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Do Blog do Noblat

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Um túnel com quase 25 toneladas de maconha foi descoberto ontem, por autoridades dos Estados Unidos e México. O “ervotúnel” fica entre a cidade mexicana de Tijuana e San Diego, na Califórnia.
Do lado americano, agentes de imigração, alfândega e patrulha de fronteira descobriram de cara mais de 20 toneladas de erva. No México, o exército cuidou de sua parte da operação, apreendendo 4,5 toneladas do entorpecente. Uma denúncia anônima favoreceu a ação dos militares.
Outras 12,9 toneladas de maconha já haviam sido apreendidas em Tijuana na segunda-feira, 1º, numa casa que fica em frente a um centro de reabilitação para viciados em drogas. No mesmo local, houve a execução de 13 dependentes no dia 24 de outubro último.
Com informações do G1

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Cerca de setenta policiais militares e civis estão envolvidos em uma megaoperação de combate ao tráfico de drogas em Itabuna. Ainda não há maiores informações, mas se sabe que a movimentação teve início às 4h30min da madrugada e o objetivo é cumprir 29 mandados judiciais.
De acordo com o repórter Oziel Aragão, foi presa a estudante de Direito Fábia Pitangueira, que é assistente judiciária em Itabuna. Haveria ainda um mandado de prisão expedido contra um advogado da cidade.
Além de policiais de Itabuna, a operação envolve equipes das Coordenadorias de Polícia de Ilhéus e Eunápolis. Os mandados estão sendo cumpridos, entre outros, nos bairros Santo Antônio, Antique, Fátima e Califórnia.

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Morbeck foi preso em flagrante (Foto Costa Filho).

O estudante do curso de Administração da Unime, Antônio Carlos Morbeck de Souza, foi preso na Operação Nazireu, ontem à noite, na avenida J.S. Pinheiro. Os policiais encontraram 39 gramas de maconha no carro GM Corsa (JRG-7523).
Morbeck estava no carro e acompanhado de um colega, mas disse à polícia que a droga era sua. A quantidade foi configurada como tráfico. Após lavrado flagrante no Complexo Policial, o universitário foi conduzido para o Conjunto Penal de Itabuna.

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Dois homens que estava numa moto efetuaram três disparos fatais contra o jovem José Robson Nascimento de Almeida, o “Grude”, 18, no final da tarde desta segunda-feira. O crime ocorreu na quadra do CSU (Sarinha). Os tiros foram deflagrados contra a cabeça da vítima, que morreu no local.
De acordo com a polícia, “Grude” tinha ligações com o tráfico de drogas. Este foi o 107º assassinato em Itabuna apenas neste ano. A seguir neste ritmo, o município sul-baiano caminha para superar a barreira dos 200 assassinatos em apenas um ano.

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Essa não era apenas mais uma briguinha de marido e mulher. Nilton Fabiano Nunes Gonçalves, 29, e Simone Kuere Maria Flores, 22, “caíram” durante uma briga na rua Macaúbas, no Rio Vermelho, em Salvador.
Talvez não achassem que estavam passando da conta e despertando a atenção dos puliça. Uma guarnição da 12ª Companhia Independente da PM foi acionada e talvez tenha se surpreendido com o que encontrou.
Na casa dos brigões, a polícia encontrou 50 quilos de maconha, R$ 1,9 mil em espécie, dois jogos de placas de carro e três veículos (Ford Fiesta e EcoSport e um GM Corsa). Ainda havia uma pistola PT.380.
Os policiais ainda chegaram a um sócio do casal. Valdiro Alves do Nascimento, 47, que também foi chamado para uns dedinhos de prosa com os “hômi”. O trio está na delegacia dos Barris. A prisão ocorreu há pouco.

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Um “avião” foi detido ontem à noite pela polícia no bairro Lomanto Júnior, em Itabuna. Portando razoável quantidade de maconha, suficiente para enquadrá-lo por tráfico, o sujeito arrancou risos dos policiais ao definir o produto que transportava como uma “relíquia”.
“Amigo, maconha agora é igual nota de 1 real”, comparou o traficante, explicando que “agora, os maluco só querem crack”.
Adaptando o velho dito popular, é o costume do cachimbo que está deixando a malandragem torta.

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Daniel Thame

Se uma imagem vale mais do que mil palavras, como diz o chavão, ainda que uma palavra possa também valer mais do que mil imagens, só há uma palavra que talvez traduza a foto de Oziel Aragão: dor.

A dor de uma mãe impotente diante da morte brutal do filho único, um jovem de apenas 18 anos, executado com 20 tiros, na porta de casa.
Quase um tiro para cada ano da breve vida do rapaz.
Como têm sido breves as vidas dos nossos adolescentes e dos nossos jovens, abatidos em pleno voo pela brutalidade, empurrados pela falta de oportunidades para a estrada invariavelmente de mão única das drogas e da marginalidade.
Sim, o jovem assassinado tinha envolvimento com o tráfico de drogas e sua morte, pela forma como ocorreu, tem todas as características de vingança.
Mas o que chama a atenção e nos remete a uma reflexão não é necessariamente o corpo ensangüentado e sem vida, estendido no chão.
É o desespero, indescritível, da mãe diante do filho que se foi precocemente.
Ela, na sua dor que dói em todos nós, reflete um pouco da dor de tantos pais e  tantas mães que vêem, impotentes, seus filhos queridos se desviarem para o caminho errado, não raramente por falta de oportunidades de seguirem o caminho certo.

A dor da mãe, que a foto faz doer ainda mais, é daquelas coisas que desmontam qualquer teoria simplista.

Reflete a dor de todos os que não caem na armadilha simplista de que se trata de um marginal a menos, porque poderia haver sim um marginal a menos se esse e tantos jovens não tivessem, primeiro no consumo de drogas e depois no tráfico e seus subprodutos, a saída para a exclusão em que quase sempre vivem.
A dor da mãe, que a foto faz doer ainda mais, é daquelas coisas que desmontam qualquer teoria simplista, porque não se trata de um simples caso de polícia (ou da falta de polícia) e sim de algo mais amplo.
Que passa, necessariamente, pelo comprometimento das autoridades e de toda a sociedade, para que habitemos uma cidade, um estado, um país e um planeta onde a desigualdade não empurre tantos jovens para a carnificina.
Nem produza cenas como a  dessa mãe diante do filho morto, em que um jovem tenta amparar a mulher e um cachorro, se inteligência tivesse, certamente estaria a conjeturar quem são os verdadeiros animais.
Daniel Thame é jornalista e autor do livro Vassoura.
Leia também www.danielthame.blogspot.com

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Carlos Barbosa é dos mais experientes repórteres de polícia de Itabuna. Já trabalhou nas redações dos principais jornais do sul da Bahia cobrindo esta área e hoje aparece na TV Cabrália.

Apesar dos anos de estrada, “Espigão”, porém, diz ter ficado surpreso ontem com uma cena. Ao chegar ao local onde foram encontrados os corpos do casal Leonard Primitivo e Heide Bonfim, na Volta da Cobra, deparou-se com um empresário bem-sucedido de Itabuna.

O comerciante estava ali, naquele lugar ermo, apavorante, para consumir pedras de crack. O espanto foi duplo. De Barbosa e, claro, do usuário de drogas. Ele reconheceu o repórter e confidenciou ser mesmo dependente químico. E usava o seu vício ali, longe dos olhos da família. Livrou-se de um flagrante porque já havia consumido tudo quando a polícia chegou.

Em tempo: a polícia voltou ao local das mortes de Heide e Leonard, mas, novamente, não encontrou a arma do crime. O revólver é considerado essencial para esclarecer o que ocorreu na tarde de quinta-feira, 17, quando os corpos do casal foram encontrados naquele ponto de desova, na Volta da Cobra, a menos de um quilômetro do Hospital de Base de Itabuna.

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No início desta tarde, no São Caetano, bandidos numa moto dispararam tiros fatais contra um homem de aproximadamente 30 anos, pele clara e cabelos pintados. Morte instantânea. Ele empurrava outra pessoa numa cadeira de rodas. Esta não foi atingida, apesar de uma bala provocar um rombo considerável na cadeira na qual estava.

Os bandidos chegaram atirando e nem se importaram com os policiais “Cosme e Damião” que estavam do outro lado da avenida Manoel Chaves (Kennedy). Deflagram os tiros e saíram em disparada.

O morto e o homem na cadeira de rodas, suspeita a polícia e confirmam populares, foram vítimas da guerra do tráfico de drogas. Os dois teriam ligações com traficantes da região do Pedro Jerônimo e Daniel Gomes, bairros periféricos de Itabuna, distantes menos de dois quilômetros do local do crime. O sobrevivente resistia e usava uma capa para proteger o rosto dos flash de jornais e sites.

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A epidemia do crack fez mais uma vítima em Itabuna. Tiago Dantas dos Santos tinha apenas 16 anos anos, mas um longo histórico como usuário da droga, além de já ter passagens pela polícia.

Normalmente, quem fuma crack passa a roubar para sustentar o vício. Torna-se bandido e precisa fugir tanto da polícia como dos traficantes com os quais acumula dívidas. Um dia, quase sempre, acaba tendo uma morte cruel.

Foi o caso de Tiago, assassinado ontem à noite, no bairro Santa Inês. Com vários tiros, todos nas costas.

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Yulo Oiticica

.O Brasil vai investir R$ 410 milhões até o final deste ano no combate ao crack. Os recursos estão previstos no Plano Integrado para Enfrentamento do Crack, lançado recentemente pelo presidente Lula. O dinheiro será investido em treinamento de profissionais de saúde e assistência social para acompanharem usuários e famílias. É o advento de um luta longa, contra uma droga nova, devastadora, que por ser barata alcança muitos usuários e que o governo precisará do apoio de estados, municípios e da sociedade para enfrentar o problema.

É um ledo engano pensar, contudo, que a idéia surgiu de dentro do gabinete do presidente. Apesar da hipersensibilidade do companheiro Lula, coube a igreja católica, ao longo dos anos, o papel de conduzir a opinião pública até o cerne desta problemática: a família. Ao convocar, todos os anos, a sociedade a refletir através das Campanhas da Fraternidade, a igreja católica assumiu o seu papel pastoril, soerguendo a instituição familiar a sua condição suprema, de núcleo da sociedade.

Quem também defende esta tese é o governador Jaques Wagner. Enfadonho e repetitivo para alguns, o chefe do executivo baiano convoca, rotineiramente, independente do muxoxo deste ou daquele, como se fosse um rabino, pastor ou padre, principalmente no interior do estado, os pais e as mães desta Bahia afora a acompanharem o dia a dia dos seus filhos.

Assim como a igreja católica, Lula e Wagner assumem o papel dos verdadeiros líderes, dando o exemplo de cima, compartilhando responsabilidades, sem fáceis promessas, nem tão pouco palavras ao vento. Fazem isso porque sabem que é uma discussão que extrapola as capilaridades dos governos, adentrando necessariamente no bojo das famílias brasileiras. É uma luta de todos.

Por outro lado, o governo não deixa de cumprir o seu papel. Planejamos uma ação dividida em áreas como saúde, segurança e assistência social aos ex-consumidores de crack, além de uma campanha nacional de prevenção e conscientização sobre o risco da droga. Já estão sendo instalados 11 postos de fronteira que ajudarão no combate ao tráfico de crack no país.

Arregaçar as mangas significa reavivar as conversas familiares, dispondo de mais tempo para os entes.

Na área da saúde, até o final deste ano, será dobrado o número de leitos para receber dependentes químicos. Hoje são 2,5 mil leitos que devem ser ampliados para 5 mil. Iremos ampliar os Consultórios de Rua, postos que levam equipes de saúde – assistentes sociais, auxiliares de enfermagem e profissionais de saúde mental – até os locais onde os usuários de drogas se reúnem. Vamos desarticular as cracolândias.

Para o êxito dessas tarefas é preciso unificar a sociedade. Mas, especialmente, rediscutir de maneira sistemática o papel da família e da religião para combater o crack. Neste sentido, arregaçar as mangas significa reavivar as conversas familiares, dispondo de mais tempo para os entes. Tornar os templos religiosos em locais propícios para conversar, sem discriminações, sem amarras, abertos para o diálogo com as pessoas e os seus problemas.

Infelizmente, vão surgir neste período eleitoral candidatos com soluções mágicas, munidos por varas de condão encontradas numa esquina qualquer chamada “oportunismo”. Mas, como diria Santo Agostinho, “o orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios”. E sabemos que não será com o orgulho que iremos vencer a luta contra o crack no Brasil.

Yulo Oiticica é deputado estadual (PT) e presidente das frentes parlamentares da Juventude e da Assistência Social na Assembléia Legislativa da Bahia.

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Se o problema das drogas é uma preocupação social da maior gravidade, em Itabuna o tratamento que  o governo municipal confere ao Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) vai totalmente na contramão do que deveria ser a postura correta do poder público.

O Caps, que é mantido com verbas federais, é menosprezado pelo secretário municipal da Saúde, Antônio Vieira, que não disponibiliza os recursos mínimos para a prestação de um serviço digno. E ainda existem situações absurdas, como o funcionamento em um imóvel precário (o telhado ameaça desabar), de péssima localização e pelo qual o erário desembolsa um aluguel mensal de R$ 4.500,00.

Outra: um veículo (Kombi), que deveria ser usado para o deslocamento de pacientes do Caps, tem servido ao transporte de material de construção e até de animais. Um absurdo total!

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A polícia já identificou todas as quatro vítimas da chacina ocorrida nesta madrugada, na favela do Gogó da Ema, bairro São Caetano, em Itabuna. Além de Hugo Soares da Silva Filho, 45 anos, morador do local, foram mortos Lucas Santos Oliveira, o “Buiú”, de 19 anos, que morava no bairro Mangabinha; Afonso Santos Pereira, 16, que residia na Vila Anália; e Mateus Santos de Jesus, conhecido como “Maicon” ou “Neguinho”, do bairro Novo Jaçanã.´

 Buiú, segundo informou uma parente do próprio ao repórter Oziel Aragão, do Xilindró, era o alvo do assassinos, juntamente com o Maicon. Os outros dois teriam morrido por estar no mesmo local.

Testemunhas revelaram que os assassinos escondiam os rostos com máscaras negras, portando escopetas e uma metralhdora. O crime tem provável ligação com o tráfico de drogas.

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Daniel Thame

O estudante José Denisson da Silva Neto, de 17 anos, foi assassinado brutalmente na porta do Colégio Ciso, em Itabuna, na tarde de quinta-feira, dia 20.

Denisson estava na porta da escola, quando dois homens se aproximaram em uma moto e um deles deflagrou quatro tiros que atingiram o estudante na perna direita, abdome, braço esquerdo e nas costas. O jovem, que cursava a oitava série, morreu na hora.

“Não, José Denisson não era apenas um estudante e sim um jovem envolvido com o tráfico de drogas, que morreu numa guerra pela disputa dos pontos de venda”, bradaram os simplistas, reverberando o noticiário policial, quase que com o alivio de que há um marginal a menos em circulação.

Mas não é tão simples assim.

José Denisson era apenas um estudante, jovem da periferia paupérrima de Ilhéus que se mudou para a periferia paupérrima de Itabuna.

O consumo de drogas foi o caminho natural de uma existência em meio a grandes dificuldades e nenhuma perspectiva de futuro.

(Foto Pimenta na Muqueca – 20.05.10).

Um perfil que se encaixa perfeitamente no padrão de crianças e adolescentes que são recrutados pelos traficantes.

De consumidor, ele passou a vendedor de drogas.

Um desses inúmeros soldadinhos do tráfico, que comercializam pequenas quantidades em portas de escolas e bares, ganhando um dinheirinho que mal dá pra sustentar o próprio vício.

E que de tão abundantes no, digamos, mercado, acabam se tornando absolutamente descartáveis, visto que não faltam peças de reposição.

José Denisson foi apenas mais uma peça descartada nessa engrenagem macabra, em que o tráfico encurta a vida de milhares de jovens e adolescentes.

No momento em que José Denisson deixou de ser apenas estudante para se tornar estudante e soldadinho do tráfico, selou o próprio destino.

Morreu como morrem tantos e tantos soldadinhos, tombados numa guerra que quase sempre só atinge a parte de baixo do submundo das drogas.

É lícito supor que se existissem políticas públicas de inclusão de jovens e adolescentes, José Denisson não estaria na porta do colégio, onde encontrou a morte, mas na sala de aula, onde poderia encontrar um futuro melhor.

Inúteis perorações, verborragia pura, diante de um corpo estendido no chão, diante dos colegas de escola, testemunhas de uma lição de violência cotidiana que assusta, mas que não se faz absolutamente nada para evitar.

Não foram apenas quatro tiros que mataram José José Denisson.

Foi também uma arma letal que atende pelo nome de omissão.

Daniel Thame é jornalista, blogueiro e autor do recém-lançado Vassoura.