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IMG-20170330-WA0030Maurício Maron | mauricio.maron@gmail.com

 

Se hoje a pena de Adriana Ancelmo é não poder falar ao telefone nem acessar a internet, a de Rafaela é estar longe de quem ama e de quem precisa dela.

 

 

O Brasil de Adriana Ancelmo é diferente do Brasil de Rafaela. Diferente e desigual.

A ex-primeira dama do Rio de Janeiro, acusada de integrar uma organização criminosa e roubar milhões de reais de recursos públicos ao lado do marido, Sérgio Cabral, já está em casa, cuidando dos filhos.

Um direito que a justiça lhe concedeu sob a alegação de que ela necessitava cuidar dos menores.

Rafaela mora no Pará. Tem três filhos. Um deles, autista.

Em 2009 foi presa acusada de furto em uma loja. Quatro anos depois, voltou a ser presa após uma tentativa de assalto. Na Páscoa de 2015, saiu para passar o final de semana em casa e decidiu não voltar. Ficou desesperada ao ver que o filho precisava da sua presença. Ficou foragida até novembro do ano passado e hoje cumpre pena em regime fechado.

Se Adriana, agora no aconchego dos filhos e da casa, por certo, sorri, Rafaela chora.

A justiça que concedeu o benefício à ex-primeira dama fluminense é a mesma que acaba de negar o mesmo direito à Rafaela.

Que fique claro que esta análise não revoga o dever de ambas em cumprir as penas a que estão condenadas. Uma é acusada de ter roubado milhões. Outra, acusada de tentar roubar.

As duas, portanto, devem à justiça e precisam pagar pelo que devem.

Bom também lembrar que no Brasil que a gente vive, há milhares de Adrianas.

E outras milhares de Rafaelas.

O que se questiona é o poder da balança em pender mais para um lado. Ela, que é o símbolo místico da justiça, representa a equivalência e equação entre o castigo e a culpa. Na teoria traz como principais conceitos a equidade e a igualdade.

Mas na prática…

Se hoje a pena de Adriana Ancelmo é não poder falar ao telefone nem acessar a internet, a de Rafaela é estar longe de quem ama e de quem precisa dela.

A Defensoria Pública do Pará pediu que ela pudesse ir para casa cuidar dos filhos. O Ministério Público estadual concordou com o pedido. A juíza, no entanto, decidiu que não iria avaliar o pedido e adiou o julgamento.

Do sofá de sua casa, Adriana Ancelmo neste momento deve estar acariciando os filhos, alicerçada em um direito constitucional.

Rafaela está atrás das grades. Ela, solitária. Os filhos, idem.

Este País precisa urgentemente ser menos desigual.

Mauricio Maron é jornalista é editor do Jornal Bahia Online.

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Marco Wense

O pronunciamento de Temer, com a nítida preocupação de não atingir os seus homens de confiança, é a prova inconteste de que o presidente está refém da banda podre da política, de que quem deve, teme.

Fazendo de conta que a corrupção fala, ouve e tem seus sentimentos, uma pergunta é pertinente: O que a velha conhecida do povo brasileiro diria sobre a mensagem de fim de ano do presidente Michel Temer?

Pois é. Deixaram a coitadinha de lado, como se não existisse. Ela, que é tão assídua nos noticiários, tão comentada, muitas vezes manchetes nos jornais, é menosprezada pelo mandatário-mor do país.

A corrupção, no entanto, tem que entender que Temer não poderia falar dela tendo auxiliares bem próximos citados pela Lava Jato, como Moreira Franco, Eliseu Padilha e Romero Jucá. Sem falar nos coadjuvantes, nos beltranos, fulanos e sicranos.

O ex-vice de Dilma Rousseff procurou o caminho da conveniência. Fugiu do constrangimento de ter que cobrar a dureza da lei, o que atingiria Rodrigo Maia (DEM) e Renan Calheiros (PMDB), respectivamente chefes da Câmara dos Deputados e do Senado da República.

O pronunciamento de Temer, com a nítida preocupação de não atingir os seus homens de confiança, é a prova inconteste de que o presidente está refém da banda podre da política, de que quem deve, teme.

Concluo dizendo que a corrupção deveria estar grata com as palavras do presidente. Pior é se Temer dissesse que iria combatê-la implacavelmente, sem dó e piedade.

A corrupção brasileira, além de adorar os holofotes, é masoquista.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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La Vue é um prédio de alto padrão, onde Geddel comprou apartamento (Montagem Tijolaço).
La Vue é um prédio de alto padrão, onde Geddel comprou apartamento (Montagem Tijolaço).

Uma manobra do conselheiro baiano José Saraiva levou a Comissão de Ética Pública da Presidência da República a adiar decisão sobre abertura ou não de investigação contra o secretário de Governo, Geddel Vieira Lima. A comissão deverá apurar se o ministro violou o código de conduta federal ao pressionar o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, para tratar liberar obras do edifício La Vue.

Cinco conselheiros votaram pela instauração do processo, mas um pedido de vista de José Saraiva provocou o adiamento da decisão para 14 de dezembro próximo. Saraiva foi nomeado, recentemente, pelo presidente Michel Temer. Saraiva manifestou a necessidade de estudar melhor as informações, divulgadas pela imprensa no fim de semana.

O conselheiro Marcelo Figueiredo adiou seu voto até a manifestação de Saraiva. Os cinco conselheiros que já se pronunciaram a favor da abertura do processo podem rever seus votos.

O ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, pediu demissão do cargo na última sexta-feira (18), alegando razões pessoais. No fim de semana, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, afirmou que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador.

O empreendimento não foi autorizado pelo instituto e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à Folha, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado. Geddel disse estar preocupado com a criação e a manutenção de empregos.

A sugestão de abertura de processo da Comissão de Ética foi apresentada pelo presidente do colegiado, conselheiro Mauro de Azevedo Menezes, que afirmou ter visto nas notícias publicadas pela imprensa sinais inequívocos de que o assunto precisa ser apreciado pela comissão. Embora pudesse ter instaurado o processo ele mesmo, Azevedo preferiu consultar os outros conselheiros.

“Trouxe o assunto por entender que é um caso claro de competência da Comissão de Ética Pública. Se a materialidade do caso admite a abertura de processo e quais os desdobramentos, cabe ao colegiado decidir”, disse.

“O processo ainda não foi aberto. Ainda estamos estudando a possível abertura de um processo. E não estamos, com isso, a prejulgar a conduta do ministro Geddel”, acrescentou Menezes ao defender calma na condução do tema.

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ailtonsilva artigoAilton Silva | ailtonregiao@gmail.com

 

É muito fácil apontar e condenar a corrupção do outro. Vamos fazer uma reflexão sobre os nossos comportamentos e começar a mudança por nós.

 

Desde o ano passado que acompanhamos, em todo o Brasil, gente anônima, lideranças políticas, empresários, dirigentes de organizações não governamentais, representantes de entidades de classe e integrantes de “grupos revolucionários” como Movimento Brasil Livre (MBL), entre outros, gritando bravamente contra a corrupção. Muitas pessoas que se mostravam indignadas com o descaso com o dinheiro público estão me deixando confuso.

Quando as pessoas tomaram às ruas, pensei: já passou da hora de acabar com esse câncer. Até imaginei que a virada iria começar com a revolta do povo. Eram empolgantes o debate, a articulação pelas redes sociais, a cobertura da mídia e as pessoas nas ruas contra a corrupção. No meio de tudo aquilo, as operações da Polícia Federal, que resultaram em prisões de figurões da política e representantes de grupos empresariais. Pensava, a mudança já começou…

Para ficar perfeito, só aumentava o número de pessoas que condenavam a corrupção, o que era altamente positivo. Mas, sinceramente, nunca acreditei na honestidade de muitos dos líderes que estavam à frente desses movimentos. Minha desilusão aumentou quando se tornou público que um dos integrantes do MBL respondia a mais de 60 processos na justiça, incluindo ações por fraude.

Mais adiante, outra pancada: esse mesmo movimento recebeu dinheiro de partidos políticos para as manifestações e, nas eleições municipais deste ano, em Porto Alegre, promoveu uma batalha interna – grupo dividido entre dois candidatos. A guerra e troca de acusações podem ter motivado a morte de um dos integrantes do movimento.

Mas tem os líderes do Movimento Vem para Rua que são honestos, éticos e que lutam por um Brasil decente.  Sim, deve ter muita gente correta. Esse, porém, não parece ser o caso de Jailton Almeida, servidor público federal, integrante do movimento e que fazia em Brasília, nos carros de som, discursos inflamados contra a corrupção. No entanto, em junho foi nomeado para cargo de “coordenador-geral de participação social na gestão pública”, logo após a posse do novo governo. É ilegal? Não. Mas imoral, sim.

Outro “exemplo” é do presidente da Federações das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, que participou ativamente dos protestos, mas é acusado de caixa dois nas eleições de 2014. Aliás, é imensa a lista de políticos que apareceram discursando pela moralidade, ética e respeito ao dinheiro público, mas investigados exatamente por desvio de dinheiro do contribuinte. Neste meio, há até acusados de formação de quadrilha, extorsão, falsidade ideológica, trabalho escravo, fraude, dentre tantos outros crimes.

Quem também tinha o discurso bonito contra a corrupção era a estudante Sofia Azevedo Macedo, de Minas Gerais. A jovem agora aparece nos noticiários como uma das pessoas que tentaram fraudar as provas do Enem 2016.  São tanto casos de quem nos últimos meses gritou contra corrupção e foi flagrado exatamente fazendo o que se dizia condenar.  É verdade que existe muita gente honesta e decente, mas também não faltam hipócritas. É muito fácil apontar e condenar a corrupção do outro. Vamos fazer uma reflexão sobre os nossos comportamentos e começar a mudança por nós.

Ailton Silva é jornalista.

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dinheiroAs investigações na Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa) podem chegar não só a mais diretores da companhia como também à Câmara de Vereadores de Itabuna. E, ao que se sabe, não passa somente pelas nomeações e apadrinhamentos.

O Ministério Público Estadual (MP-BA) investiga o lamaçal na empresa. Na semana passada, um diretor e um funcionário concursado foram presos, preventivamente, acusados de esquema que importa num desvio até agora calculado em quase R$ 500 mil pela promotoria pública.

 

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Promotor Inocêncio de Carvalho se diz impressionado com esquema na Emasa.
Promotor: impressionado com esquema (A Região).

O promotor Inocêncio de Carvalho se disse surpreso com o esquema de corrupção investigado na Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), de Itabuna, mesmo trabalhando há vários anos com investigação de crimes, a exemplo de homicídios. “[O esquema] me impressionou muito. Usar o estado de carência que vivemos para ganhar em cima disso”, afirmou.

A promotoria concedeu entrevista ao programa Balanço Geral (TV Cabrália). Segundo ele, as investigações prosseguem em sigilo por conveniência do Ministério Público, o que facilita o trabalho de obtenção de provas, por exemplo. Durante a entrevista, o promotor disse que as prisões do diretor José Antônio dos Santos e do funcionário concursado e chefe do setor de Vazamentos, Pedro Barreto, não têm prazo, pois são preventivas.

Além do esquema de desvio de recursos, equipamentos e água da Emasa, a promotoria também apura esquema de antecipação de salário entre diretores da empresa. Segundo informação obtida pelo PIMENTA, um dos diretores da empresa chegou a obter R$ 30 mil em antecipação de salário entre fevereiro e junho deste ano, apesar da crise econômico-financeira da Emasa.

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Henrique Alves é mais um ministro que cai envolvido em corrupção (Foto José Cruz/A Brasil).
Henrique Alves é mais um ministro que cai envolvido em corrupção (Foto José Cruz/A Brasil).

Ivan Richard | Agência Brasil

Após ser citado na delação premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, pediu hoje (16) demissão do cargo. O ex-ministro teria recebido, segundo Machado, R$ 1,55 milhão em doações eleitorais com recursos ilícitos.

Ele é o terceiro ministro, após pouco mais de um mês do governo interino de Michel Temer, a cair depois de denúncias relacionadas à Operação Lava Jato. Romero Jucá, que foi ministro do Planejamento, e Fabiano Silveira, da Transparência, Fiscalização e Controle, saíram dos cargos após divulgação de trechos da delação de Machado, em áudio, em que eles criticavam a operação.

Alves enviou uma carta com o pedido de demissão a Temer, mas, até o final da tarde, o teor não foi divulgado. Na noite de ontem (15), o ministro esteve no Palácio do Planalto reunido com o presidente interino.

O sigilo dos depoimentos de Sérgio Machado à força-tarefa da Operação Lava Jato foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federall (STF) Teori Zavascki, relator dos inquéritos da operação na Corte.

Machado citou o presidente interino Michel Temer e mais de 20 políticos, entre eles o presidente do Senado, Renan Calheiros, os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-deputado Cândido Vaccarezza (PT) e do ex-presidente José Sarney (PDMB-AP). Os políticos negaram as acusações.

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Coronel Santana quando foi preso em flagrante por policiais civis.
Coronel Santana quando foi preso em flagrante por policiais civis.

Antônio Jorge Ribeiro Santana, ex-comandante da Polícia Militar baiana, será julgado, nesta quinta (16), às 8h30min, por fraude e lavagem de dinheiro em contrato de locação de viaturas superfaturadas para a corporação, informa o Bocão News.

Coronel Santana é investigado pelo recebimento de propina e superfaturamento na compra de 201 viaturas. A prisão ocorreu durante as investigações da Operação Nêmesis, em 5 de março de 2009 (relembre aqui).

O policial, que está na reserva, vai a julgamento na Auditoria da Justiça Militar do Estado da Bahia, em Salvador. Além dele, outras 11 pessoas são acusadas de envolvimento no esquema. O militar foi acusado de movimentar R$ 1,2 milhão com suposta compra de gado para abate.

Santana comandou a PM baiana até 2008 e o esquema fraudulento, de acordo com as investigações à época, envolviam a empresa paulista Júlio Simões, responsável pelo fornecimento das viaturas para a corporação.

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Bebeto diz não haver dúvida quanto ao envolvimento de Cunha em atos ilícitos
Bebeto diz não haver dúvida quanto ao envolvimento de Cunha em atos ilícitos

O deputado federal Bebeto Galvão (PSB/BA) afirma não ter dúvida de que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), é beneficiário de contas bancárias irregulares no exterior. A titularidade dessas contas fundamenta o pedido de cassação de Cunha, que teve parecer favorável do relator, deputado Marcos Rogério (DEM/RO). Bebeto é um dos membros titulares do Conselho de Ética, que julga o pedido de cassação do presidente da Câmara.

Ontem, o destaque da sessão do Conselho foi o sumiço da deputada Tia Eron (PRB/BA). O voto dela é considerado decisivo para a aprovação ou rejeição do parecer do relator.

Bebeto defende o parecer. “Nós do PSB vamos acompanhar o voto do relator, pela cassação do deputado Eduardo Cunha. Essa Casa não pode se apequenar, não pode temer, e terá sua autonomia resgatada pela posição deste conselho dando voto pela cassação do mandato”, afirma.

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A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram nesta manhã os trabalhos da 30ª fase da Operação Lava Jato.

A Operação Vício tem a participação de cerca de 50 policiais federais e dez servidores da Receita, que cumprem 28 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva e nove de condução coercitiva nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

As investigações estão relacionadas ao esquema de corrupção e lavagem de ativos decorrentes de contratos firmados com a Petrobras. “Trata-se da apreciação de vários contratos e correspondentes repasses de valores não devidos entre empresas contratantes da Petrobras, funcionários da estatal e agentes públicos e políticos”, diz nota divulgada pela PF.

Três grupos de empresas são investigados por terem se utilizado de operadores e de contratos fictícios de prestação de serviços para repassar, principalmente, à Diretoria de Serviços e Engenharia e Diretoria de Abastecimento da estatal.

Aos investigados estão sendo atribuídos, entre outros, crimes de corrupção, organização criminosa e lavagem de ativos. Da Agência Brasil

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Jucá deixa ministério, mas continuará auxiliando governo (Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil).
Jucá deixa Pasta, mas continuará auxiliando governo (Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil).

O presidente interino Michel Temer disse que o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, que pediu afastamento hoje (23), continuará auxiliando o governo no Congresso após deixar o cargo. Jucá é senador pelo PMDB de Roraima.

Em nota divulgada no começo da noite, Temer agradeceu Jucá pelo trabalho desempenhado no ministério, para o qual havia sido nomeado no último dia 12.

“Registro o trabalho competente e a dedicação do ministro Jucá no correto diagnóstico de nossa crise financeira e na excepcional formulação de medidas a serem apresentadas, brevemente, para a correção do déficit fiscal e da retomada do crescimento da economia. Conto que Jucá continuará, neste período, auxiliando o governo federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa capacidade política”, disse o presidente interino na nota.

Depois de 11 dias à frente da pasta, Jucá pediu hoje para deixar o Ministério do Planejamento após a divulgação, pelo jornal Folha de S.Paulo, de uma conversa dele com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que o ex-ministro sugere um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato.

Confira o teor das gravações

Jucá negou a intenção de obstruir as investigações e disse que o pacto para “conter a sangria” citado na conversa se referia aos problemas econômicos do país e não às investigações da Lava Jato. Com informações da Agência Brasil.

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Em conversa com ex-presidente da Transpetro, Jucá promete que governo Temer daria fim às investigações (foto Agência Senado_
Em conversa com ex-presidente da Transpetro, Jucá promete que governo Temer daria fim às investigações (foto Agência Senado_

A cada dia que passa, o governo provisório do peemedebista Michel Temer demonstra que não veio para trazer nada de novo, mas tão somente para restabelecer “velhos costumes”. O principal deles, a impunidade dos corruptos, desde que sejam eles mesmos ou seus chegados.

A última revelação do jornal Folha de São Paulo, envolvendo o secretário de Planejamento Romero Jucá, seria estarrecedora, não fosse previsível. Jucá, em conversa com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, afirma que a presença de Michel Temer no comando do país serviria para estancar as investigações da Lava Jato.

Diante da advertência de Machado, de que “Janot está a fim de pegar vocês” (no caso, os peemedebistas), Jucá responde: “Você tem que ver com seu advogado como é que a gente pode ajudar. […] Se é político, como é a política? Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo para estancar essa sangria”.

Na conversa, gravada em março, Machado diz ainda, referindo-se às investigações, que a gestão Temer pararia “com tudo”. E Jucá confirma: “com o Supremo, com tudo”. Ai do petista que proferisse tais palavras!

Fica claro que, por trás dos discursos de respeito à autonomia da Polícia Federal, há verdadeiras intenções de sabotar a Lava Jato para preservar larápios de estimação. No caso, trata-se também de autopreservação, pois o próprio Jucá se encontra entre os investigados pela força tarefa.

Um governo que tem presidente investigado e não se constrange de formar um ministério cheio de réus, assim como nomear um líder na Câmara que responde a sete processos, inclusive um por tentativa de homicídio, não pode mesmo despertar grandes esperanças. É de frustrar quem se iludiu com a ideia de que os corruptos estavam apenas no PT.

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Presidente da Câmara é investigado na operação Lava Jato
Presidente da Câmara é investigado na operação Lava Jato

Da Agência Brasil

O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou hoje (5) o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado federal e da presidência da Câmara. O ministro atendeu a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A decisão é liminar.

A assessoria do deputado Eduardo confirmou que ele recebeu, há pouco, a notificação da Corte. Quem assume a presidência da Câmara é o vice Waldir Maranhão (PP-MA).

Cunha é réu em uma ação penal que tramita no STF sobre o suposto recebimento de U$S 5 milhões de propina em contratos de navios-sonda da Petrobras. Cunha está na linha sucessória da Presidência da República, cargo que não pode, de acordo com a Constituição, ser exercido por um réu.

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Quem costuma passar pela Avenida Firmino Alves pela manhã já deve ter percebido a enorme fila que se forma todos os dias em frente à Justiça Eleitoral de Itabuna. São os cidadãos que buscam o órgão para se alistar como eleitor ou solicitar transferência, mas o que provavelmente nem todos conheçam é o esquema organizado por muitos pré-candidatos a vereador para já obter vantagem indevida nesse momento embrionário do exercício da cidadania.

Vários pré-candidatos contrataram pessoas para guardar lugar na “fila do título”. É gente que chega ao local de véspera e passa a noite na fila. Por volta das 3 horas da madrugada, já se vê um movimento considerável.

Segundo informações, cada “guardador” recebe cerca de R$ 30,00 pelo serviço. Os pré-candidatos também pagam o transporte e até lanche para os eleitores favorecidos pelo esquema. No início da manhã, é comum ver por ali alguns postulantes ao legislativo e seus cabos eleitorais. Toda a cidade os vê, só falta o Ministério Público e a Justiça Eleitoral abrirem os olhos.