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Cel artigo 2016Celina Santos | celinasantos2@gmail.com

“É tiro??? Ou bomba?”. Quem vive em Itabuna, frequentemente, se depara com tal dúvida. O estampido ouvido há pouco foi de um tiro? Ou seriam apenas aquelas bombas chatinhas que os garotos soltam para dar susto em alguém? Além disso, é comum escutar a sirene do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), cuja ambulância segue em disparada para uma vida ser salva.

Em boa parte das situações, portanto, é mesmo um disparo – ou uma sequência deles. Estamos no início de abril e já foram registrados aproximadamente 50 assassinatos em 2016. Não é novidade que a maioria das vítimas é ligada ao uso e/ou tráfico de drogas, mas também são crescentes as mortes decorrentes de assaltos. Quando o ladrão diz o imperativo “Perdeu!”, muitas vezes não se perde apenas o celular, a carteira, o carro, a moto. Encerra-se ali o direito de respirar.

Acontece a qualquer hora, em qualquer bairro. As vítimas dos crimes impostos pelo tráfico têm o mesmo perfil: jovens, entre eles meninos, que se julgam homens, porque empunham uma arma. Aliás, são os nossos homens-bomba! Assim como aqueles recrutados pelo Estado Islâmico, entregam corpo e alma à “Vida Loka” tatuada como “carteira de identidade”. No caso dos usuários, escravos dos 15 minutos da alucinação proporcionada pela “pedra” – até a morte.

Em geral, as pessoas minimizam essas mortes, dizendo que se trata apenas de “vagabundos”. Todavia, nem sempre se pensa que o crack e a arma potente chegam às mãos do traficante de “pequeno” porte, porque tem alguém poderoso que facilita a engrenagem do comércio bilionário dos entorpecentes. Como a própria polícia reconhece, não basta prender acusados e apreender armamentos e drogas, se as leis favorecem a corriqueira impunidade.

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