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Mesa de abertura dos eventos na noite da última quarta na Uesc (Foto Divulgação).
Mesa de abertura dos eventos na noite da última quarta na Uesc (Foto Divulgação).

O Ministério Público da Bahia promove até amanhã (26) ciclo de ventos em Ilhéus voltadOs à discussão de direitos humanos, diversidade ética e o Programa O MP e os Objetivos do Milênio. Os eventos começaram na última quarta (23). Os assuntos serão abordados em oficinas, mesas de discussões e palestras no Hotel Praia do Sol e na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc).

Segundo promotor Clodoaldo Anunciação, as atividades “visam discutir, refletir, socializar, estimular e fortalecer os Direitos Humanos”. As discussões são focadas na plataforma desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU), resumida nos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

São três eventos promovidos em associação com instituições e a Uesc: III Congresso Nacional Diversidade, Ética e Direitos Humanos; o I Congresso Integrador Nacional do Programa o Ministério Público e os Objetivos do Milênio; e a XVI Semana Jurídica da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

– Nossa meta, de integrar instituições e pessoas, está sendo alcançada. Conseguimos reunir consagrados representantes do poder judiciário, instituições filantrópicas e educadores, além de ter conseguido grande participação popular. Com essa articulação, unimos a academia com o cidadão, visando potencializar a efetivação dos direitos humanos – disse Clodoaldo.

FEIRA DE SAÚDE NA UESC
Um dos eventos destacados pelo promotor de Justiça é a Feira de Saúde, que ocorre até esta sexta no estacionamento da Uesc. São oferecidos, gratuitamente, serviços em urologia, cardiologia, ginecologia, pediatria, clínica médica, odontologia e nutrição. A feira é apoiada pela Fundação José Silveira, Day Horc, Rota e Santa Casa de Misericórdia de Itabuna. “Essas instituições estão atuando integradamente para garantir mais saúde e cidadania à população de Ilhéus”, comemorou o promotor.

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Idealizar de programa, promotor Clodoaldo Anunciação participou de lançamento em Lauro de Freitas.
Idealizador de programa, Clodoaldo Anunciação participou de lançamento em Lauro de Freitas.

Após experiências exitosas no sul da Bahia, o programa “O MP e os Objetivos do Milênio: Saúde e Educação de Qualidade para Todos” foi lançado ontem em Lauro de Freitas. O objetivo do programa é fiscalizar estabelecimentos de saúde e ensino públicos e assegurar melhor qualidade dos serviços.

“Este programa é de fundamental importância. Recentemente ficou em primeiro lugar na premiação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), na categoria Defesa dos Direitos Fundamentais”, afirma a promotora Ana Paula Brasil Motta, que tocará o programa com a colega Ivana Silva Moreira no município da Região Metropolitana de Salvador.

A cerimônia reuniu autoridades e promotores que contaram experiências do programa em localidades como Entre Rios. Idealizador da iniciativa, o promotor de Justiça Clodoaldo Anunciação também participou da solenidade.

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A MÍDIA EMPOBRECEU A LINGUAGEM

Ousarme Citoaian

É incrível como a imprensa (seguida pelos outros meios de divulgação) abriga e cria novos termos ociosos, que nenhuma falta fazem à boa linguagem. Nos últimos anos, eles (os veículos de comunicação) deram guarida a muitos verbos que só empobrecem a língua portuguesa. “Torna-se incompatível sua atuação [do senador Gim Argello] como relator do orçamento”, pontuou o deputado federal Roberto Freire – é o que diz um jornal de Itabuna, repetindo algum congênere da chamada grande imprensa. Pontuou? Por que “pontuou”? Só mesmo a falta de imaginação para justificar tamanha bobagem.

PREOCUPAÇÕES COM A ESCRITA “BONITINHA”

O Aurélio (que costuma ser generoso com certas invenções gramaticais) não reconhece em “pontuar” o sentido dado na frase. O Michaelis também não, nem tampouco o Priberam (de Portugal). Não fui além, por não ter tempo a perder: “pontuar” significa colocar sinais ortográficos e quase nada mais (o termo é usado também em música, segundo o Aurélio). Logo, seu emprego no caso citado apenas denota a intenção de escrever “diferente”, “bonitinho”, mas sem compromisso com a linguagem de boa qualidade. O tal deputado não “pontuou” nada, apenas falou, disse, opinou ou coisa que o valha.

A SOFISTICAÇÃO NOS CONDUZ À INDIGÊNCIA

O ABC do Jornalismo ensina que a linguagem desse meio precisa ser direta, objetiva, clara, as palavras escolhidas com rigor técnico, porém simples, próximas da linguagem cotidiana, mas fiéis à norma culta. Ao tentar sofisticar-se, o texto jornalístico, ao contrário de atingir esse objetivo equivocado, cai na indigência e depõe contra quem o produziu. Entende-se que simplicidade (também concisão, objetividade, elegância e clareza) é meta a ser perseguida, não evitada pelo redator. A discussão sobre o paupérrimo “pontuar” nos tomou o tempo da apreciação de outros verbos. Fica para depois.

JOVENS E ANTIGAS TARDES DE AUTÓGRAFOS

Espero que minhas gentis leitoras (e leitores!) jamais tenham vivido a experiência de uma tarde de autógrafos, do lado de quem assina o livro.  O que digo? Não tarde, mas noite, pois já não se autografa à luz do sol, que esta é usada para atividades menos “poéticas”, como o ganho honesto do pão diário – solidificando a idéia já antiga de que essas filigranas intelectuais são coisas de desocupados. Entre parênteses, lembrar que o pai do poeta Telmo Padilha costumava dizer ao autor de Anjo apunhalado que literatura não é coisa de gente séria, melhor seria “trabalhar”. Acordemos, então, que são noites (e não tardes) de autógrafos. E que mais parecem de torturas.

ATÉ AMIGOS SE TRANSFORMAM EM ESTRANHOS

Um autografador (penso que o termo foi inventado agora) é um ser absolutamente solitário em meio à festa de lançamento, sentado à mesa, constrangido com a fila que se faz à sua frente, não raro com um sorriso descorado dirigido a cada possível (futuro) leitor. Estes, os leitores, parecem guardar entre eles uma característica que os identifica: são torturadores, embora utilizem métodos diferentes. Uns brincam com o autor, evitando dizer o nome, ou levá-lo escrito num papelzinho, o que é a prática mais comum. “Ele me conhece demais!” – dizem à pessoa encarregada de fazer esta anotação importante, e a convencem de que são mesmo velhos amigos do pobre escritor.

ALBERT EINSTEIN E A FILHA DESCONHECIDA

E são. O problema é que este disso já não tem mais notícia, tão apavorado se sente, a ponto de olhar antigos companheiros fazendo aquela cara de que “eu o conheço de algum lugar” – mas o nome, que é bom, cadê? Conta-se que Einstein (aquele mesmo!) estava numa tarde de autógrafos, quando chegou a vez, na fila, de uma simpática mocinha, com o livro para ser autografado. O cientista a reconheceu (de alguma forma), coçou a cabeleira, mas não conseguiu dali tirar o nome daquela pessoa, que lhe parecia muito familiar. Envergonhado, com um sorriso sem graça, lhe diz: Desculpe. Não me lembro do seu nome… E ela: Bobagem, papai. Escreva apenas “para minha filha…”.

USE O DICIONÁRIO E DURMA TRANQUILAMENTE

No começo do mês, chamamos a atenção para a armadilha em que caíra a Direc-06 (Ilhéus), ao confeccionar um cartaz eivado de boas intenções, mas com um chute nas chamadas partes pudendas da gramática portuguesa: “Bem Vindos”, em vez de “Bem-Vindos”. Erro crasso, grosseiro, palmar? Nem tanto, nem tanto, pois é difícil encontrar neste vasto país alguém que saiba, de verdade, usar o hífen. “Hífen não é sinal, é castigo de deuses mal-humorados”, costumo dizer, com o dicionário em punho. E acabo de revelar meu segredo: contra hífen, dicionário é o melhor remédio. Vá lá e fique livre de perder o sono após escrever um texto.

DIREC-6 AGE COM DISCRIÇÃO E HUMILDADE

Isto é para dizer que a Direc-06 retirou o cartaz logo após nosso comentário e, com igual discrição, o recolocou esta semana, corrigido. Esta coluna rejeita sentir-se responsável pela mudança, porém não resiste em festejar a humildade com que o agente público recebeu nossa crítica, e a agilidade com que reconheceu o equívoco e tratou de repará-lo. O escritor sergipano Gilberto Amado (que vem a ser irmão do “itabunense” Gileno e tio do “ilheense” Jorge) fez uma frase que me guiou pela vida inteira (mesmo antes de conhecê-la): “Sem dicionário, não posso escrever”. Habituar-se a, frente à dúvida, levá-la ao dicionário me parece um conselho sensato.

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COLUNA É REPRODUZIDA NO MP CIDADANIA

A partir da semana passada, o Universo Paralelo passou ser reproduzido no site MP Cidadania, do Ministério Público Estadual, por iniciativa do promotor Clodoaldo Anunciação (foto). Após entendimentos com o Pimenta, o MP passa a utilizar, no todo ou em parte, a seu exclusivo critério, e sem custos, o material aqui publicado. O promotor faz doutorado em Direito Internacional na Sorbonne, em Paris (de onde nos segue) e neste momento se encontra em Itabuna, de férias, em visita a familiares, colegas e amigos. “Sou leitor assíduo da coluna e não escondo minha admiração pelo trabalho do seu autor”, afirmou Clodoaldo Anunciação. Merci.

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BETHÂNIA DESCONSTRUIU ORESTES BARBOSA

Sílvio Caldas, que fez a melodia de Chão de estrelas para uma letra de Orestes Barbosa, não acreditava nessa canção, por ter os versos todos em decassílabos. Enganou-se. Chão de estrelas transformou-se numa espécie de hino da MPB e ainda teve um verso eleito por Manuel Bandeira como o mais belo da poesia brasileira: “Tu pisavas nos astros, distraída…”. Maria Betânia não decorou a letra corretamente e mudou para estranhas onze sílabas um dos versos, o sétimo: “Meu barracão no morro do Salgueiro” ficou “Meu barracão no morro do Salgueiro”. Crime inafiançável contra a métrica .

NOEL E A (INOCENTE) SALADA PRONOMINAL

A mesma Betânia gravou em 1965 uma seleção de Noel Rosa (deixando Araci de Almeida enciumada), quando deu umas cacetadas no Poeta da Vila: o verso (Último desejo) “Nunca mais quero o seu beijo” foi transformado em “Nunca mais quero o teu beijo”. E antes que sobre mim caiam de pau os linguistas permissivos, lembro que Noel era letrista do modelo clássico, que nunca poria no mesmo samburá os pronomes você e teu: “Perto de você me calo/ Tudo penso, nada falo… Nunca mais quero o seu beijo…”. Os professores antigos, formais, identificavam essa mistura de você e teu como “salada pronominal”.

ATENTADO CONTRA O ARTISTA E A HISTÓRIA

Em outra faixa, Betânia investe contra Feitio de oração: “Por isso agora/ Lá na Penha vou mandar” foi alterado para “lá pra Penha…”;  “E quem suportar uma paixão/ Sentirá que o samba então/ Nasce do coração transformou-se em “Nasce no coração”. E nem me venham dizer que essas alterações não agridem o sentido do texto. Embora isto seja verdadeiro, a obra literária, para o bem ou para o mal, há de ter preservada na forma como foi concebida. Mudá-la, à revelia do autor, é uma intervenção abusiva e autoritária, um atentado indefensável contra a arte, o artista e a história. Isto se não for  apenas burrice.

EMÍLIO SANTIAGO E AS ROSAS QUEIXOSAS

Sendo a gravação de música um trabalho coletivo, fica difícil entender que não surja nem uma só pessoa na equipe para dizer “alto lá!” e evitar as pedras comumente atiradas contra os letristas. Demos aqui, por motivos óbvios, só uma pequena amostra. E mesmo com as limitações de espaço, vai mais uma: Emílio Santiago, ao gravar As rosas não falam (Cartola) comete um erro de palmatória: onde estava “Queixo-me às rosas” ele leu “Queixam-me as rosas”. Pedrada tamanho família. A lição vem de Ângela Maria, uma das maiores da MPB: ao cantar, costumava ter ao alcance da mão uma “pesca” da letra.

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NOEL ROSA, REPÓRTER DO SEU TEMPO

Dizer que Noel foi “repórter do seu tempo” é, embora lugar-comum, verdade. Nosso último vídeo da série de quatro com que marcamos o centenário do Poeta da Vila é Onde está a honestidade? (melodia de Francisco Alves), aqui na voz de Ivan Lins. Uma “reportagem” atual, 77 anos depois.

(O.C.)

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O promotor Clodoaldo Anunciação ganhou fama de brigão pela postura fiscalizadora que adotou diante do executivo itabunense. Pelo menos no ano passado, quando foi pra cima do governo contra a realização do carnaval num momento em que a cidade estava assolada pela epidemia de dengue. Em 2010, o promotor apareceu menos na mídia, mas recentemente moveu uma ação apontando irregularidade na constituição do Conselho Municipal de Saúde.
Pois em breve Anunciação estará bem distante de Itabuna. Ele pretende dedicar os próximos dois anos à realização de um doutorado na França, o que para muitos é visto como notícia das melhores. E não necessariamente por desejar um alvissareiro futuro acadêmico para o promotor, mas tão-somente por querer vê-lo a milhares de quilômetros de distância…

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Ele ganhou vários adjetivos em 2009. De polêmico a prefeito de fato, era um vale tudo de oposição e governo para estimular ou desqualificar o trabalho da autoridade. Foi assim no auge da epidemia de dengue que matou nove pessoas e atingiu mais de 15 mil pessoas, no cancelamento do São João, na exigência para limpeza de canais de macrodrenagem…

O silêncio veio em seguida. Faz mais de seis meses que ele quase não concede entrevistas. Muitos o querem de volta aos microfones, telinhas e páginas de jornais e sites. Nesta quarta-feira o homem romperá o silêncio.

“Ele” é o promotor público Clodoaldo Anunciação. Concederá entrevista ao programa Bom Dia, Bahia (rádio Nacional, às 7h) e vai meter o dedo na ferida. No alvo do promotor público estarão os (péssimos) serviços prestados pela Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) e Coelba.

O que dirá o incendiário promotor?

Clodoaldo Anunciação rompe o silêncio?