Mestre Virgílio faleceu hoje, em Ilhéus || Foto Elisa Braga
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Faleceu hoje (17), em Ilhéus, José Virgílio dos Santos, Mestre Virgílio, maior expoente da Capoeira Angola no sul da Bahia. Ele estava internado no Hospital Regional Costa do Cacau desde terça-feira (12), após sofrer Acidente Vascular Cerebral (AVC) e parada cardíaca.

Nascido em Ilhéus, ele foi iniciado na capoeiragem aos 9 anos, em 1944, pelo Mestre Caranha. Também foi discípulo dos Mestres Chico da Onça, Claudemiro, Álvaro, Elíscio, João Valença e Barreto. Formou-se contra-mestre, em 1950, pelas mãos do Mestre João Grande.

Mestre Virgílio dedicou a vida ao ensino da Capoeira Angola || Acervo M. Cabello

Mestre Virgílio fundou, em 2002, a Associação de Capoeira Angola Mucumbo (Acam). Compositor profícuo, lançou, em 2007, o disco de canções autorais Velho Angoleiro: Ladainhas e Corridos.

Pela vida dedicada à arte marcial e à transmissão da cultura afro-brasileira, a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) o concedeu, em 2021, o título de Doutor Honoris Causa.

Mestres João Grande (à esq.) e Virgílio na Roda da Paz, em Ilhéus || Acervo M. Cabello

Formou centenas de alunos. Além do trabalho na Mucumbo, ensinou a Capoeira Angola em projetos sociais ligados ao Teatro Popular de Ilhéus e ao Terreiro de Matamba Tombenci Neto. No próximo dia 26 de junho, Mestre Virgílio completaria 90 anos.

Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento. Assista, abaixo, à reportagem da TV Uesc sobre a trajetória do Mestre Virgílio.

Mestre Virgílio está na UTI do Hospital Costa do Cacau
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Mais antigo representante da velha guarda da Capoeira Angola em Ilhéus, José Virgílio dos Santos (Mestre Virgílio), de 89 anos, sofreu Acidente Vascular Cerebral (AVC) e foi internado em leito de terapia intensiva do Hospital Regional Costa do Cacau.

De acordo com a Associação de Capoeira Angola Mucumbo, ele deu entrada no Hospital na última terça-feira (12) e tem quadro de saúde estável.

“Que Deus, todos os orixás e nossos ancestrais possam estar ao lado do Mestre, e promover uma recuperação plena, para que, em breve, ele possa estar de volta ao convívio com seus familiares, discípulos, comunidade da capoeira e da cultura em geral”, diz a nota divulgada pela Mucumbo nesta sexta-feira (15).

Paulo Magalhães, o contramestre de capoeira angola "Sem Terra"
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Paulo dedica-se à capoeira angola há 22 dos seus 41 anos e abriu um espaço para o ensino da modalidade em Ilhéus, no sul da Bahia. As aulas ocorrerão às terças e quintas-feiras, sempre às 19h, na academia A.rrisca, localizada no Jardim Pontal.

Jornalista, mestre em Ciências Sociais e doutor em Cultura, Paulo Andrade Magalhães Filho é um estudioso da arte-luta que pratica. Elementos significativos das suas pesquisas estão registrados nos livros Jogo de Discursos: a disputa por hegemonia na tradição da capoeira angola baiana e Capoeira da Bahia, histórias, territórios e trajetórias, que foi lançado na última quarta-feira (24).

Paulo nasceu em Ilhéus, mas teve seu primeiro contato com a capoeira na vizinha Itacaré, em 1989, com o mestre Jorge Rasta, atual coordenador da Casa do Boneco, o Quilombo D’Oiti. Dez anos depois, foi morar em Belo Horizonte para estudar Comunicação Social na UFMG e passou a treinar com o professor Murcego, então aluno do mestre Zé Paulo, do Grupo Raízes – Cordão de Ouro.

“CONVERSÃO”

Ainda em Minas Gerais, Paulo Magalhães acompanhou Murcego no que chama de “conversão à capoeira angola”, iniciados pelo mestre João Bosco. Segundo o ilheense, esse é o estilo mais tradicional de capoeira, com ritmo mais compassado. “É um diálogo corporal de perguntas e respostas. Jogo, dança, luta, ritual, a capoeira angola potencializa condicionamento físico, autocontrole, musicalidade, além de uma conexão mais profunda com nossas raízes culturais, e pode ser praticada por pessoas de todas as idades”, acrescentou.

De volta à Bahia, Paulo treinou com o mestre Virgílio, lenda viva da Associação de Capoeira Angola Mucumbo, de Ilhéus. Há cinco anos, formou-se contramestre de capoeira angola pelas mãos do mestre Pelé da Bomba.

O apelido é um dos símbolos importantes do universo cultural da capoeira. O de Paulo é Sem Terra. Ganhou a alcunha em 2007, como referência à militância no núcleo de comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

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Mestre Roxinho participa de roda de conversa na Uesc || Foto Divulgação
Mestre Roxinho participa de roda de conversa na Uesc || Foto Divulgação
“Capoeira Angola para o desenvolvimento comunitário e social para criança e adolescente em vulnerabilidade” é o tema da roda de conversa que será promovida pelo núcleo de Estudos Afro-Baianos Regionais (Kawé), da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). O evento ocorrerá nesta quarta-feira (2), com Edielson Miranda, o “Mestre Roxinho”.

A Roda de conversa será realizada na Sala de Multimeios (2203) do curso de Comunicação, no Pavilhão Adonias Filho, da UESC. Edielson Miranda “Mestre Roxinho” é capoeirista há 38 anos, formado em Desenvolvimento Comunitário (Community Work Development), Tafe Sydney Austrália. Atualmente, está cursando bacharelado em Desenvolvimento Humano e Comunitário (Community Service and Human Welfare), pela Charles Sturt University, em Wagga Wagga, Austrália.

Há 20 anos, o Mestre Roxinho está trabalhando com Capoeira Angola como instrumento social e educativo, no Brasil e no exterior. Ele é o fundador do projeto Bantu, em Salvador.