Neto Terra Branco (no centro) comanda o Central de Política tendo Ruy nos comentários e Fábio nas reportagens
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Sábado de reestreia na Rádio Interativa FM (93,7). Amanhã (2) volta ao ar o Central de Política, apresentado por Neto Terra Branca, com reportagens do experiente Fábio Ferreira e comentários políticos do advogado Ruy Correia. o apresentador diz que o programa volta com o quadro considerado sensação do rádio grapiúna, o Na Boca do Tubarão, em que o entrevistado responde a perguntas sobre o comportamento de personalidades públicas.

“Vamos fazer debate sobre os grandes temas que afligem a população e buscar soluções das autoridades”, disse Neto Terra Branca. “Traremos também informações de interesse público e os últimos acontecimentos do Brasil e do mundo”, afirmou Neto sem esconder a ansiedade pela reestreia.

Além de Ruy Correia nos comentários políticos e Fábio Ferreira cobrindo o que acontece em Itabuna e no sul da Bahia, os ouvintes terão informações atualizadas de Salvador com Agenor Filho com acontecimentos da Assembleia Legislativa e do governo da Bahia. O radialista Otávio Júnior trará um resumo das notícias.

Na reestreia, o entrevistado será Wenceslau Júnior, advogado, professor e ex-vice-prefeito de Itabuna. Hoje, Wenceslau Júnior é superintendente de Economia Solidária do Governo da Bahia. “Nosso programa trará outras inovações, com espaço para os ouvintes que, assim como entrevistado, poderá dizer qual problema do seu município coloca na boca do tubarão. E vai também poder interagir com a bancada ”, disse Neto Terra Branca.

O Central de Política poderá ser ouvido na Rádio Interativa FM (93,7) ou pela internet, todos os sábados, das 8h às 10h. Ouvintes poderão interagir com o Programa pelo telefone WhatsApp (73) 98861-6427.

Gabriela FM reinaugura estúdio no Gabriela Center
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A Gabriela FM 102,9 voltou a contar com estúdio no Gabriela Center, na Avenida Itabuna, em Ilhéus. A mudança e investimentos feitos com equipamentos de última geração e investimentos na expansão da presença na internet marcam os 32 anos da emissora.

Os novos estúdios foram inaugurados nesta semana em festa para convidados e com apresentações da Banda Cacau com Leite e DJ Neto Nogueira. “A gente observa o quanto a Rádio Gabriela cresceu, o quanto a Gabriela FM é importante na comunicação, não de Ilhéus, mas de toda a região”, afirmou o radialista Erivaldo Vila Nova, da coirmã Ilhéus FM.

O vereador Augustão (PT) falou do trabalho sólido da emissora, hoje dirigida pelo empresário e ex-candidato a prefeito e a deputado Valderico Junior.

Valderico Junior se emocionou em festa dos 32 anos da Gabriela FM

Emocionado, Junior prestou homenagem aos pais, Fátima Barletta e Valderico, durante o evento. Ambos passaram por momentos difíceis nos últimos meses. “Esse ano foi de muita prova para mim. Um segundo semestre muito difícil”, afirmou o político e empresário. Ele fez uma declaração de amor à mãe e agradeceu a Deus por ter a presença de Dona Fátima, como é conhecida, num momento tão significativo para toda a equipe da Gabriela FM.

José Oduque deixa legado na gestão pública e como empresário || Foto Diário Bahia
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O ex-prefeito de Itabuna e empresário José Oduque Teixeira faleceu, na madrugada desta quarta-feira (29), em sua residência, no Góes Calmon, aos 100 anos, completados no último dia 19 de outubro. A morte foi confirmada por familiares nesta manhã.

Dos empresários mais ricos da Bahia, Oduque foi prefeito de Itabuna nos anos 1970. É lembrado pela gestão austera e por implantar política de atração de serviços e empresas para Itabuna, a exemplo da Nestlé.

A PRAIA DE ODUQUE

Oduque ainda tentou retornar à Prefeitura em 1992, mas acabou derrotado por Geraldo Simões (PT), considerada a zebra daquela disputa que também teve no páreo o ex-prefeito Ubaldo Dantas. Da peleja eleitoral, uma “promessa”: trazer praia para Itabuna. Numa entrevista concedida ao jornal A Região, há 20 anos, Oduque explicou a sua ideia para de praia no município:

– Quem conhece Brasília sabe que por lá há um lago artificial, onde até ondas existem. Entendemos que Itabuna poderá ter um similar porque a juventude me cobra isso. Estamos estudando a possibilidade de encontrar uma solução técnica que viabilize a criação de um bosque, com uma praia artificial. No Distrito Federal, onde o clima é seco, foi possível, por isso creio que a construção desse lago em Itabuna também seja viável.

O EMPRESÁRIO

Como empresário, Oduque começou a sua trajetória empresarial com a Casa Teixeira e, na sequência, a Oduque Veículos, concessionária da Ford que marcou época no interior baiano. Também investiu no mercado imobiliário grapiúna e em transporte de cargas.

O ex-prefeito e empresário também foi dos maiores investidores em comunicação no sul da Bahia, com a Rádio Jornal de Itabuna, reconhecida pela sua qualidade de som e de equipe nos tempos em que ele esteve à frente como proprietário. Com o Diário Itabuna, veículo já extinto, revelou grandes nomes para o jornalismo baiano. Ele também teve contribuição em clubes de serviço, presidindo o Rotary Club Itabuna, e comandando a Associação Comercial de Itabuna (ACI).

CORAJOSO

Há pouco, por meio de nota de pesar, o prefeito Augusto Castro lembrou de sua participação nos festejos do centenário de nascimento do empresário e ex-gestor municipal. “Tido como um dos homens mais ricos do sul da Bahia, Oduque foi um corajoso que contribuiu muito para o desenvolvimento socioeconômico de Itabuna”, expressou. “Neste momento de dor, rogo a Deus que conforte seus familiares, ex-colaboradores e amigos. Que sua boa alma siga em paz”.

O jornalista e ex-funcionário da Rádio Jornal Ederivaldo Benedito prestou comovente homenagem. “Seu José Oduque, meu primeiro e inesquecível patrão, foi um ser humano íntegro, corajoso; um empreendedor, que contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico desta terra”.

ATRAÇÃO DE INDÚSTRIAS

Bené, como é chamado por amigos e colegas de profissão, elencou obras e ações de Oduque como prefeito. “Oduque realizou importantes obras, a exemplo da ampliação do sistema de telefonia, o inicio do asfaltamento das principais ruas da cidade. Implantou o Centro Industrial de Itabuna, atraindo a Nestlé, a Coograp e inúmeras outras indústrias de pequeno porte. Em 1973, em inaugurou o Itabunão, e em 28 de julho de 1977, inaugurou o Centro Administrativo – hoje, sede da UniFTC [Unex], na praça José Bastos – construído com recursos próprios”.

Rádio, por anos a magia da comunicação
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Com a chegada da internet, mais uma vez o rádio foi jurado de morte. E o povo do rádio nem deu a mínima. Mais que depressa, tomou para si as facilidades dessa nova tecnologia e ampliou seu espectro social com as ferramentas da rede.

 

Walmir Rosário

Desde que fui iniciado no rádio me acostumei a ouvir a derrocada desse meio de comunicação instantâneo, antes calcado no tripé: música, esporte e notícia. Com a chegada da TV, sua morte foi decretada solenemente, mas o rádio se recusou a morrer de morte matada. Fosse hoje, diríamos que a notícia circulante se tratava apenas de uma fake news e não deveria ser levada a sério, como não deve até hoje.

De lá pra cá, essas mentirinhas continuaram a ser ditas assim que anunciada uma nova tecnologia. E o rádio, sorrateiramente, continuou firme e forte, ampliando sua área de atuação e o tripé de sustentação de antes passou a implantar novos “pés”, e se encontra mais sólido que nunca. Por um tempo esteve segmentada, principalmente com a aquisição de emissoras pelas igrejas de várias denominações.

Quem manteve a segmentação pura e simples deu com os burros n’água e foi obrigado a promover uma profunda mudança. Os segmentos católicos e protestantes não eram capazes de manter uma estrutura vibrante sem os comunicadores; apenas locutores de programas religiosos não bastavam. Daí que hoje algumas delas promovem debates ecumênicos com representantes de várias religiões, espíritas, ateus e que mais valham.

Fora desses horários, os comunicadores disputam a audiência com muita inteligência, buscando a cumplicidade dos ouvintes. E a MPB, o samba, o romantismo, o rock estão presentes em suas programações na mesma intensidade dos programas de autoajuda, de apoio às donas de casa, do apoio providencial aos motoristas nas grande cidades, ao homem do campo pelas manhãs, e aos notívagos, madrugadores, boêmios ou no batente.

Eu entrei no rádio por acaso, ao participar da equipe do seminário nos programas religiosos transmitidos pela Rádio Sociedade de Feira de Santana, lá pelos idos de 1963. Algum tempo depois – 1965 –, em Itabuna, o empresário Carlito Barreto compra a Rádio Clube e doa aos frades capuchinhos. E quem vem dirigir a emissora é justamente Frei Hermenegildo de Castorano, ex-diretor da emissora coirmã em Feira de Santana.

E mais uma vez lá vai eu em direção ao rádio, inicialmente na programação religiosa, depois em outras atividades como a mesa de som, técnica em transmissão externa, locução, e por aí afora. Por um tempo me dediquei à atividade e outros tantos fora dela. Volta e meia retornava, na redação, reportagem, apresentação, e convivi com várias “feras” da comunicação e em diversos horários, inclusive nas madrugadas.

No programa De Fazenda em Fazenda, na Rádio Difusora, produzido e apresentado pela Ceplac, estive no comando por anos e presenciei o que era a verdadeira interação com os ouvintes da cidade e, principalmente da área rural. Em determinados momentos chegamos a receber uma montanha de cartas, mais de 600 delas entregues nos diversos escritórios da Ceplac na cidades irradiadas. Muitas quais escritas por pessoas de pouca ou quase nenhuma alfabetização.

Só quem trabalhou na reportagem sabe a dificuldade de passar um flash ao vivo da rua quando ainda não existia entre nós o aparelho de telefonia celular. Era preciso disputar uma fila num orelhão e introduzir diversas fichas metálicas para que a ligação não caísse, fosse cortada, enquanto passava a informação. Do contrário, bastava ter a cara de pau de pedir para usar o telefone fixo em uma casa comercial ou residencial.

Sem esses auxílios providenciais, só após chegar à emissora algum tempo depois com a fita gravada. Para isso teria que contar com a sorte e não tomar o furo de outra emissora. De vez em quando um ouvinte ligava passando a informação e torcíamos que não fosse um trote. Não posso falar em gravar uma entrevista sem comentar o tamanho e o peso dos jurássicos gravadores e suas fitas cassetes que cismavam não gravar em momentos importantes.

Outra atividade radiofônica que sempre gostei de trabalhar era o horário gratuito nas campanhas eleitorais. Somente quem milita nesse segmento sabe da importância do rádio numa eleição. Numa oportunidade, fui convidado a coordenar a campanha de rádio de um candidato em Itabuna. E a missão que recebi do coordenador geral de comunicação da campanha, jornalista Sérgio Gomes, foi a de produzir um programa totalmente independente da veiculada na televisão.

Contratamos um excelente comunicador, Paulo Vicente, na edição de áudio, Luiz Barroso (meu operador por anos), eu na direção, redação e locução de editoriais, e contamos com a participação de uma dupla pra lá de especial: os radialistas Paulo Leonardo e Florentina Jerimum, estes na apresentação de humor. Nesta editoria eu escrevia apenas um roteiro e os dois se encarregavam de finalizá-lo na gravação, sem qualquer texto prévio.

Resultado, todos os dias eu era surpreendido nos bares, esquinas e demais locais públicos com as discussões dos quadros do programa e muitas das expressões viraram memes e bordões no boca a boca dos ouvintes e eleitores. Desta vez, o programa de rádio influenciou o programa de TV, que passou a abordar os temas apresentados no programa radiofônico do candidato, vencedor da eleição (não apenas e tão somente por isso).

Com a chegada da internet, mais uma vez o rádio foi jurado de morte. E o povo do rádio nem deu a mínima. Mais que depressa, tomou para si as facilidades dessa nova tecnologia e ampliou seu espectro social com as ferramentas da rede mundial de computadores. Na minha humilde concepção, com a internet, o rádio perdeu apenas seu glamour ao expor seus apresentadores nos canais das redes sociais, ganhando em intimidade.

O rádio continuará firme e forte, desde que não queiram inventar a roda quadrada.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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A comunicação baiana perdeu, neste domingo, uma das suas mais bonitas e respeitadas vozes. Após cerca de três anos de luta contra o câncer no pâncreas, Paulo Vicente faleceu na manhã desta segunda-feira (1°). Era voz-padrão e o mais antigo dos locutores da Morena FM, onde sempre estava no ar na faixa das 6h às 10h, diariamente.

Retornava no final da tarde, início da noite, para apresentar o Jornal das 7, que ia ao ar às (18h45min). Era assim com Ramiro Aquino, depois Paulo Brito, Tony Café e Tuca Souza. Era a notícia no tom certo.

Antes do Jornal das 7, Paulo Vicente também apareceu na telinha da TV Cabrália Rede Record, apresentando jornalísticos da emissora ainda nos anos 1990. Na Morena, era pau pra toda obra. Fazia sucesso também nas transmissões ao vivo.

Paulo Vicente deixa esposa, Raquel, e os filhos Yvabelle e Paulo Milton, ambos advogados, além de uma legião de amigos e fãs não apenas da bela voz, mas do caráter e do estilo e profissionalismo.

A morte de Paulo Vicente deixa lacuna no meio. “Profissional sério, habilidoso e competente ele não suportou um câncer de pâncreas que o atormentava nos últimos anos, embora tivesse recorrido a tratamentos especializados em Itabuna e Salvador”, ressaltou o prefeito Augusto Castro (PSD) por meio de nota de pesar. (Notícia em atualização)

Henrique Oliveira aponta desequilíbrio na disputa de voto via internet
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Difícil é imaginar como a desproporcionalidade econômica e o obscurantismo sobre o funcionamento das redes sociais não afetariam a justeza das eleições.

Henrique Campos de Oliveira

O conceito de democracia liberal é a garantia de eleições livres e justas. Simples assim! Há quem concorde, como os liberais. E há quem entenda a democracia como algo para além do processo eleitoral, a democracia como algo substancial, com políticas públicas efetivas que garantam a igualdade não só na computação do voto, mas no acesso à riqueza gerada por um país, para só daí ser possível a liberdade.

De toda sorte, nosso processo eleitoral, respaldado pela Constituição, almeja essa característica liberal de eleição livre e justa. Livre é uma eleição que permite a todo cidadão votar e ser votado. Neste último caso, disputando a sua candidatura por um partido. Eleição justa significa dizer que há, minimamente, alguma equidade entre aqueles que participam do pleito. Ou seja, tenta-se atenuar o poder econômico e evitar os abusos da máquina pública, em caso de tentativa de reeleição ou de candidato apoiado por chefe de poder executivo.

Para garantir justiça, também há o Tribunal Superior Eleitoral, que estabelece regras de conduta entre os candidatos, sobretudo, na exposição e propagação dos seus argumentos e ideias. Além de permitir condições livres para participação e justas para a disputa, é também condição para ser considerada uma democracia liberal a garantia de que o candidato eleito assuma o cargo e governe.

Não é de hoje que o Brasil enfrenta dificuldades e riscos nas transições de poder. Só na redemocratização foram dois impeachments. E só tivemos dois casos na nossa história, com eleições amplas, nos quais o presidente que passou a faixa para seu sucessor era opositor político nas eleições. Esses foram os casos de JK para Jânio Quadros (1961) e FHC para Lula (2002).

Além das dificuldades históricas de transições de governos opositores, as nossas eleições seguem livres como nunca. Hoje, qualquer cidadão pode votar a partir dos 16 anos, sem distinção de cor, classe ou sexo. Inclusive, há ações voltadas para garantir o transporte público para que o gasto com passagem não afete o dever cívico do cidadão em comparecer às urnas.

No entanto, considerar nossas eleições como justas é cada vez mais difícil. Além dos abusos da máquina pública, sob a permissividade do sistema jurídico, as redes sociais afetam consideravelmente os critérios de equidade na disputa eleitoral.

Por ser uma tecnologia disruptiva, a internet empreendeu instantaneidade e intensidade a velhos hábitos e práticas na comunicação. Essas transformações criam um ambiente de terra sem lei. Foi assim, dentro da comunicação, com o rádio, a TV e o cinema. O mesmo aconteceu com a impressa. Essas mídias contribuíram com essa sociedade de massa na qual nos encontramos, com a eclosão de tensionamentos e conflitos globais, desde a primeira metade do século XX.

O nazifascismo europeu usou e abusou do rádio e do cinema para disseminar mentiras e ideologias de supremacia racial. De modo semelhante, foram adotadas táticas de comunicação de manipulação em populações marcadas por uma crise econômica sem precedentes e pelo processo de transição política de regimes dinásticos para republicanos.

A solução proposta para esses abusos, após a II Guerra Mundial, foi a regulação das concessões para responsabilizar as pessoas e empresas pelos conteúdos difundidos. A TV, por exemplo, absorveu muito do quadro regulatório do rádio por analogia. Ao longo das últimas décadas, países aprimoraram a regulamentação dos chamados meios de massa. Obviamente, esse propósito nunca foi alcançado na sua excelência. Mas, como as concessões de TV e rádio costumam ser dominadas por poucas empresas, a exemplo do Brasil, foi possível estabelecer, em tese, limites legais para o uso de canais públicos.

As redes sociais estão no limbo regulatório. Estamos aprendendo a conviver com isso e, diferente da transição do rádio para a TV, o aprendizado sobre as mídias tradicionais não esclarece muito do que vivemos na internet. As redes fundiram a comunicação privada à pública. Talvez, essa consequência peculiar à internet de afinar a linha que separa o público do privado seja a principal confusão dos seus efeitos.

Aos que reclamam de censura, alega-se privacidade, mas as postagens têm capacidade de se propagar até mais do que as mídias tradicionais, sem o mesmo rigor de verificação do conteúdo. A disseminação dos smartphones abriu caminho para a enxurrada de fakes news e mensagens de ódio.  Boatos, fofocas e declarações enfurecidas sobre algo ou alguém não são novidade, a questão está na intensidade e magnitude sem precedentes que as redes sociais, associadas a uma tecnologia que cabe na mão, permitem.

Todavia, importante lembrar que os principais integrantes dessa cadeia são empresas transnacionais. Google, Twitter, YouTube, Instagram, Facebook, WhatsApp, Apple, Samsung, Huawei são empresas que agem em uma terra sem regulação pública, porque pouco se sabe sobre ela e, geralmente, quem mais sabe são donos ou trabalham no segmento. Os negócios de Mark Zuckerberg, dono da Meta (Facebook, WhatsApp, Instagram etc.), levaram-no a prestar esclarecimentos ao Senado dos Estados Unidos.

Populistas de extrema-direita, Trump e Bolsonaro deitaram e rolaram nesse vazio regulatório, em 2016 e 2018, respectivamente. O mesmo tenta se fazer hoje aqui no Brasil, de novo. Só que, em 2022, Bolsonaro enfrenta outras condições de regulação, assim como um Lula mais maceteado do que Haddad.

Vale chamar a atenção para as novas influências do poder econômico no alcance midiático dos candidatos. Enquanto as inserções de rádio e TV são reguladas pela legislação eleitoral, o mesmo não ocorre, por exemplo, com o YouTube, onde as peças publicitárias eleitorais são veiculadas mediante o valor desembolsado.

O YouTube, hoje, tem audiência cativa maior do que muitas estações de rádio e TV. Além dos próprios algoritmos das redes sociais que induzem a visualização para determinado perfil ou não. Difícil é imaginar como a desproporcionalidade econômica e o obscurantismo sobre o funcionamento das redes sociais não afetariam a justeza das eleições.

Henrique Campos de Oliveira é ibicariense, doutor em Ciências Sociais pela UFBA e professor do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas da Unifacs.

Em artigo, Agenor Gasparetto aponta colapso da comunicação nas redes
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“A Humanidade passa por épocas que tendem a um maior grau civilizatório e outras, que tendem para graus mais elevados de barbárie. Nos encontramos neste momento num desses segundos períodos”.

Agenor Gasparetto

O escritor e filólogo italiano Umberto Eco (5 de janeiro de 1932 – 19 de fevereiro de 2016), ao receber o título de Doutor Honoris Causa em Comunicação e Cultura pela Universidade de Turim, Noroeste da Itália, em 10 de junho de 2015, em seu pronunciamento, fez incisiva crítica às redes sociais enquanto disseminadoras de informação. Isto porque teriam dado voz, palavra e palco nas telas da Internet para uma “legião de imbecis” com pretensões de serem portadores da verdade. Reconheceu Umberto Eco que esses sempre existiram. Todavia, falavam “em um bar e depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade”.

Para o autor de O Nome da Rosa (1980) e de O Pêndulo de Foucault (1988), entre muitas outras obras literárias, “O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade”. Convém se fazer um registro aqui: as redes lucram com a multiplicação aos milhões de inverdades, meias verdades, verdades fora do lugar, um tsunami de informações replicadas, remunerando monetariamente também os seus principais porta-vozes. Esses lucros e esses ganhos são espúrios posto que resultam de atividade que semeia intolerância, ódios e preconceitos, e confunde as mentes, envenena corações e induz ao erro. O crime está gerando lucros e remunerando.

O mundo em geral e a sociedade brasileira, em particular de 2015 para hoje, 2022, pioraram muito em termos de capacidade de diálogo e de uma verdadeira comunicação. Cada vez mais, posições extremadas ganham corpo. Em razão disso, fica muito difícil discernir entre a verdade factual e a Fake News propriamente dita. A rigor, a verdade em si parece significar cada vez menos. Vale o que contribui para atingir objetivos, não importam custos e nem prejuízos. Tudo o que não estiver de acordo com a lógica de certos interesses é sumariamente negado, seja a Ciência, seja o Papa, seja o Supremo Tribunal Federal, seja o juiz, seja o professor, seja o vizinho ou até o amigo de longas datas, seja quem quer que ouse contrariar o interesse em jogo.

Daí, o mundo plano, a vacina com seus chips capazes de quaisquer desgraças que possam acometer a um vivente ou com o poder de converter vacinado em qualquer aberração da natureza e toda sorte de informações sabidamente falsas, mas deliberadamente utilizadas, porque úteis a propósitos e que podem se prestar para corroer a imagem de algum oponente que esteja no caminho, na presunção de que não advirão consequências pela sua disseminação.

Reduziu-se muito o espaço para o diálogo, para a capacidade de dialogar, de discutir, de ouvir o contraditório, de argumentar e de ponderar e, havendo argumentação e fatos, reconhecer que a razão pode não estar conosco. Pais se desentendendo com filhos, entre irmãos, entre vizinhos, entre colegas e amigos. Há uma dificuldade crescente e até incapacidade de empatia. Vive-se tempos de certezas indiscutíveis. Ai de quem ousar pensar diferente. Vive-se tempos em que até mesmo utilizar uma camisa de seu time de futebol pode implicar riscos à integridade física.

Em matéria de religião e teologia, há quem pareça saber mais que o próprio Papa sem sequer ler um único livro na área, xingando-o, contestando-o, condenando-o a rótulos com o propósito de desqualificá-lo. Em matéria de leis e de justiça, há quem pareça saber mais que os próprios integrantes do Supremo Tribunal Federal, de quaisquer integrantes de tribunais, de juízes, caso ousem contrariar interesses.

Vivemos tempos “estranhos”, como diria Marco Aurélio Mello, ex-integrante do Supremo Tribunal Federal. Tempos muito estranhos em que o respeito ao cargo e à sua liturgia se perdeu no caminhar que nos trouxe até aqui. Xingamentos de baixo calão passam à ordem do dia, numa muito estranha nova “normalidade”, sem respeito, sem consideração, sem escrúpulo. Fulano é isso ou aquilo por ouvir dizer; de tanto repetir, é qualquer coisa que se queira imputar, independentemente dos fatos, e é uma condenação inapelável – não há espaço para a dúvida, não há espaço para argumentos, não há razões, não há salvação nesse tribunal personalizado de quem se acha contrariado e já decidiu a priori a culpabilidade e clama por punição sumária. Está condenado ainda que essa condenação se aplique única e exclusivamente a quem se quer condenar, que seja seletiva. Para os demais em situações análogas, complacência ao máximo. Crime é o que o oponente faz. Quando feito por algum aliado, não se aplica o rigor, pelo contrário, se racionaliza com qualquer banalidade apenas para o silêncio não denunciar a  arbitrariedade. Complacência e autocomplacência ao extremo.

Não se trata de apenas uma questão do país. Por exemplo, entre as guerras que há pelo mundo, a da Ucrânia ganha relevo pelo potencial de implodir a atual ordem mundial, condenando o mundo a uma Terceira Guerra Mundial, desta vez nuclear, para azar da velha Europa e do Hemisfério Norte. No entanto, não há qualquer sinalização para ações diplomáticas. É como se a velha Europa tivesse perdido o bom senso, a sabedoria, as lições de sua própria história de conflitos, desgraças e tragédias, e estivesse caminhando inexoravelmente para o abismo, outra vez mais.

Não que esse fato seja realmente novo, inédito. A Humanidade passa por épocas que tendem a um maior grau civilizatório e outras, que tendem para graus mais elevados de barbárie. Nos encontramos neste momento num desses segundos períodos de tempo. Semelhante ao do presente, seguramente, parece ser o final dos anos 20 e nos anos 30 do século passado. Esse paralelo parece assustador, por se conhecer as consequências, ainda que aqueles acontecimentos ora sejam relativizados e minimizados pelo extremismo e pela desumanização crescentes. Parece inerente à natureza humana.

Thomas Morus, na obra Utopia, editada em 1516, falando dessa natureza humana, afirmou:

Os homens têm gostos diferentes; seu humor é às vezes tão desagradável, seu caráter tão difícil, seus julgamentos tão falsos que é mais sensato conformar-se e rir disso do que atormentar-se com preocupações, querendo publicar um escrito capaz apenas de servir e de agradar, quando ele será mal-recebido e lido com desagrado…. A maioria se compraz apenas com as próprias obras. Um é tão austero que não admite uma brincadeira; outro tem tão pouco espírito que não entende um gracejo. (….) Outros são tão caprichosos que, de pé, deixam de louvar o que aprovaram sentados. Outros têm seus assentos nas tavernas e, entre dois tragos, decidem do talento dos autores, pronunciando condenações peremptórias conforme seu humor, desgrenhando os escritos de um autor como para arrancar os cabelos um a um, enquanto eles próprios se acham tranquilamente ao abrigo das flechas, os bons apóstolos, de cabeça raspada como lutadores que não deixam um pêlo para o adversário pegar eles (Obra reeditada pela LP&M. Porto Alegre, 1997, páginas 11-12).

Essa transcrição de escrito de mais de 500 anos mostra que não há nada de novo. Contudo, esse mundo de mesquinhez e de miudezas que antes ficava no plano do cotidiano, dos mundos particulares, com a Internet e suas redes sociais de um lado e a ideologização e polarização de outro, ganha um insuspeito e grande palco, ganha voz, ganha plateias, nivelando pelo mínimo tudo e todos. Parece que se adota um comportamento de “massa” no sentido definido pelo escritor e professor, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, Elias Canetti (Bulgária, 25 de julho de 1905 – Zurique, Suiça, 14 de agosto de 1994), em Massa e Poder (Editora UNB/Melhoramentos. São Paulo, SP, 1983). Há nesse comportamento e nessas ações extremadas, marcadas pela polarização, componentes de “massa”.

O senso comum, com seus pré-conceitos, suas crendices e seus achismos, toma o lugar da Ciência. Essa, por parecer muitas vezes se subordinar em primeiro lugar ao lucro, favorece seu questionamento, desconfiança e mesmo sua rejeição. E a autoridade, seja em que âmbito for, só o é enquanto validar e contribuir para se atingir objetivos. Sendo assim, adeus ritos e liturgias. A vulgarização e a banalização se impõem como o novo referente. O velho bom senso marca sua presença sobretudo pela sua falta. Fica cada vez mais distante, no passado, a distinção entre cultura superior e cultura popular. O senso comum vai pouco a pouco impondo a sua tirania e seu domínio, e a Internet com suas redes sociais está viabilizando esse domínio.

Agenor Gasparetto é sociólogo, professor da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e diretor da Sócio Estatística Pesquisa e Consultoria.

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Os jornalistas Oziel Aragão, Lavínia Sizinio e Andreyver Lima comunicaram, na manhã desta terça-feira (2), desligamento da Boa FM. O trio apresentava programa diário pela emissora, em Itabuna, há cerca de um ano.

Agora, Oziel, Lavínia e Andreyver vão focar em projetos independentes na internet. Oziel, junto com Lavínia, toca o canal OziTV, no Instagram, enquanto Andreyver Lima, além de palestras, se dedica ao blog Seja Ilimitado e a projetos na área digital.

“Nosso muito obrigado também à toda direção da emissora, que nos deu liberdade de exercer o jornalismo de qualidade, mantendo a credibilidade que é a nossa marca”, comunica o trio em despedida.

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Mas hoje, 7 de abril, Dia do Jornalista, vamos exaltar os mágicos resultados do trabalho feito com compromisso. Aquele que permite ver a alegria de uma mulher aposentada após penar por anos com uma doença crônica e saber que um texto seu contribuiu com tal resultado.

 

Celina Santos

Em plena era da liberdade de expressão, o jornalista não pode fazer perguntas alusivas a assuntos de interesse público? Precisa mesmo responder de forma grosseira quando algo provocou constrangimento em nossas autoridades? Que democracia é essa, para vermos exaltação ao tempo em que não se podia formar um grupo de amigos no meio da rua para bater o bom e velho papo?

Desculpem o desabafo, mas é doloroso ver um companheiro de trabalho apurar um fato o dia inteiro, com RESPONSABILIDADE, para dar a notícia ao vivo no dia seguinte e ver duas pessoas saltarem em frente à câmera berrando que aquele veículo era lixo.

Como assim? O trabalho exercido há anos, com toda dignidade, não merece atenção e respeito? Eis um exemplo recente em Itabuna, sul da Bahia, mas sabemos de acontecimentos semelhantes em vários estados, Brasil afora. La-men-ta-vel-men-te!

Esta semana, vimos uma manifestação pública pelas tão perigosas redes sociais fazendo piada com o passado de uma jornalista que fora presa grávida, por três meses, durante a Ditadura Militar (sem eufemismos, por favor!). Parte desse tempo, testemunhou, na companhia nada aprazível de uma cobra.

A ironia recordando o tal episódio na prisão deu-se um dia após a profissional exercer a liberdade de criticar uma autoridade (sim, posição conferida pelo voto popular a cada quatro anos). A vontade é ralhar: “seus pais não lhe deram educação?”. Opa …

É triste ver que o trabalho sério daqueles que buscam averiguar os fatos antes de noticiá-los (sim, eis um dos papéis do verdadeiro jornalista) relegado à suspeita de “fake” (termo norte-americano para designar o que é falso). Tudo aquilo que não cabe num legítimo veículo de comunicação, vale reiterar.

O mais perverso é ver tantas pessoas acreditando no que leem por aí; colocando a própria saúde e/ou o bem-estar dos filhos em risco; alguns até confessando que não se informam pelos canais onde haja jornalistas (diferente dos que espalham boatos, pois a esses cabe apenas o velho termo fofoqueiro).

Mas hoje, 7 de abril, Dia do Jornalista, vamos exaltar os mágicos resultados do trabalho feito com compromisso. Aquele que permite ver a alegria de uma mulher aposentada após penar por anos com uma doença crônica e saber que um texto seu contribuiu com tal resultado.

Aqui falamos de dona Edna Oliveira Melo. Lembram dela? (Essa história foi tornada pública em 2009, a partir de um texto assinado por esta que vos escreve e logo abraçada pelos colegas jornalistas em Itabuna. No ano passado, em tempos de pandemia, ela seguiu para outro plano).

E a alegria de alguém que encontra um familiar desaparecido, quando foi vista a imagem dele em uma reportagem escrita ou em vídeo? Ou a festa quando entrevistamos um centenário ou centenária, dali colhendo lições de vida que não têm preço…?

Eu poderia citar (com licença para encerrar na primeira pessoa do singular) “n” exemplos, mas fico por aqui celebrando nossa valorosa profissão. Ao mesmo tempo, rogando para prevalecer na sociedade a certeza de que são maioria, sim, aqueles a honrar nossa profissão.

Celina Santos é chefe de redação do Diário Bahia e, concursada, integra a assessoria da Câmara de Itabuna. Formada em Comunicação Social (Rádio e TV) pela Uesc; Jornalismo pela UniFTC; e pós-graduada em Jornalismo e Mídia pela então FacSul (Unime).

As sextas-feiras na sede do Agora eram regadas a informação e bom papo nas recepções de Adervan
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A depender da amplitude do evento, o eficiente fotógrafo Waldyr Gomes se tornava um competente churrasqueiro; o editor que vos fala, um chef a elaborar um pièce de résistance da culinária brasileira; sem falar nos préstimos de José Nazal com sua festejada culinária árabe, diretamente de Ilhéus.

 

Walmir Rosário 

Se Deus não o tivesse requisitado para que ficasse ao seu lado, o jornalista José Adervan de Oliveira completaria – fisicamente – nesta quinta-feira (3 de março de 2022) 80 anos de idade. Sua ausência nos deixa saudades dos encontros, embora continue pra sempre em nossos corações, com sua calma, sempre em busca de um norte para o sul da Bahia, como deixou escrito nos textos da Coluna Livre, no jornal Agora.

Neste seu aniversário estariam presentes amigos tantos, parentes, admiradores de sua perseverança e do seu espírito conciliador. Uma comemoração não seria bastante para receber o abraço de tantos, que seria necessário preestabelecer um roteiro: em casa, na quinta-feira, parentes e amigos mais chegados; na sexta-feira, no jornal Agora, todos, sem distinção, como recomendaria o ritual.

E garanto que os 80 anos seriam comemorados em alto estilo, como todas as festas que promovia. Como esquecer o corre-corre do fechamento das sextas-feiras, jornal mais “gordo” com os cadernos do fim de semana e a atenção que dispensávamos aos convidados? Como um bom grapiúna que teve a felicidade de nascer em Boquim, Sergipe, era um grande anfitrião.

A depender da amplitude do evento, o eficiente fotógrafo Waldyr Gomes se tornava um competente churrasqueiro; o editor que vos fala, um chef a elaborar um pièce de résistance da culinária brasileira; sem falar nos préstimos de José Nazal com sua festejada culinária árabe, diretamente de Ilhéus. Pratos fartamente regados com as melhores cachaças baianas e mineiras, além de uma variedade de whiskys, escoceses, claro.

Aos poucos, chegavam em turmas os convidados. O pessoal chegava, se integrava ao bate-papo, bebia, comia e iam embora, também em turmas. Por fim, o pessoal que o ajudaria a fechar as portas e fazer companhia na passada pelo Alto Beco do Fuxico e Kati-Kero, no Pontalzinho, com Juvenal e Tonet. No período, assistíamos aos telefonemas de ministros, governador, secretários estaduais, prefeitos e amigos ausentes.

E o ritual das sextas-feiras era sagrado, com mudanças apenas de intensidade. Nesse meio tempo, quando aparecia uma figura de destaque na política ou economia, concedia uma entrevista durante o ágape, sem a menor cerimônia. Essas mal traçadas linhas nos dá uma visão da importância do jornal Agora como meio de comunicação regional, linha traçada pelo mestre José Adervan.

Mesmo com as mudanças na economia e na tecnologia de comunicação, o jornal Agora continuou com seu prestígio junto aos leitores, apesar da diminuição no número de cadernos e páginas. Com a morte de José Adervan, em 12 de fevereiro de 2017, o Agora continuou circulando por algum tempo, mas não resistiu e encerrou suas atividades, deixando quase muda Itabuna e região.

O jornal Agora teve sua edição circulando em 28 de julho de 1981, por obra e graças de José Adervan e Ramiro Aquino, jornalistas e bancários (Banco do Brasil). Durante todo esse tempo ofereceu aos leitores não apenas notícias, mas a participação efetiva de um consagrado meio de comunicação nos problemas regionais. Em 1° de janeiro de 2003 o Agora deixa de ter circulação semanal e passa a ser diário, incrementando sua participação no mercado.

O Agora era a cara de Adervan. Democrático, informativo, opinativo e com fôlego suficiente para fomentar e participar de todas as campanhas institucionais da região cacaueira. Nesses cinco anos de ausência de Adervan, está mais que provado que a região cacaueira – não só os leitores – perdeu um bastião, reconhecido ponta de lança em todas as lutas regionais.

Esta quinta-feira (3 de março) é dia de lembrança, de comemoração pelo legado deixado por José Adervan, como bancário, jornalista, empresário, economista, professor universitário, visionário. Os tempos mudam, as pessoas passam, a obra fica e passarão por análises permanentes, com destaque para as boas e recomendações de esquecimento para as sem relevância.

Como diz a canção: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Foi como agiu Adervan.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Maurício Maron deixa o comando da Assessoria de Comunicação do Legislativo
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O jornalista Maurício Maron comunicou, nesta quinta-feira (21), a sua saída da Assessoria de Comunicação da Câmara de Vereadores de Ilhéus. “Questões particulares me levam a decidir pela saída”, escreveu o profissional em mensagem que informa o processo de transição.

A decisão afeta a estratégia de comunicação do legislativo ilheense. Maron conseguiu imprimir maior profissionalismo – com respostas mais ágeis às demandas por informações – e deu nova dinâmica à divulgação dos atos da Casa, período em que o presidente da Casa, Jerbson Moraes, também conseguiu projeção para além dos limites regionais.

Ele será substituído pela jornalista Monique Madureira, ex-assessora de Comunicação da Prefeitura de Ibicaraí e com passagem pela Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Ilhéus.

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A comunicação que me escolheu e me acolheu segue abraçando vidas, dando voz a causas e pessoas por empatia e compaixão, e experimentando o correr da vida.

Manuela Berbert

A comunicação me escolheu lá atrás, quando eu liderava a equipe de um jornalzinho no colégio que, mesmo sem a força da internet, já conseguia circular por todas as principais instituições da minha cidade. E hoje eu olho para trás, penso nas articulações dessa distribuição em massa de umas folhas de papel que ditavam regras e modismos,  e entendo perfeitamente que não nasci para fazer outra coisa. Mesmo!

Mas é bem louco perceber que ela nem sempre me acolheu também. Que o mais do mesmo, o comum, ditou as regras engessadas do mundo por um tempo, e que as opiniões alheias me encolheram em vários momentos da vida. Resisti, não desisti, mas sofri. E muito. Dia desses, em conversa com uma cliente de consultoria para conexões e redes sociais, lembrei de uma passagem que me marcou bastante: no retorno da minha primeira viagem a São Paulo, escrevi na coluna que assinava no Jornal Diário Bahia o quanto teria sido acometida pela decepção. Teria achado a cidade suja, fedida e a quantidade de pessoas dormindo nas ruas teria cegado completamente o meu olhar. Recebi um retorno tãããão pesado de alguém próximo, que passei alguns dias tonta e absorvendo aquilo tudo!

No seu feedback, ela me disse que era até um tanto tabaréu da minha parte escrever aquilo em um veículo de comunicação. A potência São Paulo seria inegável, e o meu olhar era, digamos, amatutado. “Alguém que não consegue enxergar a dimensão da cidade porque tem a mente pequena”, ela definiu, em outras palavras. Uma paulada no meu juízo, que doeu forte. Não me retratei, como ela sugeriu, mas segui escrevendo cheia de dedos, justificando que talvez eu não tivesse conhecido a parte boa da cidade e que a culpa era minha por isso.

Hoje, a Manu que vos escreve jamais agiria assim. A comunicação que eu acredito me escolheu e também me acolheu. Me permitiu ser dona das minhas opiniões, ainda que eu as mude alguns dias depois, por experiência própria. A comunicação que me escolheu e me acolheu segue abraçando vidas, dando voz a causas e pessoas por empatia e compaixão, e experimentando o correr da vida. É como cantarolava o amigo Toni Garrido na canção A Estradaa vida ensina e o tempo traz o tom…”.

Manuela Berbert é publicitária.

O sentido estrito de campanha expande-se no moto-contínuo da busca pela atenção do eleitor sempre que possível
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 A tentativa de captar a atenção dispersa do público – para apresentar ideias, desmontar discursos adversários e angariar apoio – desafia o político a se movimentar continuamente para dar o maior alcance possível ao seu movimento.

Thiago Dias

O jornalista José Roberto de Toledo, editor do site da revista Piauí, descreve o comportamento do presidente Bolsonaro (sem partido) como o de moto-contínuo em campanha. O filósofo Marcos Nobre tem a mesma opinião, para citar dois exemplos do consenso em torno do assunto.

Nobre disse, em abril de 2019, que o método de Bolsonaro e do seu movimento de campanha eterna é a disseminação do caos. Para mobilizar suas bases de forma contínua e manter o controle da pauta do debate público, Bolsonaro recorre ao seu método: semeia caos. Uma pandemia depois, a constatação do filósofo é irrefutável. Neste sentido, nada é mais emblemático do que a inviabilização do Censo. O caos não precisa de números confiáveis e atuais para os seus planos.

Deu-se pouca atenção a um trecho do depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid. Quando tentava convencer o auditório de que aquele seu “um manda e outro obedece”, proferido ao lado do presidente, não tinha nada a ver com veto de Bolsonaro contra a CoronaVac, o general da ativa argumentou que a frase era para movimentar as redes da internet, o campo que o bolsonarismo domina e onde sua atuação eficiente foi decisiva para a vitória de 2018.

Sim, enquanto queríamos saber por que diabos o governo demorou tanto para comprar vacinas, o general da ativa admite que gravou um vídeo com o presidente e adotaram um discurso feito para causar no WhatsApp. O duro é saber que, ao menos em parte – do ponto de vista político-eleitoral – eles estão certos.

Na corrida pelo domínio das redes, Bolsonaro está à frente de Lula, que lidera as pesquisas eleitorais. Ciro corre por fora. Com o marqueteiro João Santana, tido por muitos como gênio da comunicação, o pedetista precisa correr muito para ter o alcance que seus adversários mais fortes hoje ostentam. Ficando no exemplo do Twitter, Bolsonaro tem 6,7 milhões de seguidores, Lula, 2,5 milhões e Ciro, 1,2 milhão.

De toda forma, os três e tantos outros agem conforme a premissa de que, no tempo da internet, com a comunicação cada vez mais dinâmica entre candidatos e eleitores, a campanha nunca para. A tentativa de captar a atenção dispersa do público – para apresentar ideias, desmontar discursos adversários e angariar apoio – desafia o político a se movimentar continuamente e, no mesmo embalo, dar o maior alcance possível ao seu movimento.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

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Com o propósito de fortalecer o processo educativo da instituição e preocupada com o desenvolvimento profissional dos professores, a Rede UniFTC abriu a Jornada Pedagógica do semestre 2021.1. O evento virtual contou com a presença do doutor em Comunicação pela USP, José Moran, que proferiu palestra abordando o tema “Inovando na Educação com Modelos Ativos Flexíveis”.

Professores e coordenadores que compõem a rede de ensino participaram da formação pedagógica, que segue até dia 5 de fevereiro, com palestras, oficinas e seminários que tratam de temas como “Aplicação de Metodologias Ativas no Ambiente Remoto de Aprendizagem”, “Motivação e Engajamento no Ambiente Remoto” e a “Avaliação de Aprendizagem no Séc. XX”. A abordagem principal da jornada, neste período, é a importância das práticas pedagógicas disruptivas e a formação do profissional do futuro.

Após desejar boas-vindas, o vice-presidente acadêmico, Ihanmarck Damasceno, explicou a proposta da Jornada Pedagógica 2021.1. “Depois dos desafios ocorridos em 2020, sabemos que a mudança é necessária e novas práticas na educação são realidade. As rupturas ao modelo tradicional de aprender e ensinar ganham força no mercado. A tendência é fortalecer o hibridismo na educação, melhorando a cada dia e adaptando-se ao novo. A educação, através do modelo ativo de aprendizagem, ganha mais espaço e torna-se uma prática necessária. Tenho certeza que teremos um semestre diferente e bem melhor, sempre avançando”, argumentou.

Durante a palestra, o professor José Moran afirmou que o modelo híbrido é muito mais interativo. “Sabemos que para alguns é uma ferramenta fácil, mas para outros um desafio enorme, mas esta dinâmica na educação ia acontecer. Estava claro que a educação tinha que se mexer. A ideia de flexibilidade, hibridismo, as tendências seriam por aí. Nunca viajei tanto sem sair do lugar. Precisamos nos conectar e realizar uma gestão compartilhada com os estudantes, família, professores, enfim, mudar esta cultura do aluno receber tudo pronto”, enfatizou.

MODELOS MAIS FLEXÍVEIS

José Moran apresentou algumas combinações de educação ativa flexível, plataformas interativas de ensino e estratégias didáticas integradas, como aula invertida e avaliação diversificada. O professor também falou dos modelos híbridos do ensino superior e sobre a aprendizagem baseada em projetos e problemas, aprendizagem através de jogos e gamificação, etc.Leia Mais