Confira o single Cidadão de Bem, da Pucumã || Foto @joicss
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Já está em todas as plataformas da internet a primeira música da Pucumã, banda criada em Itabuna, no sul da Bahia. Lançada nesta sexta-feira (26), Cidadão de Bem também dará nome ao primeiro álbum do grupo. A canção fala de um tipo social capturado pelo fetiche das armas e cindido pelas contradições entre um discurso moralista e uma conduta pervertida.

“O contexto que o país está vivendo, querendo ou não, inspirou a gente a escrever e a falar sobre isso. De certa forma, acho que boa parte da população ficou indignada com determinados discursos vigentes na sociedade”, relata o baixista itabunense Bruno Souza, em entrevista ao PIMENTA.

Para o guitarrista Arlécio Araújo, é mais fácil definir a sonoridade da banda evocando os gêneros com que dialoga, mas aos quais não se enquadra totalmente. “A música Cidadão de Bem, por exemplo, tem levadas, um suingue meio soul e, nos refrões, a gente traz um pouco do rock and roll. A gente fala que Pucumã não é uma banda de rock, mas não é tão pop nem reggae, mesmo trazendo elementos [desses gêneros]. Então, na hora de compor, a gente deixa a criatividade falar, bebe de outras fontes e acaba misturando tudo”.

A constatação de pertencimento a esse lugar fronteiriço, acrescenta Bruno, levou o grupo a dizer que “Pucumã é uma banda de MPB, mas não é Música Popular Brasileira, é Mistura Popular Brasileira”.

Se não tem gênero musical definido, Pucumã é, sem dúvida, filha da civilização grapiúna. Além de Arlécio e Bruno, que são de Itororó e Itabuna, respectivamente; o grupo é formado pela vocalista Eva Paim, de Ilhéus; o guitarrista Pedro Canela, de Ibicaraí; e o baterista Saymon Santos, também de Itororó. Confira, abaixo, o primeiro trabalho da banda.

Forró Arrastapé começa nesta sexta-feira (26)
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O Forró Arrastapé vai agitar a população e visitantes de Itacaré, nesta sexta-feira (26) e sábado (27), sempre a partir das 19h, na Praça São Miguel, aberto ao público.

As atrações para o aquecimento dos festejos juninos na cidade sul-baiana são Forró Pé na Areia, Big Xote, Forró Preta VIP, Digo Martins, Forró Genuíno e Monique Lisboa.

O evento é promovido pela APP, com patrocínio da Bahiagás e apoio do Governo do Estado, da Prefeitura de Itacaré e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

Lígia canta Rita, hoje (19), às 19h30min, n'O Badauê
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A noite desta sexta-feira (19) em Ilhéus tem programação musical variada, a começar pela homenagem da cantora Ligia Callaz para a eterna padroeira da liberdade, Rita Lee, que nos deixou no dia 8 de maio passado. A apresentação da artista grapiúna será na livraria O Badauê, na Praça Rui Barbosa, na Av. Soares Lopes, a partir das 19h30min.

Pouco antes, também n’O Badauê, o professor e escritor ilheense Gabriel Nascimento lança o livro O rio do sangue dos meninos pretos. Pertinho dali, na tradicional Barrakítika, o palco será da banda Pier 5, às 20h.

Javali’s Blues Band estreia no palco do Fachada Lounge Bar

Já na zona sul, o Fachada recebe, pela primeira vez, o show do trio Javali’s Blues Band. O lounge bar fica na Nova Brasília, perto da Maramata, com vista privilegiada para a Baía do Pontal e a Ponte Jorge Amado.

Também no Pontal, próximo à Praça São João Batista, o Delicious Pub é o lugar certo para quem gosta de cerveja e rock do bom, que, hoje, será por conta do cantor e compositor Diego Schaun, o homem-banda. Nas duas casas, o som está marcado para as 20h.

Cijay se apresenta n’A Baronesa, um inferninho à beira-mar

O after estourado na terra de Gabriela também é no Pontal, na casa d’A Baronesa, na Rua Barão do Rio Branco, sob o comando de Cijay, cria do São Domingos e uma das principais vozes da juventude na cena cultural de Ilhéus.

Conselheiros e conselheiras na solenidade de posse do Copiba
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Os novos integrantes do Conselho dos Direitos dos Povos Indígenas do Estado da Bahia (Copiba) tomaram posse, nesta quinta-feira (18), em solenidade em Salvador. Definida para o biênio 2023-2025, a nova composição reúne representantes de diversos povos originários e de secretarias de Estado. A superintendente estadual de Políticas para os Povos Indígenas, Patrícia Pataxó, assumiu a presidência do colegiado.

“É uma honra assumir a missão de ser a primeira mulher indígena a presidir um Conselho de Direitos na Bahia. Estou ciente da responsabilidade e irei me esforçar ao máximo para corresponder, com dedicação e comprometimento, aos nobres propósitos do Copiba. São múltiplos os desafios que precisamos enfrentar e vamos pensar conjuntamente na melhor formulação e encaminhamento das nossas demandas”, declarou Patrícia.

Instituído pela Lei nº 11.897/2010, o Copiba tem a objetivo de acompanhar, fiscalizar e avaliar programas e ações governamentais, garantindo os direitos constitucionalmente assegurados aos povos originários. Atualmente, o órgão está vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi).

COMPOSIÇÃO

Entre titulares e suplentes, o Copiba tem integrantes de 22 etnias de povos originários que vivem no estado: Tupinambá, Tumbalalá, Kiriri, Tuxá, Kaimbé, Pankararé, Pataxó, Pataxó Hãhãhãe, Fulni-ô, Atikun, Payayá, Kariri-Xokó, Potiguara, Kantaruré, Pankararu, Xacriabá, Tapuia, Truká, Kambiwá, Xukuru-Kariri, Tuxi e Kamakã.

Além da Sepromi, o poder público está representado no Conselho dos Direitos dos Povos Indígenas da Bahia pelas secretarias estaduais da Saúde (Sesab), do Turismo (Setur), da Educação (SEC), de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS), do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), de Infraestrutura (Seinfra), da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Meio Ambiente (Sema), da Segurança Pública (SSP), de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia (Seades), do Desenvolvimento Urbano (Sedur), da Cultura (Secult), de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri).

Vida e obra de Ruy Barbosa ganham exposição no CCT
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No ano do centenário da morte do jurista baiano Ruy Barbosa, o Centro Cultural Teosópolis (CCT), em Itabuna, recebe, a partir de hoje (15), a exposição Cem Anos Sem Ruy Barbosa. A professora Raimunda Alves Moreira de Assis, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), vai fazer a palestra de abertura, às 18h30min, com o tema Ruy e a Educação.

A exposição ficará em cartaz até 21 de julho. No local, os visitantes receberão a orientação de alunos de História da Uesc, que atuam como monitores no CCT, localizado na Rua C, nº 298, no bairro Conceição. A Universidade é parceira da instituição itabunense e disponibiliza o e-mail cedoc@uesc.br para o agendamento das visitas. Aberta ao público em geral, atividade é ideal para turmas escolares.

RUY BARBOSA, A CAMPANHA CIVILISTA E A QUESTÃO MILITAR

Ruy Barbosa de Oliveira nasceu em Salvador, em 5 de novembro de 1849, e faleceu em Petrópolis (RJ), no dia 1º de março de 1923. Político, jurista, diplomata, filólogo, jornalista e escritor, Ruy Barbosa foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897. Presidiu a ABL de 1908 a 1919. Na auge da carreira diplomática, representou o Brasil na 2ª Conferência da Paz, na cidade holandesa de Haia, em 1907.

Transitando por diversas áreas do conhecimento, Ruy teve a oportunidade histórica de disputar a Presidência da República, em 1910, e foi derrotado pelo Marechal Hermes da Fonseca. Por rivalizar com a tradição militarista da Primeira República, a candidatura do baiano foi chamada de Campanha Civilista. Mais de cem anos depois, a contaminação da política pelo militarismo ainda é uma questão para a República.

PALESTRANTE 

Professora Raimunda de Assis fará palestra de abertura da exposição

Raimunda Alves Moreira de Assis, palestrante da abertura da exposição, tem uma história marcada pela superação e persistência. É filha de pai ferroviário, José Isidro Neto (Seu Zequinha), memorialista Itabunense, título outorgado pela Câmara Municipal, e de uma dona de casa, Dona Nice. Antes da mudança para Itabuna, viveu com a família em Banco do Pedro, na zona rural de Ilhéus.

Na capital grapiúna, morou com uma amiga da família, Dona Mirinha, personalidade conhecida pelo trabalho em ações sociais com Amélia Amado. Foi na casa de Mirinha que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) almoçou na sua primeira visita a Itabuna.

Estudante dedicada, Raimunda graduou-se em Pedagogia pela Uesc, em 1974. Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense,  tem experiência em História da Educação e política educacional, atuando nas seguintes áreas: história da educação, organização escolar, políticas públicas de educação no Município de Itabuna e pensamento educacional no sul da Bahia.

A homenagem à memória de Ruy Barbosa é iniciativa do Centro Cultural Teosópolis e da Uesc, com apoio da Alita. A exposição faz parte do desafio lançado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM) às casas culturais do mundo, para a celebração do Dia Internacional dos Museus (18 de maio). No Brasil, a ação é coordenada pelo Instituto Nacional de Museus (Ibram).

Nome da Lei é homenagem ao ator e humorista que faleceu em 2021, vítima de covid-19
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A Bahia é o estado nordestino que mais receberá recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022). São mais de R$ 285,6 milhões reservados ao setor cultural baiano. A legislação rende homenagem ao ator e humorista que faleceu em maio de 2021, vítima de covid-19. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou decreto que regulamenta o texto, na quinta-feira (11), em Salvador.

“Cultura significa emprego. Milhões de oportunidades para gente que precisa comer, tomar café, almoçar e jantar”, disse o presidente. “A cultura pode ajudar o povo a fazer a revolução que precisa ser feita neste país, para que o povo possa trabalhar, estudar, comer, ter transporte de qualidade. A cultura pode fazer com que a gente exija o cumprimento da Constituição brasileira”, completou.

Já os 471 munícipios baianos vão receber R$ 137,7 milhões, sendo o maior volume de recursos para Salvador (R$ 22,9 milhões), Feira de Santana (R$ 4,6 milhões), Vitória da Conquista (R$ 2,7 milhões), Camaçari (R$ 2,4 milhões) e Juazeiro (R$ 1,8 milhão). Para o Governo do Estado foram reservados R$ 147,8 milhões.

DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS POR REGIÃO

A Lei Paulo Gustavo vai repassar R$ 3,8 bilhões para todos os estados e municípios brasileiros. Será o maior valor da história do país destinado ao setor cultural.

Do total, R$ 2 bilhões são voltados para os estados e R$ 1,8 bilhão para os 5.570 municípios brasileiros. Os valores podem ser aplicados na música, dança, pintura, escultura, cinema, teatro, fotografia, artes digitais e outras áreas.

Somando os aportes para os 1.668 municípios e os quatro governos estaduais do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), a região terá investimentos que superam R$ 1,4 bilhão, o maior do país na Lei Paulo Gustavo.

O Nordeste tem R$ 1,1 bilhão destinados a seus 1.793 municípios e aos nove governos estaduais. O Sul, com R$ 523,7 milhões reservados a 1.191 municípios e aos governos de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, aparece na sequência.

À região Norte estão reservados R$ 424 milhões a seus 450 municípios e aos sete governos estaduais. O Centro-Oeste completa a lista, com R$ 298,3 milhões em recursos aos 466 municípios da região e aos governos Estaduais de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.

Para acessar os recursos, os entes federados devem usar o sistema da Plataforma Transferegov br e terão 60 dias para registrar os planos de ação, que serão analisados pelo Ministério da Cultura (MinC). Os valores serão liberados após a aprovação de cada proposta. O mecanismo de acesso já disponível.

Maíra lança EP Trovejei nesta sexta-feira (12), no Batatinha Bar, na Ladeira dos Aflitos
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A cantora e compositora baiana Maíra lança o primeiro EP de sua carreira, o Trovejei, nesta sexta-feira (12), em Salvador. Será às 20h, no Batatinha Bar, na Ladeira dos Aflitos, 68, no Centro.

A artista promete show com músicas autorais e releituras de clássicos do samba brasileiro, numa viagem pelo samba de roda, samba-reggae, samba-canção e samba de Caboclo.

Maíra será acompanhada pelo violonista Gabriel Telles e pela percussionista Nanny Santos. Terá também as participações especiais dos músicos Jad Venttura e Rafael Galeffi.

Os ingressos podem ser adquiridos no site artedemaira.wixsite.com/meusite ou na portaria nesta sexta.

SERVIÇO
MAÍRA – Show de lançamento do EP Trovejei
Quando: Sexta-feira (12)
Horário: 20 horas
Local: Batatinha Bar, Ladeira dos Aflitos, 68 – Centro, Salvador-BA.
Ingressos: 20,00
Leonardo Léo foi vítima de infarto || Reprodução/Instagram
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O músico Leonardo Silva de Jesus, 49, faleceu no Alto da Conquista, em Ilhéus, na noite desta quinta-feira (27), vítima de infarto. Muito querido na cidade, Leonardo Léo, como era conhecido, era motorista do município desde 2008, lotado na Secretaria de Saúde.

Irmão do publicitário e ex-secretário de Comunicação Hélio Ricardo, Léo deixa três filhos, três netos e uma legião de fãs e amigos. “Eu não consigo acreditar. Te vi em muitas fases da vida, dentro e fora da minha família. Eu tava falando de você nestante! Não pode ser, não”, escreveu o DJ Breno Riberio, amigo de Léo, em uma rede social.

O corpo de Léo é velado no SAF da Conquista. O sepultamento será no Reviver Cemitério Parque, nesta sexta-feira (28), às 16h. Atualizado às 10h57min.

Nego Freeza: mutimba é a celebração antes da luta || Fotos Silla Cadengue
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O MC Nego Freeza, d’OQuadro, acaba de lançar Mutimba, música em parceria com o DJ e produtor Fabiano K’boko, recifense radicado na Alemanha. Nesta conversa com o PIMENTA, Freeza fala do novo som e da relação que estabeleceu com a cultura do Recife, onde o artista de Ipiaú, no sul da Bahia, vive há sete anos.

A palavra mutimba, segundo Freeza, remete a uma manifestação moçambicana do período da revolução anticolonial (1964-1974), que encerrou quatro séculos de colonização portuguesa em Moçambique. “K’boko já tinha o beat e uma pesquisa sobre isso. Mutimba era a dança que os guerrilheiros faziam antes das batalhas, na época da luta pela independência de Moçambique”. Ao invés do aspecto bélico, a música enfatiza a celebração, conta o MC.

Na capital pernambucana, Freeza encontrou na discotecagem uma forma de se manter no universo da música. Desde 2018, é um dos DJs residentes da festa Estrela Negra, ao lado de Patrick Torquato, baiano de Paulo Afonso. A vida no Recife também o apresentou a outros modos de ser preto, diz o músico. “Perceber esse jeito peculiar de ser preto pernambucano é muito importante pra mim. É um outro jeito de olhar para a cultura que vem de África. É a diáspora com seu jeito próprio de se manifestar em Pernambuco”.

INDÚSTRIA CULTURAL E CULTURA POPULAR

Freeza: “a gente faz o caminho, mas é o orixá que dá linha”

Como essas particularidades se manifestam? “Por exemplo, nas religiões de matriz africana. Por mais que existam elementos parecidos, você percebe a diferença da Bahia. E tem a cultura popular. Pernambuco conseguiu manter a cultura nas ruas”, diz Freeza, tecendo crítica ao que chama de indústria do axé music. Segundo ele, a monocultura do axé, patrocinada por uma visão enviesada de política cultural, foi um rolo compressor sobre as manifestações populares da Bahia, inclusive no interior do estado.

– A gente tinha um Governo que só investia nesse gênero, e vários elementos da cultura popular foram se perdendo, porque não havia manutenção disso por parte dos administradores do Estado. Aqui em Pernambuco, percebo que há uma coisa da cultura popular que você olha e fala: porra! Isso é África. Sabe? As cores, o toque, o maracatu, caboclinho e o cavalo marinho têm muito de África. Para mim, estar aqui, vendo isso de perto e entendendo como funciona, é algo que agradeço ao orixá. Nada na vida é em vão. A gente faz os caminhos, mas é o orixá que dá linha -.

Outro elemento distintivo da cultura popular no Recife é a presença da poesia nas ruas, avalia Nego Freeza, relatando os encontros com o poeta Miró da Muribeca, ícone da arte urbana recifense falecido em julho de 2022, aos 61 anos. “No Mercado da Boa Vista, tive a oportunidade de conversar várias vezes com o saudoso poeta Miró, de ver o lançamento das poesias dele pra todo mundo. Você percebe que é algo da cultura local, não foi implantado ali, é natural”.

As andanças em Pernambuco também levaram o MC a experimentar outras facetas como artista. Na série Lama dos Dias, ele interpreta um DJ. A história tem como pano de fundo o início dos anos 1990 e, ainda que de forma indireta, retrata o caldo de cultura que daria origem ao Manguebit, diz Freeza, que também participou do documentário Filho de Todos os Santos. Mas, essa é outra história.

Confira, abaixo, o videoclipe de Mutimba.

Laiô: "amar uma mulher é um ato político" || Foto André Medina
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Está tudo pronto para o lançamento de Já chego, nova música da cantora e compositora ilheense Laiô. O single estará disponível em todas as plataformas digitais a partir desta sexta-feira (21). Feita em parceria com o produtor musical Lukas Horus, conterrâneo da artista, a composição conta a história do amor vivido por duas mulheres pretas.

É a própria compositora quem fala da inspiração da música. “A aceitação do amor como cura ancestral e a liberdade de amar em diversidade fazem parte da descolonização deste sentimento, que, durante muito tempo, foi negado aos nossos corpos”, inicia Laiô, acrescentando que o videoclipe de Já chego também será lançado nesta sexta.

Capa do single “Já Chego”

Há 18 anos na estrada, a ilheense lançou o EP MiMiMi (2015) e os singles Primavera (2017), A Chave (parceria com Pedro Pondé, em 2020) e Alerta (2020), além do álbum homônimo de 2022. Ela avalia que a nova música reafirma o caráter político de sua obra, sem perder leveza no estilo.

– [Já chego] é um afrobeat com balanço, letra leve, que fala de amor, saudade e desejo. É pra dançar, se divertir, mas sobretudo, para ressaltar que o amor também é pra nós e que amar uma mulher já é, por si só, um ato político poderoso – resume Laiô.

Para receber a notificação do lançamento assim que a música estiver nas redes, clique neste link e escolha a plataforma digital.

Digital Apparatus Fest agita noite de Ilhéus neste sábado (15)
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A festa de lançamento do selo Digital Apparatus Label vai ser neste sábado (15), a partir das 22h, no bar A Baronesa, localizado no Pontal, em Ilhéus. Com entrada gratuita e sem couvert artístico, o evento vai reunir os MCs Billyfat, Safira, Lipin Duarte, Kelv, Ind Angel, Lil Trash, Dog SRD, CH e Teco Kialla, sob o comando dos DJs Brunin Beats e Digital Apparatus.

O palco da Barô também vai receber as participações especiais de Ma Bel, Moa Venus e Natigreza, além do mestre de cerimônia Múcio Caló. Outra atração da noite será a apresentação oficial dos videoclipes Verso Livre e Verso Livre 2, disponíveis abaixo. Confira.

Capa do EP "Durante este tempo", feita por Tiago Paim
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O cantor e compositor Diego Schaun lançou, nesta sexta-feira (14), Durante Este Tempo, segundo EP autoral do artista grapiúna. As quatro músicas já podem ser ouvidas em todas as plataformas digitais (confira aqui).

Diego conta que aproveitou o recolhimento da pandemia para terminar a composição de músicas engavetadas. “Uma canção inacabada é muito pior do que uma esquecida”, diz o músico nascido em Itabuna e criado em Camacan. Hoje residindo em Ilhéus, ele avalia que músicas refletiram a mudança de cidade.

O álbum foi gravado e mixado pelo produtor Charles Williams. A foto e a edição da capa do novo EP foram assinadas por Tiago Paim, parceiro de longa data do músico. A capa foi inspirada nos discos da década de 1970, como os de Caetano Veloso. A concepção foge das fotos de rosto, que estavam nos últimos singles, sai dos tons mais escuros, do preto e branco, opta pelo vermelho e diz exatamente o que se ouve no EP: o artista com voz e violão.

Graduado em História, Diego Schaun foi professor da disciplina por 9 anos. Hoje, dedica-se só à música, numa rotina intensa de apresentações. Traz na bagagem a experiência no I Festival de Música da Rádio Uesc, de 2017, quando levou o terceiro lugar, no Festival Nacional da Canção 2022, com três músicas selecionadas, chegando à semifinal. Desde o primeiro álbum, Carpe Diem (2010), apresentou-se em emissoras de televisão, foi o artista mais votado na disputa do prêmio TNB Toque no Beco 203, que lhe rendeu um show no Beco 203, casa tradicional da noite paulistana.

Ouvinte atento e autodeclarado artista folk, Diego afirma que suas influências musicais vão de Humberto Gessinger, Nick Drake, Elliott Smith, The Decemberists, Bryan Adams e The Beatles a Alceu Valença e outros grandes nomes da música popular brasileira.

AS CANÇÕES DO EP, SEGUNDO O COMPOSITOR

Diego Schaun descreve inspiração de músicas || Foto Tiago Paim

O próprio Diego Schaun escreveu sobre o processo de criação e os significados que atribui às quatro canções de Durante Este Tempo. Leia.

Pra Fora – Esta canção é a mais recente entre as quatro do disco. Criei a melodia inteira e a deixei no celular. Não tinha ainda uma letra. Na quarentena, quando comecei a esboçar a ideia de um disco/ep, listei todas as possíveis canções que queria e achei que estava faltando aquela, do celular. Mas ela não tinha letra. Ora, pra ser antagônico com a canção “Pra dentro”, resolvi escrever uma letra oposta. Gosto destas dualidades e gosto de causar no ouvinte aquela dúvida: “Ué, ele falou isso na música e agora está dizendo ao contrário; o que ele quer dizer afinal?”. Assim surgiu a letra de “Pra fora”. Nesta música trato sobre a importância em falar as coisas que sente, mesmo que seja sozinho de frente para o espelho. Quando se é verdadeiro consigo mesmo, a tendência de ser com os outros é maior. Mesmo que seja dolorido, a cicatriz será uma boa lembrança do rancor que deixou de existir.

Pra Dentro – Esta é a canção mais antiga do EP. Comecei a escrevê-la em 2017. Mas ela ficou pela metade. Era aquele tipo de canção que você sabe que tem futuro, mas precisa maturar. Durante a quarentena terminei rapidamente as estrofes que faltavam. Nela trato exatamente o oposto da canção Pra fora. O eu lírico, como se estivesse falando com alguém, repete insistentemente para que esta pessoa o deixe em paz, que não lhe conte seus problemas, porque, afinal, somos todos iguais e ele pode até atrapalhar, já que nem sabe lidar com suas próprias dores.

Pipa – Esta deve ser a música de trabalho e tinha um refrão diferente do atual. Era uma canção que falava de uma história de amor, mas de amor a si mesmo. Depois de um tempo, já em preparação para o EP, percebi que não fazia muito sentido falar dessa forma tão egocêntrica. Quem se interessaria? Fiz alterações importantes na letra, colocando o amor como algo genuíno e puro. Associei a pipa à pessoa amada. Quando se ama, solta-se a linha e deixa-se a pipa ir com o vento. Amar de longe é amar demais (de forma demasiada mesmo). Quem ama de verdade, inclusive, deixa ir.

Hálito de Pétalas – Também é uma canção antiga. Surgiu em meados de 2017/2018, quando, certa feita, assisti a um vídeo de uma pessoa comendo uma flor. A cena não saía da minha cabeça por semanas. Poeticamente, imaginei uma pessoa mastigando uma flor para se apossar do aroma que esta exalava. Numa forma pueril até, sondei o tal hálito de pétalas. A cena é talvez bizarra. Por isso inicio a canção já me justificando: “deixa pra lá, não leve a mal, não tô ficando louco”. Deixei esta canção para o final para dar um ar de leveza, já que as três anteriores são brigas de dândis, chavões sobre amor ágape e reflexões mais sérias.

A Igreja de N. S. da Conceição ficava superlotada na Páscoa
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“O que sei é que nas praias de Ilhéus, Uruçuca, Itacaré, Una e Canavieiras os bares e restaurantes estão sempre cheios nessas datas religiosas.”

Walmir Rosário

Nos tempos atuais as datas religiosas não são mais guardadas ou festejadas pelos católicos com o mesmo fervor de tempos passados. Pelo que tenho observado, esses dias – transformados em feriados – são pequenas férias, nas quais as famílias se deslocam para as praias ou outros locais paradisíacos ou mesmo aprazíveis. Até a Semana Santa não parece gozar do mesmo prestígio de antes.

Nas minhas lembranças costumo rever os costumes dos tempos de infância e adolescência, nos quais muitas pessoas seguiam os ensinamentos da Igreja Católica, a começar desde o Domingo de Ramos, em que o peixe era a única “mistura” aceita e consumida por toda a família. Uns poucos católicos, mas nem tão praticantes, reservavam as quartas e sextas-feiras para comerem peixes.

E esse costume alimentar vinha agregado a outras tradições, a exemplo de se vestir de roupas escuras, predominante de cor preta, durante toda a semana. Em casa, as imagens de santos eram cobertas com um tecido roxo, como se faz até então na igreja. A partir da quarta-feira da Semana Santa se recolhiam cedo e baixavam a voz, evitando, ainda, outros tipos de diversões.

Às madrugadas a população das ruas mais próximas da igreja era despertada pelo som das matracas e hinos religiosos da Via Sacra. E ainda tínhamos a Procissão do Encontro, a linda música cantada pela Verônica, a Celebração da Santa Ceia e o Lava Pés dos Apóstolos. Na Sexta-Feira da Paixão, o silêncio era total com a celebração da paixão, julgamento e morte de Jesus Cristo, crucificado ao lado de dois ladrões.

Essas cerimônias religiosas ultrapassavam as paredes das igrejas e chegavam a todos os recantos, respeitadas inclusive pelos religiosos não católicos. Para se ter uma dimensão dos costumes, na maioria das fazendas as vacas não eram presas ao curral no dia anterior nem ordenhadas na Sexta-Feira da Paixão. Esse costume persiste até hoje na área rural em grande parte do mundo.

Na cidade, muitos ramos de negócios não abriam suas portas a partir da Quinta-Feira Santa, inclusive os bares e bordéis fechavam suas portas até o Sábado de Aleluia, após a leitura do Testamento e a queima do Judas. Nesses dois a três dias, aparecer num açougue para comprar carne ou nos bares para uma rodada de cachaça e cerveja, nem pensar, pois pesava o medo do castigo divino ao cometimento de tamanha heresia.

No bairro da Conceição, em Itabuna, a população seguia os costumes religiosos católicos por ser maioria praticante e pelo temor das cobranças feitas pelos frades capuchinhos Isaías, Justo e Apolônio. Além das promessas de arderem no fogo do inferno por tamanho pecado mortal, como pregavam nas missas, largamente irradiadas pelas bocas dos alto-falantes que circundavam a igreja.

Ao vivo e em cores, nossos zelosos homens de Deus também faziam as cobranças em domicílios, ocasião em que demonstravam total descontamento com os que infringiam os mandamentos divinos e a consequente perda da graça. E o único remédio para não continuar sob o domínio do demônio seria a iminente ida à igreja, socorrendo-se ao sacramento da confissão, cujas penitências passavam das intermináveis orações à contribuição financeira para manter viva a obra de Deus.

A partir da Quarta-Feira Santa o bairro da Conceição se recolhia ao silêncio. Músicas somente na Igreja de Nossa Senhora da Conceição e nas procissões. Pelo calendário de Afonso Fernandes, o proprietário do Bar O Guanabara, o conhecido Menino de Deus, eram calados o Serviço de Alto-falante Tabu, na quarta-feira, e no dia seguinte fechava as portas do Bar o Guanabara, com suas mesas de sinuque. Nem a sorveteria funcionava.

O Serviço de Alto-falante Tabu era o maior veículo de informação de que dispúnhamos – depois dos rádios do Rio de Janeiro e São Paulo. As duas locutoras, Jacira e Jandira, trabalhavam nos períodos matutino e vespertino, informando e animando os moradores com as músicas de sucesso do momento, que por um módico pagamento podiam ser dedicadas com muito amor e carinho a alguém que sabe, mas não posso dizer o nome.

Bom mesmo era assistir – ao vivo – a música e o jingle de abertura e encerramento do Tabu, astuciado pelo proprietário Afonso Fernandes, o Menino de Deus, para alegar os ouvintes: “Não sei se vou ou se fico, não sei se fico ou se vou, eu indo não fico aqui, mas ficando não vou lá, mas se for para ir ao Bar O Guanabara, eu aqui não fico, eu vou já, já”. E essa mensagem publicitária não sai da lembrança de Sandoval Oliveira de Santana.

Como se deduz, as distâncias de comportamento e cultura entre as duas épocas são abissais. Recuso-me a comentar qual das duas teria sido melhor, ou se no meio teria aparecido uma intermediária de bom jeito. O que sei é que nas praias de Ilhéus, Uruçuca, Itacaré, Una e Canavieiras os bares e restaurantes estão sempre cheios nessas datas religiosas, recomendadas a serem guardadas com muitas orações.

Não sei se são mudanças Canônicas ou culturais, mas elas existem.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

Danilo Briz, Jorge Bala e Murilo Melo são a Javali's Blues Band || Foto Divulgação
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A Javali’s Blues Band lança, nesta terça-feira (7), a partir das 19h30min, o projeto Terça do Blues na Barrakítika, reduto da boemia no Centro Histórico de Ilhéus. Criada em 2022, a banda é formada por Danilo Briz (guitarra e voz), Jorge Bala (bateria e voz) e Murilo Melo (baixo). “É uma combinação de três caras que querem fazer um som, se divertir e, eventualmente, ganhar alguma grana, né?”, resume Jorge em conversa com o PIMENTA.

No repertório, clássicos do gênero musical criado no sul dos Estados Unidos da América. “Basicamente, é o blues tradicional, não tem muita coisa moderna, não. Tem a parte moderna do blues tradicional”, explica o baterista, citando nomes como B.B King, Little Richard, Eric Clapton e Steven Void. A banda também interpreta obras do lendário Robert Johnson e de outros nomes das antigas. “Aquela coisa bem rural mesmo do Delta do Mississipi”, acrescenta Jorge Bala. 

Além da parceria com a Barrakítika, o novo projeto da Javali’s Blues Band tem apoio da Fisk e da BIS Contabilidade e Negócios. As apresentações serão mensais. Atualizado em 07/03/2022 para correção da periodicidade dos shows.

Elenco da novela Renascer em 1993 em Ilhéus || Arquivo Luiz Fernando Carvalho
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O território ilheense desde a sua condição de capitânia hereditária tem tradição em ter gestores omissos, com as raras exceções. Jorge de Figueredo Correia, donatário da Capitania, deu a senha de como não gerenciar os encargos assumidos.

 

Efson Lima || efsonlima@gmail.com

A notícia veiculada pelo site Pimenta anunciando o início de pesquisa pela Rede Globo de Televisão para a realização do remake da novela Renascer em 2024, cujo folhetim foi sucesso em 1993, reabre as esperanças de reposicionar Ilhéus novamente no cenário turístico nacional.

Mas, a cidade guarda uma série de desafios. A consulta feita ao Conselho de Cultura de Ilhéus para conceder o espaço para a implantação de uma companhia de polícia militar deixa um desconforto na sociedade ilheense e também no estado da Bahia.

A eterna cidade do cacau, berço da civilização regional, teve a oportunidade de ser universalizada pelas obras do escritor Jorge Amado. Outa figura pouco citada, mas que colaborou para inserir a cidade definitivamente no contexto jurídico nacional foi João Mangabeira.

A novela Gabriela, inclusive, o remake, atualizou os brasileiros de uma cidade à beira mar com uma beleza extraordinária de seu mar, rios e mata no sul da Bahia. A própria Itacaré, nos finais dos anos 90, ajudou a promover o turismo de Ilhéus. Milhares são as pessoas que chegam pelo Aeroporto de Ilhéus. Mas, o que tem para os turistas? Se eu posso ser turista na minha terra, recorrendo à turismóloga Anna Lívia, eu posso dizer que é muito pouco.

Ilhéus foi abençoada pela natureza, pelo patrimônio histórico  e por sua gente simples, mas tem muito a implorar por lideranças comprometidas com a cidade. As atuais lideranças são responsabilizadas diretamente em razão da contemporaneidade com o nosso tempo, mas o território ilheense desde a sua condição de capitânia hereditária tem tradição em ter gestores omissos, com as raras exceções. Jorge de Figueredo Correia, donatário da Capitania, deu a senha de como não gerenciar os encargos assumidos.

A Princesa do Sul, que sempre recebeu anualmente milhares de turistas e é um constante lazer para a população sul-baiana, sofre com a depredação de seu patrimônio. As praças que são reformadas na cidade padecem de um gosto duvidoso. A Praça Pedro Mattos, em frente ao teatro, é um exemplo do que não se deve fazer em uma cidade histórica e turística. Se não temos a capacidade de inovar, copiamos e damos os devidos créditos.

A polêmica levantada pelo cacauicultor e fabricante de chocolate Gerson Marques, cujo vídeo foi publicado também no Pimenta,  cuja informação desde o final do ano passado já circulava  nos bastidores ilheenses,  sinaliza qual o nosso compromisso com a educação, com a cultura e com o turismo da cidade. Particularmente, não tenho nada contra que os equipamentos de segurança pública tenham o melhor conforto para que os seus servidores e, inclusive, os usuários dos serviços que para lá precisam se dirigir, possam ser acolhidos com a melhor dignidade.

Entretanto, substituir o espaço do antigo Colégio General Osório, que foi desmobilizado para ser a Biblioteca Adonias Filho e o Arquivo Público Municipal, que atualmente, encontram-se fechados, para sediar uma Companhia da Polícia Militar é um soco simbólico no estômago da sociedade baiana. E, no caso de Ilhéus, é colocar no porão da história toda busca pela valorização de seu patrimônio histórico-cultural.

Então, com a provável nova versão da novela Renascer, renascem as esperanças, mas os desafios permanecem. Os problemas de Ilhéus só poderão ser minimizados se os diversos setores se unirem e debaterem seus desafios e  na caminhada irem superando os boicotes individuais e coletivos. Pensar cultura e turismo em Ilhéus de forma separada é jogar recurso público fora de forma ineficiente e meio-ambiente e educação têm suas parcelas de responsabilidade.

Efson Lima é doutor e mestre em Direito (UFBA), advogado e professor universitário.