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O juiz federal Evandro Reimão dos Reis concedeu liminar na ação proposta pelo deputado federal Jorge Solla (PT-BA) proibindo o Ministério da Saúde a ameaçar usar a Lei de Segurança Nacional contra servidores. O juiz determinou que fossem revogados todos os acordos de confidencialidade que os servidores foram forçados a assinar, sob ameaça de receberem punições com base na lei, editada durante a Ditadura Militar.

“Cabe à administração, tendo conhecimento da prática de eventual infração disciplinar, adotar as providências cabíveis e não, de forma estranha, implantar admoestação genérica para infundir temor constrangedor ao corpo funcional despido de apoio legal”, destacou o juiz federal.

O juiz federal também proibiu a distribuição das cartilhas que ameaçavam punições a críticas de servidores em redes sociais. “Supõe-se que todos os servidores do Ministério da Saúde tenham conhecimento dos seus deveres e obrigações funcionais, motivo porque desnecessária a publicação das denominadas “dicas” que aparenta incutir severidade e temor nos funcionários, igualmente”, completa.Leia Mais

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censura1Oficiais da Polícia Militar em Ilhéus foram denunciados pelo Blog do Gusmão por intimidação com ameaça de prisão ao repórter Thiago Dias. A ameaça ocorreu pessoalmente e por meio de ofício, segundo 0 site. A denúncia é feita contra o major Rivas Júnior e o subtenente Romulo Rego, ambos da 70ª Companhia.

As ameaças, informa o blog, ocorreram após abertura de sindicância motivada por matéria denunciando favorecimento da PM a guincho contratado pelo Governo Jabes. O relato a seguir é do editor do site, Emílio Gusmão, e dá a dimensão da gravidade da conduta dos policiais militares:

“No dia 12 de novembro, depois de ligar para o repórter Thiago Dias e solicitar seu endereço, o subtenente entregou ofício que solicitava a presença do repórter na sede da companhia no dia 19 de novembro. Seguindo orientação de advogados e do editor Emilio Gusmão, Thiago decidiu não comparecer. Ontem (segunda-feira, 23), Romulo voltou a ligar. Alegou que estava sendo obrigado a repetir o “rito”, ou seja, queria notificar novamente o repórter. Thiago explicou que o militar causaria constrangimento a ele e aos seus familiares caso retornasse à sua residência. O militar de maneira insensível retrucou dizendo que estaria à sua porta “em meia hora”. A atitude lembrou os tempos do regime de exceção.

Trouxe novo ofício. No texto o subtenente se comportou como juiz de direito. De maneira surpreendente, utilizou procedimentos da justiça criminal e afirmou que a recusa em depor poderia gerar no mínimo 15 dias de prisão ao repórter. No lugar da farda colocou uma toga invisível e citou trechos do código penal que reproduzimos aqui: “Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento […], assim como a sua falta reiterada pode ensejar o crime de desobediência. Desobedecer a ordem legal de funcionário público: pena – detenção, de quinze dias a seis meses, e multa”.

Antes de entregar o segundo ofício, durante o telefonema, Romulo disse que o repórter não poderia se “eximir” de testemunhar. Em seguida, em outra chamada, afirmou ao editor que não havia alegado tal obrigação. Logo depois o subtenente voltou a exigir a presença de Thiago Dias na sede da 70ª CIPM para “contribuir” com a investigação.

O editor do blog já havia falado com o Major Rivas no dia 13 de novembro. Informou ao comandante da 70ª que qualquer publicação do blog era de sua responsabilidade, não cabendo qualquer ônus ao repórter. Mesmo cientes dessa informação, os oficiais insistiram em convocá-lo.

Os oficiais querem arrancar uma informação cujo caráter sigiloso é garantido constitucionalmente. No ofício que enviamos ontem à companhia e para o qual ainda não obtivemos resposta, esclarecemos que não temos mais nada a contribuir com a sindicância. Tudo que sabemos foi publicado na matéria. A mesma justificativa foi dada por Thiago Dias em duas conversas presenciais com o subtenente Romulo.

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censuraO radialista Luck Rei foi demitido da Conquista FM. Coincidência ou não, o profissional levou cartão vermelho após criticar a falta de apoio do Governo de Jabes Ribeiro ao Colo-Colo.
– Fiz o comentário na quinta e fui demitido na sexta -disse Luck ao PIMENTA.
No programa, Luck defendia o apoio financeiro da prefeitura ao Tigre Ilheense, líder da Série B de Futebol. E lembrou que mais torcedores não vão ao estádio porque o time está jogando às 15h. “O sol castiga quem fica na geral”.
Os jogos têm começado mais cedo no Mário Pessoa, porque o estádio está sem refletores desde o ano passado. O gradeado das torres de iluminação foi condenado pelo Corpo de Bombeiros durante vistoria em 2013. De lá para cá, nada mudou…

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Jamesson Araújo condena boicote ao seu site
Jamesson Araújo condena boicote ao seu site

O editor do site Agravo, de Ilhéus, Jamesson Araújo, acusa o governo ilheense de promover boicote à sua página virtual. Segundo Araújo, há quatro meses tem sido impossível acessar o Agravo nos computadores das repartições públicas municipais.
O responsável pelo site diz ter solicitado uma análise especializada, que confirmou o bloqueio em parecer técnico. De acordo com ele, além de barrar o acesso nos computadores dos órgãos públicos municipais, a empresa que fornece serviço de internet à Prefeitura foi além e estaria impedindo também que seus demais clientes vejam o site.
O editor afirma que esteve nesta quinta-feira (21) na Prefeitura e ouviu vários servidores se queixando da impossibilidade de abrir a página do Agravo. “Num país democrático, essas práticas têm que ser extintas, principalmente em relação à imprensa”, pondera Araújo.

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Gil, Caetano e Chico Buarque encabeçam movimento que defende censura às biografias
Gil, Caetano e Chico Buarque encabeçam movimento que defende censura às biografias

Carolina Gonçalves | Agência Brasil

A Câmara dos Deputados pode avançar hoje (23) na votação do projeto de lei que libera as biografias não autorizadas. O deputado Newton Lima (PT-SP), autor do projeto que prevê a publicação desse tipo de obra independente da autorização da pessoa biografada ou da família, conseguiu convencer os líderes partidários a votar a urgência da matéria.

Com a aprovação da urgência para o projeto, ele passará a ter prioridade na pauta da Câmara. A intenção é votá-lo antes do dia 28, quando as votações em plenário ficam trancadas pelo projeto do Marco Civil da Internet. Mas existe a possibilidade de o projeto ser votado ainda hoje, logo depois da aprovação da urgência.

Para garantir que o texto avance, Lima precisou ajustar pelo menos uma recomendação. Diante do temor de que a retirada de autorização abrisse espaço para publicações de fatos ofensivos, calúnias e difamações, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou uma emenda que altera o rito judicial para retratação nesses casos.

Para Newton Lima, a emenda soluciona a principal polêmica do texto. “Pode ser que uma obra traga informação ofensiva e a Justiça é muito lenta. Isso dará maior celeridade nesses casos”, concordou o autor, que vai apresentar hoje um texto com a nova adaptação, sabendo que, em plenário, mais deputados ainda podem apresentar emendas.

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Manu BerbertManuela Berbert | manuelaberbert@yahoo.com.br

 

A cada declaração concedida por vocês e a cada matéria que leio sobre o tema, a sensação é de frustração.

 

Eu poderia começar essa carta comentando o quanto admiro (embora de formas diferentes) o trabalho e história de cada um de vocês, ou relatando o quanto os três foram e são importantes para a cultura brasileira, mas prefiro ir diretamente ao assunto: acompanhando essa polêmica toda em que vocês se colocam contra as biografias não autorizadas de personalidades públicas, a primeira palavra que vem à mente é INACEITÁVEL.

Perdoe a intimidade, Gil, mas é como se aquela doce e paciente professora que me alfabetizou, ainda na infância, agora dissesse que eu não sei escrever.  A cada declaração concedida por vocês e a cada matéria que leio sobre o tema, a sensação é de frustração. Eu não posso aceitar que os meus guerreiros do Tropicalismo, que lutaram pela liberdade de expressão no final da década de 60, sob o massacre de uma ditadura militar, agora lutem contra o direito de acesso a suas fascinantes histórias. É inaceitável.

Não, eu não sou contra o direito à privacidade, Caetano, e concordo quando você diz que a lei deve servir para todos, mas é preciso ser coerente e admitir que um cidadão, ao optar por seguir uma carreira pública, deve estar preparado emocionalmente para os ônus e bônus que ela possa lhe proporcionar. Perdoe a minha audácia, mas eu não posso aceitar que vocês, que me fizeram acreditar que a liberdade de expressão deve ser ampla e irrestrita, agora estejam fomentando uma discussão sobre privacidade alegando direitos autorais.

Mas e aí se alguma dessas biografias lhes causarem constrangimento? Assim como qualquer cidadão brasileiro, recorram à justiça e lutem pela punição dos envolvidos. Cada um que arque com as responsabilidades dos próprios atos. Vocês esqueceram o que é democracia? Sugiro que recorram aos próprios acervos, leiam e assistam suas próprias entrevistas. Aqui para nós, ninguém jamais ousou falar em democracia melhor que vocês nestas últimas décadas. Impedir biografias, nobres ídolos, é como retroceder e pedir que o Brasil esqueça, inclusive, a trajetória que os faz importantes e famosos até hoje.

Manuela Berbert é publicitária e colunista do jornal Diário Bahia.

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O secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Itabuna, Carlos Veloso Leahy, promoveu cena das mais lamentáveis deste início de campanha eleitoral. Por volta das 13h, insatisfeito com o conteúdo de entrevista concedida pelo prefeito Capitão Azevedo ao PIMENTA, Leahy partiu para a censura contra um dos jornalistas deste blog.

Fez pior.

Extremamente nervoso e aproveitando-se da vantagem física, forçou o profissional a lhe entregar a gravação. A entrevista apenas abordava os pedidos de impugnação sofridos pela candidatura de Azevedo.

O prefeito tratou do assunto sem objeções e foi respeitoso com a nossa equipe. Nada justificava a atitude arrogante e prepotente do senhor Carlos Leahy, que reduziu a própria biografia de empresário e secretário a leão de chácara sem causa.

Após tomar o aparelho do jornalista, Leahy sumiu e somente entregou o equipamento por volta das 18h30min, depois de várias ligações da direção do blog.

Ele foi além da intimidação física e a pressão psicológica praticada contra um profissional com mais de 30 anos de estrada e respeitado. Com o gravador em mãos, Leahy simplesmente deletou a entrevista. Após a devolução, o secretário saiu em disparada quando constatamos que o conteúdo havia sido apagado.

A ação de Leahy, que também se apresentou como coordenador do comitê eleitoral da campanha, é incompatível com os novos tempos democráticos. Incompatível, inconcebível e inaceitável para quem é homem público e diretor comercial e sócio de uma emissora de rádio em Itabuna.

A atitude descabida do secretário-coordenador de comitê exige da campanha do prefeito um posicionamento público firme quanto ao ocorrido. Ou corre-se o risco de manchar a candidatura e um nome que – até onde sabemos – sempre respeitou a liberdade de imprensa.

Carlos Leahy, no círculo, coagiu repórter e deletou entrevista de prefeito (Foto Pimenta).
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Médico não quer repórteres entrevistando pacientes e acompanhantes dentro do hospital

Ouvido pela reportagem do PIMENTA, o médico Cristiano Conrado, diretor médico do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães, de Itabuna, confirmou ter dado voz de prisão ao repórter Hélio Fonseca, da Rádio Difusora. O fato ocorreu na manhã de ontem (9) e foi postado no blog.
Segundo Conrado, o repórter estava importunando um paciente no interior do hospital. “Não pode ficar abordando paciente internado. Tem um livro de ocorrência para ter as informações”, declarou o médico. Segundo ele, o trabalho dos repórteres dentro do Hblem vinha ocorrendo de forma errada, “por mau-costume”.
O médico afirmou que, na condição de diretor do hospital, caso ele permitisse a abordagem dos pacientes, poderia sofrer punição por desvio ético e submeteria o Hblem ao risco de um processo civil.
” (Ontem) Eu tinha acabado de falar e, assim que virei as costas, ele (Hélio Fonseca) continuou (falando com acompanhantes de um paciente internado no hospital). Ele me ignorou e me desacatou, por isso lhe dei voz de prisão como funcionário público”, afirmou Conrado, que é também tenente do Exército.
O diretor informou que conversou ontem com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Rádio e Televisão de Itabuna (Stert), Frankvaldo Lima, e está conversando sobre uma forma de criar, dentro do Hblem, um fluxo de informações “de maneira legal”.

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O repórter Hélio Fonseca, da rádio Difusora de Itabuna, entrevistava o acompanhante de um paciente do Hospital de Base na manhã desta quinta-feira, 9, quando foi abordado pelo médico Cristiano Conrado. Este solicitou que o radialista abortasse a entrevista, mas não foi atendido e reagiu de forma inusitada.
Segundo Fonseca, Conrado, que é também tenente do Exército, deu-lhe voz de prisão e solicitou que dois policiais que se encontravam no local (apesar da greve) detivessem o repórter. Passados alguns minutos, os policiais liberaram o funcionário da Difusora sem necessidade de habeas corpus. O médico-tenente, é óbvio, quis apenas dar um susto no rapaz, muito embora sua atitude tenha caráter abusivo.
Em tempo: circulam rumores de que Conrado será candidato a vereador em Itabuna. Como o legislativo municipal tem sido  um frequente cenário de malfeitos, o homem faria bem se exercitasse a prática do “teje preso” entre seus possíveis futuros colegas. Faria o maior sucesso!

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G1 com agências internacionais
O Twitter informou nesta quinta-feira (26) que agora tem a capacidade de bloquear tweets em um país específico – se legalmente for obrigado a tomar tal decisão. A empresa afirmou que desenvolveu um sistema de censura para impedir que mensagens inadequadas para algumas culturas ou países estejam ao alcance dos usuários nos territórios afetados.
Para justificar a medida, os representantes da rede social argumentaram que a ideia de liberdade de expressão é entendida de forma diversa em diferentes pontos do planeta, e citou como exemplo o fato de que alguns governos, como os de França e Alemanha, proíbem a publicação de conteúdos favoráveis ao nazismo.
“À medida que continuamos crescendo em nível internacional, vamos entrar nos países que têm diferentes ideias sobre os limites da liberdade de expressão”, afirmou o Twitter em seu blog.

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Ruy: "A Câmara sou eu"

O presidente da Câmara de Vereadores de Itabuna, Ruy Machado (PRP), já é chamado a boca pequena nos corredores do legislativo de Luís XIV, o rei que governou a França no século XVIII e, de tão autoritário e centralizador, tornou-se famoso pela frase “L’État c’est moi”. Traduzindo, significa “O Estado sou eu”.
Imitando o monarca francês, o reizinho itabunense implantou a ditadura na Câmara e uma de suas medidas é a de censurar blogs que afetem a sua sensibilidade. Por ordem sua, o acesso a determinadas páginas virtuais na rede da Câmara está terminantemente proibido.
O pequeno déspota age como se a Câmara lhe pertencesse e estivesse sujeita aos seus caprichos. Pior é contar com o silêncio dos outros vereadores, que aceitam todas as machadadas de Ruy sem esboçar reação.

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Ricardo Ribeiro | ricardoribeiro@pimentanamuqueca.com.br
 

Receio dizer que sou contra o projeto de lei estadual 19.203, da deputada Luiza Maia (PT).

 
Já escrevi alguns artigos contra a baixaria generalizada, que intoxica ouvidos voluntários e involuntários na Bahia. Chamam de música, mas não passa de lixo irreciclável, produto sem classificação, feito para quem diz querer curtir apenas o ritmo, sem se importar com a letra, como explica uma adepta enquanto desce até o chão.
Tenho ojeriza a esse detrito cultural que domina há alguns anos o carnaval da Bahia e é tocado em bares, micaretas, festa de largo, quermesse e até em aniversário de criança. É de pasmar ver menininhas inocentes a destrinchar coreografias obscenas, ao som de “Foge, foge, Mulher Maravilha”, “Só as cachorras” ou outra porcaria aviltante do mesmo naipe.
A deputada estadual Luiza Maia (PT), autora de projeto de lei que propõe a vedação de recursos públicos para o patrocínio de eventos onde se promove o culto à baixaria,  já falou que não quer censura. Ela não perdeu a chance de avisar que também é pagodeira, mas pouco adianta. Certamente, a turma acha atrasado e reacionário esse povo metido a besta para quem música de duplo sentido era, no máximo, um “Pagode Russo” (aquela que dizia que “na dança do cossaco, não fica cossaco fora”). Daquela brincadeira maliciosa do velho Lua, a coisa degringolou e não dá para chamar de arte ou qualquer coisa semelhante as melodias pobres que se conjugam com um fraseado chulo, apelativo e sem inspiração.
Ainda assim, receio dizer que sou contra o projeto de lei estadual 19.203, da deputada Luiza Maia (PT). As intenções da parlamentar podem ser as melhores, mas a iniciativa não dará certo e já começou criando um paredão em defesa da fuleiragem.
Um causídico, com embasamento constitucional, afirma que a proposta da petista se traduz em censura prévia, o que é vedado pela lei maior. Produtores da submúsica também já se levantaram, num alto lá contra a deputada, que corre o risco de virar tema de alguma produção misógina das “criativas” bandas que ela pretende boicotar.
Como se vê, o projeto trouxe o lixo para o centro das atenções e os holofotes podem acabar até fazendo bem para a indústria do detrito cultural. Pior ainda é que a intenção da deputada acabe criando em torno de tais “músicas” uma aura de coisa proibida, estimulando a curiosidade e levando muitos incautos a experimentar a droga.
Ops, o assunto era outro. Ou não?
Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA.

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A deputada estadual Ângela Sousa (PSC) conseguiu, por via judicial e em segunda tentativa, censurar o Blog do Gusmão. O site foi obrigado a retirar postagens que tratavam das suspeitas de gatunagem e desvios de dinheiro da Secretaria de Ação Social, quando era comandada por Augusto Macedo, ex-assessor de gabinete da parlamentar.
Ângela havia ingressado com ação no Juizado Especial Cível no ano passado, mas a juíza Raquel François negou o pedido, alegando atentado à liberdade de imprensa e livre manifestação de pensamento. A deputada estadual decidiu entrar com a mesma ação na 3ª Vara Cível. O juiz Jorge Luiz Dias Ferreira entendeu diferente da colega do Juizado Especial e obrigou o blog a retirar três postagens que relacionavam apontavam suspeitas dos desvios de dinheiro na Secretaria de Ação Social para a campanha da deputada.
Editor do blog, Emílio Gusmão disse que retirou as postagens, mas seus advogados já recorreram ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). No primeiro semestre deste ano, o mesmo juiz Jorge Luiz Dias Ferreira já havia imposto censura ao Blog do Gusmão, em processo movido pelo secretário de Serviços Públicos de Ilhéus, Carlos Freitas. A decisão do juiz ilheense foi cassada pelo TJ-BA em decisão da desembargadora Ilza Maria da Anunciação (relembre aqui).

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A censura imposta ao Blog do Gusmão repercutiu na blogosfera baiana e nacional. De Cruz das Almas, o Blog do Recôncavo decidiu solidarizar-se ao blogueiro ilheense e republicou as postagens “proibidas”. O PIMENTA noticiou nesta terça-feira, 15, a decisão da justiça de mandar retirar as notas, sob pena de multa diária de R$ 500,00.

Nesta quarta-feira, 16, o blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, ex-correspondente da Rede Globo em Nova York, noticiou o ataque à liberdade de expressão e reproduziu texto do PIMENTA sobre o fato.

Um dos textos proscritos referia-se de maneira jocosa a um exame de próstata ao qual o secretário de Serviços Públicos de Ilhéus, Carlos Freitas, se submeteu. O juiz afirmou que a postagem foi de mau-gosto e invadiu a intimidade do secretário, autor da ação que resultou na censura ao blog.

Outra postagem “cepada” brincava com a falta de intimidade de Freitas com a língua portuguesa, o que mexeu com os brios do secretário e o deixou profundamente irritado.

O comunicólogo Emílio Gusmão, responsável pela página censurada, diz que irá recorrer da decisão.

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Em Ilhéus, o judiciário acaba de dar uma triste demonstração de descompasso com a liberdade de imprensa, ao patrocinar a censura contra um veículo de comunicação.

O atingido pela tesoura afiada foi o Blog do Gusmão, alvo de uma determinação judicial para retirar notas postadas sobre o secretário de Serviços Públicos de Ilhéus, Carlos Freitas. Este, que já ameaçou ir “no gogó” do blogueiro, demonstra não tolerar nem mesmo as críticas contra o seu pouco domínio do vernáculo.

Freitas, por exemplo, pediu para que o juiz mandasse retirar a nota intitulada “ABC do Valentão”, publicada depois que o secretário enviou mensagem ao blogueiro, exigindo que o mesmo parasse de “imacular” a sua imagem.

Juiz mandou retirar nota que atribuía "erros ortográficos" ao douto Carlinhos Freitas

A nota na qual o blog se refere de maneira bem-humorada ao exame de próstata realizado pelo secretário também não foi poupada. O magistrado a considerou de mau-gosto e declarou que o texto, postado na seção de humor, invade a intimidade do autor da ação. Estranho todos esses dedos (ops!) na hora de tratar de um procedimento que o próprio Ministério da Saúde vem se esforçando para difundir como algo normal e necessário , contrapondo o velho machismo.

Sinceramente, não entendemos como um exame de próstata pode ser enquadrado como algo “íntimo”. Quando chegar a nossa hora, exigiremos profissionalismo total, e (colé, meu rei!) sai pra lá com qualquer espécie de intimidade.

A consideração sobre o gosto duvidoso da nota já descamba para uma avaliação moral e subjetiva, o que dá margem a questionamentos. Afinal, a lei não condena ninguém por ter gosto assim ou assado.

Além do “ABC do Valentão” e da nota sobre o exame de próstata, o blogueiro Emílio Gusmão ainda foi intimado a excluir nota em blog alheio. No caso, foi o texto intitulado “Vixe, começou a varredura”, postado no blog Unidos por Ilhéus.

O blogueiro, diante do peso da determinação judicial (a manutenção das notas resultaria em multa diária de R$ 500,00), acatou a ordem. Mas a mordaça presta um desserviço à sociedade, na medida em que atinge um dos valores mais prestigiados pela Constituição Brasileira: a liberdade de expressão.

Vale enfatizar que todo homem público, o que é o caso de Carlos Freitas, tem o seu direito à intimidade e privacidade bastante reduzido em relação ao cidadão comum. É assim em qualquer país democrático, mas o judiciário em Ilhéus entendeu de modo diferente.

Comediantes em todo o mundo utilizam a política e os políticos como matéria-prima. Imitam, caricaturizam, malham sem dó nem piedade. Quem assume cargo público sabe que está exposto e abre mão, deliberadamente, de parcela de seu lado individual. Há farta jurisprudência que acata esse entendimento.

Pobres comediantes se tivessem que trabalhar em Ilhéus, onde o judiciário acaba de consagrar a censura, o preconceito e o mau-humor.

Detalhe: o exame de próstata é o mais antigo e ainda o único meio eficaz de detectar precocemente o câncer nesta glândula do sexo masculino. Aliás, o tumor maligno da próstata representa a quarta causa de morte por câncer no Brasil.

Para quebrar o tabu – e o gelo, talvez – em torno desse exame, meios de informação e vários programas humorísticos procuram tratar de maneira leve sobre o tema. Um apresentador do CQC, da Band, chegou a se submeter certa vez ao exame diante das câmeras, com o mesmo médico que, por assim dizer, introduziu o indicador no sublutório do tucano José Serra. Na boa!

Finalizando, só para desopilar: segundo um amigo deste blog, o exame de próstata é nada mais nada menos que a única e mais verdadeira forma de inclusão digital.

Abaixo, o exame tratado com bom humor no CQC: