Tempo de leitura: 2 minutos

marco wense1Marco Wense

 

Chega! Chega! O eleitor-cidadão-contribuinte não aguenta mais tanta corrupção, toda essa esculhambação, essa imundície, esse lamaçal que campeia na República Federativa do Brasil.

Com um placar apertado, 6 versus 5, o Supremo Tribunal Federal decidiu aplicar a Lei da Ficha Limpa a políticos condenados antes de 2010.

Entre os seis que se posicionaram a favor da aplicabilidade da Ficha Limpa, destaco aqui os votos dos ministros Luiz Fux e Edson Fachin.

“O prazo de inelegibilidade não é uma punição para o político condenado, mas uma condição de moralidade”. (Fux)

“Como a Constituição se refere à vida pregressa, isso significa que fatos anteriores ao momento da inscrição da candidatura podem ser levados em conta”. (Fachin)

Ora, o princípio da moralidade, principalmente no tocante a coisa pública, é o que deve prevalecer. É mais forte do que qualquer outro argumento.

Diria, usando uma força de expressão, que vale tudo para pegar os que assaltam os cofres públicos. Portanto, a retroatividade da lei, nesses casos, deve ser permitida.

A opinião de que a retroação acarreta insegurança jurídica é café pequeno diante da possibilidade de não punir os que roubaram o dinheiro do povo brasileiro.

Essa roubalheira é a responsável pela insegurança no sentido amplo. É ela que faz faltar escolas, aumentar o desemprego e agravar a injusta e desumana distribuição de renda.

A nossa Carta Magna elegeu o princípio da moralidade como o caminho para a superação da vergonhosa impunidade que toma conta da administração pública.

Deixar esses “homens públicos” sem punição, sob à proteção de qualquer outro pressuposto jurídico, seria, no mínimo, uma atitude desastrosa.

Chega! Chega! O eleitor-cidadão-contribuinte não aguenta mais tanta corrupção, toda essa esculhambação, essa imundície, esse lamaçal que campeia na República Federativa do Brasil.

Marco Wense é editor d´O Busílis.

Tempo de leitura: 3 minutos

Jorge Hage entregou carta de exoneração à presidente Dilma.
Jorge Hage entregou carta de exoneração à presidente Dilma.

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, informou hoje (8) que pediu demissão à presidenta Dilma Rousseff em carta entregue ainda no mês passado. Após nove anos no cargo, ele disse que “chegou a hora de descansar”. Em abertura de seminário, de manhã, Jorge Hage defendeu novos mecanismos de controle da corrupção para as empresas estatais.
“Apresentei à presidenta Dilma Rousseff minha carta pedindo que ela me dispense do próximo mandato. A minha pretensão é não ter minha nomeação renovada. Estou pedindo demissão. Já estou há 12 anos nesta tarefa, já cumpri com o meu dever, dei a minha contribuição. São 12 anos [na CGU], nove como ministro, está na hora de descansar”, argumentou.
Durante abertura de um evento alusivo ao Dia Internacional Contra a Corrupção, promovido pela CGU, Hage fez discurso de quem pretende deixar o posto. Ele fez um balanço do período em que esteve à frente do órgão, exaltando conquistas no combate à corrupção, e ainda fez críticas ao baixo orçamento da CGU.
“De nossa parte, temos clareza de que estamos cumprindo com as atribuições que as leis nos davam, além de propor inovações legais necessárias para ampliarmos nosso instrumental de ação”, discursou Hage. Após elogios ao corpo funcional da CGU, o ministro ressaltou que eles têm “se desdobrado ao limite das forças”.
Leia Mais

Tempo de leitura: 2 minutos

– Municípios desrespeitam lei federal

– Risco é de perda de repasses de convênios

As prefeituras acima de 100 mil habitantes estão obrigadas a publicar os seus gastos e receitas em um portal da transparência próprio. A lei complementar que facilita o combate à corrupção e torna mais transparente o uso de dinheiro público entrou em vigor nesta sexta-feira, 28.

Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que pouco mais de 80% das prefeituras brasileiras vão respeitar a lei e disponibilizar, na internet e em tempo “quase real”, os gastos e receitas dos municípios.

Fora desse universo estão os municípios de Itabuna e Ilhéus. Até o final desta tarde, nenhum dos dois governos havia lançado o site para que cidadãos possam acompanhar como está sendo aplicado o dinheiro público.

A Lei Complementar 131/2009 determina que até mesmo um alfinete comprado no bazar de “Dona Neide” terá que constar no portal. É o que deixa claro o artigo 48. E poderá acompanhar o processo desde a ordenação da despesa até o pagamento do produto ou serviço. Os governos federal e de estados como a Bahia já disponibilizam os seus portais da transparência.

ITABUNA

A ONG Transparência Municipal será a responsável pela atualização das informações do site que a prefeitura de Itabuna disponibilizará ao cidadão. Uma empresa de contabilidade foi contratada para dar treinamento à equipe que irá atualizar o portal, conforme o secretário de Assusntos Governamentais e Comunicação, Walmir Rosário.

Ele informou que, das providências legais, foram publicados, na quarta (26), os decretos que viabilizam o site. “As providências físicas estão sendo tomadas”, disse. Ainda não há prazo para que o site esteja no ar.

Este blog tentou manter contato com o secretário da Fazenda, Carlos Burgos. Foram cinco ligações e nenhum retorno. A Fazenda e o setor de controladoria municipal são os responsáveis pelo processo de divulgação dos dados.

ILHÉUS

Em Ilhéus, a previsão é de que o site esteja no ar até a próxima quarta-feira, 2. A dificuldade inicial está em adaptar os programas já existentes na prefeitura com o software sugerido pela Controladoria-Geral da União (CGU), segundo Gerson Marques, assessor de Planejamento Estratégico da Secretaria de Governo.

“Existe um padrão de funcionamento do programa”, afirma. Como o site ainda não está no ar, todos os processos que ainda não foram empenhados até hoje, somente poderão ‘andar’ a partir do momento em que o Portal da Transparência estiver no ar. A Secretaria da Fazenda e a Controladoria-Geral estão fazendo ajustes para que o município se adeque à nova legislação.

A lei complementar que obriga municípios acima de 100 mil habitantes a ter o Portal da Transparência, foi sancionada pelo presidente Lula em maio do ano passado. Faz um ano. Em tese, o município que não respeitá-la está passível de ter suspensas até mesmo as transferências voluntárias (convênios federais ou estaduais ou contratos, por exemplo).

A resistência a disponibilizar os dados de receita e despesa em um portal de acesso a qualquer cidadão é “compreensível”. Por ele, fica mais fácil identificar se existem desvios e o que cada gestão está fazendo com o dinheiro suado do contribuinte.