A Prefeitura de Canavieiras foi uma excelente anfitriã || Foto Walmir Rosário
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Seria realizada uma recepção digna das promovidas pelo Itamaraty aos chefes de Estados estrangeiros e seus representantes, sem esquecer os mínimos detalhes.

 

Walmir Rosário

O Brasil passou por grandes mudanças com a eleição de Tancredo Neves e a chegada de José Sarney à Presidência da República. E o PMDB começa a atuar para impor o ideário do partido conforme vinha prometendo por anos a fio. A proposta era transferir os recursos do Estado Brasileiro para a promoção do desenvolvimento. E as torneiras financeiras de Brasília começaram a jorrar com força total.

Eleito com uma expressiva votação, o médico ilheense Jorge Viana se mostra um deputado federal atuante e, de forma incansável, consegue transferir recursos federais para as cidades do sul da Bahia. Os parcos recursos para custeio e investimentos de antes mudaram da água para o vinho e os mais diversos setores da economia começaram a receber dinheiro para fazer a roda da economia girar.

E a ação do deputado federal peemedebista Jorge Viana de destrancar o cofre federal se transformou numa fertilização constante para e economia do agro, principalmente a cacauicultura e a dendeicultura, dentre outras. Esforços e recursos não faltariam para o soerguimento da agricultura. De início, Canavieiras e Una foram contempladas para dar o famoso pontapé na industrialização do dendê.

Na direção da Ceplac, Joaquim Cardozo não media esforços para diminuir o tamanho da instituição e promovia o emagrecimento das atividades, prometendo privilegiar apenas agricultura, transferindo as demais para outros órgãos estatais. E um forte aparato na comunicação para acompanhar as atividades políticas na economia foi implantada, no sentido de mostrar o “novo Brasil”.

E num desses sábados uma grande comitiva do Ministério da Agricultura, capitaneada pelo deputado Jorge Viana e Joaquim Cardozo se deslocam para as cidades de Una e Canavieiras para a solenidade de transferência desses recursos. Com a inflação galopante daquela época não consigo lembrar o valor exato dos recursos, só lembro que era múltiplo de 5 (50, 500,?) nem se eram milhões ou bilhões de cruzados.

Porém minha memória não esquecerá – jamais – as solenidades realizadas para repassar os recursos aos municípios contemplados. Por obra do destino, Tyrone Perrucho exercia a chefia do Núcleo de Comunicação (ex-Dicom) e seu pai Wallace Mutti Perrucho era o atual prefeito de Canavieiras, o anfitrião principal dessa grande festividade que poderia dar uma guinada na cultura do dendê.

E uma efeméride dessa magnitude não poderia passar em branco, deixar de ser realizada com todos os requintes para atender e ressaltar o trabalho dos benfeitores da economia regional, que a partir de então olhavam com bons olhos o antes desprezado sul da Bahia. Seria realizada uma recepção digna das promovidas pelo Itamaraty aos chefes de Estados estrangeiros e seus representantes, sem esquecer os mínimos detalhes.

Para prestar um serviço de primeiro mundo, o jornalista Tyrone Perrucho assessorou o prefeito Wallace Perrucho, contratando a equipe de garçons da Ceplac, comandada pelo maitre Mário, com as recomendações de que deveria ser um serviço perfeito. Outra equipe ficou responsável para decoração do Clube Social, bem ao estilo do Baile da Ilha Fiscal, o último dado pelo Imperador Pedro II, no que se refere ao luxo e ostentação.

No cardápio, somente frutos do mar (o que não era do paladar de Tyrone Perrucho), com ostras gratinadas, de moqueca e cruas, servidas ao azeite português e suco de limão; patinhas de caranguejos a milanesa, a famosíssima cabeça de robalo, que era a mais nova atração da gastronomia canavieirense; moquecas de robalos; polvos e lulas defumados, em vinagrete; mexilhões, lambretas e outras refinadas iguarias da rica costa marinha brasileira.

Não me sai da memória a carta de vinhos e os vários tipos de whisky, como Chivas Regal e Old Parr, todas acima de 12 anos, e cervejas extras. Assim que entramos no clube, uma mesa localizada em frente a saída da cozinha estava reservada para a equipe da comunicação da Ceplac. Deve ter sido escolha pessoal do nosso chefe Tyrone Perrucho, no intuito de privilegiar seus comandados, entre eles, eu.

Confesso que fiquei surpreso com tamanho requinte e sofisticação em Canavieiras, mas não economizei esforços para demonstrar minha elevada satisfação aos anfitriões, que não mediram esforços em receber os visitantes e benfeitores. E como dizem Deus escreve certo por linhas tortas, pois seu Perrucho, como chamávamos Wallace, até pouco tempo era apenas vereador, quem sabe, vice-presidente da Câmara. Ainda bem que se tornou alcaide.

E foi um golpe de sorte, como dizem: O prefeito Boinha Cavalcante não ia bem na administração e estaria ameaçado de cassação. Porém, quis o destino que ele sofresse dois acidentes: vítima de capotamento de veículo na praia e outro ao mergulhar no rio, o que lhe afetou a coluna. Como o seu vice-prefeito Holmes Humberto de Almeida (do então distrito de Santa Luzia) tinha morrido recentemente, o substituto sairia do Legislativo.

E aí Wallace Mutti Perrucho tira a sorte grande, com a desistência do presidente do Legislativo em assumir à Prefeitura, pois reconheceu que não estaria preparado para uma empreitada desta magnitude. Abdicou do cargo de presidente e, por maioria, os vereadores fizeram valer o regulamento, escolhendo e dando posse a Perrucho como presidente da Câmara e, subsequentemente, ao cargo maior do Executivo canavieirense.

Voltando à nababesca recepção, logo após, vozes descontentes da oposição tentaram desqualificar a sublime festa, sobre o pretexto de que o evento teria custado mais do que os recursos transferidos pelo Governo Federal ao município de Canavieiras. Não cheguei a fazer os cálculos, até porque a matemática não é meu forte, mas acredito mesmo que se tratava apenas de uma ação política para tentar desqualificar a qualidade da festa promovida com muito esmero por seu Perrucho.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

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Vale saber se o povo brasileiro terá a maturidade de tomar para si o que se vê como brinquedo, para que todos tenham o direito a participação, e, aí sim, o bem comum esteja acima de todos, inclusive da ideia de um Deus partidarista.

 

Aldineto Miranda

Na campanha eleitoral um dos candidatos utiliza o slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Esta é uma sentença falaciosa e perigosa, pois tenta convencer, pela alienação, a uma ideia de totalidade. Os que não comungam com tal sentido de ordenação totalizadora, totalitária, são inimigos da pátria, de Deus e devem ser exterminados. Vide os exemplos de violência que estamos presenciando nesse processo eleitoral.

Em nome de Deus houve a inquisição, o holocausto e a caça às bruxas. Destruição e genocídio. Tais aberrações aconteceram por causa dessa ideia de totalidade. Quando se fala “Brasil acima de tudo”, de qual Brasil se está falando? Do Brasil do Norte/Nordeste? Do Sul/Sudeste? Centro-Oeste? Do Brasil que retorna ao mapa da fome, de crianças sem esperança de futuro? Ou do Brasil de uma determinada elite?

Ao defender “Brasil acima de tudo” se diz falar em nome da família, mas é preciso questionar: De qual família? Da família tradicional? E o que é a família tradicional? Seria aquele modelo estilo propaganda de margarina: pai, mãe e filhos brancos, todos sorrindo felizes perante uma sortida mesa de café da manhã? Nessa ideia de família se inclui a heterogeneidade das famílias brasileiras? De uma mãe negra que sustenta seus filhos a partir do seu trabalho, sem a parceria de um marido, e que no máximo tem um pão para dar a seus rebentos pela manhã e, por vezes, vai trabalhar com fome para alimentá-los? Se está falando da família de casais gays que optam pela adoção e constroem um lar de amor, a despeito do preconceito social? Será que está incluído aquelas e aqueles que tem como lar a rua, e sua família são os companheiros que moram nela? De que tipo de família e de Brasil se está falando? Qual Brasil está acima de tudo?

As ideias de totalidade se caracterizam por serem totalitárias, particularistas e desconsideram a alteridade. Ao enunciar “Deus acima de todos” questionamentos semelhantes podem ser feitos: Os que possuem uma outra concepção de divino? As religiões de matriz africana, por exemplo, que possuem a noção diferenciada do sagrado, em relação ao cristianismo, são contempladas nessa ideia de Deus? Sempre que se governa em nome Deus há insensatez e violência, tais aberrações não combinam com a democracia, a qual considera cidadão, não somente um grupo de pessoas abastadas, de uma religião, ou categoria familiar, mas o conjunto da população.

Por isso tal slogan transmite uma perspectiva ameaçadora para a democracia, pois suas ideias estabelecem uma totalidade em que não há espaço para diversidade. Infelizmente também transmite um pouco do que foi os 4 anos do atual governo, que se alimentou do terror e do medo constante, além de fake news, mantendo seus seguidores em um alucinatório estado de alerta. Podemos perguntar: Isso é fazer política?

Podemos definir a política como um jogo que tem regras fundamentais, sem espaço para visões de mundo totalizadoras. Ferir a democracia, fomentando o ódio às instituições, é uma forma de não aceitar as regras do jogo. E aquele que não aceita o jogo é análogo a um menino malcriado, e cruel, que no jogo de futebol ao perceber que está perdendo segura a bola com força e diz: Ela é minha, o jogo acabou, não perco… não perco… não perco!

Só um lembrete: todo ditador é no fundo uma criança imatura, achando que o mundo está a seus pés, e que até Deus deve estar dentro da sua concepção de vida. Contra a malcriação nada melhor que adultos responsáveis, que coloquem esse menino levado em seu lugar. Vale saber se o povo brasileiro terá a maturidade de tomar para si o que se vê como brinquedo, para que todos tenham o direito a participação, e, aí sim, o bem comum esteja acima de todos, inclusive da ideia de um Deus partidarista.

Aldineto Miranda é professor de Filosofia e de Filosofia da Educação do Instituto Federal da Bahia (IFBA) e doutorando em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb).

Peixoto: abastecimento normalizado
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Nunca esqueça, a maior riqueza do homem é a família, os amigos, os colaboradores. Ninguém é feliz sozinho.

 

José de Carvalho Peixoto

Na minha vida aprendi a valorizar o trabalho, valorizar as pessoas.

Aprendi a ser simples, a não ser arrogante.

Aprendi a ficar no lugar do outro em caso de reclamação.

Aprendi a pensar antes de agir.

Meu querido pai sempre me dizia: “Pedra que muito se muda, não cria limo”.

Resolvi enraizar na minha querida Itabuna, povo simples e acolhedor.

A vida é passageira, a gente vem do pó e ao pó voltaremos.

Sabe porque muita gente quebra a cara na vida?

Porque acredita no errado.

Duvida do certo.

Acredita na impunidade.

Abandona o verdadeiro.

Valoriza o falso.

Esquece que existe a Lei do Retorno.

Não acredita em Deus.

Assim, nada dá certo.

Pense positivo, acredite em Deus, Nosso Ser Supremo.

Acredite em você!

Não existe nada pior que não possa piorar, mas também não existe nada melhor que não possa melhorar.

“Lembre-se: um sonho sem ação é simplesmente um sonho, mas um sonho com ação pode transformar a sua vida”!

A vida é uma dádiva de Deus!

Nunca esqueça, a maior riqueza do homem é a família, os amigos, os colaboradores.

Ninguém é feliz sozinho.

José de Carvalho Peixoto é empresário.

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Papa recorda elo entre amor a Deus e aos irmãos || Alessandro Bianchi/Reuters-AB

O papa Francisco dedicou a alocução que antecede a oração do Angelus à parábola do Bom Samaritano, proposta pela liturgia de ontem (14) do 15º Domingo do Tempo Comum. Para Francisco, esta parábola se tornou paradigmática da vida cristã: “Tornou-se o modelo de como um cristão deve agir”, convidando os fiéis a lerem o “tesouro” contido no Evangelho de Lucas.

O papa disse que, neste episódio, Jesus é interrogado por um doutor da lei sobre o que é necessário para herdar a vida eterna.

O papa Francisco recordou que Jesus o convida a encontrar a resposta nas Escrituras: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, e ao teu próximo como a ti mesmo!”. Havia, porém, diferentes interpretações sobre quem seria o “próximo”. Então Jesus responde com esta parábola.

O protagonista é um samaritano, grupo na época desprezado pelos judeus. Segundo o papa Francisco, não é casual a escolha de um deles como personagem positivo da parábola. Ao longo de uma estrada, o samaritano encontra um homem roubado e agredido por assaltantes. Antes dele, por aquela estrada, haviam passado um sacerdote e um levita, isto é, pessoas que se dedicavam ao culto de Deus. Mas não pararam. O único que lhe presta socorro é o samaritano, “justamente quem não tinha fé!”. Da Agência Brasil.

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DeusAs referências à religião e a Deus nos discursos de parte dos deputados que decidiram, no domingo (17), pela abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff incomodaram religiosos. Em defesa da separação entre a fé e a representação política, líderes de várias entidades criticaram as citações e disseram que os posicionamentos violam o Estado laico.

Durante a justificativa de voto, os parlamentares usaram a palavra “Deus” 59 vezes, quase o mesmo número de vezes que a palavra “corrupção”, citada 65 vezes. Menções aos evangélicos aparecem dez vezes, enquanto a palavra “família” surgiu 136, de acordo com a transcrição dos discursos, no site da Câmara dos Deputados. Ao votar a favor do prosseguimento da ação, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, evangélico, proferiu os dizeres: “Que Deus tenha misericórdia desta Nação”.

Para o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), composto pelas igrejas Evangélica de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica, que havia se manifestado contra o impeachment, assim como a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ligada à Igreja Católica, as menções não surpreenderam. A presidenta da entidade, a pastora Romi Bencke, disse que as citações distorcem o sentido das religiões. “Não concordamos com essa relação complexa e complicada entre religião e política representativa”, afirmou. Da Agência Brasil

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O jeito é apelar a Deus... Religiosos oram sobre as pedras de Castelo Novo (foto Ascom Emasa)
O jeito é apelar a Deus… Religiosos oram sobre as pedras de Castelo Novo (foto Ascom Emasa)

Embora a estiagem complique bastante a situação do sistema de abastecimento de Itabuna, é notório que a precariedade do mesmo é um problema que dá uma contribuição decisiva para acentuar a crise que a população local enfrenta há mais de oito meses.

Os gestores da Empresa Municipal de Saneamento (Emasa) sabem que seu sistema de abastecimento é arcaico, possui uma rede obsoleta com inúmeros vazamentos, depende de bombeamento ininterrupto, o que significa um gasto astronômico com energia elétrica, e não conta com um reservatório confiável. Neste último ponto, a retomada das obras da barragem do Rio Colônia traz um alento, mas a previsão de conclusão é de um ano e meio.

Como se ignorasse todos esses problemas, a Emasa tem insistido em um discurso que põe toda a responsabilidade pela falta de água nas costas de Deus. É como se a empresa não tivesse a menor parcela de culpa pela histórica falta de investimentos.

O ponto alto dessa estratégia de entregar a batata quente ao Todo Poderoso foi visto hoje (8), quando a Emasa divulgou imagens de evangélicos orando sobre as pedras ressequidas da estação de Castelo Novo.

Segundo nota distribuída pela empresa, os religiosos fizeram “um clamor, pedindo a Deus misericórdia e que tenha piedade de Itabuna e toda a região sul da Bahia, que estão sofrendo as consequências da falta de chuvas”. O próximo passo será o prefeito Claudevane Leite nomear o Criador para a presidência da Emasa.

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Papa Francisco sugere a padres que perdoem aborto a quem se arrependeu.
Papa Francisco sugere a padres que perdoem aborto a quem se arrependeu.

Da Agência Lusa

O papa Francisco pediu hoje (1°) a todos os padres para que, durante o Jubileu da Misericórdia, que começa em dezembro, perdoem os católicos que abortaram ou provocaram aborto, desde que haja arrependimento.

Em mensagem dirigida ao organizador do “Ano Santo” (ou jubileu), o prelado italiano Rino Fischella, o papa declara ter “decidido, não obstante qualquer disposição em contrário, conceder a todos os padres, para o ano do jubileu, a capacidade de absolverem do pecado do aborto todos aqueles que o provocaram e que, de coração arrependido, peçam perdão”.

Também em relação às mulheres que abortaram, “o perdão de Deus a quem se arrependeu não pode ser negado”.

“O drama do aborto é vivido por alguns com uma consciência superficial, que parece não se dar conta do grave dano do ato, mas muitos outros, ao contrário, ainda que vivam esse momento como um fracasso, consideram não ter outras vias a percorrer”, diz Francisco em carta, adiantando pensar “em todas as mulheres que recorreram ao aborto”.

“Conheço bem os condicionalismos que as conduziram a esta decisão. Sei que se trata de um drama existencial e moral. Encontrei muitas mulheres que levavam, em seu coração, a cicatriz desta escolha difícil e dolorosa. O que ocorreu é profundamente injusto”, insistiu.

Na carta, o papa indica diversas situações para que o perdão dos pecados (permitido durante o jubileu) beneficie o maior número de pessoas, tais como doentes ou presos que não podem se deslocar às catedrais ou igrejas para se arrependerem.

Durante o segundo aniversário do conclave que o escolheu, em 11 de março, o papa Francisco anunciou a realização de um Ano Santo extraordinário de 8 de dezembro a 20 de novembro de 2016.

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Um grupo de cristãos promove no próximo dia 19, a partir das 19 horas, na praça do bairro São Pedro, em Itabuna, um culto no qual irão pedir proteção a Deus contra a violência na cidade. A reunião é uma iniciativa da diretoria itabunense do Conselho de Pastores, Teólogos e Oficiais Evangélicos do Brasil e Exterior (CPEBE).

Segundo os organizadores, a intenção do evento é emitir “um grande clamor ao nosso Deus pela paz”. Estão programadas palestras e ministrações voltadas a pais e filhos, enfatizando valores da família.

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"Vem Louvar" traz André Valadão e Rose Nascimento a Itagibá
“Vem Louvar” traz André Valadão e Rose Nascimento a Itagibá

O Dia do Evangélico, 28 de setembro, terá comemoração especial em Itagibá, no sul da Bahia. Na Praça Tote Lomanto, já está em fase de montagem a estrutura para o “Vem Louvar”, evento que começa na sexta-feira, 27, e prossegue na noite de sábado, trazendo dois nomes de peso da música gospel.

Na sexta, a partir das 19 horas, quem se apresenta é o cantor André Valadão, duas vezes indicado ao Grammy Latino e conhecido por dezenas de sucessos, como as canções de louvor “Milagre” e “Pela Fé”. No sábado, iniciando no mesmo horário, quem sobe ao palco é a carioca Rose Nascimento.

O “Vem Louvar” é realizado pela Associação de Pastores e Líderes Evangélicos de Itagibá (Aplei), com apoio da Prefeitura e da Câmara de Vereadores.

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PASSE LIVRE E A CONTRADIÇÃO ABERTA

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br
1SimancaOs tipos mais conservadores, que querem tratar os movimentos sociais na pancada, uniram-se aos progressistas, em apoio ao Movimento Passe Livre (MPL), escancarando uma contradição. Coerente mesmo foram as PMs da Bahia e de São Paulo, fazendo o que é da sua tradição fazer: baixar o pau (v. charge de Simanca). Cientistas sociais e palpiteiros em geral estão incertos quanto ao que pretende a massa: vagamente, menos corrupção, mais educação (quase criei uma “palavra de ordem”), mais saúde pública, menos futebol, mais seriedade com o dinheiro público, menos safadeza…  No atacado, todos aprovamos esta pauta, mas falta a ela o varejo, o foco concreto e claro.

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Movimento (ainda) simpático à direita
Tem sido uma festa protestar contra tais coisas (e ainda a sogra chata, o vizinho ranzinza e o preço do tomate), mas não me divirto tanto. Entendo ser este um movimento de esquerda (se me permitem usar a velha classificação francesa, para mim ainda válida). E a direita não tarda a tratar essa turma como trata índios, sem-terra e semelhantes, todos incluídos na vasta lista de “baderneiros”. Por menos disso ela já derrubou um presidente e pôs o Brasil em “ordem unida” durante 21 anos, enquanto arrancava as unhas dos descontentes. Freado o aumento das tarifas, o MPL, ao voltar às ruas (espero que volte), deverá focar-se em um dos muitos problemas nacionais.
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“DOR DE AMOR DÓI MAIS DO QUE BURSITE”

3Dor de amorO verbo amar transitivo indireto (com a preposição “a”) foi, em tempo que longe vai, exclusivo jargão religioso. “Amar a Deus sobre todas as coisas”, está grafado na tábua. A gramática quer, em relação a coisas e pessoas, o verbo não preposicionado. Amar era também de uso menos extenso: homens amavam mulheres, mulheres amavam homens, homens e mulheres amavam suas mães, estas os amavam sem medidas… Os para-choques repetiam uma frase produzida por alguém de coração dilacerado (ou vítima de crônica subliteratura): “Amor só de mãe!” – ai que me embriago de tanta poesia! Compreende-se. Quem leu Rubem Braga sabe que “dor de amor dói mais do que bursite”.
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Velha calça desbotada ou coisa assim
Voltando ao amar transitivo direto, diga-se que ele foi “democratizado”. Amavam-se pessoas, hoje se ama praia, macarrão com queijo, sorvete de coco, carro novo, a velha calça desbotada e, de moto, ama-se o vento na cara. São modismos que o tempo nos traz: conheço uma jovem senhora que ama seu iPhone de recentíssima geração (será isto o chamado sexo virtual que nunca entendi?). A boa linguagem, pela qual poucos na mídia ainda se interessam, recomenda que se goste das coisas citadas acima, sendo vedado amá-las. Se, por acaso, alguém não sabe a diferença entre gostar e amar, que tente beijar uma máquina. Adianto-lhes que não funciona, a não ser que seja uma… “máquina”.
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5Batata fritaAdoração ao arroxa e à batata frita
Cartola, em licença poética escreveu: “Não quero mais amar a ninguém…”, e caiu em “erro”, por usar a forma “religiosa” (“Não quero mais amar ninguém”, diz a norma). E quase tudo que foi dito vale para o verbo adorar, que igualmente nos remete à igreja. Adorar só a Deus e signos sagrados, era assim que era. Depois, o povo, que não está nem aí para gramáticas e gramáticos, mudou a regra. Hoje, com todo respeito, adora-se batata frita, novela de tevê, show de arrocha e de dupla “caipira”. Pelo sentido “clássico” do termo, tem-se a ideia de que o maluco se ajoelha diante do pacote de fritas e também genuflectido assiste à novela das nove. Medonhos tempos, estes.

QUEM DERA QUE ESSA RUA FOSSE MINHA!…

As ruas nos falam de dados momentos, lembranças que ficaram. “Se essa rua fosse minha/ eu mandava ladrilhar/ com pedrinhas de brilhante/ só pra ver meu bem passar”, diz o antigo frevo Vassourinhas. Antônio Maria (“o bom Maria”, como o chamava Vinícius, seu colega de quarto), morando no Rio e, ferido de saudades da terrinha, abre seu Frevo nº 3 dizendo: “Sou do Recife, com orgulho e com saudade”, para depois introduzir “Rua antiga da Harmonia,/ da Saudade, da Amizade e da União…/ São lembranças noite e dia”. Em poucos versos, quatro ruas de nomes sonoros, que mexem com os sentimentos da gente: harmonia, saudade, amizade, união.
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7AlceuMachado de Assis fala das ruas do Rio

Meu endereço em Buerarema era Manuel Vitorino, 6 (esquina com Siqueira Campos) – mania que as pessoas têm por vultos estranhos à cidade. Isso mudou um pouco. Já temos na antiga Macuco as ruas Paulo Portela, Manuel Lins, Pastor Freitas – personagens locais e já mortos, comme il faut. Mas eu queria falar era do fascínio que os nomes de ruas exercem sobre mim e, pelo que vejo, em vários autores. Lembro aqui de três deles, tocando o tema: Machado de Assis, Antônio Maria e Alceu Valença. Nos contos de Machado é possível saber muito do velho Rio, pelas ruas que o mestre cita: Larga de S. Joaquim, da Alfândega, do Lavradio, da Quitanda e, naturalmente, do Ouvidor.

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Um amor que sumiu nas ruas do Recife

“Sob uma chuvinha miúda, triste e cortante, como no enterro de Brás Cubas, o menino passeia sua melancolia por estas ruas que, transeuntes apressados sequer suspeitam, lhe pertenceram um dia. E chora as mudanças: mudou a cidade, mudaram os tempos, mudou ele, que ficou depressivo e meio adulto, morreu de velha a caramboleira, silenciaram os sabiás e bem-te-vis da infância que se foi” (Antônio Lopes: Luz sobre a memória – Agora Editoria Gráfica/1999). Perdidão da Silva, Alceu Valença parece procurar seu amor sumido nas ruas do Sol, da Aurora, da Matriz, das Ninfas, da Boa Viagem, da Soledade – mas como sempre acontece em casos semelhantes, o esforço é vão.

(O.C.)

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O machismo gramatical, a “masculinização” de Deus, a rima como pecado contra o estilo e um homeopedeuto (assim mesmo!) do padre Antônio Vieira são temas áridos tratados com muita leveza no Universo Paralelo desta semana.

Ousarme Citoaian também faz referência a Carlos Heitor Cony, Lêdo Ivo, Otto Maria Carpeaux, Ruy Castro e Josué Montello, autores selecionados por Heloísa Seixas para o livro As obras-primas que poucos leram. No vídeo, Sarah Vaughan, é claro.

Enquanto aguarda a edição do próximo sábado, clique aqui.