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O secretário de Agricultura do Estado, João Carlos Oliveira, avalia de forma positiva o parecer ambiental que autoriza a supressão criteriosa de espécies exóticas da cabruca, sistema agroflorestal característico da lavoura cacaueira no sul da Bahia. Emitido pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o parecer foi tema de encontro da Câmara Setorial do Cacau da Bahia, nesta sexta-feira (25).

“O parecer do Inema abre caminho para desenvolvermos técnicas de manejo que tragam ainda maior produtividade ao cacau no Sistema Cabruca. A possibilidade de retirada de espécies exóticas da área de plantio irá viabilizar a adequação do sombreamento e isso, associado a outras práticas, aumenta a produtividade da planta. E queremos somar isso ao sequestro de carbono da atmosfera, propiciado pelo sistema agroflorestal, pela presença de grandes árvores da Mata Atlântica, em um planejamento que valoriza e conserva todo esse ecossistema”, explicou o secretário.

João Carlos faz a ressalva de que não foi autorizada a supressão indiscriminada das árvores exógenas, ou seja, elas não podem ser derrubadas de qualquer forma nem em quantidade irrestrita.

A Câmara temática reúne representantes de diversos segmentos ligados à cadeia produtiva do cacau. O encontro desta sexta foi liderado pelo presidente do órgão, Valnei Pestana.

ATIVO ECOLÓGICO

O sistema agroflorestal cabruca consiste no plantio do cacau à sombra das grandes árvores da mata. A técnica conservou parte das espécies importantes ao equilíbrio do bioma Mata Atlântica. Entretanto, segundo a Seagri, agricultores reclamam do patamar de produção da cabruca, na comparação com a lavoura em terreno desmatado, com maior incidência de luz solar.

Conforme o posicionamento da Seagri, um bom manejo assegura ganho de produtividade à Cabruca, que presta o serviço ambiental de sequestro de carbono, contribuindo para a redução dos gases do efeito estufa na atmosfera. Na Bahia, Ibirapitanga é dos municípios pioneiros na implementação de Programa de Pagamento por Serviços Ambientais (leia mais aqui).

O argumento da pasta é endossado por estudo recente de pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). A pesquisa compara a quantidade de carbono capturada na produção de cacau a pleno sol com a da cabruca. Segundo os resultados, em média, cada hectare de cabruca é capaz de estocar 66 toneladas de carbono, quase o dobro da capacidade do cultivo com desmatamento (veja aqui).

Cada hectare de cabruca estoca 66 toneladas de carbono, segundo estudo
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Já era sabido que a cabruca, sistema agroflorestal de cultivo de cacau em que as árvores nativas da Mata Atlântica são usadas para fornecer sombra aos cacaueiros, tem alto potencial de estocar carbono. No entanto, um estudo inédito buscou compreender a correlação entre a produtividade do cacau, o sombreamento e o estoque de carbono presente nas 17 propriedades estudadas.

A pesquisa é resultado de parceria entre a Universidade Estadual de Santa Cruz, o Instituto Arapyaú, a Dengo Chocolates e o World Resources Institute (WRI). O trabalho foi tocado pelo Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação, da Uesc.

Os pesquisadores doutores Larissa Rocha Santos, Deborah Faria, Marina Figueiredo, Eduardo Assad e Camila Estevam concluíram que, na média, a flora da cabruca retém 60% do estoque de carbono do sistema agroflorestal, demonstrando seu potencial mitigador.

O estudo também indica que há uma forte tendência de sinergia entre as principais variáveis de interesse. Ou seja, o sombreamento tem correlação com o estoque de carbono do sistema, devido à maior presença de biomassa.

NÚMEROS DA CONSERVAÇÃO

O trabalho traduziu em números o quanto essa relação sinergética ajuda a mitigar as mudanças climáticas, mensurando o estoque de carbono nas propriedades que utilizam esse sistema agroflorestal. A cabruca é capaz de estocar, em média, 66 toneladas de carbono por hectare.

“O estudo ainda não faz essa comparação, mas estimamos que isso seja quase o dobro da quantidade encontrada no cultivo do cacau a pleno sol, que é de 35,6 toneladas”, explica Camila Estevam, bióloga consultora e uma das responsáveis pela pesquisa.

Os dados sobre o carbono estocado abrem caminho para a estruturação de pagamento por serviço ambiental, o que também estimula proprietários rurais a conservar as áreas de Mata Atlântica.

Bahia se consolida na produção de cacau
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Em 2021, a Bahia bateu um recorde histórico na produção de cacau, com a entrega de 140.928 toneladas de amêndoas. O aumento foi de 39,72% em relação ao ano anterior, quando foram produzidas 100.864 toneladas, quantidade que já colocava o estado como o maior produtor de cacau do Brasil. As informações são da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC).

Para o secretário da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado, João Carlos Oliveira, o aumento na produção de cacau é motivo ser comemorado. “Ainda mais nesse momento, em que estamos reorganizando toda a cadeia produtiva do fruto na Bahia, agregando valor ao produto e incentivando a criação de fábricas de chocolate no estado. Na região do sul da Bahia já existem mais de 100 marcas de chocolate de origem e o que estamos vivendo é um novo e poderoso ciclo do cacau em nosso estado”, comentou.

Os números da AIPC mostram que a Bahia entregou, em 2021, 71,30% do total de amêndoas recebidas pelas indústrias produtoras.  O Pará, segundo colocado, entregou, no ano passado, 25,21% do total da amêndoa processada, apresentando uma produção total de 49.821 toneladas. Enquanto de 2020 para 2021, a produção baiana de cacau cresceu 39,72%, a do Pará decresceu 24,67% (foram 66.133 toneladas em 2020).

A cadeia produtiva do cacau vive um momento de incremento na Bahia. Além da ótima performance de produção e do agigantamento do número de marcas de chocolate no estado, existe também um reconhecimento internacional à qualidade dessa amêndoa.

MEDALHA DE OURO EM EVENTO INTERNACIONAL

No último mês de dezembro, as amêndoas de cacau da Bahia foram destaque no Cocoa Of Excellence – COEX2021. O produtor João Tavares, do município de Uruçuca, recebeu a Medalha de Ouro no concurso realizado em Paris, na França. E a produtora Angélica Maria Tavares, também de Uruçuca, ganhou a Medalha de Prata no evento internacional, considerado o mais importante no mundo para o setor.

Um mês antes, em novembro, durante a III Edição do Concurso Nacional do Cacau, a produtora Cláudia Calmon de Sá, de Itabuna, havia levado o primeiro lugar na categoria Varietal; o segundo lugar também ficou na Bahia, premiando a produção da Fazenda Vale do Juliana Fruticultura, localizada no município de Igrapiúna.

“Nosso crescimento é bem alicerçado, pois não se dá apenas nos números de produção, mas, também, na excelência de nossas amêndoas. Somam-se a isso os avanços no manejo técnico da produção no sistema Cabruca, a expansão do plantio do cacau em áreas não tradicionais, como a região Oeste da Bahia, e ainda a agregação de valor ao produto, a partir da produção de chocolate de origem. Tudo isso contribuiu para que a Bahia, no tangente ao setor do cacau, atingisse um outro patamar, um patamar mais elevado”, explicou o secretário João Carlos.

EMPREGOS

O setor do cacau responde por mais de 4 mil empregos diretos e indiretos, sendo um dos elos de uma cadeia de mais de 250 mil pessoas, na qual estão incluídos desde produtores rurais até trabalhadores das indústrias de chocolate. Estima-se que esse setor represente cerca de R$ 23 bilhões anuais de valor gerado ao país.

A produção de cacau no Brasil está concentrada nos estados da Bahia, Pará, Espírito Santo e Rondônia. Dados da AIPC mostram que cerca de 93 mil produtores rurais se dedicam ao cacau em terras brasileiras, sendo a maior parte pequenos proprietários que praticam a agricultura familiar em áreas entre 5 e 10 hectares.

Município sul-baiano completa 290 anos nesta quarta (26)
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Um dos principais destinos turísticos da Bahia, Itacaré completará 290 anos de emancipação político-administrativa nesta quarta-feira (26). Neste ano, por causa do aumento de casos de Covid-19, as comemorações do Dia da Cidade seguirão todos os protocolos sanitários, segundo a organização.

Os festejos começam às 5h, com a alvorada. Às 9h, missa festiva na Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo. Às 17h, haverá a live Tributo a Itacaré, com Marcos Abaga (Meu Nobre), Marlon Moreira e Rafael Zalela. Já a rua 26 de Janeiro, o Marimbondo fará uma comemoração simbólica pelo aniversário do bairro.

O prefeito Antônio de Anízio destacou que, apesar da pandemia, é preciso manter a programação em homenagem ao Dia da Cidade, garantindo a tradição e comemorando essa importante data para Itacaré.

Itacaré é dos mais importantes destinos turísticos da Bahia || Foto Divulgação

A HISTÓRIA DE ITACARÉ

O município de Itacaré originou-se de uma aldeia habitada por índios Tupiniquins até a chegada dos europeus em 1530, quando iniciou sua colonização. Por volta de 1718, o jesuíta Luís da Grã construiu a Igreja de São Miguel, às margens do Rio de Contas, quando então o povoado passou a se chamar São Miguel da Barra do Rio de Contas.

Itacaré foi elevado à categoria de município em 26 de janeiro de 1732, por ordem da Condessa do Resende – Dona Maria Athaíde e Castro, donatária da Capitania de Ilhéus, sendo nomeada Itacaré somente em 1931. O primeiro prefeito municipal (intendente) foi Joaquim Vieira dos Santos (01/01/1890 a 31/12/1893). O atual prefeito, Antônio de Anízio, Tonho de Anízio, está em seu segundo mandato.

O desenvolvimento, marcado entre 1890 e 1940, baseou-se no cultivo do cacau, período que ficou conhecido como a “Época do Ouro Negro” e Itacaré se destacou como o principal porto de escoamento da produção cacaueira da Bahia e teve seus casarões coloniais construídos pelos ricos coronéis.

O declínio dessa época teve início com o assoreamento da barra do Rio de Contas, quando seu porto foi transferido para a cidade de Ilhéus. Foi agravado pela forte crise econômica consequente da “Quebra de 1929” e consolidou-se, anos mais tarde, quando uma praga conhecida como “Vassoura de Bruxa” dizimou as lavouras de Cacau da região.

Com o declínio da economia cacaueira, Itacaré ficou esquecida, guardando seus tesouros: belas praias e Mata Atlântica preservada, graças ao cultivo do cacau. Anos mais tarde, foi redescoberta por surfistas aventureiros em busca das boas ondas. Em 1998, a conclusão da Estrada-Parque BA-001 Ilhéus-Itacaré facilitou muito o acesso e possibilitou que Itacaré se tornasse um destino turístico muito procurado. Hoje, Itacaré encanta pessoas de todas as partes do Brasil e do mundo e é considerado um dos destinos turísticos mais belos e visitados do País.

Cacau cultivado no sistema cabruca gera retorno e tem proteção natural contra pragas || Foto Ana Lee
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A produção de cacau junto com a conservação de florestas, de forma sustentável para o meio ambiente, pode trazer retorno econômico para o produtor rural. A conclusão é do Estudo de Viabilidade Econômica da Produção de Cacau, organizado pela iniciativa CocoaAction, juntamente com Instituto Arapyaú e WRI Brasil.

A análise foi apresentada na última quinta-feira (4), durante o webinar do 4° Fórum Anual do Cacau. O trabalho quantifica indicadores dos sistemas produtivos que podem ser adotados por produtores e investidores no sul da Bahia e no estado do Pará.

O estudo analisou a cabruca, uma espécie de sistema agroflorestal em que o plantio do cacau é feito na sombra de árvores de florestas naturais conservadas. O trabalho mostrou que, no estado da Bahia, a cabruca com baixo sombreamento – igual ou inferior a 30% de sombra –, demonstra ser um bom investimento, com taxa interna de retorno (TIR) de 12% e renda para o produtor de R$ 5.400,00 por hectare ao ano. Já se esse sombreamento foi muito alto (acima de 70%), o sistema não se viabiliza economicamente.

O trabalho também mostrou que arranjos de cacau a pleno sol, sem árvores, apresentam retorno de investimento positivo. Sequeiro e irrigado apresentam TIR de 16% e 15%, respectivamente e renda para o produtor de R$ 10.500 e R$ 14.300 por hectare/ano, respectivamente. Porém, são sistemas mais suscetíveis a pragas e altamente intensivos.

“Apesar de ser mais rentável, o custo do pleno sol é muito alto e ele se viabiliza apenas com taxas altíssimas de produtividade”, destaca a economista Grazielle Cardoso, analista sênior do Programa de Desenvolvimento Territorial do Sul da Bahia do Instituto Arapyaú, e uma das autoras do estudo.

PROTEÇÃO CONTRA DOENÇAS

Com o manejo correto da cabruca – com cultivo à sombra das árvores nativas da Mata Atlântica – é possível ter um bom retorno, apesar de menor. Além disso, a biodiversidade presente neste sistema atua como uma barreira de proteção contra as doenças comuns às lavouras.

O Estudo de Viabilidade Econômica da Produção de Cacau busca ser uma fonte de informações atualizadas para produtores de cacau, técnicos, empresas e também instituições financeiras, com o propósito de aumentar o conhecimento sobre a produção de cacau e suas peculiaridades. Os dados utilizados na publicação foram coletados em bases públicas e oficiais, além de dados de campo, cedidos pelas instituições apoiadoras da publicação, CIC, CEPLAC, FAEB, Renova Cacau, Mondelēz International, UESC, PCTSul, SENAR Bahia, Solidaridad Brasil e TNC Brasil.

“O valor deste estudo está justamente em seu caráter agregador. É um relatório técnico de alta qualidade, elaborado de maneira coletiva. A diversidade de atores envolvidos nesse processo resultou em um produto valioso para toda a cadeia do cacau”, ressalta Pedro Ronca, coordenador do CocoaAction Brasil.

De acordo com Daniel Soares, analista de investimentos do WRI Brasil e colaborador do estudo, é consenso a necessidade de informações atuais sobre o sistema produtivo do cacau para atrair recursos para o setor. “O resultado desse estudo será de enorme utilidade no contexto das ações de aumento de crédito rural para produtores de cacau, atração de recursos de fundos de investimento, como também para orientar a construção de políticas públicas adequadas a esta cadeia”, conclui.

Marco Lessa anuncia para dezembro a nova edição do festival
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Idealizador e promotor do Chocolat Bahia Festival, Marco Lessa confirmou nova edição do evento internacional de cacau e chocolate em Ilhéus ainda em 2021.

A data da nova edição do maior evento de cacau e chocolate de origem da América Latina já está definida. Será de 16 a 19 de dezembro, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, em Ilhéus.

Conexão abre mercado para o chocolate sul-baiano na Europa || Foto Daniel Thame
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Produtos de micro e pequenas empresas da Bahia estão sendo expostos no Salon du Chocolat, até esta segunda (1º), em Paris, na França, por meio do projeto Conexão Bahia Mundo, que tem como objetivo a internacionalização das pequenas empresas. A ação Sabores da Bahia é uma parceria da Federação das indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e o Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas da Bahia (Sebrae).

Entre os produtos apresentados no estande do Brasil no Salon, com o apoio do Governo da Bahia, Governo do Pará e a Prefeitura de Ilhéus estão os chocolates sul-baianos Chor, Benevides, Baiani, Mais Cacau e Cantagalo.

Segundo Leilane Benevides, produtora dos Chocolates Benevides, em Itabuna, a fase é de conquista de novos mercados. “Estamos em fase de expansão da marca e esse projeto oferece condições de comercializar nossos chocolates na Europa, um mercado com imenso potencial de consumo”, disse.

De acordo com Maurício Manfre, consultor do Sebrae, o maior desafio das pequenas empresas nas exportações não é a parte operacional mas sim a parte comercial do processo. “Encontrar um potencial cliente, chamar sua atenção para seus produtos, negociar e conquistar uma venda é o grande desafio a ser vencido. O projeto em parceria entre a Fieb e Sebrae-BA tem foco específico nos processos de venda internacional”, afirmou.

Vilas-Boas defende tecnologia e experiência de quem produz para a virada no cacau e chocolate
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O médico e cacauicultor Fábio Vilas-Boas, ex-secretário estadual da Saúde, considera o investimento em tecnologias e a aposta na experiência de quem produz como receita para a Bahia conseguir avançar na produção de cacau e chocolate. Para ele, a história do cacau baiano está muito bem representada no Salão do Chocolate de Paris 2021, que começou na última quinta (28) e vai até a próxima segunda (1º).

Para Fábio Vilas-Boas, a balança comercial impõe o desafio de expandir o beneficiamento do cacau em solo brasileiro. “A gente precisa exportar a produção interna com o máximo de valor agregado, fortalecer a economia da região cacaueira e gerar empregos. Isso passa por ajudar a resolver a questão da dívida dos cacauicultores, assim como oferecer apoio técnico e financeiro para a modernização da lavoura”, aponta.

Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Chocolate, Amendoim e Balas (Abicab), o Brasil produziu 757 mil toneladas de chocolate e exportou 29,6 mil toneladas do produto em 2020, com receita de US$ 100,6 milhões. Já as importações somaram 16 mil toneladas ao custo de US$ 114,2 milhões.

Acompanhado de produtores da Bahia, Rui visitou sede da Dubai Multi Commodities Center
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No último dia de agendas no exterior, o governador Rui Costa visitou nesta quinta-feira (28), acompanhado de produtores do agronegócio baiano, a Dubai Multi Commodities Center (DMCC), especializada na importação e exportação de produtos agrícolas dos Emirados Árabes. Rui conheceu a unidade de processamento de café, que compra, avalia, empacota e exporta o produto de várias partes do mundo. A empresa vai iniciar um processo semelhante com o cacau baiano, produzido em Ilhéus.

“Nós produzimos o melhor cacau do Brasil e eles estão muito interessados em começar o processamento do cacau baiano. Vamos aproveitar e mandar para eles outros produtos, como algodão, castanha de caju e o café gourmet, que também têm muito potencial e são de extrema qualidade”, afirmou Rui.

O CEO da DMCC, Ahmed Bin Sulayem, disse que a primeira amêndoa de cacau que será processada por eles será baiana. “Estive em Ilhéus e conheci o sistema cabruca de plantação, que é incrível. Contamos com a Bahia para essa parceria comercial com o cacau”, explicou.

Ainda nesta quinta-feira (28), o governador terá uma reunião com a Sinoma, fabricante chinesa de pás eólicas usadas na produção de energia limpa. Será a última agenda desta missão internacional que começou no dia (18) e já passou pela Alemanha, Cazaquistão, República Tcheca e está sendo encerrada nos Emirados Árabes.

Dona da marca Cacau do Céu, Marcela Carvalho está na lista da Forbes Brasil
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Marcela Monteiro de Carvalho, de Ilhéus, está na lista das 100 Mulheres Poderosas do Agro, da revista Forbes Brasil. Dona da marca Cacau do Céu, Marcela é produtora de cacau e chocolate no sul da Bahia. Na lista, a Forbes procurou selecionar representantes do movimento de mudança no campo, mesmo que o trabalho seja realizado a partir das cidades.

Para chegar aos 100 nomes, a Forbes foi a campo pesquisar, perguntar, buscar orientação de lideranças e também resgatar informações de reportagens especiais. São mulheres que se destacam em diferentes setores do agronegócio: elas estão presentes na produção de alimentos de origem vegetal e animal, na academia, na pesquisa, nas empresas, em foodtechs, em consultorias, em instituições financeiras, na política, nas entidades e nos grupos de classe e, mais do que nunca, nas redes sociais.

CLIQUE E CONFIRA A LISTA FORBES +100

A marca Cacau do Céu foi criada em 2008 e segue sua produção na linha tree to bar (da árvore à barra) e bean to bar (do grão à barra). Em 2020, Marcela Monteiro de Carvaho foi destaque da 5ª edição da campanha #MulheresRurais, a mais recente realizada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), com o objetivo de dar visibilidade às mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes, ressalta a Forbes ao publicar o perfil de Marcela.

Marcela na lista, por ordem alfabética, da Forbes Brasil: “lisonjeada e honrada”

Em 2019 e 2021 a Cacau do Céu foi finalista do Prêmio Brasil Artesanal Chocolates, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A Cacau do Céu, que possui uma loja no centro de Ilhéus, já é comercializada no Brasil. “Antes de tudo quero dizer que me sinto lisonjeada e honrada em participar do seleto rol de mulheres que compõem o agronegócio brasileiro, e isto fica mais evidenciado quando parte da Forbes, que é, sem dúvida, a mais conceituada revista de negócios e economia do país”, disse Marcela. Redação com Cacau&Chocolate.

Félix Júnior e economistas criticam pressão dos bancos por elevação da taxa de juros || Foto Divulgação
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Projeto apresentado nesta quinta-feira (7) na Câmara Federal pelo deputado Félix Mendonça Júnior (PDT) altera a Lei 10.833, de 2003, para reduzir a zero a contribuição do PIS/PASEP e do Financiamento da Seguridade Social (Cofins) incidentes sobre a receita bruta na venda de cacau de categoria superior e de suas respectivas preparações. A medida, segundo o parlamentar, busca ajudar os produtores neste momento de retomada da economia.

De acordo com o texto, a isenção caberá à categoria superior classificada como de “alto padrão de qualidade” na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi). Para tanto, o benefício será concedido ao produtor que receber do órgão ambiental federal competente o Selo Verde Cacau, mediante solicitação do cacauicultor. O selo é fruto de um outro projeto recentemente aprovado no Senado, também de autoria de Félix, e que, por ter sido modificado, voltou a tramitar na Câmara.

Para o pedetista, a medida vai recolocar o Brasil como o maior produtor de cacau no ranking mundial. “Diversas são as razões para que um país que já foi o maior produtor e exportador global desse produto hoje amargue a sétima colocação no ranking mundial de produtores de cacau, estando atrás de Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Nigéria, Equador e Camarões. Temos adotando iniciativas para mudar isso”, ressaltou.

Secador alternativo, criado por pesquisador da Uesc, é movido a energia solar
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O professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Jorge Sales, criou um secador para o fruto que promete revolucionar o modo com que produtores secam as amêndoas do cacau. Com a inovação, o pesquisador busca agilidade, eficiência e economia para o processo de produção e colheita do cacau. O projeto teve apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), órgão ligado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Patenteado pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e em fase final de testes, o secador de amêndoas alternativo, movido a energia solar, é uma alternativa mais barata para os agricultores. “O nosso principal benefício é que o secador seja de fácil acesso para o agricultor carente. Assim, ele terá acesso a uma tecnologia de baixo custo, que pode aumentar a qualidade do seu produto como o cacau”, explicou o pesquisador.

A ideia surgiu em 2011 após um produtor rural apresentar problemas no processo de secagem do cacau. “Na busca de financiamento, escrevi projetos para bolsas de iniciação científica e Mestrado em Modelagem Computacional na Uesc. Depois, fui criando os modelos matemáticos e computacionais e, com os resultados obtidos, construímos um protótipo que validou o modelo”, detalhou o professor, que é doutor em física nuclear pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (Ita).

Outro ponto importante que o professor destacou é que o secador de cacau vertical ajuda a economizar energia elétrica e lenha das fazendas dos agricultores, pois o conceito tradicional dos outros secadores de estufa (Barcaça) satisfaz apenas uma necessidade do profissional.

“A disposição vertical economiza material e mão de obra de montagem, posto que o custo de cobertura é bem maior do que o de paredes verticais, que predominam no presente modelo. Constituído por uma torre, o secador foi limitado em quatro metros por motivos operacionais e de segurança, e mais 80 centímetros da cúpula de convecção de calor”, conta.

Segundo Jorge, o modelo traz outro grande diferencial dos demais secadores já existentes no mercado, que é o tempo de secagem. “Na secagem tradicional (barcaça), o processo demora entre cinco a sete dias em média. No nosso projeto, temos a possibilidade de conclusão entre três e quatro dias. Outra vantagem em relação à barcaça é que o secador vertical não tem contaminação de agentes externos como fezes de pássaros, fuligem carregado pelo vento e contato com ação humana”, finalizou.

Marco Lessa comanda expedição por seis estados brasileiros || Foto Divulgação
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Começou hoje (8) uma expedição dos organizadores do Chocolat Festival por municípios de seis estados brasileiros. Buscam promover o cacau e o chocolate produzidos no país, e planejar novas edições do evento. Entre os municípios interessados em realizar o festival estão Urubici, em Santa Catarina, famoso por abrigar o local mais frio do Brasil; Altamira, no Pará, atualmente o maior produtor de cacau do país, além de Linhares, principal cidade cacaueira do Espírito Santo.

“Além desses três estados, iremos nos reunir com autoridades locais na Bahia, São Paulo e em Brasília para firmarmos protocolos de intenções e iniciarmos o planejamento das próximas edições, previstas para o início de 2022”, afirma Marco Lessa, idealizador do evento e quem está à frente da expedição.

Lessa foi eleito em 2015 e em 2018 uma das 100 personalidades mais influentes do agronegócio no Brasil pela Revista Dinheiro Rural por conseguir agregar, valorizar e divulgar a cultura do cacau e a produção artesanal de chocolate de origem brasileira.

CHOCOLAT FESTIVAL

O Chocolat Festival – Festival Internacional do Chocolate e Cacau é considerado o maior evento do setor na América Latina e acumula 19 edições presenciais já realizadas entre Bahia, Pará e São Paulo. Os interessados no segmento podem acompanhar a missão pelas redes sociais, nos perfis @chocolat.festival, @marcolessa360 e @grupom21 do Instagram.

Cacau ainda é a principal divisa econômica da agropecuária do sul da Bahia
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O Brasil situava-se entre os líderes do ranking mundial de produtores de amêndoas de cacau, uma das principais matérias-primas para a fabricação do chocolate, nos anos 1980. Atualmente, o país ocupa a sétima posição e a pesquisadora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Natasha Lopes, acredita que um dos motivos para esta queda esteja entre as pragas enfrentadas pelas plantações cacaueiras, entre elas a vassoura-de-bruxa.

Causada por um fungo, a doença, que é responsável por diversos impactos socioeconômicos, preocupa a população do sul da Bahia até hoje, mas o problema pode ter encontrado uma solução. Ou, ao menos, uma medida de contenção mais eficaz. Natasha fez estudo para investigar o potencial biotecnológico de uma proteína modificada do próprio cacau para combater esta doença. A boa notícia para produtores é que testes em laboratório já indicaram a possibilidade de inibir o fungo.

Natasha ressalta que desde a chegada da vassoura-de-bruxa no sul da Bahia os cacauicultores têm sofrido grandes perdas. “Embora existam alguns métodos de controle, a doença ainda causa perdas anuais na produção das amêndoas de cacau, o que prejudica a produção do chocolate. O nosso produto irá beneficiar os pequenos produtores da Bahia que ainda são responsáveis pela maior parte da produção nacional”, disse a pesquisadora.

REDUÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Segundo a pesquisadora, atualmente existe um produto para controlar a doença, desenvolvido a partir do extrato de outro fungo, o Trichoderma, mas que o principal diferencial do trabalho desenvolvido por ela está em utilizar uma única molécula própria do cacau para proteger a plantação. “Este diferencial é de grande importância, pois limita os impactos ao meio ambiente e reduz a probabilidade do nosso produto interferir em outras características das amêndoas de cacau”, completou.

A cientista explica como funciona a ação do biofungicida. “A proteína modificada do cacau tem atividade antifúngica contra M. perniciosa, via internalização da proteína pelo fungo, gerando estresse oxidativo nas suas hifas e, consequentemente, queda em sua viabilidade. Assim, propomos a produção de um fungicida à base dessa proteína, que irá atuar de forma precisa em dois estágios cruciais do desenvolvimento do fungo, na fase de infecção e na fase anterior à formação dos basidiósporos, a única forma de disseminação do fungo, diminuindo sua incidência nas plantações de cacau, sem causar impactos ao meio ambiente”, declarou.

CONTROLE DO FUNGO

De acordo com Natasha, sua equipe sempre teve um incômodo a respeito de como o conhecimento desenvolvido na pesquisa, dentro das universidades no Brasil, e o investimento público nesse setor, retornam à sociedade. “A nossa inspiração partiu da ideia de aplicar o conhecimento que produzimos no laboratório de forma prática. Como consequência, daríamos um retorno àqueles que muitas vezes desconhecem a relevância do nosso papel social como cientistas. Além disso, a molécula escolhida para compor o biofungicida é o meu objeto de estudo e, ao observar seu potencial, percebemos que poderíamos explorá-la para outras modalidades de controle da doença em prazos mais curtos”, finalizou.

Barry Callebaut planeja investimento de mais de R$ 120 milhões no sul da Bahia
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A Barry Callebaut assinou protocolo de intenções com o governo baiano para investir R$ 121 milhões em suas unidades em Itabuna e em Ilhéus, sul da Bahia, gerando 86 novos empregos. Nas plantas instaladas na região, a empresa produz cacau em pó, manteiga, líquor e torta de cacau.

Segundo explicou Alexandre Martinez, diretor financeiro da Barry Callebaut para a América do Sul, a empresa vai manter sua capacidade instalada de moagem de 60 mil toneladas ao ano de amêndoas de cacau e incrementar o faturamento em R$ 350 milhões reais/ano.

“A nossa história com a Bahia iniciou-se em 1999 e estamos comprometidos em continuar esta jornada por um longo período. Estamos certos de que com nossos investimentos e nossa estratégia de sustentabilidade, auxiliaremos o desenvolvimento da produção de cacau da Bahia, bem como o desenvolvimento da indústria e economia locais”, disse Martinez em audiência com o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Nelson Leal.