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Um dia, de tanto cair na área, o juiz da vida marca um pênalti, você faz o gol e vira o jogo. E aí você entende que foi a sua queda prévia que te conduziu à vitória. Acredite.

 

Juliana Soledade

Por Deus, eu sempre ouvi isso desde que me entendo por gente. E, cá entre nós, acredito piamente que somos fundamentalmente imediatistas. Somos aliados às urgências, como se a vida fosse um disponível fast food 24 horas. Não fomos educados a saber aguardar e quando atingimos a fase adulta precisamos lidar com a ansiedade e a dura angústia de viver sem saber do futuro. Aguardar significa lidar com a dúvida constante sobre se os planos darão certos e se estamos ou não no caminho desejado.

No entanto, tudo nos carece de esperas. Um resultado de exame, a consulta no médico, o décimo terceiro salário, a posse no cargo público, a fila no hospital, o nascimento de um filho… Me conta, o que não precisa esperar?

Meu ritmo é frenético, calculado semanalmente para todas as necessidades serem atendidas. Fui criada a não deixar ninguém aguardando, que horários são sempre para serem cumpridos e, em contrapartida, eu também não aprendi a esperar. É uma corrida contra o tempo, o tempo inteiro e nem sempre ele está ao nosso favor. Uma corrida quase sempre de aprendizados, saber aguardar é o maior deles.

Enfrentamos dificuldades diariamente, desesperamos quando algo não acontece como se desejava. Engolimos medos e angústias sem externar para não sermos taxados de problemáticos. Contudo, quando contamos um sonho a alguém somos surpreendidos com um será que vai dá certo? E isso dá um nó na garganta, porque o sonho poderia estar sendo realizado hoje, agora.

Por que tanto conto de fadas para falar sobre a vida? A minha sorte começa cedinho, às vezes o dia nem acordou ainda, sigo engolindo sapos, aguento a porrada dos desacertos, caio, levanto e quase nunca aceito perder. Aprendo a ser resiliente, aguento críticas e sempre durmo tarde. A sorte acorda novamente no outro dia e continua tentando tudo dar certo. Uma sorte realista feita de muito suor e dor. Tentando todos os dias não ser tão imediatista.

A vida é cheia de surpresas, muitas não dependem das nossas ações. O máximo de controle que temos é sobre o hoje, o que posso ou não fazer agora, a pretensão por escolhas mais adequadas ou assertivas é o que podemos fazer. O amanhã é incerto e se nada der certo, tente. Tente mais uma vez, só por pirraça, por vaidade, por desencargo de consciência, por teimosia. Tente assim como eu não sofrer de angústia e ansiedade.

Um dia, de tanto cair na área, o juiz da vida marca um pênalti, você faz o gol e vira o jogo. E aí você entende que foi a sua queda prévia que te conduziu à vitória. Acredite. As palavras tem um poder imenso. Sempre tiveram. Sempre terão!

Juliana Soledade é advogada, escritora, empresária e teóloga, pós-graduada em Direito Processual Civil e Direito do Trabalho, além de autora dos livros Despedidas de Mim, Diário das Mil Faces e 40 surtos na quarentena: para quem nunca viveu uma pandemia.

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Juliana lança livro nesta sexta, no Jequitibá.
Juliana lança livro nesta sexta, no Jequitibá.

A escritora Juliana Soledade lança nesta sexta (30) o livro Despedidas de mim, no Shopping Jequitibá, em Itabuna, às 19h30min, com sessão de autógrafos. Haverá, também, abertura de exposição com fragmentos do livro, que será encerrada no dia 8 de junho.
Juliana define Despedidas… como “um livro de contos, minicontos, cartas e frases”, reflexo de vivências “em que busca seduzir o leitor com um largo sorriso e em outras tentará enxugar as lágrimas dos personagens”.
A autora, que também edita o site www.irreverenciabaiana.com,  explica que a obra não fala somente de despedidas. Juliana busca extravasar as meras aparências do senso comum, “prosseguindo pelos múltiplos desdobramentos do tema amor.