeiro, de quem Cacá recebeu o comando do PP ilheense.

O histórico em lados adversários, segundo a fonte, é reconhecido como uma dificuldade por ambos, mas não interdita o diálogo, pois Cacá e Junior avaliam que a dobradinha tenderia a ampliar o alcance das suas candidaturas.

Juntos, também poderiam dar maior integração à campanha de Neto na cidade. O pré-candidato a governador frustrou-se com a fragmentação e a consequente baixa adesão dos atos políticos que marcaram sua última visita a Ilhéus, no dia 28 de abril.

Ontem (21), Cacá e Júnior se encontraram na Exposição Agropecuária de Itapetinga e apareceram juntos em fotos. Enquanto deixam a rivalidade no passado, olham para o futuro próximo e um pouco adiante. Têm em mente que, se a parceria vingar em 2022, poderão estendê-la para 2024.

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Na ordem alfabética, Bebeto, Cacá, Cosme e Marão.
Na ordem alfabética, Bebeto, Cacá, Cosme e Marão, que lidera a disputa.

A menos de uma semana das eleições, pesquisa Sócio-Estatística traz Mário Alexandre, Marão (PSD), liderando a disputa em Ilhéus, com 27,3% das intenções de voto. Distantes do líder e empatados tecnicamente, aparecem Cacá Colchões (PP), com 11,1%, Bebeto Galvão (PSB), com 10,8%, e Cosme Araújo (PDT), com 8,5%.

Augusto Júnior (PPS) atinge 2,8%, Professor Gurita (PSC) alcança 2,6% e Carmelita (PT) figura com 2,5%.

Jorge Luiz (PSOL) chega a 1,1%. Professor Reinaldo (PRTB) tem 0,8% e Andréa Dickie (PHS) obtém 0,7%.

Dos entrevistados, 20,7% ainda não sabem em quem votar, na modalidade estimulada – quando o entrevistador apresenta os nomes na disputa. O percentual de votos nulos é 11,1%.

Feita nos dias 25 e 26, a pesquisa da Sócio-Estatística ouviu 1.054 eleitores. A margem de erro é de 3 pontos e o nível de confiança é 95%. O levantamento foi registrado sob o protocolo BA-00135/2016 TRE-BA, sendo encomendado pela coligação do candidato Mário Alexandre (PSD).

ESPONTÂNEA 

O percentual de Marão fica em 24,8% na modalidade espontânea, quando o entrevistador não apresenta os nomes dos candidatos. Cacá atinge 10%, Bebeto vai a 8,7% e Cosme Araújo alcança 7,3%.

Augusto e Carmelita aparecem com 2,4% cada um. Gurita crava 2,3%. Os demais candidatos aparecem abaixo de 1%. O percentual de eleitores que ainda não definiram voto chega a 40,6% na espontânea.

REJEIÇÃO

O candidato mais rejeitado, segundo a Sócio-Estatística, é Jorge Luiz (PSOL). 85,8% dos entrevistados não votariam nele. Na sequência, vêm Augusto Júnior (84,3%), Gurita (82,5), Professor Reinaldo (81,7%), Andréa Dickie (81,1%), Carmelita (80,1%) e Cosme Araújo (84%). Os menos rejeitados são Bebeto (69,8%), Cacá (68,6%) e Marão (41,9%). Da Redação.