Daniela Borges (à esquerda) é eleita para presidência da OAB da Bahia
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Daniela Borges, da chapa União pela Advocacia, venceu a eleição à presidência da seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA). Daniela se torna a primeira mulher eleita presidente da Ordem. A eleição ocorreu nesta quarta-feira (24), no Centro de Convenções, em Salvador, e em 42 endereços distribuídos nas 36 subseções do interior do estado.

Apesar a apuração ainda não ter sido concluída, o resultado não pode mais ser revertido. Até o momento (22h28min), Daniela tem com 4.827 votos, 46,4% dos votos válidos, seguida de Ana Patrícia Dantas Leão (chapa OAB de Coração), com 3.933 votos; Dinailton Oliveira (OAB pra Valer); com 514 votos; e Ricardo Nogueira (Liberta OAB), com 357 votos. Nulos e brancos somam 771 votos.

A nova diretoria tomará posse em janeiro de 2022 para comandar a OAB-BA pelos próximos três anos. Ao lado de Daniela, outra mulher assumirá a vice-presidência da Seccional, a advogada Christianne Gurgel. Também compõem a diretoria Esmeralda Oliveira, secretária-geral, Ubirajara Ávila, secretário-geral adjunto, e Hermes Hilarião, tesoureiro.

MOROU EM ITAPETINGA

Advogada tributarista há mais de 20 anos, Daniela é professora titular da UFBA e da Faculdade Baiana de Direito. Criada em Itapetinga, no sudoeste da Bahia, fez faculdade na UFMG, onde também cursou mestrado na área do Direito Tributário.

Na OAB da Bahia desde 2013, durante a primeira gestão de Luiz Viana foi conselheira seccional e diretora-tesoureira. Atualmente, preside a Comissão Nacional da Mulher advogada e é conselheira federal.

O advogado Dinailton Oliveira, pré-candidato à presidência da OAB-BA
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As formas alternativas de solução de conflitos judiciais foram discutidas, na tarde desta sexta-feira (1º), pelo ex-presidente e pré-candidato à presidência da OAB-BA, Dinailton Oliveira, com advogados que atuam ou pretendem atuar no ramo da mediação e arbitragem. O encontro virtual foi intermediado pelo Conselho Nacional de Justiça Arbitral (Conaja), que tem sede em Salvador. Ele assegurou que na sua gestão o tema estará em destaque, inclusive com a oferta de cursos gratuitos pela Escola Superior da Advocacia (EJA), instituição da estrutura da Ordem.

“Eu mesmo sinto essa necessidade e vou fazer o curso. Precisamos nos atualizar com todas as ferramentas disponíveis para agilizar a prestação jurisdicional. A arbitragem é um caminho para a pacificação e a Ordem tem que estar atenta a todas as possibilidades, porque ela é um instrumento da advocacia como um todo e não apenas de grupos”, sustentou Dinailton. E alertou que as ferramentas devem ser vistas como opções para desafogar a Justiça.

CURRÍCULO

O presidente do Conaja, o advogado Fábio Nobre, apoiou a ideia da OAB promover cursos sobre mediação e arbitragem, chamando atenção para a inexistência da disciplina nos currículos dos cursos de Direito. “Não entendo a resistência da categoria também, porque o recurso extrajudicial para solução de conflito é previsto em lei”, esclareceu.

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O advogado itabunense Dinailton Oliveira quer voltar à presidência da OAB-BA || Foto Antônio Queirós
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Radicado em Salvador desde 1993, o advogado itabunense Dinailton Oliveira, 65 anos, está em visita à terra natal. No último sábado (28), ele conversou com o PIMENTA sobre a intenção de voltar à presidência da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), cargo que exerceu de 2004 a 2006. Argumenta que pretende retomar o trabalho que, segundo ele, foi renegado por todos os sucessores. Trata-se da militância em defesa do aperfeiçoamento da estrutura do Poder Judiciário e das prerrogativas do exercício da advocacia.

Dinailton relembra que, na sua gestão, a partir do movimento “Justiça pra valer”, a OAB da Bahia articulou convênio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o Governo do Estado, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e a Assembleia Legislativa do Estado (Alba). O objetivo era fazer um levantamento das necessidades do Poder Judiciário e propor medidas para dinamizar o processamento das ações.

Feito o diagnóstico, os três poderes se comprometeram a adotar, num prazo de até 120 dias, as medidas recomendadas, a exemplo da contratação de mais servidores e juízes por meio de concurso. Já naquela época, um só juiz chegava a ter mais de 20 mil processos sob a sua responsabilidade, afirma Dinailton. “É humanamente impossível resolver os problemas da população com o Judiciário com essa estrutura”.

Dinailton afirma que os dirigentes que o sucederam na OAB pediram o arquivamento da representação ao CNJ e o convênio não foi à frente.

DOUTOR MOTORISTA

Parte importante da remuneração do advogado depende dos resultados dos processos e, enquanto a tramitação das ações pode demorar décadas, as contas a pagar não esperam. Isso tem levado membros da categoria a buscar trabalhos alternativos  “Lá em Salvador, por exemplo, eu ando sempre de aplicativo Uber e já peguei inúmeros colegas dirigindo Uber, sendo motorista de aplicativo para sobreviver”, conta Dinailton.

Para ele, falta atitude proativa à da direção da OAB para dar suporte aos advogados em início de carreira. “Nossa Ordem, há muito, só tem visado interesses pessoais dos seus componentes. Não vi uma ação sequer para beneficiar a maioria. Ficam aí só fazendo festinhas, como se a grande maioria dos advogados não tivesse consciência política para perceber que a nossa instituição é uma arma muito forte para que eles possam sobreviver da advocacia e sejam respeitados”, disparou.

PRERROGATIVAS EM XEQUE

Preocupa Dinailton o modo como advogados são tratados no exercício da profissão. Para ele, o tratamento desrespeitoso contra a categoria parece ter virado regra e isso, muitas vezes, prejudica a qualidade da atuação profissional na defesa dos interesses dos clientes. “Hoje em dia, os advogados não estão sendo respeitados nas suas prerrogativas por ninguém, nem por policial, nem por delegado, nem por juízes, nem por Ministério Público. É como se estivéssemos numa terra arrasada.

Casos de truculência também são comuns. “Recentemente, um colega nosso teve a carteira quebrada por um policial quando ele se identificou como advogado. Tem coisas que, às vezes, a gente acha inacreditável que esteja acontecendo”, lamenta Dinailton Oliveira.

INADIMPLENTE NÃO VOTA

A eleição para a OAB-BA será na segunda quinzena de novembro de 2021 (a data ainda não foi definida). Dos mais de 76 mil inscritos na Ordem no estado, apenas 25 mil estão aptos a votar, estima Dinailton. Além dos profissionais que faleceram ou ingressaram em carreiras judiciais, os inadimplentes com a Ordem não têm direito a voto. O itabunense repudia a regra. “Eu sempre defendi que os inadimplentes têm direito de votar, porque eles não deixam de ser advogados”.

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Fernando quer acelerar processo de concessão da Emasa

O prefeito Fernando Gomes e o presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), Jader Guedes, estão em Salvador. A dupla tem um dedo de prosa com o sobrinho e ex-presidente da OAB baiana, Dinailton Oliveira, num dos shoppings mais movimentados da capital baiana, nesta quarta (3).

Após receber estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) na semana passada (relembre aqui), Fernando quer apressar o passo e encaminhar a concessão da Emasa, um desejo pessoal de mais de 20 anos. Ficou entusiasmado, também, com a defesa que o governador Rui Costa fez da necessidade de parcerias público-privadas (PPPs) na área de saneamento.

A preocupação em fazer a concessão da Emasa também tem a ver com o tempo que terá para fechar o mandato, pois 2020 está próximo e a privatização da empresa é tema difícil de ser digerido em período eleitoral.

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Do Bahia Notícias

Dinailton apoiou chapa vencedora na OAB-BA (Foto Max Haack).

O ex-presidente da seccional baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), Dinailton Oliveira – que apoiou a chapa Mais OAB, presidida por Luiz Viana Queiroz -, defendeu a sua gestão e comemorou a vitória contra a chapa Ação e Ética, apoiada pelo atual presidente Saul Quadros.

O apoio de Dinailton a Viana foi alvo de críticas dos adversários, porque o ex-presidente teve suas contas rejeitadas da gestão 2004-2006 pelo Conselho Federal da Ordem. “Nessa campanha sofri ataques pessoais baixos, vindos de pessoas que falam em ética mas não aplicam isso a seu caminho. A advocacia soube dar resposta nas urnas”.

Segundo Dinailton, o “agora já ex-presidente” Saul fez uma administração “voltada para interesses pessoais”. “A reprovação das minhas contas, apesar de a controladoria ter feito uma auditoria que teve resultado elogioso, foi uma manobra do ex-presidente que, para tentar se manter no poder, tentou impedir a minha candidatura. Nossa luta é por princípios e em defesa da advocacia e da sociedade”, completou. Para a Controladoria, as contas de Dinailton teriam sido aprovadas com ressalvas.

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Dinailton: contas reprovadas (Foto Daniel Pinto).

As contas dos exercícios de 2005 e 2006 da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Bahia (OAB-BA), foram reprovadas na tarde desta terça-feira (20). Na época, a entidade era comandada pelo advogado Dinailton Oliveira, que cumpriu o triênio 2004-2006. Em entrevista ao Bahia Notícias, o secretário-geral adjunto da OAB, André Godinho, confirmou a reprovação das contas, fato inédito da história da entidade na Bahia.
O Conselho Federal da OAB optou pela recusa, por 17 votos a três, após a constatação de diversas irregularidades na gestão, como o não recolhimento do INSS de funcionários. “Isso é crime previsto em Lei. Configura apropriação indébita e ele deve responder por isso”, afirmou Godinho. Com a decisão, o ex-presidente da OAB-BA, que tentou voltar ao cargo nas últimas eleições, fica inelegível por dois pleitos.
A ação que solicitava a prestação de contas na gestão de Dinailton foi por diversas vezes adiada, depois de manobras do advogado. Ele chegou a impugnar cinco ações de juízes que determinaram a divulgação dos seus atos. O ex-presidente da OAB-BA, que à sua época tinha orçamento de cerca de R$ 7 milhões, não foi encontrado para comentar o assunto. Filiado ao PDT, ele é pré-candidato a prefeito de Itabuna, no sul do estado. Do BN.

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Um dos quatro candidatos à presidência da OAB/BA, Dinailton Oliveira foi pro ataque e fuzilou a pesquisa da Data Survey, contratada pelo opositor e candidato à reeleição Saul Quadros. Segundo o advogado, o levantamento que aponta o adversário com 44,5% das intenções de voto (Dinailton aparece com 29,7%) contém uma série de equívocos.

O itabunense observa que a pesquisa foi encomendada por Saul e aplicada antes do registro das chapas. E acrescenta: “A Comissão Eleitoral da OAB/BA não registrou a pesquisa, o que descredencia seu real valor”.

Dinailton estará em Itabuna nesta terça, onde participa do lançamento da chapa de Andirlei Nascimento à subseção local da OAB.

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Uma pesquisa nas 11 maiores subseções da OAB, incluídas aí Salvador e Itabuna, deu a Saul Quadros, que disputa a reeleição, 44,5% das intenções de voto, ante 29,7% do itabunense Dinailton Oliveira e 8,6% de Roque Aras. Os percentuais são da pesquisa estimulada.

O levantamento foi encomendado pela chapa do atual presidente e candidato à reeleição, Saul Quadros, à empresa Data Survey e não incluiu o nome de José Armando Filho, que não havia registrado chapa no período de campo da pesquisa, fechada no dia 15.

Num confronto direto dos dois principais candidatos na sucessão, Saul teria 50,3% contra 31,7% de Dinailton. As informações são da coluna Tempo Presente, do jornal A Tarde.

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O Pimenta conversou esta semana com o advogado e ex-presidente da OAB baiana, Dinailton Oliveira, e abordou temas polêmicos, como as denúncias que o atual presidente da Ordem, Saul Quadros, faz ao “ex”.

O advogado, que é candidato a um novo mandato na OAB, afirma que, ao contrário do que dizem seus adversários, deixou a entidade com dinheiro em caixa. Segundo o ex-presidente, a atual gestão peca pela falta de transparência (“hoje está tudo muito obscuro”, ele diz) e pela omissão no que diz respeito à defesa dos advogados e da sociedade.

Oliveira, que chegou a ser pré-candidato a prefeito de Itabuna em 2008, pelo PDT, assegurou que está “aposentado” da política partidária, mas revelou que, como cidadão, está mais afinado com a banda pedetista que se aliou ao governador Jaques Wagner.

Confira os principais trechos dessa conversa, logo abaixo:

Pimenta na Muqueca – O senhor classifica a atual gestão da seccional baiana da OAB como omissa. Em que a sua atuação como presidente da Ordem diferiu da atual?

Dinailton Oliveira – Eu acredito que todos os advogados já perceberam a atuação das duas gestões. Uma na qual eles se orgulhavam de pertencer aos quadros da Ordem. Era uma Ordem atuante, não só na defesa das suas prerrogativas, mas também na defesa do exercício da cidadania. Nós promovemos várias ações e, inclusive, fomos a primeira seccional a criar uma comissão de defesa dos direitos dos afrodescendentes, que agora o Conselho Federal da OAB também implantou. Foi um grande trabalho e até no Carnaval de Salvador a Ordem estava presente, combatendo a violência policial. Tivemos uma atuação marcante na defesa da cidadania. Entramos com várias ações, por exemplo, contra o aumento nos planos de saúde, contra a transposição do Rio São Francisco, que foi a última que o governo conseguiu derrubar. Entramos também com várias ações civis públicas em defesa do meio ambiente.

E hoje, como está?

Observe que, regimentalmente, o presidente da Ordem tem que ser o presidente da Comissão de Direitos Humanos. No entanto, o atual presidente é presidente da Comissão de Meio Ambiente porque ele tem uma parceria com os grandes empresários que não permite que qualquer outro colega possa entrar em alguma defesa em situações de agressão ao meio ambiente. É uma coisa absurda. E é ainda mais absurdo que essa gestão seja totalmente omissa na defesa das nossas prerrogativas e não tenha nenhuma ação que possa ajudar a quem está chegando na advocacia a desenvolver suas atividades. A cada dia que passa, há uma dificuldade tremenda para que os novos advogados sejam inseridos no mercado de trabalho.

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Essa gestão (da OAB) representa uma diminuta fatia da advocacia, que se beneficia do status quo vigente.

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O que torna tão difícil a vida dos novos profissionais da advocacia?

Nós tivemos um aumento muito grande no número de advogados nos últimos anos e isso criou uma distorção aqui na Bahia com o surgimento dos chamados mega-escritórios. Hoje nós temos dois deles em Salvador, que asfixiam a advocacia da Bahia. Não pela competência, mas pela influência que exercem no poder judiciário do nosso Estado. Isso é uma distorção porque, nos mega-escritórios, os sócios se tornam empresários da advocacia e alguns deles não passam de meros assalariados, com salários baixíssimos. Eu tenho dito que isso é uma negação da advocacia, que deve ser sempre independente, livre e altiva. Há uma responsabilidade direta da Ordem em corrigir essas distorções.

Há quantos advogados em atividade no Estado?

Hoje nós temos quase 30 mil advogados inscritos na Bahia e estamos passando por um momento de grande dificuldade, porque não existe uma ação enérgica para modificar esse quadro da justiça. Nós promovemos aquela luta, denominada “Justiça pra Valer”, e conseguimos como resultado um convênio entre o Conselho Nacional de Justiça e os três poderes da Bahia, para que em 180 dias os técnicos do CNJ fizessem o levantamento das necessidades e, após isso, as carências seriam sanadas. Pois a primeira coisa que eles (a atual gestão da OAB baiana) fizeram quando entraram foi pedir o arquivamento dessa representação, o que fez cair por terra o nosso convênio. Essa gestão representa uma diminuta fatia da advocacia, que se beneficia do status quo vigente. O que nós queremos é modificar para que a Ordem represente a maioria dos advogados e também atenda aos anseios da sociedade, que constantemente necessita de uma instituição com a credibilidade que nós temos para defender as suas questões mais agudas.

A OAB é omissa?

A Ordem é omissa em tudo. Esse índice de violência aí, parte dele se deve ao fato de termos uma justiça engessada. Um promotor de justiça de Ipiaú chegou a declarar que aqui na Bahia não existe justiça. A que se tem aí presente é a justiça contra o pobre, para deixá-lo mofando nas cadeias públicas. É preciso que nós advogados, que temos uma responsabilidade social muito grande, promovamos o combate a isso.

Não seria importante o surgimento de um nome novo para disputar a presidência da Ordem?

Eu lhe confesso que não gostaria, nesse momento, de ser candidato. Fiquei três anos calado, esperando o surgimento de alguém que viesse se contrapor a tudo isso, mas como não surgiu ninguém, os colegas me convocaram e eu aceitei. Já disse que na nossa nova gestão teremos uma missão, que vai ser estimular os colegas  a participar mais da política institucional. Certamente, com esse estímulo surgirão pessoas outras para dar continuidade à democratização que vamos imprimir no seio da Ordem dos Advogados.

Como o senhor avalia a postura da OAB naquele episódio da denúncia de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia, em que alguns advogados chegaram a ser presos?
Com certeza, e eu apontei essa situação com a maior propriedade porque a nossa gestão foi a que mais suspendeu advogados. Eu digo isso até com tristeza, mas foram advogados que não trilharam pelo caminho da ética. Naquele caso em especial, eu critiquei a posição da Ordem porque se falava que eles (os advogados) estavam sendo presos por envolvimento na compra e venda de sentenças. Ora, a compra e venda é um contrato bilateral e se alguém comprou é porque outro vendeu. E ali nós tivemos só advogados acusados de comprar sentença e não saiu nenhum nome de juiz ou desembargador que tenha vendido sentença. Aquilo foi um absurdo e a Ordem se omitiu. Sua única manifestação foi dizer que estava abrindo um processo administrativo para suspender previamente aqueles advogados. Como a gente costuma dizer no interior, “nesse mato tem coelho” porque todo mundo se calou: o poder judiciário e a Ordem.

Qual foi o resultado disso?

Nove advogados foram presos e tiveram sua imagem arranhada. Soube que alguns desses colegas estão passando privações. O fato é que não houve continuidade nas apurações e a Ordem não se posicionou, o que é um absurdo.

Em que situação financeira o senhor deixou a OAB, uma vez que o atual presidente diz que herdou um débito de R$ 600 mil?
Olha, isso não é verdadeiro. Eles têm uma auditoria da época em que eu entrei, referente à gestão anterior à minha. Eu os desafio a mostrar essa auditoria e a que eles fizeram sobre a minha gestão. Nós deixamos a Ordem, do ponto de vista administrativo e financeiro, numa situação muito melhor do que encontramos. Nós tivemos, inclusive, que fazer uma suplementação a um convênio que eles tinham feito, de 30 de novembro (de 2006) a 31 de março (de 2007), ou seja, de um período posterior à derrota deles nas eleições.Era um convênio de R$ 500 mil e, de 30 de novembro a 31 de dezembro, eles gastaram R$ 496 mil. Só deixaram R$ 4 mil para que eu cobrisse o convênio de janeiro até março. Foi isso que eles deixaram para mim, além de uma farra de contratações de pessoal na Ordem.

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Ao longo dos anos, este órgão (Ipraj) sempre serviu como cabide para a cúpula do Tribunal colocar lá seus parentes e afilhados.

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O acusam de ter tido vários títulos protestados na OAB.

É verdade quando eles falam que tivemos títulos protestados no primeiro ano, mas no segundo ano já não tivemos nenhum título protestado. O primeiro ano foi por conta do reflexo do que eles me deixaram. Eles me deixaram de forma tal, que era para eu me desmoralizar do ponto de vista administrativo e financeiro, mas eu cuidei do dinheiro dos advogados e cuidei bem. Eu reverti tudo em serviço. Nós fizemos várias sedes com o dinheiro da seccional e não do Conselho Federal, como eles têm feito aí em Feira de Santana e outros. Fizemos várias reformas em sedes e diversas ações, nenhuma com o dinheiro do Conselho Federal. Ao contrário do que ele (Saul Quadros) diz, nós é que atingimos o superávit.

O que faltou, então?

O que nos faltou foi divulgar essa gestão administrativa e financeira. Eles disseram que eu cometi inúmeras irregularidades. Os advogados, conhecendo como conhecem o atual presidente, se por acaso eu tivesse cometido uma pequena irregularidade, eu teria uma ação contra. Fizemos uma excelente gestão administrativa e financeira e tenho certeza de que, nessa próxima, se os advogados nos derem novamente a honra, de que vamos fazer muito mais.

Como o senhor vê a decisão do CNJ de determinar o fechamento do Ipraj?

Eu tenho conhecimento de um parecer da Procuradoria, quando da criação do Ipraj há mais de vinte anos, pela inconstitucionalidade do órgão. Agora, o CNJ veio confirmar essa inconstitucionalidade, mandando acabar com o Ipraj. Ao longo dos anos, este órgão sempre serviu como cabide para a cúpula do Tribunal colocar lá seus parentes e afilhados. Veja que A Tarde publicou recentemente que são mais de 400 cargos comissionados e mais de 400 de Reda. São mais de 800 pessoas contratadas sem concurso público no Ipraj. Aquilo é a pontinha do iceberg do que hoje se constitui a justiça baiana.

E com relação ao tratamento que o Tribunal de Justiça dá às comarcas do interior, como o senhor o analisa? Só para lembrar,  há mais de um ano o presidente da subseção da OAB de Itabuna, Oduvaldo Carvalho, encaminhou algumas solicitações à presidente do TJB, Sílvia Zarif, e até hoje não obteve resposta.
Para mudar essa realidade da Bahia, é preciso fazer um movimento muito forte. Na nossa gestão, nós estávamos nesse caminho e fomos interrompidos. Veio a atual gestão, que ficou submissa a tudo. Não só em Itabuna, mas no interior quase todo e até mesmo na capital, você tem dificuldades quase intransponíveis para que o cidadão tenha acesso à justiça. Na região de Irecê,  há oito juízes para cuidar de 21 comarcas. Itabuna está no caos há muito tempo. Há quantos anos se reclama das precárias condições do fórum, número reduzido de magistrados e reduzidíssimo de serventuários? O que nós queremos é construir um Estado que proteja o cidadão. O Poder Judiciário, que é o último estágio ao qual o cidadão pode recorrer para ter assegurados os seus direitos, está nessa situação calamitosa e é necessário que todos nós , advogados ou não, nos mobilizemos para mudar essa realidade.

Qual a sua opinião sobre o crescimento do número de cursos de Direito na Bahia, notadamente em faculdades particulares?
Temos hoje 56 instituições particulares que possuem faculdade de Direito na Bahia. O que eu tenho a dizer a esse pessoal que está chegando é que não se preocupe, pois se corrigirmos as distorções que eu enumerei, é possível absorver todos tranquilamente. Em termos comparativos, o Rio Grande do Sul tem quase 3 milhões de habitantes a menos que o Estado da Bahia e lá, em 2006, havia 89 mil advogados inscritos.

O senhor continua no PDT?
Continuo apenas como filiado. Em toda a minha vida, eu só tinha sido filiado ao MDB, depois PMDB. No ano passado, entrei no PDT, assumindo a presidência do partido em Itabuna, mas já passei o bastão para o Sargento Raimundo (ex-vereador). Eu me filio para exercer meu papel de cidadão na comunidade, mas na política partidária eu encerrei minha carreira. Quero me dedicar apenas à advocacia e, daqui a algum tempo, quem sabe, só ensinar, escrever. Eu gostaria de, mais tarde, escrever livros sobre alguns temas jurídicos polêmicos. Também desejo voltar a morar em Itabuna, porque adoro essa cidade.

Dentro do PDT, o senhor se identifica mais com a corrente do hoje governista Alexandre Brust ou do geddelista Severiano Alves?
Como cidadão, confesso que, entre Wagner e Geddel, eu estaria com Wagner. Estou falando até o que não deveria como candidato a presidente da Ordem, mas como cidadão eu não posso me omitir.

Seu ingresso no PDT em 2008 foi fruto de um desejo real de se candidatar a prefeito de Itabuna ou uma estratégia para tirar o partido do raio de influência de Geraldo Simões?
Eu entrei no PDT porque vários colegas insistiam para que eu me tornasse candidato a prefeito de Itabuna. Lógico que eu, como gosto de Itabuna e sempre fui proativo na participação política, sempre achei que Itabuna mereceria um governante que reunisse alguns predicados. Itabuna já foi a segunda cidade do interior e hoje é a oitava. Isso me entristece. Eu não entrei no PDT para tirar do raio de influência de Geraldo, tanto que eu estive próximo de apoiar a candidata do PT. Só não seguiu esse caminho porque não foi esse o desejo da grande maioria dos nossos candidatos a vereador.