Tempo de leitura: 2 minutos

marco wense1Marco Wense

Os principais defensores do impeachment podem ser réus a qualquer momento.

Se existisse outra oposição, diferente dessa protagonizada por tucanos (PSDB) e democratas (DEM), o governo da presidente Dilma Rousseff estaria mais fragilizado, sem força para reagir.

Quando o assunto é a desenfreada cobiça do poder, o PT e o PSDB são a mesma coisa, comportam-se do mesmo jeito. Rezam na cartilha de que o fim justifica os meios. O petismo com o mensalão e o petrolão. O tucanato com os escândalos da reeleição e das privatizações.

Ora, não é a vontade de partidos e de lideranças pregadoras do golpismo, ainda inconformadas com o fracasso nas urnas, que vão respaldar um pedido de impeachment, e sim provas sólidas obtidas pelas instituições.

Os principais defensores do afastamento da presidente Dilma podem ser réus a qualquer momento. O presidente da Câmara dos Deputados, o incendiário Eduardo Cunha, é alvo da Operação Lava Jato.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, já é réu em processo na Justiça Federal de Brasília. O senador é acusado de ter recebido propina da construtora Mendes Junior para apresentar emendas parlamentares que beneficiavam a empreiteira.

Agripino Maia, dirigente-mor do diretório nacional do DEM, coordenador da campanha do candidato Aécio, é acusado de receber propina de R$ 1 milhão para aprovar uma lei que torna obrigatório a inspeção veicular no seu estado, o Rio Grande do Norte.

Como não bastasse, tem o depoimento do doleiro Alberto Youssef dizendo que Aécio Neves pegava mesada de US$ 120 mil. O ex-presidenciável comandava uma das diretorias de Furnas no então governo FHC.

Ainda vem o José Serra defendendo a implantação do parlamentarismo, querendo ser primeiro-ministro, como se o parlamento brasileiro, adepto do toma-lá-dá-cá, estivesse preparado para tal missão.

E, para finalizar, o sincero e corajoso depoimento de Alberto Goldman, vice-presidente do PSDB: “Os tucanos não são capazes de dizer o que fariam se tivessem vencido as eleições presidenciais. Nós não temos um projeto de país”.

Portanto, uma óbvia e inquestionável conclusão: a oposição, desprovida de credibilidade e coerência, não tem moral para acusar ninguém. É o sujo falando do mal lavado, como diria a ex-presidenciável Luciana Genro.

PS – Se a presidente Dilma Rousseff, na condição de ex-presidente da República do Brasil, resolvesse escrever um livro sobre a banda podre do PT, o título seria “Nunca vi nada igual”.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Caiu de 12% para 9% a aprovação ao governo da presidente Dilma Rousseff, no período entre março e final de junho. O levantamento foi feito pelo Ibope, sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Outros 21% consideram o governo regular e 68% avaliam como ruim ou péssimo. O índice é próximo ao obtido pelo governo de José Sarney, em junho e julho de 1989, quando o hoje peemedebista obteve 7% de aprovação.

A pesquisa também aferiu a confiança da população na presidente Dilma. Atingiu 78% em junho ante 74% registrado em março. A pesquisa foi feita de 18 a 21 de junho, mas somente hoje foi divulgada. O Ibope informa ter ouvido 2.002 pessoas em 141 municípios.

Tempo de leitura: 2 minutos
Dilma diz não respeitar delatores (Foto Reprodução/Arquivo).
Dilma diz não respeitar delatores (Foto Reprodução/Arquivo).

Da Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (29) que não houve nenhuma irregularidade em sua campanha presidencial e que não respeita delatores. Em entrevista a jornalistas em Nova Iork, ela comentou as informações divulgadas pela imprensa sobre a delação premiada do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, assinada com o Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com reportagens, Pessoa listou 18 pessoas que teriam recebido recursos do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

“Não tenho esse tipo de prática. Eu não aceito e jamais aceitarei que insinuem sobre mim ou sobre minha campanha qualquer irregularidade. Primeiro porque não houve. Segundo, porque, se insinuam, alguns têm interesses políticos”, disse.

A presidenta contou ter aprendido na escola, em Minas Gerais, a não gostar da figura de pessoas que traem algum movimento e entregam colegas, como a do delator da Inconfidência Mineira (Joaquim Silvério dos Reis). O movimento buscava libertar o Brasil de Portugal no século 19.

“Eu não respeito o delator. Até porque eu estive presa na ditadura, e sei o que é. Tentaram me transformar numa delatora. A ditadura fazia isso com as pessoas presas. E eu garanto para vocês que resisti bravamente. Até em alguns momentos fui mal interpretada quando disse que em tortura a gente tem de resistir porque senão você entrega seus presos. Então, eu não respeito nenhuma fala. Agora, acho que a Justiça tem de pegar tudo que ele disse e investigar. Tudo, sem exceção. A Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal”, afirmou.

Dilma afirmou ainda que vai tomar providências “se ele [Ricardo Pessoa] falar sobre ela”. No que diz respeito à citação de ministros do seu governo, a presidenta disse que a situação será avaliada com cada um. Entre os citados pelo executivo da UTC, conforme as reportagens, aparecem os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, como beneficiários do esquema.

Tempo de leitura: 2 minutos
Lula e presidente Dilma confirmam participação em congresso do PT em Salvador.
Lula e presidente Dilma confirmam participação em congresso do PT em Salvador.

Afastando rumores, a presidente Dilma Rousseff confirmou a sua participação na abertura do Congresso Nacional do PT, na próxima quinta-feira (11), em Salvador. A vinda foi confirmada pela alta cúpula ao final da tarde de hoje.

A presidente da República chegará à capital baiana ao final da tarde do dia 11, de acordo com fontes do PIMENTA na capital baiana e em Brasília.

Dilma deverá chegar ao evento acompanhada do principal nome do partido, o ex-presidente Lula. O ex-mandatário deverá participar do congresso na quinta e na sexta-feiras.

A abertura do congresso do partido está marcada para as 19h da quinta, no Hotel Pestana, no Rio Vermelho. O evento deverá ter a participação de mais de 800 delegados, além de convidados brasileiros e estrangeiros.

MOVIMENTOS PRÓ E CONTRA

O evento em Salvador deverá mobilizar movimentos pró e contra o governo. Movimentos sociais ligados à esquerda preparam boas-vindas à presidente Dilma.

A promessa é de uma grande mobilização em favor da mandatária da República. A expectativa é reunir em torno de 10 mil pessoas. O ato também será de boas-vindas ao ex-presidente Lula.

Na outra ponta, grupos que apoiaram o ex-candidato a presidente da República Aécio Neves (PSDB) informaram que farão manifestações na área do congresso petista. A ação é vista como afronta ao partido que comanda o Brasil e a Bahia, mas algo próprio da democracia.

Há quem tema confronto entre os grupos.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Dilma e Lula não vão ter vida fácil no congresso nacional do PT que vai se realizar em Salvador sexta que vem. Vão enfrentar o fogo amigo e o inimigo.

No amigo, algumas alas petistas dizem que não engolem o ajuste de Joaquim Levy (Fazenda) e prometem bradar.

Inimigo

O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri, articulador de protestos nas redes sociais, também vem para a festa.

Quinta (16h) ele comanda protesto nas cercanias do Pestana, onde o PT fará o encontro no dia seguinte, atacando os petistas.

Da Coluna Tempo Presente, d´A Tarde

Tempo de leitura: < 1 minuto
Fernando Gomes puxou manifestação contra Dilma Rousseff e corrupção.
Fernando Gomes puxou manifestação contra Dilma Rousseff e corrupção.

Cerca de 600 manifestantes participaram do ato contra a corrupção e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff em Itabuna. O número de participantes foi muito menor do que em março, quando cerca de 2,5 mil pessoas caminharam pela Avenida do Cinquentenário.

Hoje, o destaque da manifestação contra a corrupção foi o ex-prefeito Fernando Gomes, condenado devido às Máfias dos Medicamentos e das Ambulâncias. A Justiça Federal, além de ordenar devolução de mais de R$ 800 mil, cassou os direitos políticos por oito anos.

Tempo de leitura: 2 minutos

marco wense1Marco Wense

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista na Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o toma-lá-dá-cá.  A eficaz e imprescindível Adin, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados, continua engavetada, empoeirada, fora da pauta. São quase 365 dias de “esquecimento”.

Só os insanos e inconsequentes torcem pelo “quanto pior, melhor”, como faz o senador Aloysio Nunes (PSDB), vice de Aécio Neves na última eleição presidencial.

“Quero ver a Dilma sangrar”, diz o tucano sem nenhum constrangimento, verberando com exaltada satisfação, feliz da vida com as palavras, gestos, opiniões e atitudes vampirescas.

Os protestos contra o governo Dilma são assegurados e protegidos pela Constituição Federal. O que é inaceitável é a incitação ao crime e os xingamentos incivilizados dirigidos à nossa presidenta.

O povo, os políticos de oposição, os que pregam o retorno dos militares e os defensores do impeachment têm todo o direito de protestar, desde que pacificamente, sem armas, como preceitua o art. 5°, inciso XVI da Carta Magna.

A aposentada juíza do TJ-BA, a sempre simpática Sônia Maron, tem razão quando diz que “o Brasil não é uma capitania hereditária do partido que elegeu o chefe do Executivo de um dos poderes”.

Mas não pode ser um Brasil de uma oposição raivosa, que, aos gritos, aos berros, chama a maior autoridade do país de “vaca” e “vagabunda”, como aconteceu recentemente em São Paulo.

O mais engraçado é o silêncio, a complacência em torno do que provocou toda essa roubalheira do dinheiro público, sem dúvida o financiamento empresarial de campanhas políticas.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista na Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o toma-lá-dá-cá.  A eficaz e imprescindível Adin, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados, continua engavetada, empoeirada, fora da pauta. São quase 365 dias de “esquecimento”.

A ladainha sobre a maléfica influência do dinheiro no processo eleitoral é de priscas eras. Todo presidenciável promete dar fim, mas depois de eleito foge da discussão como o diabo da cruz.

Veja o que disse o então candidato Juscelino Kubitschek de Oliveira em 11 de fevereiro de 1954: “Pretendo, se eleito presidente da República, propor uma reforma da Constituição, de modo a abolir a violência trazida no predomínio do dinheiro nas eleições”.

Se fosse um protesto para acabar com a impunidade, para colocar os larápios da Petrobras na cadeia, pedindo reforma política e o urgente julgamento da ação da OAB, eu seria o primeiro a comparecer.

Como sou contra o impeachment, a qualquer ruptura democrática, ao ódio, xingamentos e o retorno dos militares ao poder, prefiro ficar na minha modesta residência.

Que o legítimo movimento transcorra com paz e civilidade. E que os senhores políticos – obviamente os irresponsáveis – não coloquem mais lenha na fogueira.

Viva a democracia! Democracia, sim. Golpismo, não.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

Tempo de leitura: 2 minutos
Dilma participou de eventos no Rio de Janeiro hoje (Foto Tânia Rego/Ag. Brasil).
Dilma participou de eventos no Rio de Janeiro hoje (Foto Tânia Rego/Ag. Brasil).

A presidenta da República, Dilma Rousseff, disse hoje (12), no Rio de Janeiro, que o crescimento econômico é uma “obsessão”. Ela voltou a reconhecer que o país passa por um momento de dificuldade e ressaltou que o ajuste fiscal é uma forma de melhorar as contas públicas, sem abrir mão de políticas sociais e de parcerias com o setor produtivo. Na estimativa da presidenta, com essas medidas o país voltará a crescer até o final deste ano.

Em discurso, na inauguração das obras de ampliação do Terminal Portuário do Rio, Dilma disse que o país esgotou todos os recursos para combater a crise econômica de 2009, sem repassar os custos, como o desemprego, para a população. Destacou, entre as medidas adotadas pelo governo, o crédito subsidiado e a desoneração fiscal, que evitaram a “redução violenta da taxa de crescimento”, como ocorreu em outros países.

“Trouxemos para as contas públicas os problemas que, de outra forma, recairiam sobre a sociedade, os trabalhadores”, afirmou. A partir de agora, explicou, outras medidas são necessárias. “Estamos fazendo o que todo mundo faz, quando se trata de algum problema em casa: reajustando nossas contas para prosseguir crescendo. Acreditamos que isso se dará nos próximos meses, chegando ao final do ano”.

Para alavancar investimentos, além do ajuste fiscal, Dilma falou sobre a necessidade de incentivar parcerias com o setor privado, “facilitando a viabilidade de investimentos”. Ela disse que já estão previstos 38 empreendimentos privados na área portuária, somando cerca de R$ 11 bilhões. Citou, como exemplo, a parceria para ampliação dos terminais do Rio.

“Uma das consequências mais importantes [desses investimentos] será o surgimento de um novo mapa logístico e a implantação de várias alternativas, racionalizando custos de transporte”, destacou,e prometeu também “um novo projeto de concessões” de aeroportos, hidrovias e rodovias, para resolver gargalos e reduzir o chamado “custo Brasil”.

Leia Mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

A presidente Dilma Rousseff foi vaiada e alvo de gritos como “pega ladrão!” e “fora, fora, fora!” antes mesmo de chegar para a abertura do 21º Salão Internacional da Construção, nesta terça-feira no pavilhão do Anhembi, em São Paulo.

A visita de Dilma ao salão estava marcada para começar às 10h. Mas, por volta deste horário, mesmo com a presidente sem ainda chegar, ela começou a ser vaiada por um grupo que avistou os jornalistas e, assim, concluiu que a presidente já estava no local. O grupo era formado por pessoas que trabalhavam no evento, já que ele não estava ainda aberto ao público. Informações d´O Globo.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Dilma: queda de 19 pontos percentuais.
Dilma: queda de 19 pontos na popularidade.

Do Estadão

Após o anúncio do aumento no preço dos combustíveis, do pacote de ajuste fiscal e da sucessão de denúncias envolvendo a Petrobras, o Palácio do Planalto já esperava que a popularidade da presidente Dilma Rousseff fosse cair. A dimensão da queda, porém, surpreendeu até os auxiliares mais pessimistas.

A queda de 19 pontos na avaliação positiva do governo, segundo pesquisa Datafolha divulgada ontem (caiu de 42% para 23% entre dezembro e fevereiro), é reconhecida como “muito ruim”.

Para revertê-la, a aposta é criar uma agenda positiva o quanto antes. No curto prazo, a ideia é explorar os programas sociais voltados para a classe média, com os lançamentos do Mais Especialidades e da terceira fase do Minha Casa, Minha Vida.

Para o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), o governo precisa deixar claro que não será o trabalhador quem vai pagar a conta do ajuste fiscal. Para ele, parte da queda de popularidade da presidente pode ser atribuída à mobilização das centrais sindicais contra as mudanças no seguro-desemprego, o que teria gerado descontentamento quem costuma apoiar o PT.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Dilma propõe pacto nacional contra corrupção (Foto Antonio Cruz/Ag. Brasil).
Dilma propõe pacto nacional contra corrupção (Foto Antonio Cruz/Ag. Brasil).

A presidente Dilma Rousseff disse que vai democratizar o poder, lutando pela reforma política e buscando opiniões do povo. Em seu discurso após tomar posse para o segundo mandato na Presidência da República, ela disse que democratizar o poder também significa combater a corrupção.

Dilma propôs um pacto nacional contra a corrupção. Segundo ela, seu governo foi o que mais apoiou o combate aos malfeitos, criando leis mais severas e garantindo autonomia à Polícia Federal. Dilma disse que submeterá um pacote de medidas anticorrupção ao Congresso Nacional.

Entre as medidas, destacou a presidente, estão a modificação da legislação eleitoral para tornar crime a prática de caixa 2 e a alteração da legislação para agilizar o julgamento de processos envolvendo desvios de recursos públicos. Dilma falou ainda sobre a Petrobras, alvo da Operação Lava Jato.  Segundo Dilma Rousseff, é preciso investigar a corrupção na estatal sem enfraquecê-la.

“Temos muitos motivos para preservar e defender a Petrobras de predadores internos e de seus inimigos externos. Vamos apurar tudo de errado que foi feito e fortalecê-la cada vez mais. Devemos saber apurar sem enfraquecer a Petrobras”, declarou a presidente. Informações da Agência Brasil.

Tempo de leitura: 2 minutos

Gabriel Nascimento UnBGabriel Nascimento

só teremos que engolir uma Kátia Abreu no Ministério da Agricultura e uma equipe econômica conservadora (inclusive anunciando abertura de capital da Caixa Econômica Federal), porque a bancada de esquerda dentro da bancada do governo diminuiu.

Está claro para os mais de 54 milhões de eleitores de Dilma na última eleição que ela ganhou por causa do voto popular, alinhado sempre ao clamor da militância. O PSDB causa tanto medo quanto desconforto que, uma possível eleição de Aécio foi enxergada muitas vezes como a ruína das conquistas dos últimos dez anos de governos trabalhistas.
Porém, ao que parece, Dilma iniciou seus ajustes de mudança ministerial com mãos de ferro. Na equipe econômica, acariciou o mercado. Na agricultura, alisou o agronegócio. Acaba de destacar os nomes de importantes ministérios, como é o caso da Educação para Cid Gomes e a pasta dos Esportes para George Hilton.
Essas indicações causaram muito desconforto aos eleitores que nunca foram indecisos sobre voto na presidenta. Em parte porque o eleitor não elege um presidente, mas consigo uma pauta que o eleitor deseja ver cumprida. Na contrapartida, as escolhas da presidenta são altamente políticas.
O desejo contingente da presidenta se estabelece entre a tentativa de acalmar o coro fisiologista na bancada governista no congresso. Liderado pelo PMDB, esse coro agora será comprado por 5 ministérios. O mesmo se deu com a variedade de partidos atendidos com ministérios. Essa é uma prova de que as escolhas quiseram cobrir qualquer tentativa do congresso em desestabilizar o segundo mandato da presidenta.
Uma coisa é certa: só teremos que engolir uma Kátia Abreu no Ministério da Agricultura e uma equipe econômica conservadora (inclusive anunciando abertura de capital da Caixa Econômica Federal), porque a bancada de esquerda dentro da bancada do governo diminuiu.
A Dilma do segundo mandato é aquela que pisa em ovos, que ganhou por causa da militância tradicional, mas a que vai governar se o congresso permitir. É uma encruzilhada necessária numa democracia em que as alianças colocadas são para garantir governabilidade e não recondução. Um governo de coalizão é resultado da disputa na correlação de forças, em que a bancada do governo no congresso segue dirigida pelo PMDB.
Gabriel Nascimento é professor, mestrando em Linguística Aplicada pela UnB, presidente da APG Ieda Delgado-UnB e vice-presidente da Associação Nacional de Pós-graduandos.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Dilma descansa em praia de Salvador (Foto AE/Arquivo).
Dilma descansa em praia de Salvador (Foto AE/Arquivo).

A presidente Dilma Rousseff desembarcou ontem em Salvador e deve ficar na Base Naval de Aratu, na Praia de Inema, até a próxima segunda (29). O local tem sido o escolhido pela presidente para descanso desde a sua posse.
A dirigente retorna à capital do País para, também, anunciar os titulares de vinte ministérios. Na última terça, à noite, Dilma divulgou relação com 13 novos ministros, dentre eles o governador da Bahia, Jaques Wagner, que comandará o Ministério da Defesa e atuará na coordenação política do governo.

Tempo de leitura: 3 minutos

Wagner deixará o governo baiano para assumir Ministério da Defesa (Foto Roberto Stucket Filho).
Wagner deixará o governo baiano para assumir Ministério da Defesa (Foto Roberto Stuckert Filho).

A presidenta Dilma Rousseff anunciou, há pouco, o nome de 13 ministros que farão parte da equipe do segundo mandato. Todos os novos integrantes do primeiro escalão do governo devem assumir oficialmente suas funções no dia da posse da presidenta, marcada para as 15h do dia 1º de janeiro.
Aldo Rebelo deixa o Ministério do Esporte, no qual coordenou as ações do governo durante a Copa do Mundo, para assumir a pasta de Ciência, Tecnologia e Inovação. Desde o governo Lula, o deputado assumiu a presidência da Câmara, foi ministro da Coordenação Política e líder do governo e do PCdoB na Câmara.
Jaques Wagner, atual governador da Bahia, será o novo ministro da Defesa no lugar de Celso Amorim. O petista foi eleito deputado federal três vezes e ocupou cargos do primeiro escalão no governo Lula, como o comando do Ministério do Trabalho e Emprego, antes de Ricardo Berzoini, atual titular da pasta de Relações Institucionais. Wagner foi eleito governador em 2006.
Na Educação, foi confirmado o nome de Cid Gomes, atual governador do Ceará. Gomes obteve o primeiro mandato eletivo em 1990 como deputado estadual. Seis anos depois, foi eleito prefeito de Sobral e reeleito para mais um mandato. Em 2006 chegou ao governo do estado, eleito no primeiro turno. O cearense foi responsável pela coordenação da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para o segundo turno da eleição presidencial.
Pelo menos seis peemedebistas foram confirmados no comando de pastas do segundo mandato do governo Dilma. O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) assumirá o Ministério de Minas e Energia. O engenheiro vai substituir o também peemedebista Edison Lobão, que comanda a pasta desde o início do governo Dilma.
Leia Mais

Tempo de leitura: 3 minutos

marco wense1Marco Wense

Marina seria o contraponto da oposição raivosa, que não respeita as regras do jogo democrático, que arquiteta um “terceiro turno”, que defende o retorno dos militares.

Quem tem crédito para criticar uma eventual “direitização” do governo Dilma é a ala do Partido dos Trabalhadores oxigenada pela ideologia como base da luta política.
Não é fácil para esse segmento do PT, defensor da agricultura familiar e da reforma agrária, aceitar uma Kátia Abreu como ministra da Agricultura e um Joaquim Levy como titular da Fazenda.
O governo assume o risco de perder o apoio de uma importante parcela do petismo, sem dúvida a mais fiel e aguerrida, como a do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST.
Kátia Abreu é uma inconteste liderança dos agropecuaristas e pessoa de inteira confiança dos grandes latifundiários. Presidiu a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, que representa 27 federações estaduais, 2.142 sindicatos rurais e mais de um milhão de produtores sindicalizados.
Em relação a Joaquim Levy, a ala esquerdista do PT diz que é “símbolo do neoliberalismo”, que é isso e aquilo, que é pupilo de Armínio Fraga, e usa até o argumento de que o economista teria votado em Aécio Neves.
A troça do senador Aécio de que “Levy na Fazenda é como se um grande quadro da CIA fosse comandar a KGB” foi considerada infeliz, descabida e inoportuna até pelos tucanos.
A chacota do mineirinho, cada vez mais adepto do “quanto pior, melhor”, do circo pegando fogo, não foi digerida nem pelo próprio Levy, de quem Aécio se diz amigo de priscas eras. Mui amigo.
A presidente Dilma Rousseff tem o apoio incondicional do PT transigente, que faz concessões, defensor da composição de forças como requisito indispensável para governar. A tal da governabilidade.
Quando questionada sobre Joaquim Levy e Kátia Abreu, a ambientalista Marina Silva prefere a saída da diplomacia e, diplomaticamente, sai pela tangente.
A postura de Marina seria outra se sua posição fosse de neutralidade no segundo turno presidencial. Teria mais autoridade, mais legitimidade para contestar medidas conservadoras e a “direitização” do governo.
O apoio de Marina ao candidato Aécio Neves (PSDB) tirou dela a condição de líder de uma oposição respeitada, diferente da que esquece que a presidente Dilma foi democraticamente e constitucionalmente reeleita.
Marina seria o contraponto da oposição raivosa, que não respeita as regras do jogo democrático, que arquiteta um “terceiro turno”, que defende o retorno dos militares. Uma oposição inspirada no golpismo lacerdista: Se ganhar, não toma posse. Se tomar posse, não governa.
Marina Silva deixou de ser a protagonista do oposicionismo para ser a coadjuvante. Deixou de ser presidenciável para ser a vice de Aécio na sucessão de 2018.
ruy-machadoVANE E O LEGISLATIVO
Não existe o “tanto faz” na política. Tudo indica que o preferido do prefeito Claudevane Leite para a presidência da Câmara de Vereadores é Ruy Machado (PTB).
Nos corredores do Centro Administrativo, o comentário é de que a eleição de Ruy é o primeiro passo para enfraquecer o PCdoB. O atual presidente, o comunista Aldenes Meira, é candidato a um segundo mandato.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.