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Dalva parece ter perdido o interesse, após eleições na Bahia (Reprodução).
Dalva parece ter perdido o interesse, após eleições na Bahia (Reprodução).

Dalva Sele Paiva, personagem que sacudiu a política baiana na reta final do primeiro turno das eleições estaduais, sumiu. O Ministério Público da Bahia cogita conduzi-la de forma coercitiva (acionando a polícia, pois) para que ela apresente as provas que, antes do abrir das urnas, disse possuir e atingiria, dentre outros, Rui Costa, governador eleito.
Antes falante, Dalva não mais liga para o Ministério Público nem dá entrevistas para veículos de comunicação, como o Correio da Bahia, da família do prefeito ACM Neto (Salvador).
A promotora de Justiça Rita Tourinho disse ter recebido um último contato de Dalva faz algum tempo. A dirigente da ONG informou que constituiria advogado e que o profissional procuraria o MP. Até agora, mais de um mês depois das denúncias da ex-presidente do Instituto Brasil, nada de advogado.
Estarrece o fato de Dalva citar tantas pessoas e, por enquanto, ter apresentado documentos que – nem de longe, segundo entrevista de Tourinho ao Bahia Notícias – confirmam a versão da dirigente, conforme a promotora. A denúncia de desvios para ajudar petistas foi amplamente explorada pela Revista Veja, veículos da Família de ACM Neto e pela campanha do candidato derrotado do DEM ao governo baiano, Paulo Souto.

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Certidão emitida pelo MP (clique para ampliar).
Certidão emitida pelo MP (clique para ampliar).

Uma certidão emitida pela promotora Rita Tourinho nega que o candidato ao governo baiano, Rui Costa (PT), seja alvo da ação civil pública que investiga desvio de dinheiro público via Instituto Brasil. A entidade já presidida por Dalva Sele Paiva teria desviado, segundo a própria denunciante, R$ 6 milhões para petistas ou campanhas eleitorais.
A certidão do Ministério Público informa não existir qualquer acusação ou investigação contra o deputado federal e candidato ao governo, “ainda que por citação de seu nome por terceira pessoa, em processo relacionado à Dalva Sele Paiva e ao Instituto Brasil”.
A denúncia de desvio de dinheiro foi publicada na edição do final de semana da revista Veja. Dalva, que responde a 17 processos judiciais, acusa, além de Rui, políticos como Afonso Florence e Walter Pinheiro.
Dalva diz que não denunciou os políticos antes porque passava por sérios problemas de saúde, entre 2011 e 2014. Ela não compareceu ao Ministério Público estadual quando foi convidada, segundo a promotora Rita Tourinho em entrevistas.
Apesar de estar em dificuldades financeiras e com bens bloqueados, ela teria quitado dívida superior a R$ 15 mil em condomínio e viajou no início do mês para Barcelona, Espanha, logo após a entrevista à revista. Como ela teve contratos com o governo Paulo Souto, entre 2005 e 2006, petistas acreditam que algum político financiou a denunciante. Para o governador Jaques Wagner, a matéria de Veja foi comprada, mas ele não cita nomes de quem pagou a publicação.
O candidato Rui Costa disse achar estranho que a menos de 15 dias da eleição Dalva faça denúncia. E insiste: “Misteriosamente, antes da publicação da reportagem essa senhora, que responde a 17 processos e acumula dívidas depois que seus bens foram bloqueados pela Justiça, consegue quitar todas seus atrasos financeiros e ainda ter dinheiro para viajar para a Europa. O suposto crime eleitoral deve ser urgentemente apurado pela Justiça – disse ele.
Ontem (23), Rui oficializou ao Ministério Público Estadual e à Polícia Federal pedido para acelerar a investigação e para que Dalva seja extraditada ao Brasil para comprovar as denúncias.

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Rui pede que PF apresse retorno de Dalva Sele ao Brasil (Foto Vaner Casaes).
Rui pede que PF apresse retorno de Dalva Sele ao Brasil (Foto Vaner Casaes).

Rui Costa, candidato petista ao governo baiano, disse em comício em Santo Amaro, no recôncavo baiano, que a oposição contratou pessoas para atingi-lo com mentiras e calúnias. Para ele, os ataques de agora, um deles envolvendo o seu nome com recebimento de mensalinho, via Instituto Brasil, são evidência do seu crescimento nas pesquisas.
“Meus pais me ensinaram que a única coisa que o pobre não pode perder é a vergonha na cara. Esse aprendizado eu tive”, disse ele ao lembrar do seu passado na Liberdade, bairro pobre de Salvador. Rui disse que pedirá à Polícia Federal para apressar a chegada de Dalva Sele Paiva, ex-presidente do Instituto Brasil ao país. Ela viajou para Barcelona, Espanha, logo após conceder entrevista à Revista Veja.
Rui diz ser vítima de uma farsa montada pela oposição e Dalva e o apoio da revista da Editora Abril. Para ele, “as coisas no Brasil precisam ser tratadas com seriedade”. E, na sequência, completou: “Não é admissível que uma revista publique acusações tão graves feitas por uma mulher sem que ela apresente nenhuma prova documental e a denunciante ainda viaje para o exterior antes mesmo da publicação, impedindo que lhe sejam cobradas as provas do que afirmou”.
O candidato apelou a um tom mais emocional para dizer que não se verga. “O que me empurra para frente é que nessas veias corre sangue de gente que nasceu na encosta, superou todas as dificuldades enfrentadas pelo povo pobre. Povo que eles esqueceram Se acham que me atacar através da televisão vai me esmorecer, estão enganados. Não vai não”, concluiu.
Sem deixar de lado o tom emocional, Rui, acompanhado da esposa, Aline, e da filha de um ano, Marina, disse que a família o motiva.”A única coisa que quero é chegar no fim do governo e olhar para meus três filhos e dizer: vocês podem se orgulhar do pai que têm. É isso que vou levar comigo como patrimônio”

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Rui Costa diz querer ajuda do MP e Justiça (Foto Vaner Casaes).
Rui Costa diz querer ajuda do MP e Justiça (Foto Vaner Casaes).

Citado pela presidente do Instituto Brasil, Dalva Sele Paiva, como beneficiário no esquema de construção de moradias na Bahia, o candidato ao governo pelo PT, Rui Costa, disse que tem pressa na apuração das denúncias. Ele comentou a disposição do Ministério Público Estadual, por meio da promotora Rita Tourinho, de ouvir imediatamente a Dalva Sele.
– É preciso que esta senhora prove tudo o que disse. Ela citou o meu nome. Agora, peço ajuda ao Ministério Público e à Justiça para que esclareçam toda esta farsa que tem motivações eleitorais – reforçou.
Rui ainda lembrou da sua indignação diante da denúncia.
– Antes de ser político, sou filho, sou esposo, sou pai. Todos na minha família estão sofrendo e indignados. Todos nós sabemos exatamente de onde partiu a maldade, fruto da ganância eleitoral. Mas confiamos na justiça.
Para o candidato petista, a matéria é “inescrupulosa e a serviço do velho coronelismo baiano”. E pediu “severa investigação” por parte das autoridades.
– Eu quero muito ser governador e no final do mandato quero que meus filhos olhem nos meus olhos e me digam que se orgulham do pai ter ocupado cargos públicos com máxima integridade e dignidade. Envolver meu nome neste assunto faz parte de uma estratégia leviana e suja. Agora, eu quero que provem o meu o envolvimento nesta caso. É um desafio.
O candidato considera estar claro que adversários decidiram usar uma revista aliada, a Veja, “para fazer denúncias caluniosas, com único objetivo de repercutir no horário eleitoral gratuito”.