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Docentes pressionam por aumento de 28% e param na segunda, dia 15 (Foto Adusc).
Docentes pressionam por aumento de 28% e param na segunda, dia 15 (Foto Adusc).

Os docentes das quatro universidades estaduais baianas vão fazer paralisação de 24h na próxima segunda-feira, 15, para pressionar o governo a negociar aumento salarial. Os professores exigem reajuste de 28%. Há possibilidade de greve na rede, o que vai depender das negociações em Salvador e das decisões tomadas em assembleias previstas para a próxima semana.
De acordo com os dirigentes da Associação de Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz (Adusc), Carlos Vitória e Marcelo Lins, o percentual exigido fará com que os salários pagos na Bahia se equiparem aos recebidos pelos docentes do Ceará, considerado os de melhor remuneração no Nordeste. Os da Bahia, segundo as associações docentes, estão entre os piores.
– É preciso que esse governo, que alardeia o crescimento da arrecadação do estado, encare as universidades como investimento – afirma o primeiro secretário da Adusc, professor Marcelo Lins.
A campanha salarial dos docentes também tem como ítem de pauta a incorporação da gratificação por Condições Especiais de Trabalho (CET). A gratificação foi prometida na greve de dois meses, em 2011. Os profissionais exigem o pagamento da CET ainda em 2013.
No dia de paralisação dos educadores, na segunda, representantes das Associações Docentes das quatro universidades baianas participam de nova rodada de negociações com secretários estaduais da Educação, das Relações Institucionais e da Administração. A reunião será às 10h, na Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), em Salvador.

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

Duas alunas minhas, do sertão alagoano, estão em Portugal, na Universidade de Coimbra. Outros tantos pensam em pós-graduações. Vislumbram ser professores da casa, em sua região, revolucionar escolas, seus espaços. Enxergam novos horizontes.

Vivemos um período de reconfiguração da noção de educação e conhecimento. Há um tempo, não muito distante, a oportunidade de possuir conhecimento era para muito poucos. Pierre Lévy, filósofo tunisiano radicado no Canadá, faz perfeita analogia: antes, a busca pelo conhecimento assemelhava-se a escalada de uma pirâmide. De uma base larga, iam estreitando os espaços e, consequentemente, o acesso. Poucos chegavam ao topo. Hoje, complementa ele, a busca pelo saber é semelhante ao surfe, onde em meio a um mar revolto, repleto de informações, devemos nos equilibrar e fazer guinadas de direção em busca daquilo que nos serve. E, o principal, aí já reflexão nossa, o mar possibilita espaço amplo, acesso irrestrito.
Vive-se o tempo do conhecimento livre. Como Thomas Friedman afirmou em recente artigo: todo conhecimento está no Google. Não importa o que você sabe, mas o que você pode fazer com o que você sabe. Disso concluímos que o papel do educador também se reformula. Não se admite mais a ideia de um professor soberano, dono de todo o conhecimento. Este deve ser um mediador, um debatedor, um monitor no direcionamento do aluno rumo ao saber – construído em conjunto, em debates, em diálogos.
Essa nova configuração da educação oferece alguns incômodos. Aqueles que estavam habituados a dispor de diferencial na sociedade por possuírem o monopólio do conhecimento passam a conviver com a sensação de ter seu domínio ameaçado. Aí, observamos o professor que não sabe lidar com as questões de seu aluno. Aí, observamos também o incômodo com a ampliação do acesso às universidades, com a sua interiorização, com as cotas.
Os rumos das políticas públicas da educação superior brasileira é assunto incendiário. Vozes se levantam contra a inserção de alunos oriundos de escolas públicas através da reserva de vagas. Baixarão o nível da universidade brasileira! Criarão um sistema bi-racial! Os cotistas não conseguirão acompanhar o nível! Isso não se confirmou.
Tomando o exemplo da UFBA, já se vão oito anos da implantação e os índices quali-quantitativos da universidade só têm crescido. Já no primeiro vestibular com as cotas (2005), a diferença de índice não chegou nem a cinco décimos. Nível mantido, porém com inclusão. E o mesmo ocorre se observarmos qualquer universidade.
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Mercadante anuncia suspensão temporária de autorizações de novos cursos em direito.
Mercadante anuncia suspensão temporária de autorizações de novos cursos em direito e vestibular em faculdades mal avaliadas (Foto Abr).

Lourenço Canuto | Agência Brasil
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem, 22, o fechamento temporário de autorização para novos cursos de direito e o cancelamento de vestibulares para todos os cursos cujos alunos formados tenham tirado nota até 3 no Conceito Preliminar de Curso (Indicador CPC, do MEC). Ele lembrou que o ministério já determinou a suspensão de vestibular para os cursos de medicina que tiveram baixa avaliação de qualidade.
O MEC fechou parceria com a OAB para a realização de trabalho conjunto visando estabelecer um marco regulatório para os cursos de direito. O presidente da entidade, Marcus Vinícius Coêlho, disse que a reprovação de 93% dos estudantes de direito na última prova da ordem indica que está havendo no país um “estelionato educacional”. “O professor faz que ganha bem, faz que ensina; o estudante faz que aprende e quem está sendo prejudicada é a sociedade”.
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Hélio-Denni-150x150Hélio Denni Filho | helio.denni@yahoo.com.br

Aceitar e aprovar uma redação do ENEM com uma receita de preparo de um macarrão instantâneo, com vários erros de português, é dizer para todos os estudantes que viram essa publicação que tanto faz eles estudarem ou não, eles vão passar da mesma forma.

Em tempos remotos, estudar e se qualificar era enobrecedor. Houve um tempo em que saber datilografar era um grande diferencial. O profissional que detinha esse conhecimento tinha que ser ágil, preciso, saber escrever e se comunicar por meio da escrita. Os ofícios, comunicados internos, documentos e cartas (sim, cartas, naquela época não havia e-mail) tinham que ser datilografados sem erros de português, com coerência, clareza e formalidade.
Ser graduado ou possuir uma pós-graduação, mestrado ou doutorado elevavam essa pessoa a um alto grau na sociedade, não como um ser supremo, mas como um ser detentor de conhecimentos, capaz de difundi-lo para os que tinham interesse em ser grandes pessoas, tanto no campo profissional como no aspecto social. Essas pessoas, assim como os PROFESSORES eram formadores de opinião, detinham respeito e conhecimento suficientes para mudar uma sociedade, transformá-la em melhor, em mais competitiva, em menos preconceituosa.
Infelizmente, esses tempos acabaram. Os professores e intelectuais não são mais os escolhidos pela sociedade para serem formadores de opinião, muito menos os escolhidos para conduzi-los. Essa classe profissional perdeu espaço para celebridades. Os jogadores de futebol, os dançarinos de pagode (principalmente aqueles que têm apelo sexual), os artistas, os participantes de BBBs e os compositores de musicas ricas em “tchu tchu tchu tcha tcha tcha” viraram a elite intelectual do nosso país. É triste ver como os nossos governantes conduzem a nossa nação para o mais pobre nível intelectual possível.
Aceitar e aprovar uma redação do ENEM com uma receita de preparo de um macarrão instantâneo, com vários erros de português, concordância entre outros, é simplesmente rebaixar ao mais baixo nível (desculpem a redundância) o trabalho do professor e o futuro do nosso país. É dizer para todos os estudantes que viram essa publicação que tanto faz eles estudarem ou não, eles vão passar da mesma forma. É dizer para o professor, indiretamente, que o papel dele como educador não mais tem necessidade. Que ele não precisa se qualificar, que ele não precisa se atualizar, que ele simplesmente não precisa estudar mais. Basta somente que ele finja que ensina, porque o aluno já finge que estuda.
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Professores e coordenadores pedagógicos aprovados em concurso público da Secretaria Estadual de Educação (SEC) estão sendo convocado – em última oportunidade – para contratação. Os sete educadores têm até hoje, dia 8, para se apresentar ao setor de recursos humanos da Direc 7, na Avenida Fernando Cordier (Beira-Rio), 30, centro, Itabuna.
Os coordenadores convocados são Emília Costa de Santana, Iramaia Rocha de Souza e Jaqueline Amaral Firmato de Almeida. Também foram convocados professores de Geografia (Lucivânia Nascimento dos Santos e Silmara Borges da Hora), Educação Física (Maria Antonieta de Assis Mesquita) e Biologia (Hugo Henrique Ribeiro de Almeida). Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (73) 3215-2577.

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A Secretaria de Administração de Itabuna divulgou há pouco a relação dos candidatos classificados na seleção pública para contratação de porteiros, serviços gerais, auxiliares de merendeira e merendeiras. São 92 vagas oferecidas no processo seletivo. Os aprovados vão atuar em escolas da rede municipal. O resultado está disponível na Administração.
CONFIRA LISTA DOS APROVADOS
Os classificados para as vagas de porteiro e serviços gerais devem se apresentar com documentos para contratação na próxima segunda, 11, na Secretaria de Administração, na sede da prefeitura (Avenida Princesa Isabel, no São Caetano.
Os aprovados para merendeira e auxiliar de merendeira deverão se apresentar na terça, 12. O atendimento será das 8h às 16h. O edital prevê perda de vaga para quem não se apresentar na data. A promessa é de que o resultado do processo seletivo estará disponível no site da Prefeitura de Itabuna ainda hoje.

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Manu BerbertManuela Berbert | manuberbert@yahoo.com.br
 

O que se vê é um investimento absurdo numa cultura fadada à baixaria.

 
A escritora Lya Luft, que dispensa apresentações por ser conhecida e reconhecida nacionalmente, escreveu no texto A boa escola – Revista Veja de 27 de fevereiro – que todos têm o direito de receber uma educação que os coloque no mundo sabendo ler, escrever, pensar, calcular, tendo ideia do que são e onde se encontram, e podendo aspirar a crescer mais. Disse que isso é um dever de todos os governos, o que na teoria é lindo, mas na prática a gente desconhece.
Falta interesse em tornar o brasileiro inteligente e politizado, e sobra investimento “nas bolsas”. É como questionou brilhantemente o jornalista e assessor de imprensa Carlos Alberto Vittorio em seu blog, No bico do urubu, no texto Fui promovido a pobre: “será que não dá pra entender que um povo cheio de sabedoria de escola e mais escola não vai acreditar mais nas bolsas? Será que não deu ainda pra entender que um povo escolado fica sabido demais da conta e aí bota tudo a perder?”
Como educação e cultura caminham juntas, não precisa ser de fato inteligente para perceber que o caos está instalado. O que se vê é um investimento absurdo numa cultura fadada à baixaria, ao ponto de assistirmos o povo votar numa música chamada Camaro Amarelo como a melhor do ano de 2012. Porém, se pararmos para analisar as opções que a toda poderosa Rede Globo nos ofereceu, até que fomos inteligentes.
A vida segue e o governo investe naquilo que é prioridade para ele, claro. O Ministério da Cultura aprovou um projeto de Claudia Leitte com valor que chega a ser cinco vezes maior que o valor do projeto de Gilberto Gil e quase ninguém comentou. A verdade é que enquanto alguns estão se indignando com as mazelas das escolas públicas e a cultura mesa de bar à qual estão nos submetendo, a maioria está lendo “Cinquenta tons de cinza”. E eu estou quase achando que é mesmo a melhor opção.
Manuela Berbert é jornalista, publicitária e colunista do jornal Diário Bahia.
 

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

Todos estão habituados a experimentar suas formações através de “caixinhas” de conhecimento. Definidas, de limites conhecidos e objetivando alcançar a formação específica. Hoje isso se redefine.

Está longe de ser novidade a ideia de que vivemos na chamada Sociedade da Informação. Uma série de teóricos apontam as bases das novas relações e ações sociais a partir da lógica de um sem número de caminhos possíveis para o aprendizado. A noção de exclusão social está formada, em muito, pela acessibilidade à informação experimentada.
Contudo, os impactos oportunizados por essa realidade nem sempre são tão conhecidos. Pode-se lançar mão da analogia de que estamos aprendendo a pilotar o avião enquanto o mesmo voa.
Passamos a lidar com a percepção da instantaneidade. Se antes podíamos viver aguardando vários dias até tomarmos conhecimento de algum acontecimento, hoje apenas alguns breves segundos são suficientes para despertar angústias variadas. Não desejamos ficar à margem.
E na educação não é diferente. Todos estão habituados a experimentar suas formações através de “caixinhas” de conhecimento. Definidas, de limites conhecidos e objetivando alcançar a formação específica. Hoje isso se redefine. A interdisciplinaridade passa a demandar um profissional sem limitações em enxergar que existem temáticas, debates, conhecimentos fundamentais para sua atividade que não pertencem ao fluxograma tradicional de seu curso.
É o tempo do aprendizado colaborativo, no qual o aluno que aprende e repassa seu conhecimento sai ainda mais enriquecido. É tempo do aprendizado dialógico, pautado fundamentalmente na resolução de problemas. É tempo de um professor que se coloca muito mais como um mediador do conhecimento e não como um dono exclusivo do saber.
A interdisciplinaridade é o caminho. Saber muito sobre seu campo sem se limitar a ele. Essa é a atitude de um profissional que se forma em um mundo em que as novas tecnologias oportunizam visitas a galerias de arte, bibliotecas, cidades, conversas com intelectuais de qualquer lugar do globo. Não dá mais para encarar educação da mesma maneira. Os conhecimentos não podem ser aplicados de forma fragmentada, mas dentro de um contexto repleto de conexões com áreas distintas e que se complementam.
É tempo de uma nova universidade – e também deve ser de uma nova escola. Pensar e repensar a educação em todos os níveis. Formar um estudante compatível com os tempos contemporâneos, prontos para lidar com as diferenças e a resolução de problemas. Diversas ações têm sido desenvolvidas nesse sentido. Algumas mais tímidas, outras mais profundas. Que tenhamos sempre a disposição de construir algo novo e mais adequado. E que o avião citado acima não demande pouso definitivo, apenas voos cada vez mais intensos, que oportunizem belas paisagens, experiências e aprendizados.
Felipe de Paula é comunicólogo, mestre em Cultura e Turismo e professor.
 
 

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Júnior Brandão
Vereador vai apresentar moção de repúdio contra decisão da SEC

A Secretaria da Educação da Bahia havia autorizado, por meio de documento publicado no Diário Oficial, que as escolas da rede estadual em condições de iniciar o ano letivo em março poderiam definir calendários diferenciados, os quais estariam sujeitos à homologação das Direcs. Encontram-se nessa situação escolas que, apesar da greve dos professores em 2012, não tiveram o ano letivo tão comprometido.
Um dos exemplos é o Ciso, de Itabuna, que, observando o documento da SEC, programou o ano letivo para começar no dia 6 de março, realizou todo o seu planejamento com base nessa data, mas na semana passada foi surpreendido com a informação de que a Secretaria voltou atrás e determinou que todas as escolas da rede iniciem as aulas em uma única data: 1º de abril.
Além do Ciso, outros 15 estabelecimentos de ensino da rede em Itabuna planejavam iniciar suas aulas em março, mas tiveram que mudar o roteiro em cima da hora, em função da ordem da SEC. Na semana passada, o próprio secretário Osvaldo Barreto teria telefonado para a diretora da Direc 7 em Itabuna, professora Rita Dantas, determinando que nenhum calendário diferenciado fosse aprovado. Vale destacar que não houve qualquer publicação oficial nesse sentido.
O revés é entendido como fruto de pressão da APLB/Sindicato, mas professores – a exemplo do vereador Júnior Brandão (PT), que dá aulas no Ciso – observam o detalhe de que a categoria não foi ouvida em assembleia a respeito do calendário. “Foi uma medida tomada sem qualquer explicação”, afirma o vereador, que vai propor moção de repúdio na Câmara Municipal contra a postura da SEC.
Brandão cita o constrangimento de ter anunciado aos pais o início das aulas no dia 6 e depois ver a escola desautorizada pelo Estado. “Esse é um constrangimento que não é apenas da escola, mas da educação como um todo”, diz o vereador. Ele também mostra preocupação com a vulnerabilidade dos jovens à violência, frisando que ela aumenta quando os mesmos se encontram fora da escola.

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Dinalva Melo compareceu hoje à Câmara de Vereadores (foto Wilson Oliveira)
Dinalva Melo compareceu hoje à Câmara de Vereadores (foto Wilson Oliveira)

Deficiências na qualidade do ensino e dificuldades com a falta de infraestrutura e equipamentos essenciais nas escolas de Itabuna foram reconhecidas nesta terça-feira, 26, pela secretária municipal da Educação, Dinalva Melo. Ela compareceu à Câmara de Vereadores, onde falou sobre as propostas do novo governo para o setor.
Afirmando que o nível da educação pública municipal “em nada difere da realidade brasileira”, a secretária disse que hoje o desempenho de um estudante que conclui a oitava série na rede é equivalente ao de um aluno de quarta série. Para mudar esse cenário, Dinalva Melo observou que há 20 programas em análise para ser implantados na rede. Citou ainda quatro centros de educação infantil, que serão instalados nos bairros de Nova Ferradas, Vila Anália, Fonseca e Novo Horizonte, cujos projetos foram aprovados pelo Ministério da Educação em 2012.
Questionada pelos vereadores sobre os dados da matrícula, a secretária informou que o relatório ainda não foi fechado, em razão de muitos pais terem matriculado os filhos de última hora. Ela acrescentou que a falta de linhas telefônicas e acesso à internet impedem as escolas de gerar relatórios diários.

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Professores da rede municipal de Itabuna podem entrar em greve nesta terça-feira, 26, a depender do resultado de audiência no Ministério Público do Trabalho prevista para as 11h30min. Uma assembleia da categoria será realizada ao final da audiência no MPT.
O município ainda deve mais de R$ 2,3 milhões em salário de dezembro do ano passado, segundo a vice-presidente do Sindicato dos Professores de Itabuna (Simpi), Professora Carminha. O ex-prefeito Capitão Azevedo é acusado de não deixar saldo em caixa para que o pagamento fosse efetuado.
“Iremos analisar as propostas, pois o Ministério Público abriu esse canal de diálogo”, afirmou a sindicalista ao PIMENTA, enfatizando que a categoria rejeita o parcelamento do restante do salário.

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(Fotos Gabriel Oliveira)
(Fotos Gabriel Oliveira)

O prefeito Claudevane Leite (Vane do Renascer) disse que estão adiantadas as negociações do governo estadual para que a fábrica de sucos Del Valle, da Coca-Cola Company, seja instalada em Itabuna. A unidade deverá se instalar no Distrito Industrial, às margens da BR-415. Uma área de 72 hectares foi desapropriada pelo governador Jaques Wagner para criar o distrito e abrigar indústrias como a Del Valle.
Durante entrevista exclusiva ao PIMENTA, o prefeito itabunense também revelou a criação do que considera o maior programa social da história do município. A iniciativa envolverá 10 mil crianças e adolescentes em atividades de inclusão por meio do esporte e deverá começar “nos próximos meses”. É uma das cartadas para tentar diminuir os índices de violência no município e integra as ações do programa Cidade de Paz, prometido em campanha.
Vane também comentou sobre a força do PCdoB no governo e negou que os comunistas tenham sido desleais. “Eu desafio aqui os meios de comunicação ou qualquer pessoa a dizer onde foi que o PCdoB avançou sinal”.
A entrevista também aborda duas questões caras nesse início de governo: a nomeação – e exoneração – de azevedistas e as dívidas deixadas pelo ex-prefeito Capitão Azevedo (DEM).  Apenas com a Marquise, cita, foram R$ 12 milhões não pagos, além de R$ 1 milhão com a Oi, o que deixou prefeitura e redes de educação e saúde sem telefone e internet, afetando, por exemplo, a marcação de exames e consultas. Confira principais trechos da entrevista.
BLOG PIMENTA – A mudança foi o lema da sua campanha, mas a sua gestão manteve quadros e situações do governo passado. Com isso, não há uma quebra de expectativa? O senhor não acha que faltaram ações de impacto que marcassem a diferença de um momento para o outro?
CLAUDEVANE LEITE – Eu acredito que houve choque de gestão com a revisão, agora, de todos os contratos feitos de 2009 para cá. Conseguimos reduzir o valor da maioria dos contratos. Dos cargos comissionados, nós preenchemos apenas 40%, o que é muito difícil um prefeito fazer. Quanto aos comissionados do governo anterior, foram 9, 10 pessoas, não era uma multidão e, até onde eu sei, não eram pessoas envolvidas com nada de errado. Nós terminamos por exonerá-las,  exatamente porque a opinião pública não aceitava. [A nomeação] talvez tenha sido um equívoco. Os que ficaram são efetivos e quem errou vai responder. Vamos enviar [as provas] para o Ministério Público estadual.
BP – Numa entrevista, o senhor disse que nomeou algumas das pessoas do governo passado, apresentadas pelos seus secretários,  sem mesmo conhecê-las. Essa surpresa se deu também com o ex-secretário José Alencar?
CL – Não. José Alencar é um bom técnico, tem trânsito muito bom no governo federal e tinha uma boa equipe de planejamento, de projetos. No primeiro momento, a gente precisou ficar com algumas pessoas aqui para passar informações de projetos. Chegamos e não tínhamos conhecimento de como estavam os projetos. Uma dessas pessoas foi José Alencar, que ficou e nos ajudou muito.
BP – Essa necessidade seria um indicativo de que não houve transição efetivamente?
CL – Houve transição, trabalhamos, mas, efetivamente, o governo anterior não encaminhou todas as informações. Até agora, eles não passaram as informações contábeis. Marcam a data e não cumprem. Estamos em nossa auditoria interna e vamos contratar empresa.
BP – Fará auditoria externa?
CL – Exatamente. Estamos conversando com várias empresas. Vamos fechar essa auditoria externa até a próxima semana.
Vane entrevista Pimenta5 foto Gabriel Oliveira______________

NOMEAÇÃO DE AZEVEDISTAS: Foram 9, 10 pessoas, não era uma multidão. Nós terminamos por exonerá-las,  exatamente porque a opinião pública não aceitava.

 
BP – Nos levantamentos internos, o que já foi detectado?
CL – O comprometimento das finanças, as dívidas deixadas, sem dúvida, são os maiores problemas. Itabuna está no Cadin [Cadastro de Inadimplentes] e, por isso, não pode pleitear muitos dos convênios federais por causa da inadimplência. Só de INSS, são R$ 250 milhões em dívidas. Isso é histórico, vem de muito tempo. Temos dívida de R$ 19 milhões com empresas de lixo. São R$ 12 milhões com a Marquise e R$ 7 milhões da Torre.
BP – Como será solucionado este impasse com a Marquise, que tem contrato até setembro?
CL – A Marquise está trazendo muita dificuldade para gente. Aqui em Itabuna, já encontramos empresas que podem fazer o serviço pela metade do preço da Marquise, mas com qualidade. Óbvio que iremos ver isso por meio de licitação. Ainda falando dos problemas encontrados, o ex-prefeito também não pagou os servidores, que precisam receber, mas como é que você paga R$ 11 milhões nessa dificuldade? Outro problema muito grave é com a telefônica Oi. Deixaram R$ 1 milhão de débito. A gente não tem como quitar R$ 1 milhão de um dia para o outro. Em janeiro, tivemos um mês infeliz. Nossa arrecadação caiu de R$ 23 milhões, em janeiro de 2012, para R$ 18 milhões em 2013. 70% da nossa frota estava praticamente sem funcionar, inclusive a patrulha mecânica, equipamento novo. Temos também o alto percentual gasto com a folha de pagamento. Apenas a folha dos efetivos já é muito alta e isso é extremamente preocupante.
BP – Muitos municípios têm sofrido com esse aumento do percentual de gasto com a folha não pelo empreguismo, mas por causa da queda de arrecadação. Qual a saída para aumentar receita?
CL – Nós temos que trabalhar com austeridade e buscar aumentar a receita própria, mas sem aumento ou criação de impostos, e vamos fazer isso. Volto a dizer que cortamos as funções gratificadas e deixamos de preencher 60% dos cargos comissionados como medidas de economia. Mas vamos ter que contratar para a saúde, educação, assistência social. Precisamos estruturar a saúde para que todos os postos estejam funcionando em março. A saúde está sendo preparada para receber a Plena.

______________Vane entrevista Pimenta 6 Foto Gabriel Oliveira

DÍVIDAS E GESTÃO: Nossa perspectiva é de um cenário melhor a partir de abril, mas já estamos fazendo muito dentro do possível. Nós pegamos uma prefeitura com débito e sem dinheiro em caixa.

BP – O retorno do Comando Único estaria condicionado, ainda, ao pagamento de dívidas deixadas em 2008, quando o município perdeu a gestão plena?
CL – Este não é um complicador para que o comando único retorne. O mais importante é melhorar a atenção básica. Nós estamos acelerando para que isso aconteça.
BP – O senhor traz um retrato de “terra arrasada”. Há perspectiva de quando o governo começa a trabalhar dentro de um cenário mais otimista?
CL – Tivemos uma melhora em fevereiro, mas nossa perspectiva é de um cenário melhor a partir de abril, mas já estamos fazendo muito dentro do possível. Nós pegamos uma prefeitura com débito e sem dinheiro em caixa. Estamos regularizando a dívida com o servidor, contratamos 150 pessoas para varrição de ruas, poda, jardinagem e estamos com operação tapa-buracos e iluminando as vias. A cidade não está melhor, mais limpa, por causa desse problema com a Marquise, que faz a coleta de resíduos sólidos. O Hospital de Base já deu uma melhorada, mesmo com toda a dificuldade. As consultas médicas estão sendo marcadas. Gente que estava há oito meses sem marcar exame já  está conseguindo.
BP – Mas quem procurou marcar consulta no início de fevereiro enfrentou dificuldades.
CL – Com certeza, mas isso foi por causa do sistema que é ligado à Oi, a quem a prefeitura deve R$ 1 milhão. Esse foi um problema operacional, que já estamos regularizando. A gente começou a limpar a cidade, tapar os buracos e limpar canais. O canal do São Caetano há seis anos que não passava por limpeza e nós começamos a limpar. E o da Califórnia, também. Então, a gente acredita que de abril em diante a gente comece a avançar muito mais.
BP – As feiras livres de Itabuna sempre foram sujas, mas hoje estão ainda mais. O centro comercial está muito sujo. O que fazer?
CL – O centro comercial é um condomínio e precisa dar uma resposta. Diante da dificuldade toda que temos, estamos fazendo grande esforço. Queria antecipar que, na conversa com o governador Wagner, nós tratamos da revitalização das feiras livres. Outro assunto foi a volta do Comando Único do SUS. A gente não quer apenas melhoramento, mas fazer revitalização total das feiras. As feiras são questão de saúde pública e um pedido de Itabuna. As feiras do São Caetano e Califórnia têm canais sujos, com ratos, urubus… Nós solicitamos ao governador, e ele pediu para encaminhar projeto. Pensamos em feira com estacionamento, pavimentos e que as pessoas que trabalham lá possam aumentar sua renda.

Vane entrevista Pimenta5 foto Gabriel Oliveira______________

FEIRAS LIVRES: As feiras são questão de saúde pública. A gente não quer apenas melhoramento, mas fazer revitalização total das feiras.

 

 
BP – Esses projetos das feiras livres implicam em mudança de local?
CL – Não temos intenção de mudança de local. Pedimos mais algumas coisas ao governador, a exemplo dos canais e apoio para a pavimentação dos bairros.
BP – Na última entrevista ao blog, ainda na condição de prefeito eleito, o senhor falou que um dos assuntos da audiência seria a geração de empregos, atração de indústrias. Isso foi tratado?
CL – Sim, o governo já desapropriou área de 72 hectares para a Sudic. Virá uma empresa para cá. Estou muito preocupado porque 90% das pessoas que vêm à Prefeitura estão em busca de emprego. Nesses 50 dias de governo, já me reuni com mais de 20 empresários. Todas essas 20 virão para Itabuna? Não, mas tentaremos trazê-las. Nós fomos o primeiro prefeito da Bahia que criou a Sala do Empreendedor, com o Sebrae, para que o pequeno empreendedor saia de lá com tudo prontinho, tenha também acesso a crédito, junto com a Caixa [Econômica Federal]. Essa semana, também, já tivemos com o Banco do Povo, para que a prefeitura possa dar suporte financeiro para que possamos expandir o microcrédito. A visão nossa é ampla, estamos preocupados com a questão da saúde, da educação, do emprego, da violência.
BP – Qual a empresa que ocupará essa área do distrito industrial?
CL – É a indústria de sucos Del Valle (da Coca-Cola) e já é uma negociação que está bem adiantada. Mas temos também aquela área onde funcionou a Kildare, que eu penso em utilizar para instalar uma incubadora de pequenas e médias empresas. Hoje nós temos diversas empresas interessadas naquele espaço e nós estamos avançando nisso, embora ainda haja uma questão judicial a ser resolvida. Mas estamos muito preocupados com a questão do emprego e renda em Itabuna.
BP – Existe possibilidade de negociação amigável com os Kaufmann, que reivindicam os galpões?
CL – Na verdade, hoje a Prefeitura tem o domínio da área, mas ainda há questões a serem vencidas.
Vane entrevista Pimenta 7 foto Gabriel Oliveira______________

VIOLÊNCIA E CIDADE DE PAZ: A cada ano a violência aumenta e isso é uma coisa que nos deixa extremamente preocupados. O ano de 2013, particularmente, começou dando sinais de que será pior nesse aspecto.

BP – Como o governo está se mobilizando para transformar em realidade o projeto Cidade de Paz, que foi um de seus compromissos de campanha?
CL – Na última década, os índices mostram que a cada ano a violência aumenta e isso é uma coisa que nos deixa extremamente preocupados. O ano de 2013, particularmente, começou dando sinais de que será pior nesse aspecto. Nós vamos procurar resolver isso, fazendo políticas públicas. Temos feito diversas reuniões com nossos secretários e todas as ações, principalmente na cultura, na Fundação Marimbeta, Secretaria de Esportes, de Educação, é visando promover programas e projetos voltados à inclusão social. O que precisamos fazer é trabalhar a criança e o adolescente para reduzir sua vulnerabilidade. Estamos articulando junto ao Pronatec [Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego] a atração de diversos cursos profissionalizantes. Além da ampliação da renda, queremos oferecer esse treinamento e mais opções no que se refere ao esporte e à cultura.
BP – Já existe algum projeto pelo menos em vias de ser concretizado?
CL – Nós ainda não estamos divulgando na imprensa, mas nos próximos meses vamos lançar um programa que vai atender 10 mil crianças e adolescentes. Será o maior programa social da história de Itabuna. Somente na Vila Olímpica, sede da Usemi (União dos Servidores Municipais de Itabuna) e no Itabunão (Estádio Luiz Viana Filho),  teremos vaga para 3 mil crianças praticarem esportes. Outras 2 mil serão acolhidas na Fundação Marimbeta e mais 5 mil pela Ficc [Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania]. Será o primeiro grande passo que daremos em relação às políticas públicas de inclusão, mas também de prevenção. Itabuna terá uma programação cultural e esportiva que jamais teve. Queremos fazer grandes festivais culturais e muitas competições esportivas para que, nos próximos anos, em vez de ver a  violência aumentar, possamos vê-la diminuir.
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O vício em redes sociais é algo sério, e quando junta com falta de vergonha fica ainda mais complicado. Este particularmente é o caso de um professor do curso de Ciência da Computação da Uesc, que costuma entrar na sala de aula, abrir o laptop e passar todo o tempo acessando o Facebook.
Alunos dizem já ter reclamado junto ao departamento responsável pelo curso, mas ouviram o seguinte: “é melhor vocês ficarem com esse professor, pois não há ninguém para substituí-lo e, se ele sair, a graduação de vocês pode atrasar”. Ou seja, a preocupação com a qualidade do curso fica em segundo plano.
 

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A Prefeitura de Una acaba de fechar acordo com a APLB/Sindicato para quitar os salários dos trabalhadores da educação, referentes a dezembro do ano passado, além do décimo terceiro, que o ex-prefeito Dejair Birschner “esqueceu-se” de pagar.
O compromisso firmado pela atual prefeita, Diane Rusciolelli (PSD), é saldar o débito utilizando um complemento dos repasses do Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb), que deve entrar na conta da Prefeitura no último dia útil de abril.
Até lá, paciência!

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Um acordo assinado entre representantes da Prefeitura de Ilhéus e Associação dos Professores Profissionais de Ilhéus (APPI/APLB-Sindicato) garantiu o início do  ano letivo. Pelo acordo, a prefeitura pagará salários atrasados e o 13º salário de 2012, integralmente, em abril.
As aulas começaram hoje na rede municipal ilheense, após realização de jornada pedagógica iniciada na última segunda, 18, e encerrada ontem, 20, e o acordo assinado entre APPI e município, celebrado ontem. Caso a prefeitura não cumpra a promessa em abril, a categoria promete retomar greve.