Água baixou quase um metro e meio na Represa do Iguape || Foto PIMENTA
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Num canto da Represa do Iguape, perto da unidade de manutenção da Embasa, em Ilhéus, um objeto chama a atenção dos visitantes. Parece um grande colchão inflável, mas é um píer móvel, aparentemente de borracha. Foi instalado pelo canoísta ubaitabense Isaquías Queiroz, 29, medalha de ouro nos Jogos de Tóquio. Ele usou o equipamento nos treinos no local, nesta temporada. Quando iniciou a preparação na cidade, no primeiro semestre deste ano, a represa estava cheia. Hoje, a situação é outra.

Píer usado por Isaquias Queiroz na Represa do Iguape || Foto PIMENTA

Desde o início de outubro, o nível do reservatório baixa, em média, três centímetros por dia, informou ao PIMENTA o gerente do Escritório da Embasa em Ilhéus, Felipe Madureira, durante conversa na torre de captação da Represa, hoje (13). Isso representou uma diminuição de 25% a 27% do estoque, estima. Nas pedras das margens, o contraste da antiga marca do lume e o nível atual da água indicam, visualmente, o quanto a Represa baixou. Quase um metro e meio, segundo o monitoramento da Embasa.

PREVISÕES CONFIRMADAS

O PIMENTA procurou a concessionária em junho passado, em busca de informações sobre o planejamento da empresa para lidar com o cenário de diminuição de chuvas no último trimestre de 2023, conforme previsões meteorológicas disponíveis à época (relembre). Sem estiagem completa, como as do semiárido baiano, o sul do estado sofre com redução acentuada do volume das chuvas.

A tendência se mantém em dezembro, informa o gerente da Unidade Regional da Embasa em Itabuna, Uillas Batista Rodrigues, também entrevistado pelo site durante a visita à Represa. “Se a gente for olhar o índice pluviométrico médio de Ilhéus para o mês de dezembro, é de aproximadamente 133 milímetros. Dezembro já está praticamente no meio e só tem registro de 2 milímetros. É irrisório diante da média histórica. É necessário que a gente compreenda que está havendo essa alteração climática e que a população precisa contribuir nesse sentido”, acrescentou.

MEDIDAS ADOTADAS 

Felipe Madureira: Embasa está mais preparada que em 2016 || Foto PIMENTA

De acordo com Felipe Madureira, desde a crise hídrica de 2016, a Embasa reforça sua capacidade de produção e distribuição em toda a Bahia. Neste ano, em junho, o Escritório Regional retomou o gabinete de crise, otimizando as ações estruturantes e administrativas. A pedido do PIMENTA, Felipe e Uillas sintetizaram as medidas adotadas pela Embasa, nos últimos anos, para enfrentar cenários como o atual, em Ilhéus.

Segundo Uillas, a empresa investiu R$ 4 milhões para ampliar sua capacidade de captação na barragem do Rio Santana e de tratamento na Estação Pontal. “Também aumentou a eficiência da distribuição da água, diminuindo o desperdício, com o Centro de Controle Operacional. Um investimento de mais R$ 2,7 milhões”.

Uillas Batista: Ilhéus registra 2 milímetros de chuva em dezembro || Foto PIMENTA

Uillas Batista ressaltou o início do envio de água da ETA Pontal, na zona sul, para a ETA Centro/Oeste, localizada na Tapera, próximo à Amazon Bahia. A operação começou em 2019, usando a malha de distribuição já instalada. Agora, a Embasa vai construir uma adutora exclusiva para o transporte da água. O investimento previsto é de R$ 7 milhões e está em fase de licitação.

“Isso vai garantir uma condição bastante confortável para a melhoria do abastecimento da cidade, substituindo grande parte da dependência da Barragem do Iguape [hoje, em 60%]. O efeito prático é o aumento da capacidade de exportação da zona sul para a ETA Centro”, assegurou o gerente regional.

Conforme Felipe Madureira, não há motivo para imaginar o pior cenário, com o extremo de faltar água nas casas das pessoas, mas, segundo ele, é fundamental que cada família faça a sua parte, utilizando a água de forma econômica.

O gerente local enfatizou que a Embasa dá sua contrapartida. “Hoje, a Embasa consegue jogar água do sul para o Centro; do Centro, consigo avançar mais para o norte. Isso dá segurança à operação do Escritório Local, para manter a população abastecida diariamente. Aqui em Ilhéus – e isso é um orgulho para a cidade -,  em qualquer canto, pode ser o lugar mais alto, mais pobre ou mais rico, a gente abastece diariamente”.

CENÁRIO EM 2024

A Embasa estima que, num cenário de severa escassez hídrica, o reservatório do Iguape, que abastece 60% da cidade (Centro, norte e oeste), suportaria o ritmo atual de diminuição de nível por mais quatro meses e meio.

Para aumentar sua capacidade de produção e evitar desabastecimento, a empresa reativou o transporte de água do sul para o Centro de Ilhéus, reforça a gerência local. Além disso, vai iniciar os trâmites legais para ser autorizada a captar água no Parque Municipal da Boa Esperança. Essa é uma alternativa que a companhia pretende ter à disposição, mas espera não usar, concluiu Felipe Madureira. Se necessário, a represa da Esperança pode incrementar a produção do Iguape em 10%.

Leito do Rio Cachoeira seco em área de captação da Emasa em 2015 || Foto PIMENTA
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A Defesa Civil de Itabuna divulgou documento sobre as previsões de que o Nordeste poderá enfrentar, no segundo semestre de 2023, estiagem parecida com a dos anos de 2015 e 2016, quando a escassez hídrica causou desabastecimento em várias cidades, inclusive no município grapiúna. Com base nas informações disponíveis, é possível afirmar que, neste ano, teremos um Super El Niño, pois o aumento de temperatura do Oceano Pacífico já foi constatado, segundo informação do diretor local da Defesa Civil, Kaique Brito, ao PIMENTA. “É certeza que a gente vai ter estiagem no segundo semestre deste ano. Já é cem por cento consolidado em todos os modelos [meteorológicos]”.

Diferente de regiões como a do semiárido baiano, continuou Kaique, o sul da Bahia não tem registro de estiagens que secaram completamente os rios. Mas, por aqui, sob a influência do El Niño, os acumulados de chuva dos meses de outubro, novembro e dezembro ficam abaixo da média histórica. De acordo com o relatório da Defesa Civil, isso significa que a distribuição de água em Itabuna pode vir a ser afetada, novamente, por uma período de chuvas reduzidas.

“Como foi 2015 e 2016? A gente teve a crise hídrica, mas não deixou de chover. Ao invés de chover 100 milímetros por mês [equivalente a 100 litros por metro quadrado], que é a média histórica, choveu 20, 30 milímetros, e eram chuvas concentradas. Os rios continuavam perdendo água e a chuva alimentava os rios com pouca água. O balanço hídrico ficou negativo”, acrescentou.

Foi a diminuição do nível do Rio Almada, em 2015 e 2016, que aumentou a proporção de água salgada no seu leito, recordou Kaique, ressaltando que o ponto de captação no Almada, em Castelo Novo, zona rural de Ilhéus, é a principal fonte de abastecimento de Itabuna. Como a adutora fica em uma área no mesmo nível do mar, a redução das chuvas pode fazer com que a água salobra volte a predominar no local, alertou.

Kaique Brito fala sobre previsão de estiagem severa no Nordeste

O Rio Cachoeira também baixou na crise da década passada, mas suas águas abastecem no máximo 20% de Itabuna, na região de Ferradas, complementou Kaique Brito.

RESPOSTA

O diretor da Defesa Civil disse que o Governo Municipal já se mobiliza para enfrentar o cenário de escassez hídrica, caso as previsões se confirmem. Para Kaique Brito, hoje, a Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa) e a Prefeitura de Itabuna têm melhores condições de lidar com os efeitos de uma estiagem como a de 2015-2016.

No relatório do órgão e ao PIMENTA, ele citou a possível utilização da água da Barragem de Itapé para abastecer os reservatórios da Emasa, com a ajuda de caminhões-pipa. A barragem sobre o Rio Colônia foi inaugurada em 2018. Durante a crise de oito anos atrás, os caminhões a serviço da Emasa buscavam água no Rio de Contas, em Ubaitaba. Segundo Kaique, caso seja necessário, no segundo semestre de 2023, a Emasa teria acesso mais fácil à água em Itapé. Essa e outras medidas serão analisadas junto com a empresa e setores da gestão municipal, concluiu o diretor da Defesa Civil.

Clique aqui para acessar o documento divulgado pelo órgão.

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erick maiaErick Maia

 

Esses avanços, em grande medida, devem-se à atuação dos seus trabalhadores, sindicato e Ministério Público, especialmente na luta travada ano passado, que resultou no afastamento de toda a diretoria da empresa e sinalizou, de forma inequívoca, que os itabunenses não aceitariam mais retrocessos.

No último dia 26, o prefeito do município de Itabuna, Fernando Gomes, confirmou em entrevista ao jornalista Ederivaldo Benedito que fará a privatização da Empresa Municipal de Água e Saneamento S/A (EMASA). Aliás, desde a criação da Emasa, em 1989, a partir da retirada desses serviços do controle do Estado da Bahia, Gomes tem demonstrado uma verdadeira obsessão em querer vender a empresa.

No entanto, não temos dúvidas de que essa privatização trará instabilidade jurídica, demissão em massa, aumentos exorbitantes da tarifa de água e não resolverá a questão de investimentos, principalmente nas regiões periféricas da cidade e na zona rural – que precisam de subsídio estatal.

Dos cerca de 400 milhões de reais necessários para melhoria do abastecimento de água e ampliação do sistema de esgotamento sanitário, de acordo com o Plano Municipal de Saneamento, a maior parte deverá ser destinada aos bairros onde as populações pagam tarifa social.

Há, ainda, um enorme passivo sob responsabilidade da Emasa que depende da sua arrecadação, como: dívidas tributárias, trabalhistas, financeiras e judiciais, que não serão assumidas com uma eventual privatização.

Na última proposta de concessão feita pelo então prefeito Claudevane Leite e encaminhada à Câmara de Vereadores, a empresa privada assumiria apenas o patrimônio, sem o inconveniente das dividas, que ficariam com a prefeitura. Um verdadeiro calote!

Outro fato relevante é o contrato de comodato entre o Município e o Estado da Bahia, referente à parte do patrimônio da Emasa, que, segundo a lei, não pode ser transferido a terceiros sem a anuência da Embasa.

GESTÃO

Sob o aspecto da gestão, estamos certos de que não há razões que justifiquem a privatização da Emasa. Prova disso é que, em pouco tempo, após ter enfrentado a sua maior crise de abastecimento, a empresa tem demonstrado capacidade de recuperação econômico-financeira. A Emasa, hoje, tem buscado cortar custos desnecessários, melhorar a sua eficiência financeira e aumentar receitas, prestando, certamente, um serviço público próximo das expectativas da sociedade, sem correr o risco de tarifas abusivas próprias da iniciativa privada.

Mas é preciso fazer justiça. Esses avanços, em grande medida, devem-se à atuação dos seus trabalhadores, sindicato e Ministério Público, especialmente na luta travada ano passado, que resultou no afastamento de toda a diretoria da empresa e sinalizou, de forma inequívoca, que os itabunenses não aceitariam mais retrocessos.

Existem vastos exemplos bem sucedidos de prestação de serviços públicos na área de saneamento. E não é preciso ir muito longe.

Na Bahia, apesar de Itabuna, com seus 220 mil habitantes, ser a exceção da regra (não chega a tratar 10% dos seus esgotos), a maioria esmagadora dos médios e grandes municípios do Estado tratam mais da metade dos seus efluentes domésticos. O município de Vitória da Conquista é uma das referência do interior e tem os melhores indicadores do Norte/Nordeste, segundo o SNIS (Sistema Nacional de Informações de Saneamento).

Por consequência, o debate da necessidade de privatização pelo argumento da falta de competência de gestão pelo setor público fica comprometido e se mostra extremamente enganador.

INVESTIMENTOS

O dado concreto é que, também pelo argumento da falta de capacidade de investimento, não é possível sustentar a privatização, pois está sendo com dinheiro público a construção da Barragem no Rio Colônia, ao custo de mais de 100 milhões de reais, que vai garantir, além de segurança hídrica à região, uma vazão mínima ecológica que atuará na diluição dos efluentes em épocas de seca e, nos períodos de cheia do rio, poderá mitigar o impacto das enchentes às populações ribeirinhas.

Foi também com dinheiro público que, na crise hídrica do ano passado, garantiu-se toda infraestrutura possível para atenuar o sofrimento do povo de Itabuna com água potável trazida de outros municípios por meio de carros-pipas e a distribuição de reservatórios nos bairros.

Assim, torna-se flagrante que a falta de recursos para investimento como justificativa para privatizar não tem como prosperar. Há notícias de que a Emasa, com recursos próprios, já começou a investir de maneira consistente e ascendente. Sem deixar de comentar que o mesmo governo do Estado da Bahia, que está fazendo a barragem, é importante frisar, quis assumir o sistema de abastecimento do município e, sabe-se que, o prefeito eleito, Fernando Gomes, teria atuado junto aos vereadores para que não fosse aprovado o convênio de cooperação.

Finalmente, continuaremos intransigentes na defesa do saneamento público, da autonomia técnica e gerencial da Emasa, na valorização dos seus servidores efetivos e o controle social.

Erick Maia é dirigente do Sindae.

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Neto diz que missão é consolidação como shopping completo até 2018 (Foto FEmpresarial).
Neto diz que missão é consolidação como shopping completo até 2018 (Foto FEmpresarial).

O Jequitibá trabalha para consolidar-se como shopping center completo até 2018, revela o diretor do Grupo Chaves, Manoel Chaves Neto, nesta entrevista. “Para que isso aconteça, temos que ter um shopping com cinema, academia, restaurantes, espaço para medicina e laboratório etc”, completa.

O executivo do Grupo Chaves também aborda, nesta entrevista, a crise econômica nacional e emite opinião quanto ao futuro da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa).

Neto fala, ainda, das obras de construção da primeira unidade de uma das principais redes de loja de departamentos, a Renner, no sul da Bahia. A previsão é de que a inauguração ocorra antes do Dia das Mães. Confira.

Estrutura sendo edificada para abrigar loja e mais operações do shopping.
Montagem da estrutura da Renner e – em breve – cinema e estacionamento.

As obras estão dentro do prazo?

Sim. Iniciamos as obras da Renner em 13 de novembro. Ontem (sábado, 14), finalizamos toda a montagem estrutural – pilares, vigas e lajes – faltando apenas fechamento lateral e impermeabilização.

Toda esta obra foi para Renner?

A Renner terá uma loja de 2.100 metros quadrados em 2 andares, ligados internamente por escadas rolantes, escadas fixas e elevadores. Acima da Renner, no L3, já fizemos investimentos para que, num futuro próximo, utilizemos como estacionamento. Aproveitamos esta intervenção para fazer fundações e colocar pilares que suportem construção de deck park, prédio comercial, cinema…

A fase de fundação e montagem foi bem rápida. O que permitiu essa agilidade?

Optamos pelo método construtivo com pré-moldados, método este que nos dá mais velocidade, diante da necessidade da Renner de inaugurar a loja antes dos Dia das Mães. As equipes do shopping e da obra, afinadas com os objetivos comuns, foram também fundamentais para este êxito.

Estrutura terá capacidade para várias operações do shopping, incluindo academia e espaço para medicina e laboratório.
Estrutura terá capacidade para várias operações do shopping, incluindo academia e espaço para medicina e laboratório.

Qual a estimativa de geração de empregos com a Renner?

Nós acreditamos que uma loja deste porte deva gerar, inicialmente, 80 postos de trabalhos, sendo ao longo do tempo readequados para a realidade, entre 50 a 70 empregos.

A crise econômica tem afetado o movimento do Jequitibá?

Seríamos irresponsáveis se disséssemos que não, pois a crise atinge toda a população, de A a Z, quem consome, quem faz o varejo. Falando da crise no shopping, asseguro que atinge numa proporção bem pequena, sendo certo que são problemas pontuais. O que mais me preocupa é a falta de chuva, falta de água em nossa região.

Clique no “leia mais” e confira a íntegra da entrevista.Leia Mais

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Racionamento de água na zona sul começa na quinta.
Racionamento de água na zona sul começa na quinta.

A mais grave crise hídrica dos últimos 70 anos no sul da Bahia começa a afetar o abastecimento de água na zona sul de Ilhéus. Hoje, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) anunciou que também haverá racionamento de água naquela área da cidade, afetando 25 localidades. O racionamento começa na quinta (30). De acordo com a Embasa, a água será fornecida sempre às terças e quintas e aos sábados e domingos.

Desde abril, a parte central da cidade, a zona norte e a região de Banco da Vitória e Salobrinho – incluindo a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) – já convivem sob os efeitos do racionamento. A zona sul e parte da região central estavam fora do racionamento por serem abastecidas pela Estação do Pontal, que tem como seu manancial o Rio Santana.

A Embasa informou, em nota, que o nível da barragem do Rio Santana caiu 40 centímetros nos últimos dias, apesar das chuvas do período de São João. A diminuição, segundo a Embasa, indica “uma situação de alerta e exigindo dos técnicos da empresa a adoção de medidas restritivas na captação e no fornecimento de água tratada nos bairros que ainda não participavam do calendário de abastecimento”.

LOCALIDADES AFETADAS

As localidades afetas, de acordo com a Embasa, são a Barreira, Centro, Ceplus, Cidade Nova, Couto, Cururupe, Hernane Sá I e II, Ilhéus II, Jardim Atlântico, Lot. São Caetano, Mar a Vista, Mar de Ilhéus I, N. S. da Vitória, Nelson Costa, Outeiro/São Sebastião, parte da Avenida Princesa Isabel, Pérola do Mar, Pontal, Olivença, Praia Dourada, Rod. Ilhéus-Olivença, Santo Antônio de Pádua, São João, Sapetinga, Urbis.

O gerente da unidade local da Embasa, José Lavigne, lamenta o registro de desperdício mesmo com a forte estiagem. “Mesmo com todos os esforços da Embasa para atender a cidade nessa situação de escassez hídrica, ainda presenciamos situações de desperdício e de manuseio ilegal dos registros, que dificultam o cumprimento do calendário de abastecimento. Todos precisam fazer a sua parte para não chegarmos a uma situação de calamidade”.

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Iruman crítica a pré-candidatos no debate sobre a crise hídrica.
Iruman crítica a pré-candidatos no debate sobre a crise hídrica.

Ex-presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), Iruman Contreiras criticou a postura de pré-candidatos a prefeito de Itabuna no debate sobre a crise hídrica que afeta o sul da Bahia. As críticas foram feitas por meio de uma rede social.

Iruman é dos que mais conhecem o projeto da Barragem do Rio Colônia e a questão da água no município. O projeto começou a ser formulado no período em que ele presidiu a Emasa (2001-2002).

Por meio de uma rede social, ele fez observações. “Na omissão e ausência da Emasa nos debates sobre a solução para o abastecimento, candidatos vão desinformando e confundido a população, desenhando um cenário propício para a concessão dos serviços prestados pela Emasa sem oposição da sociedade”.

Confira a íntegra.

“Alardeiam que com a concessão dos serviços de saneamento, a nova proprietária do sistema implantará a unidade de dessalinização em menos de 30 dias. O dep. Davidson (PCdoB) declarou à Difusora que não adianta a barragem sem a adutora para trazer a água do “Colônia ” até a unidade de tratamento em Itabuna e que essa obra custará 120 milhões e que ele já apresentou uma emenda no orçamento da União. Já o Dep. Augusto Castro (PSDB) assegurou na mesma rádio que ele conseguiu a “continuação” da obra com o governo interino e que vai trabalhar para fazer uma adutora da barragem do Funil/Rio de Contas/Ubaitaba de 60 km (só até Ubaitaba). Ambos desconhecem as razões da barragem está sendo construída no Colônia como alternativa de regularização /perenização do Cachoeira com uma vazão regular média superior a 1,5 mil litros por segundo na estiagem e superior a 5 mil litros/seg. no pedido de cheias, água suficiente para os próximos 50 anos, que será despejada na calha do Cachoeira e captada por bombas em Ferradas (já existentes ) . Não há necessidade de adutora de de 120 milhões seja para o Colônia, seja o rio de Contas. Os dois postulantes à prefeito de Itabuna demonstram total desconhecimento do projeto da barragem do Colônia e da necessidade de água da cidade. Na omissão e ausência da Emasa nos debates sobre a solução para o abastecimento, candidatos vão desinformando e confundido a população, desenhando um cenário propício para a concessão dos serviços prestados pela Emasa sem oposição da sociedade. Sobre as dívidas da Emasa nenhum deles ousou se manifestar e os entrevistadores sequer aventaram perguntar algo fora do script pré acertado entre os dois atores. A barragem do Colônia reduzirá os custos operacionais de captação , adução, tratamento com energia elétrica. Então, até a emenda dos 120 milhões ser liberada (orçamento 2017) ou até a adutora do funil ser construída (Castro prefeito em 2017) ou se completar o processo de concessão (de seis a doze meses, final do governo Vane e início governo Davidson) a água permanecerá salgada?”

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Carro-pipa abastece um dos 140 reservatórios comunitários instalados em Itabuna (Foto Divulgação).
Carro-pipa abastece um dos 140 reservatórios comunitários em Itabuna (Foto Divulgação).

O prefeito Claudevane Leite prorrogou a situação de emergência por mais seis meses em decreto publicado, na última sexta (3), na edição eletrônica do Diário Oficial. A decretação de situação emergencial ocorreu no mesmo dia em que o gestor anunciou a concessão da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa).

A justificativa para a prorrogação é a falta de chuvas com a consequente paralisação da captação de água nos rios Cachoeira e Almada. A captação da estação de Rio do Braço (Rio Almada) caiu 97%, segundo o decreto.

A água que ainda cai em algumas torneiras de Itabuna é captada na estação de Castelo Novo, porém com teor de cloreto de sódio 32 vezes superior ao aceitável e imprópria para ingestão por humanos e animais.

DEFESA CIVIL

Segundo comunicado, o município já enviou o Formulário de Informações do Desastre (FIDE) para o Governo do Estado e para o Ministério da Integração Nacional, eletronicamente, para que o Decreto publicado pela Prefeitura seja reconhecido e homologado.

Roberto Avelino, da Defesa Civil em Itabuna, acrescenta que, atualmente, a captação de água está sendo feita nas estações da Embasa, em Travessão, e em São José da Vitória, para garantir diariamente 1 milhão de litros de água nos 140 reservatórios distribuídos em locais estratégicos para abastecer a população de Itabuna.

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Situação do Rio Cachoeira numa área onde a Emasa consegue captar água a cada 12 horas, em Nova Ferradas.
Situação do Rio Cachoeira em trecho a 300 metros da estação de captação de Nova Ferradas.

Tristeza é o sentimento de quem vê a situação do Rio Cachoeira, em Itabuna, nas imediações da unidade de captação de Nova Ferradas. Onde antes se captava, em média, 250 litros por segundo, hoje é possível retirar não mais que 60 litros por segundo, por 12 horas, e com igual intervalo.

O trecho está praticamente seco, com pequenos poços de onde a Emasa ainda retira água (por meio de transposição) para abastecer bairros da zona oeste do município. Não se sabe até quando vai dar…

Com a seca de mais de nove meses, a região perdeu 80% de sua reserva de água. Além de Itabuna, outros municípios, como Itajuípe, Camacan e Ilhéus também enfrentam racionamento. No curto prazo, não há muito o que fazer, além de esperar a chuva.

Infelizmente, em vários trechos o velho Cachoeira vai ficando cada vez menos parecido com um rio. Para quem o conheceu em outros tempos, é realmente de chorar.