Novela portuguesa poderá ser ambientada em Itacaré, no sul da Bahia || Foto iLoveTrip
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Dos destinos mais procurados do Nordeste brasileiro, Itacaré poderá se tornar cenário de novela de um dos canais líderes de audiência da televisão portuguesa, a TVI. Já na fase de gravação dos primeiros capítulos em solo europeu, Cacau é produzida pela Plural Entertainment Portugal.

A trama terá seu enredo concentrado naquele país e em Itacaré, segundo informou ao Cacau e Chocolate o secretário de Turismo do município brasileiro, Marcos Japu Souza, que, ontem, participou de reunião virtual com equipe e produtores de Portugal.

JAPU: “INTERNACIONALIZAÇÃO DO DESTINO”

Produtores e agentes locais durante reunião virtual

Marcos Japu, secretário de Turismo de Itacaré, fala do esforço local empreendido para que algumas das principais locações da nova obra da teledramaturgia do Velho Mundo sejam no município sul-baiano, produtor de cacau e chocolates finos.

“Buscar parcerias como esta contribui diretamente para a internacionalização do destino Itacaré”, ressaltou o representante da Prefeitura brasileira, apontando estratégia do prefeito Antônio de Anízio (PT) para divulgação do município.

Marcos Japu teve reunião virtual com o produtor da novela, Bruno Garcia, da Plural Entertainment Portugal, do qual participaram também outros membros do governo, a exemplo do secretário de Comunicação, Aquis Maciel. Uma das protagonistas da trama será, possivelmente, uma atriz brasileira. O nome será revelado em poucos dias.

CACAU NO ENREDO

O enredo da novela traz como protagonista uma filha de caseiros portugueses que trabalham em uma fazenda de cacau. O sonho dela é se tornar chocolatier na Europa, algo considerado distante para a família devido às condições econômicas.

Um segredo poderá, no entanto mudar a vida da personagem que dá nome à novela portuguesa. Para dar um “tempero” à telenovela, Cacau deverá superar obstáculos e vilões para alcançar o sonho.

Diplomata marfinense conhece sistema produtivo da fábrica da BahiaCacau, em Ibicaraí || Foto Divulgação
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Embaixador da Costa do Marfim no Brasil, Diamoutene Alassane Zie visitou a agroindústria de chocolates finos da BahiaCacau, em Ibicaraí, no sul da Bahia, nesta segunda-feira (17). O diplomata busca a troca de experiências entre os países produtores de cacau e, ainda, conhecer o funcionamento da BahiaCacau, a primeira fábrica de chocolates finos da agricultura familiar do Brasil.

Maior produtor de cacau do mundo e com processo produtivo semelhante ao do Brasil, Costa do Marfim processo quase um terço da sua produção. “Apenas 30% do cacau é processado no país e por grandes moageiras, sendo o restante exportado sem nenhum valor agregado para países da União Europeia”, disse Diamoutene.

O embaixador se disse satisfeito com o modelo produtivo da BahiaCacau e chamou a atenção para a tecnologia instalada na agroindústria. “Fico satisfeito com o que vi aqui e considero importante a troca de experiências, principalmente no que diz respeito a tecnologia dos equipamentos produzidos no Brasil e utilizados na fábrica aqui de Ibicaraí”.

“A Bahia Cacau se fortalece com a presença do embaixador e isso demostra o reconhecimento e esforços dos últimos anos em alancar a agroindústria”, disse Osaná Crisóstomo, diretor-presidente da Coopfesba/BahiaCacau, que vê na visita oportunidade de negócios em cacau e chocolate. Osaná e políticos como os ex-prefeitos Geraldo Simões (Itabuna) e Lenildo Santana (Ibicaraí) acompanharam a visita de cortesia.

O Brasil é exemplo para o país da África Ocidental. Reconhecido como maior produtor de amêndoas do mundo, Costa do Marfim sofre forte pressão global por utilizar largamente mão de obra escrava e trabalho infantil em sua produção. Desde 2019, o país tem força-tarefa para combater estas práticas na lavoura cacaueira.

Festival atrai milhares de pessoas ao Centro de Convenções em 4 dias de evento
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A 30ª edição do Chocolat Festival, em Ilhéus, deverá reunir 300 expositores de, pelo menos, 120 marcas brasileiras e internacionais, segundo a organização. O evento começa na próxima quinta-feira (20), no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, na Avenida Soares Lopes, Centro.

Os portões do Centro de Convenções serão abertos às 14h, mas a abertura oficial do Chocolat Festival ocorrerá às 19h, com a presença de autoridades e empresários ligados à cadeia produtiva do cacau e chocolate.

Após a abertura, haverá uma apresentação-show com o chef Ricardo Campos, prevista para as 19h30min, além de aula inaugural de uma cozinha para crianças com a Tia Pri.

PROGRAMAÇÃO

A programação de eventos traz, na sexta-feira (21), os chefs Dani Façanha, que vai compartilhar receitas à base de chocolate, Junior França, às 17h30min; Ricardo Campos, às 19h; e a argentina Mariana Corbetta, às 20h30min. No espaço destinado ao Kids Cooking, até o domingo (23), último dia do evento, e das 15h às 19h, haverá aula de hora em hora para a garotada.

O sábado (22) terá palestras, a partir das 14h30min, sobre produtos de origem e conquista de novos mercados, qualificação para exportação e cases de sucesso na produção de cacau e chocolate finos.

A programação científica do evento reserva um painel sobre demanda global por sustentabilidade e oportunidades para o cacau do Brasil, com Carina Pimenta, secretária nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, dentre outros, e moderação de Pedro Ronca, do CocaaAction Brasil. Para conferir a programação completa do evento, clique aqui.

OS FRUTOS DO FESTIVAL

Idealizar do Chocolat Festival, o Festival Internacional de Chocolate e Cacau, o publicitário e produtor Marco Lessa diz que as edições do evento, desde 2009, atraíram mais de 1 milhão de visitantes. No período, afirma, 80 mil certificações de participantes de oficinas e curtos técnicos e gastronômicos. Essa movimentação e programação científica contribuiu para a criação de cerca de 350 marcas no país.

Pesquisadores baianos desenvolvem barras de chocolate dark 70%, sem açúcar, lactose e glúten
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Uma equipe de pesquisadores do município de Iaçu, no interior da Bahia, desenvolveu barras de chocolate dark 70%, sem açúcar, lactose e glúten. O alimento possui alto valor nutricional, enriquecido com minerais e proteínas vegetais, obtidos do pólen após coletado pelas abelhas, denominado de pólen apícola.

Segundo a pesquisadora doutora em Ciências Agrárias, Nayara Alves, os benefícios do produto são resultados de extensas pesquisas. “Nosso chocolate é ‘powerful’, quando se fala em benefícios à saúde, pois ele une as propriedades intrínsecas do cacau, que é rico em ácidos fenólicos e flavonoides, compostos que atuam principalmente como antioxidantes, combatendo os radicais livres”.

Pesquisadoras comemoram os primeiros resultados

A pesquisadora acrescenta que, como ganho para os apreciadores de chocolate, o alimento também é composto pelo pólen apícola, que tem elevado valor nutricional, rico em vitaminas, proteínas, aminoácidos essenciais e compostos bioativos.

BENÉFICOS AO CONSUMIDOR

A proposta inovadora do produto vai além de oferecer um alimento que proporciona bem-estar e efeitos benéficos ao consumidor. Ela busca contribuir com o desenvolvimento socioambiental do município, por meios de matrizes sustentáveis na cadeia de produção.

“Trata-se de uma atividade geradora de renda para a agricultura familiar. Ambas as matrizes, cacau e pólen apícola, são produzidas neste ambiente, o que gera valor ao nosso produto e garante uma atividade ecologicamente correta”, afirma Nayara.

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Maria Luiza e Margarete representam a Bahia na Expo Nacional Milset
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Alunas do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira, de Ilhéus, conquistaram o segundo lugar da categoria Ciências Agrárias da Expo Nacional Milset Brasil 2023, realizada de 5 a 9 de junho no Hotel Oasis Atlântico, em Fortaleza (CE). O projeto das estudantes Maria Luiza de Souza, Marília de Jesus Thomaz e Raissa Oliveira Santos, que fazem o curso técnico em Química, consiste na produção de adubo orgânico a partir de cascas de ovo e de cacau.

Elas desenvolveram o trabalho sob a orientação das professoras Margarete de Araújo e Jaciara Paiva. Além da produção do adubo, o projeto também monitora a qualidade da terra beneficiada num plantio experimental de salsinha. A ideia é criar um material de fácil produção, já que seus ingredientes são encontrados com facilidade no sul da Bahia.

Maria Luiza e Margarete de Araújo representaram a equipe ilheense na Exposição. “Estou muito feliz por ter participado e ganhado o prêmio. Eu conheci projetos com ideias incríveis de colegas de diversos estados brasileiros e de outros países, que podem ajudar muitas pessoas e o meio ambiente. Além disso, fiz muitas amizades que serão importantes para a minha vida”, disse a estudante.

Já a professora ressaltou a importância da iniciação científica para os estudantes. “Nesses eventos, eles têm a oportunidade de compartilhar suas produções com estudantes de diversas realidades. Com isso, desenvolvem habilidades que promovem transformações em suas vidas. A partir da iniciação científica, eles se tornam cidadãos atuantes na sociedade”, acrescentou.

Projeto vai à etapa internacional da Exposição

GRUPO REPRESENTARÁ A BAHIA NO MÉXICO

O projeto, além de receber medalha e certificado de participação no evento, foi credenciado para participar da Expo Science International (ESI) 2023, de 21 a 27 de outubro, em Mazatlan, no México. Com a mesma pesquisa, as estudantes também já conquistaram o primeiro lugar na categoria incompleta da área de Ciências Biológicas, na 10ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (Feciba), em 2022, e foram semifinalistas na categoria Ciências Agrárias na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em janeiro deste ano.

Henrique, Leilane Benevides e Thiago Fernandes na Origem Week, em Salvador
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O Centro Público de Economia Solidária do Litoral Sul (Cesol) ajusta os últimos detalhes para se tornar parceiro da Universidade Salvador (Unifacs) no projeto de inserção de cooperativas da agricultura familiar da Bahia em cadeias produtivas internacionais. “No sul do estado, nosso foco é a abertura dos mercados sustentáveis, de alto valor agregado, para o chocolate fabricado com amêndoas do cacau fino da cabruca”, explica ao PIMENTA o professor Henrique Campos de Oliveira, coordenador do Núcleo de Práticas em Economia e Relações Internacionais da Unifacs (Neri).

Segundo ele, a iniciativa está afinada com as políticas públicas do Estado, a exemplo do incentivo ao cooperativismo como estratégia de beneficiamento de produtos agrícolas e o consequente aumento da geração de riquezas. Os chocolates finos produzidos com o nosso cacau, acrescenta, têm na Mata Atlântica o visto de entrada em mercados dispostos a pagar mais por mercadorias fabricadas conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Na prática, isso implica em conservar a mata e assegurar o cumprimento da legislação trabalhista em benefício da mão de obra empregada na lavoura. “A Bahia tem um potencial para ir nessa direção. Em 2019, a produção sustentável de cacau chegou a 1,5 milhão de toneladas dos quase 5,5 milhões totais e segue em tendências de alta, segundo o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD), em relatório de novembro de 2022”, informa o pesquisador.

Para o coordenador do Cesol Litoral Sul, Thiago Fernandes, a parceria com o Neri aumentará o alcance dos produtos da economia solidária, levando o nome da região a outros países. A atuação conjunta será formalizada via convênio, complementa Henrique.

A BAHIA NO MERCADO DO CACAU

A Bahia é o principal exportador de cacau do Brasil, mas não tem exportação expressiva de chocolate, constata Henrique Campos de Oliveira. Apesar das 2,4 toneladas de chocolate exportadas pelo estado em 2022, maior marca da série histórica iniciada em 2011, o setor ainda tem muito potencial a ser realizado, avalia.

Ele explica que, embora a exportação brasileira tenha crescido 12,7% em 2022, essa expansão se concentrou no chocolate convencional das indústrias transnacionais instaladas no sudeste, que têm reduzido a proporção de cacau nas suas fórmulas. Já a produção do Litoral Sul vai no sentido contrário, desenvolvendo e aperfeiçoando produtos finos, mas ainda precisa conquistar seu espaço no mercado internacional, aponta Henrique.

Para o coordenador do Neri, com a adequação de mais fabricantes locais às normas de acesso ao mercado global, a organização de consórcios de produtores capazes de diluir custos fixos e operacionais e o investimento em chocolates com certificação de origem, o estado pode dobrar a marca recorde de exportação do ano passado. “Acessar o mercado internacional amplia o volume vendido. Com isso, vem o ganho de escala e o aumento da competitividade. E o mais importante, tudo isso com o trabalhador rural valorizado e a Mata Atlântica viva. É um ciclo virtuoso”, conclui.

Andresa Silva, Cristiano Villela, Bruno Luperi, Dayana Andrade, Felipe Pasini e Adriana Reis no CIC com Palmeira e Fagundes na primeira versão de Renascer || Imagens CIC e Acervo Globo
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A novela Renascer ganhará nova versão na telinha da Rede Globo em 2024. O remake será escrito por Bruno Luperi. Ele esteve no sul da Bahia nos últimos dias para conhecer ambiente e cultura regionais e colher histórias locais. Bruno é neto de Benedito Ruy Barbosa, autor da primeira versão da novela que foi um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira nos anos 1990.

O trabalho de pesquisa no sul da Bahia incluiu visitas a produtores rurais e a centros de pesquisa na região. Bruno se reuniu com a direção do Centro de Inovação do Cacau (CIC), na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), além de produtores e pesquisadores.

Quem recebeu a equipe na Uesc foi o diretor do CIC, Cristiano Villela Dias. Para o Centro, a nova versão “será uma grande oportunidade para reforçarmos pontos importantes de qualidade e sustentabilidade da cacauicultura baiana”.

Assim como a adaptação de Pantanal na relação homem-pecuária-natureza, a nova versão de Renascer poderá mostrar inovações na produção do cacau no sul da Bahia, onde agricultores passaram a investir não apenas na amêndoa. O chocolate torna-se fonte de renda para a região.

Itabunense Jackson Costa interpreta padre Lívio em “Renascer” || Reprodução Viva

NOVO REMAKE APÓS SUCESSO DE PANTANAL

A decisão da Globo pelo remake segue script de sucesso da teledramaturgia brasileira registrado com a novela Pantanal, também de Benedito Ruy Barbosa, exibida pela extinta TV Manchete, na década de 90. A versão de 2022, na Globo, foi escrita pelo neto de Benedito.

Fagundes, Adriana Esteves, Tarcísio Filho e Marco Ricca em “Renascer” || Reprodução Viva

A primeira versão de Renascer, que teve locações em Ilhéus, Barro Preto e em Itabuna, apresentava como protagonistas Antônio Fagundes, Marcos Palmeira, Adriana Esteves e Patrícia Pillar. O elenco reunia outros nomes de peso da teledramaturgia nacional, a exemplo de José Wilker, já falecido, Eliana Giardini, Fernanda Montenegro, Tarcísio Filho, Osmar Prado e o itabunense Jackson Costa, que interpretou o padre Lívio.

Renascer foi ao ar há 30 anos, com o primeiro capítulo exibido em 3 de março de 1993. Narra a saga de José Inocêncio, interpretado por Leonardo Vieira na primeira fase e Antônio Fagundes na segunda. Fagundes trava relação dura com um dos filhos, João Pedro, interpretado por Marcos Palmeira. A rejeição ao filho ocorre porque a esposa de José Inocêncio, Maria Santa, morre ao dar à luz João Pedro. Mais tarde, o velho se apaixona pela namorada do filho, Mariana (Adriana Esteves). A rejeição torna-se ódio.

Confira chamada que apresentava o elenco do maior sucesso da Globo na década de 90.

TALENTOS E ECONOMIA REGIONAIS

O publicitário Gilvan Rodrigues, que pôde acompanhar as gravações da primeira versão de Renascer, além de auxiliar a equipe de produção juntamente com o fotógrafo Carlos Castilho Ottoni, diz que a novidade traz impactos positivos para a economia e as artes do sul da Bahia.

“A novela fortalece a marca Ilhéus, promove empregos na região. Há incremento na rede hoteleira, além de resultar na descoberta de talentos regionais”, afirmou ele ao PIMENTA. “A população recebeu a novela – e a equipe – com imensa alegria”, relembra.

Gilvan tem forte ligações com a região onde foi gravada a maior parte das cenas da novela, o Banco do Pedro, onde nasceu. As principais locações da época foram, além de Banco do Pedro, Castelo Novo, Lagoa Encantada e Rio do Braço e a Fazenda Renascer – batizada à época como Lagoa Pequena. Em Itabuna, cenas foram rodas em espaços como o Hospital Calixto Midlej Filho, da Santa Casa de Misericórdia.

Dos mais requisitados pelo mercado publicitário à época, Carlos Castilho Ottoni lembra do período da novela como dos mais férteis para a fotografia. Além de trabalhos para a própria Globo, tendo Renascer como tema, Castilho teve muitos dos seus trabalhos do set de filmagem publicados em revistas semanais e jornais. “Havia muita curiosidade sobre a região retratada em Renascer, se cria grande apelo mercadológico”, afirma em entrevista ao PIMENTA.

Abaixo, Jackson Costa, interpretando padre Lívio, declama poesia de Otávio Barbosa Júnior.

Tricovab tem eficiência comprovada no controle da vassoura-de-bruxa
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O Ministério da Agricultura (Mapa) publicou edital para contratar empresa que produza e comercialize, com exclusividade, o Tricovab®, recomendado para o controle do fungo causador da vassoura-de-bruxa do cacaueiro. O Edital de Oferta Tecnológica n° 01/2022 , segundo o Mapa, busca promover ações visando o co-desenvolvimento do produto em parceria com a Ceplac, conforme condições estabelecidas no documento.

O estudo para desenvolver o Tricovab® foi iniciado em meados de 1990 por pesquisadores da Ceplac, em um grande esforço para aprimorar o controle do fungo da vassoura-de-bruxa sem resíduos químicos, possibilitando seu uso na cacauicultura orgânica. O Tricovab® é comprovadamente eficaz, inibe o crescimento do fungo da vassoura-de-bruxa em 99% no solo e em 57% na copa das árvores.

O diretor da Ceplac, Waldeck Araújo, afirma que o uso de bioinsumos para controle biológico está em franco crescimento no agro. “Além dos excelentes resultados obtidos com o uso do Tricovab para o controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro, o produto contribui para a ampliação do mercado de bioinsumos na agricultura brasileira. A oferta do Tricovab®, para a produção em larga escala, é um importante passo para melhorar a produtividade e aumentar a remuneração dos produtores”, declara o diretor.

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Espaço onde ocorrerá o Chocolat Festival 2022, em Portugal || Foto Divulgação
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O Chocolat Festival cresceu, agora, entra em contagem regressiva para estrear fora do Brasil. Na próxima quinta-feira (20), europeus poderão degustar o melhor do cacau e chocolate do sul da Bahia em solo português. Exatamente na Vila Nova de Gaia, na região metropolitana do Porto, começa a primeira edição do festival, que vai até dia 23.

Segundo organizadores, os nativos e turistas, além de degustar o que é produzido em solo brasileiro, também poderão participar de representantes de vários países produtores; palestras; exposições e momentos de demonstração culinária; cozinha para crianças e apresentações musicais.

O festival que começou em Ilhéus ganha o mundo em 2022, ano em que “viajou” pelo Brasil, com edições em Salvador (BA), Altamira (PA), Linhares (ES) e Belém (PA). Neste ano, ainda está previsto mais um desembarque doméstico, em São Paulo (SP), em dezembro. O Chocolat Festival Portugal é uma realização da MVU Eventos, detentora da marca para o Brasil e exterior, e do WOW.

O Chocolat Festival Portugal vai contar com expositores de algumas das principais marcas de chocolate e de produtos ligados ao cacau e ao chocolate, como a Vinte Vinte (Portugal), Feitoria do Cacau (Portugal) Kankel (Espanha), Dolfin (Bélgica), De Mendes (Brasil), Chocoleyenda (Equador), FBM (Itália) e Lareka (Países Baixos).

Atayne comemora os resultados obtidos com o modelo de crédito rural || Foto Patrícia Cançado/Divulgação
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Lívia Cabral

Os resultados positivos colhidos após o primeiro ano de implantação do CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) Sustentável no Sul da Bahia vêm chamando a atenção da mídia em todo o país. Veículos de abrangência nacional como o programa Globo Rural, da TV Globo, os jornal Estadão e Valor Econômico, a revista Globo Rural On-line e o site especializado Capital Reset destacaram o incremento de quase 40% na renda dos pequenos agricultores que já acessaram o crédito, além da taxa de inadimplência próxima a zero e incentivo a práticas sustentáveis na cadeia do cacau.

Modelo inédito no Brasil, o CRA Sustentável combina capital de mercado com filantropia e foi concebido em parceria pela ONG Tabôa, os institutos Arapyaú e humanize e o Grupo Gaia. Em sua primeira rodada, o CRA beneficiou 184 famílias – 578 pessoas – que trabalham com cacau associado a outros cultivos em sistema agroflorestal no Sul da Bahia, como a agricultora Atayne Santos, de 21 anos.

Nos quatro hectares no Assentamento Dois Riachões, município de Ibirapitanga, Atayne investiu o valor obtido através do CRA na produção de cacau, hortaliças, banana da terra e da prata, mandioca, cravo e na criação de galinhas. Ao todo, sua produção gerou 240% de aumento de renda no último ano. “A diversidade do que produzo no campo primeiro abastece a mesa da minha família, garantindo alimentação de qualidade”, explica a jovem. O excedente é comercializado e, assim, as produções de ciclo curto geram renda durante todo o ano, enquanto o cacau não fica pronto para venda.

Modelo de crédito foi destaque na edição do Estadão desta quinta-feira (15) || Reprodução

CRÉDITO E FORMAÇÃO

Boa parte dos que acessaram os recursos nunca havia tomado crédito antes. “O CRA não foi feito para substituir as políticas públicas de financiamento rural, mas, sim como uma demonstração de que é possível criar processos mais inclusivos e simplificados de acesso ao crédito e ao mesmo tempo garantir baixa inadimplência”, afirma Roberto Vilela, diretor-executivo da Tabôa, que oferece crédito e formação a pequenos empreendedores e agricultores, fortalecimento de organizações de base comunitária e apoio a projetos socioambientais.

O objetivo da criação do CRA Sustentável é justamente melhorar a qualidade de vida dos agricultores familiares por meio do aumento de renda e do incentivo à adoção de métodos de agricultura de baixo impacto ambiental, a exemplo das práticas agroecológicas. Para isso, a Tabôa oferece, junto com o crédito, assistência técnica especializada (1 técnico para cada 60 agricultores), que permite o acompanhamento próximo para o uso correto dos recursos.

Para acessar o crédito, os produtores se comprometeram a não ter trabalho infantil e a preservar áreas de proteção permanente, como beira de rios e córregos, encostas e nascentes. Todos os agricultores produzem o cacau no sistema cabruca, em que o fruto é cultivado à sombra das árvores, mantendo a Mata Atlântica em pé.

CABRUCA E CARBONO

Estudo recente, resultado de uma parceria entre Arapyaú, Dengo Chocolates, World Resources Institute (WRI) e Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), mostrou que a cabruca é capaz de estocar, em média, 66 toneladas de carbono por hectare. Além do estoque de carbono, as cabrucas contribuem para a manutenção da biodiversidade e a oferta de água.

Os excelentes resultados da primeira etapa do CRA Sustentável confirmam que a combinação de crédito e assistência técnica pode transformar a realidade da agricultura familiar, resultando em mais prosperidade e bem-estar com manutenção dos recursos naturais. “Esse resultado surpreendeu o mercado financeiro, demonstrando condições de atingir escala”, diz Roberto Vilela.

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Vinculado ao nosso ecossistema, o valor intrínseco da região não deve se resumir ao chocolate – agora não mais só cacau – nem ao turismo. Há que se ampliar esse portfólio.

Henrique Campos de Oliveira – henrique.oliveira@ecossistemaanima.com.br

A nossa região foi forjada na medida em que se internacionalizava via exportação cacaueira, do fim do século 19 à primeira metade do século 20. Tudo mudou desde então, mas aqui predomina a visão limitada de que o cacau é o principal recurso do Litoral Sul para acessar mercados internacionais. Num mundo acelerado e devastado, a nossa vantagem competitiva e estratégica não reside no valor de um produto, mas no valor do nosso ecossistema: a Mata Atlântica.

O cacau sul-baiano encontrou condições formidáveis para o seu cultivo, aproveitando a umidade ideal da Mata Atlântica para chegar à produtividade máxima de 60 arrobas por hectare na década de 1980. Como numa relação simbiótica atravessada pela economia, a produção cacaueira não devastou a mata, que lhe retribuía por isso com  uma estufa natural com ótimos índices de produtividade.

Essa relação se altera com a chegada da vassoura de bruxa, que afeta justamente a produtividade da planta. Mas a Mata Atlântica daqui, das mais diversas do mundo, manteve-se preservada a ponto de propiciar paisagens cinematográficas tal como encontramos nas enseadas das praias de Itacaré, com a mata verde-vivo cobrindo rochas banhadas pelo mar azul do Oceano Atlântico, a curvatura da Terra no horizonte infinito, num belo dia ensolarado.

A degradação de ecossistemas e a desumanização da vida urbana transformaram a estadia em lugares como o descrito acima numa experiência sem preço – ou com um bem alto. O anseio por tal vivência se massificou nos anos 1990, quando, também, contou com o avanço da vassoura de bruxa, que trouxe consigo a pressão sobre a mata. Boa parte da lavoura cacaueira desapareceu para que a terra fosse desmatada para extração de madeira ou ocupada pela pecuária, além da contraditória pressão imobiliária do próprio turismo.

Portanto, a cacauicultura foi um dos principais motivos para a preservação do nosso maior bem e não o contrário. Mas a preservação é ameaçada quando o cacau não mais se sustenta e sua produção é substituída por atividades que, normalmente, geram mais desmatamento e degradação.

Todavia, a consciência socioambiental na região cresce mesmo em um contexto de crise, que afeta um território marcado por desigualdade e miséria. Instituições como UESC, Ceplac, UFSB e movimentos como o da Agência de Desenvolvimento Regional Sul da Bahia, reportado pelo PIMENTA, evidenciam a consciência de que a mata é o nosso maior bem.

Além disso, a nossa região tem capacidade de competir com produtos e serviços ligados à sustentabilidade da Mata Atlântica devido aos avanços em políticas de valorização do salário real, de distribuição de renda e demais garantias e direitos constitucionais que constrangem o trabalho análogo ao escravo e infantil.

Costa do Marfim, Gana, Equador, Venezuela e demais países produtores de cacau enfrentam obstáculos maiores para obter certificações e selos de sustentabilidade socioambiental, justamente porque não produzem no sistema cabruca. Ao mesmo tempo, as populações desses países não dispõem de garantias constitucionais e políticas públicas tais como encontramos aqui em prol do trabalho descente.

Ainda temos o turismo vinculado à sustentabilidade e o avanço na qualificação de produtos agrícolas com a verticalização da cadeia produtiva do cacau. Deixamos de ser meros fornecedores de amêndoa ou bens intermediários e insumo da cadeia alimentícia, como a banha e a manteiga de cacau fornecidas pelas moageiras instaladas em Ilhéus desde a década de 1970, para nos destacarmos como fornecedores de chocolate com certificação de origem e com premiações internacionais de qualidade.

Vinculado ao nosso ecossistema, o valor intrínseco da região não deve se resumir ao chocolate – agora não mais só cacau – nem ao turismo. Há que se ampliar esse portfólio.

CERTIFICAÇÕES E INTERNACIONALIZAÇÃO

Como já dito, estruturalmente, a região preenche requisitos para conseguir selos de certificação e acessar nichos de mercado fechados. Há selos de todo tipo, como o Hallal para produtos adequados às exigências islâmicas ou o Koscher para judeus. Recentemente, tivemos um boom de selos de sustentabilidade, orgânicos e produtos com erradicação de trabalho análogo ao escravo ou infantil. Há um selo específico para a preservação da Mata Atlântica, o Follow the Frog.

Atender a essas especificações é um caminho paralelo a ser percorrido também para responder às exigências técnicas de mercados com rigorosos procedimentos para importação, como o norte-americano, o europeu e o japonês. Tudo isso requer capacidade técnica nos processos produtivo e logístico, além de recursos públicos e do terceiro setor para o avanço em questões socioambientais.

COOPERAÇÃO TÉCNICA E FINANCEIRA PARA MUNICÍPIOS E ATIVIDADES PRODUTIVAS

Com o intuito de conseguir apoio técnico e financeiro para internacionalização de negócios sustentáveis, uma série de organizações internacionais, agências e fundos de fomentos empregam recursos para capacitar potenciais exportadores. É o caso da Ajuda Oficial para o Desenvolvimento, que disponibiliza recursos tanto para projetos vinculados à internacionalização de uma cooperativa, como acesso a recursos por parte de municípios para despoluírem rios.

Além da obtenção de certificados, esse apoio permite o acesso a mercados específicos, sempre dispostos a pagar mais para ter uma consciência mais tranquila na hora de degustar uma fruta tropical.

INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA

A região, a Bahia e o país sofrem com uma infraestrutura precária, defasada e desintegrada. Além de custos maiores, essa fragilidade gera imprevisibilidade, o terror para o planejamento logístico, principalmente, para produtos perecíveis, como os da fruticultura tropical. Assim, a região, mais do que um porto para minério, carece do já prometido aeroporto internacional, que abrigue, na sua poligonal alfandegária, armazéns comuns e refrigerados para acomodar os produtos da região.

Além do mais, tal aeroporto permitiria a conexão de voos diretos da região, favorecendo o turismo. Do mesmo modo, seria necessário garantir linhas aéreas para os principais centros dos mercados-alvos, como Los Angeles, Nova York, Frankfurt e Tóquio. Como se sabe, um mel de cacau ou um mangostão pode estar disponível na mesa de um nova-iorquino mais rápido do que na mesa de um paulista sem a mesma disposição monetária comprar esses produtos.

Nesta coluna, quero discutir a internacionalização do Litoral Sul da Bahia com foco na Mata Atlântica. Pretendo detalhar, nas próximas edições, pontos tratados aqui de forma panorâmica. A intenção é provocar um debate e propor soluções que nos desloquem de uma posição passiva na cadeia global de alimentos para uma posição altiva na cadeia global sustentável.

Henrique Campos de Oliveira é ibicaraiense, doutor em Ciências Sociais pela UFBA e professor do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas da Universidade Salvador (Unifacs).

Safra de cacau de 2020 deverá ser quase 5% mais alta que a do ano passado
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Será realizado nesta segunda-feira (11), a partir das 9h, no Auditório da Faculdade de Ilhéus, o I Simpósio Brasileiro de Cacau& Chocolate. O evento é promovido pela Rede Cacau de Comunicação-TV Cacau e o site Cacau e Chocolate, com a coordenação de Ney Marçal, Caliana Mesquita e Daniel Thame.

Entre os objetivos do simpósio estão debater ações que promovam mudanças positivas para os produtores de cacau e chocolate, definir uma pauta propositiva dos problemas com proposições de soluções reais para o mercado de cacau, mecanismos para que o Cacau Cabruca se torne produtivo e valorizado e programas de sustentabilidade.

A proposta do evento inclui ainda a análise da produção de chocolates Tree e Bean to Bar e sua lucratividade e reconhecimento da região sul da Bahia como centro produtor de cacau de qualidade e chocolate de origem, além de fortalecer o turismo ecológico, cultural e de negócios como propulsor da economia do sul da Bahia.

Inscrições podem ser feitas através do link www.races.com.br/sbcc.

 

PROGRAMAÇÃO
9h – Exibição do vídeo do 1º. Ano da TVCacau, show musical com Marcelo Ganem e apresentação do Movimento Cacau Brasil com Caliana Mesquita.
10h – Debate sobre Chocolates Tree to Bar e Bean to Bar Henrique Almeida (Chocolates Sagarana) e Leilane Benevides (Benevides Chocolates).
11h – Palestra sobre Melhoria da Qualidade do Cacau e Produção de Chocolate na Agricultura Familiar, com Jeandro Ribeiro, Secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia.
13h30min – Mesa Redonda sobre Marketing Territorial, Turismo de Negócios- Como a Cacauicultura tem influenciado a indústria de turismo e negócios regionais, com Gerson Marques (Fazenda Yrerê), Anna Lívia Ribeiro e Vilomar Simões (Via Destinos)
15h – Mesa redonda sobre Soluções para a Cacauicultura através do Comércio eletrônico de Cacau, Armazéns Gerais e Politicas Públicas de Indicação Geográfica-IG, com Orlantildes Pereira (Coopercabruca/Leilão Cacau), Silvano Pinheiro (Armazéns Gerais) e Cristiano Santana (IG Cacau Sul da Bahia).
16h15min – Apresentação do Curso de Graduação e Pós Graduação de Cacau e Chocolate, com Joaquim Lino, diretor da Faculdade de Ilhéus
16h30min – Lançamento virtual do livro de Manfred Muller e debate sobre Manejo da Cabruca e Compensação Ambiental, com Dan Lobão (CEPLAC) e Herman Rehem (Inema – Sema)
17h – Palestra sobre – Cacau 500 – Alta Produtividade, com Ivan Costa (Consultor)
18h – Entrega do Prêmio Cabrucalidade, por Ney Marçal.
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A edição 2022 do Festival do Chocolate e Cacau de Ilhéus será lançada na próxima quarta-feira (22), no Iate Clube de Ilhéus. A apresentação das novidades deste ano do evento começa às 8h30min.

O secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Jeandro Ribeiro, participará do lançamento. Ele profere palestra sobre o projeto Caminhos do Cacau e Chocolate, às 10h15min.

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Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias.

 

Walmir Rosário

A cacauicultura, que já teve a primazia de ser a principal matriz econômica do sul da Bahia, sempre andou de mãos dadas com os políticos, com troca de favores em determinados períodos, estes nem sempre cumpridos. E às vezes os políticos tinham razão, haja vista que os esperados votos barganhados nunca apareciam nas urnas conforme os totais aprazados.

Nas cidades do sul da Bahia sempre foi costumeira a dispersão dos votos para quase todos os candidatos – dos vários partidos –, não importando de que regiões venham e quais os compromissos assumidos com as causas regionais. Era um suplício para os comunicadores verificarem as listas da apuração dos votos, dado ao número de candidatos a deputados – estadual e federal – que foram sufragados nas urnas.

E não era nenhuma novidade para nenhum deles na promoção das chamadas “casadinhas” que, se não rendiam votos regionais suficientes para conferir um mandato, pelo menos ajudavam. Políticos e eleitores da casa sempre reclamaram dessa prática, mas o hábito nunca mudou, se transformando apenas em meras reclamações dos perdedores, inconformados com a falta de votos.

E entre tapas e beijos esses relacionamentos conflituosos continuam como costume a ser seguido, pois o bom mesmo é que pinguem os votos nas urnas de todo o estado da Bahia, não importando onde. Eleitos, quando cobrados a honrarem as promessas feitas durante a campanha eleitora, simplesmente dizem não terem o que fazer, pois não foram votados maciçamente, não lhes conferindo poder para brigar em Salvador e Brasília.

Bem, mas essa é só uma pequena parte dos conflitos pós-eleitorais dos deputados sem o prestígio suficiente junto aos governos do estado e federal, ou sem a devido relacionamento com a poderosa mídia. Outros políticos que detêm esses poderes vão além e fazem as coisas acontecerem com mais “barulho”, pois sabem como encaminhar os pedidos, os pleitos de anos sem qualquer solução.

O mundo do cacau é diferente de outras regiões, pois sempre foi rico (ou pelo menos considerado), se preocupando em ganhar dinheiro, deixando a complicada arte da política para os novos amigos da capital ou outras regiões. Tanto é assim que poucas lideranças conseguem se eleger com os votos do sul da Bahia. Muitos dos que já foram precisaram das “casadinhas” com candidatos de outras regiões, com raríssimas exceções.

E desde que existe eleição não é segredo que as contas de chegar dos votos nunca enganaram as duas partes: o político faz de conta que acredita nos votos prometidos e a liderança engana na contrapartida. Muitos destes se contentam apenas sair nas fotos em que fazem com os candidatos, como demonstração de poder, ser “o amigo do rei”, jactando-se serem da cozinha de tais deputados ou autoridades.

Nada mais falso, a exemplo de uma cédula de três reais. E por que se submetem a esse tipo de relacionamento promíscuo? As vantagens advindas do que não está escrito ou pactuado entre eles. Em conversa com alguns políticos ao longo dessas várias décadas de militância na comunicação, ouvi bastante que a política é a arte de ser sabido, pois só assim é que conseguiram se eleger.

E vários diziam abertamente que defender as causas da cacauicultura não daria o resultado esperado na urnas, embora pudessem estar constantemente na mídia regional, estadual e nacional. E não é por menos, já que o cacau não é somente uma importante commodity e sim o fruto emblemático das histórias contadas pelo escritor itabunense Jorge Amado, com ou sem a ideologia.

Marketing melhor não há do que as entrevistas nas emissoras de rádio, televisão, jornais e redes sociais com a cobrança das providências junto às autoridades competentes, apresentando uma extensa lista de reivindicações. E tome-lhe pedido de providências, discurso inflamado no plenário vazio, encontro com ministros, todos devidamente com a cobertura da mídia, para a prestação de contas aos futuros eleitores.

Alguns, até, conseguem furar a agenda presidencial e programam viagem com o presidente da República e ministros à Ceplac, com promessas de soluções importantes e imediatas. Para delírio da população, fotos e imagens televisivas mostram as autoridades examinando pés de cacau infestados por vassoura de bruxa, e cacaueiros sadios, cujos frutos são quebrados na hora para o deleite do paladar de nossas autoridades.

Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias. Enquanto não chega a eleição a papelada tramita em Salvador e Brasília, enquanto as notícias ocupam grande espaço na mídia. Mas como não querem nada, os burocratas tomam todas as providências necessárias para que fiquem emperradas, no esquecimento, logo após a eleição.

O que não se faz para conseguir votos…

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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A eleição antecipada para escolha da Mesa Diretora da Câmara de Itapé, no sul da Bahia, foi parar na Justiça, após o presidente do Legislativo, Eduardo de Badalo (PCdoB), não aceitar a derrota.

A votação secreta ocorreu em 21 de março. Ive de Reinaldo, também do PCdoB, bateu chapa com o presidente e venceu a disputa por 5 a 4.

Insatisfeito, Eduardo fabricou ata de sessão, conforme o processo que corre na justiça, para tentar anular os efeitos da sessão e, consequentemente, a vitória da chapa adversária.

Ive decidiu recorrer à Justiça. O titular da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Itabuna, juiz Leonardo Carvalho Tenório de Albuquerque, em mandado de segurança, proclamou a vitória de Ive de Reinaldo.

O PIMENTA teve acesso à decisão do juiz Leonardo Carvalho Tenório de Albuquerque. Ela mantém os efeitos da Ata 190110159, de 28 de março, a que proclamou a vitória de Ive de Reinaldo.

Com base em documentos e vídeos, o magistrado aponta “conduta ilegal” por parte do presidente da Câmara “em se recursar a aceitar o resultado da eleição da Mesa diretora da Câmara Municipal, realizada em 21 de março de 2022, publicando nova Ata em substituição”.

MULTA EM CASO DE DESCUMPRIMENTO 

Além de confirmar a validade da eleição e a vitória da chapa de Ive, o juiz Leonardo Albuquerque também determinou multa diária de R$ 1 mil, até o limite de R$ 50 mil, a ser aplicada a Eduardo de Badalo, caso ele se negue a cumprir o mandado.

A vereadora ainda denunciou, no mandado de segurança, a perseguição do presidente da Câmara à servidora Ana Cristina Alves Souza, responsável pela redação da ata da sessão. Eduardo suspendeu a redatora.