Delliana Ricelli é pré-candidata a prefeita
Tempo de leitura: < 1 minuto

O PSOL escolheu a professora Delliana Ricelli como pré-candidata a prefeita de Itabuna nas eleições de 2024. O presidente eleito da legenda no município, Davidson Brito, anunciou a decisão do grupo nesta segunda-feira (25), em nota pública. Ao PIMENTA, ele antecipou que pretende se candidatar à Câmara de Vereadores, novamente, no ano que vem.

Zem Costa também é pré-candidato a prefeito de Itabuna pelo PSOL. Mas, nesse momento, a tendência interna que apoia a pré-candidatura de Delliana Ricelli tem maioria e acabou de indicar Davidson Brito à presidência municipal. As duas indicações devem ser confirmadas no Congresso Municipal do próximo mês.

Para Davidson, o movimento do PSOL grapiúna está alinhado com as resoluções aprovadas no último Congresso Estadual do Partido, no início deste mês, quando foram encaminhadas três tarefas: derrotar a extrema-direita; trabalhar pela unidade da esquerda; e lançar candidatura própria onde for possível, desde que seja conectada a movimentos populares. “É o caso de Itabuna”, emenda o pré-candidato a vereador.

DELLIANA APONTA DESAFIOS DO PSOL EM ITABUNA

Licenciada em Filosofia e mestre em Linguagens e Representações pela Uesc, Delliana Ricelli comenta o que espera o PSOL nas eleições de Itabuna. “Nosso desafio é construir um processo conectado com as lutas populares, com o movimento de mulheres, antirracista, LGBTQIA+, com a juventude e que tenham por obrigação ser o reflexo das reivindicações da maioria da população do campo e da cidade”.

Além da primeira graduação e do mestrado, Delliana voltou à Uesc para estudar Comunicação Social. Na militância política, é vice-coordenadora do Conselho Municipal da Mulher; coordenadora do Movimento (R)existir; e membro da Rede Feminista Crystiane. Segundo a pré-candidata, com o seu nome, o PSOL oferece a Itabuna a oportunidade de eleger sua primeira prefeita, “com um olhar sensível aos setores historicamente marginalizados na sociedade”.

Tempo de leitura: 6 minutos

Davidson Brito | davidson_brito@yahoo.com.br
 

A surpresa mesmo, para alguns, existe quando a notícia de que o Conselho Municipal de Transporte, órgão representativo que é responsável por fiscalizar e nortear questões relativas ao transporte, assuma determinada posição sem levar em consideração elementos fundamentais para a tomada de uma decisão democrática, legal e transparente. Pior, ainda, é quando a prefeitura, que deveria ser a porta voz da maioria, vai justamente na contramão disso.

O colapso no transporte público deixou de ser uma ameaça há algum tempo e já é uma dura realidade para maioria da população itabunense. Ao passar dos anos, reclamações se acumulam e nada ou muito pouco tem acontecido. Certo mesmo tem sido ao início de cada novo ano a notícia do aumento na tarifa do transporte coletivo urbano e rural.
Não é preciso ser nenhum especialista para ver o óbvio: o transporte público em nossa cidade beira o caos. Tarifa cara, ônibus cheios e passageiros amontoados, desesperados para chegar ao trabalho ou em casa. Número de ônibus insuficientes e horas e horas a fio desperdiçadas diariamente nos pontos. Isso sem mencionar a sujeira acumulada nos veículos, além, é claro, do cotidiano desrespeito ao Estatuto do Idoso. E as principais vítimas, como não poderiam deixar de ser, são os trabalhadores e jovens da periferia que dependem do serviço e são obrigados a viver um inferno diário dentro dos coletivos.
Enquanto isso, o governo municipal de Fernando Gomes, por sua vez, insiste em fazer de conta que tal realidade não existe. E, quando fala sobre o assunto, foge dos reais problemas e tenta a todo custo criminalizar aqueles que buscam denunciar o atual estado do transporte. Longe de discutirem as reais causas para termos chegado a esse ponto, o governo parece tratar o assunto como mera obra do acaso, sem causas ou culpados. A população, por sua vez, é condicionada a se conformar e achar que esse problema não tem solução.
TRANSPORTE PÚBLICO, LÓGICA PRIVADA
Muitas pessoas em algum momento da vida se perguntaram: como o transporte é público se o serviço é restrito devido à cobrança da tarifa? A resposta para tal pergunta é muito simples e tem previsão legal no art. 175º da Constituição Federal, que incumbe ao Poder Público a prestação de serviços públicos, podendo ser de forma direta ou sob regime de permissão ou concessão, sempre através de licitação, como é o caso da situação do transporte em nossa cidade. E é justamente na maneira de como se dá essa concessão que começam nossos problemas.
As companhias públicas de transporte que existiam foram privatizadas nas últimas décadas. Esse processo seguiu o modus operandi das privatizações: primeiro, precariza-se o serviço para, então, passá-lo à iniciativa privada. Os resultados disso os usuários do serviço conhecem bem: tarifas mais caras, serviços piores e redução de direitos e salários dos funcionários.
A opção pelo transporte rodoviário em nosso país se deu devido à pressão e influência do setor privado, através das grandes multinacionais da indústria automobilística, como a Ford. A esse modelo, caro e ineficiente, imposto pelas multinacionais, soma-se o baixo investimento realizado pelos mais diferentes governos. Em Itabuna, a situação não é diferente, onde, segundo os dados do Portal da Transparência da Prefeitura, no ano de 2017 o município sequer chegou a investir o equivalente a 0,3% do PIB local.
Ao mesmo tempo, entregam a cada dia mais a cidade na mão do capital privado, deixando o controle total do serviço de transporte coletivo na mão das grandes empresas, verdadeiras máfias que, junto com os governos de plantão, assaltam o bolso da população e em troca oferecem um serviço precarizado, ineficaz e com tarifas em valores absurdos, que, diga-se de passagem, contam com o respaldo de todo o processo de licitação, que nos tempos atuais mais se parece com um grande acordo político contra o povo.Leia Mais