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Marco Wense
 

Bolsonaro não perdeu votos em quem já ia votar nele. Falou o que seu eleitorado queria ouvir. Mas, com certeza, não ganhou nada.

 
O presidenciável Jair Bolsonaro foi o entrevistado de ontem (30) no programa Roda Viva, da TV Cultura. Não acrescentou nenhuma novidade. Tudo dentro do esperado.
Procurou agradar os militares, dizendo que não houve golpe militar em 64, foi contra as cotas, chamou os integrantes do MST de terroristas, voltou a defender o voto impresso, enfim, passou o tempo todo preocupado em não decepcionar o seu eleitorado, que tem um perfil conservador e egocêntrico.
Para paparicar a chamada Bancada Ruralista no Congresso Nacional, Bolsonaro disse que o trabalhador rural tem que ter um tratamento diferenciado do que trabalha na área urbana: “Acho que no campo a CLT tinha que ser diferente. O homem do campo não pode parar no carnaval, sábado, domingo e feriado. A planta vai estragar, ele tem que colher. E fica oneroso demais o homem do campo observar essas folgas nessas datas como existe na área urbana”.
Bolsonaro, do PSL, se defendeu da acusação de ser machista, homofóbico e racista. Ao propor que todo brasileiro ande armado, foi lembrado que teve que entregar sua arma quando foi assaltado.
Mas, o mais hilariante da entrevista ficou por conta do “Posto Ipiranga”. Ao ser questionado sobre sua sinceridade de admitir que não sabe nada de economia, o presidenciável lembrou do Posto Ipiranga.
Bolsonaro não perdeu votos em quem já ia votar nele. Falou o que seu eleitorado queria ouvir. Mas, com certeza, não ganhou nada. Muito pelo contrário, quem pensava em votar nele, vai recuar.
Marco Wense é articulista e editor d´O Busílis.

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Rosemberg (à direita) recebeu apoio de Coronel

O deputado estadual Rosemberg Pinto revelou que deseja disputar a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), caso seja reeleito. No último sábado (28), o parlamentar participou de eventos da base governista em Itabuna ao lado do presidente da Assembleia e pré-candidato ao Senado Federal pelo PSD, Angelo Coronel, de quem recebeu apoio para a disputa.
– Reeleito [deputado], serei pré-candidato. E com o apoio de Coronel, tenho convicção de ser mais exequível a presidência – disse Rosemberg ao ser provocado.
Antes, Coronel já havia expressado apoio ao petista.

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PT e PP podem seguir caminhos opostos na disputa à presidência da República na Bahia, segundo o deputado federal Cacá Leão em entrevista ao PIMENTA. O PP baiano deverá ficar com o PT na disputa nacional se o candidato a presidente for Jaques Wagner ou o ex-presidente Lula, essa uma candidatura com possibilidades remotas por causa do Judiciário.
Ex-prefeito de São Paulo, o petista Fernando Haddad foi descartado, condição em que o nome do PP na Bahia à presidência poderá ser o do tucano Geraldo Alckmin. Cacá faz um ressalva: a posição dos progressistas dependerá de para onde vá o ex-governador Jaques Wagner. “A gente precisa esperar quais são os movimentos. Principalmente, qual é o movimento do nosso homem maior da política da Bahia, o Galego, Jaques Wagner, vai fazer”.
PIMENTA – Qual vai ser a posição do PP na Bahia em relação à disputa nacional?
CACÁ LEÃO – A gente está aguardando. O PP nacional já anunciou apoio a Geraldo Alckmin, mas teremos a convenção nacional dia 2 de agosto, quando a gente vai discutir esse propósito. A gente está analisado para ver qual é o movimento, principalmente do PT. Se for Wagner, não há hipótese de o partido não estar com ele. Depois, a gente vai decidir.
PIMENTA – Se for Haddad?
CACÁ – Aí é difícil. A gente vai procurar candidatura que una todos os aspectos nossos. Acredito que, neste momento, a gente precisa mais de união do que de disputa. A gente está com uma raiva, uma falta de respeito de opinião contrária muito forte. Eu, particularmente, sempre defendi a candidatura de Rodrigo Maia (DEM), que já faz esse trabalho [de união] na Câmara, mas com a desistência dele, não consigo enxergar esse outro nome em Alckmin. A condição é de que seja essa pessoa, de união. Se ele se mostrar lá na frente, pode ser que a gente se coloque. O nosso ex-governador Jaques Wagner é um nome que tem essas qualidades [de união], mas aí vai passar por ele, pelo Partido dos Trabalhadores, ex-presidente Lula.
PIMENTA – O sr. acredita na viabilidade jurídica da candidatura do ex-presidente Lula?
CACÁ – É difícil. Infelizmente, acho que é difícil. Particularmente, eu sou contra a prisão em segunda instância. A Constituição Federal diz que é trânsito em julgado, aí seria STJ (Superior Tribunal de Justiça). Mas acho que hoje com a Lei da Ficha Limpa e com o massacre que está aí, o ex-presidente Lula não tem ainda essa condição.
PIMENTA – O PP baiano não descarta apoio a Geraldo Alckmin?
CACÁ – Não descarta. Não descarta, por enquanto, apoio a ninguém.
PIMENTA – Mesmo se levarmos em conta a conjuntura baiana?
CACÁ – Não, claro que não. Uma coisa independe da outra. É claro que nós jamais estaremos em cima de outro palanque. Claro que se Alckmin vier à Bahia nós jamais estaremos juntos com eles (DEM baiano), mas a gente precisa esperar quais são os movimentos e, principalmente, qual é o movimento do nosso homem maior da política da Bahia, o Galego, Jaques Wagner, vai fazer.

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Lula lidera com 41% e Bolsonaro tem 12%, segundo Vox Populi

Nova pesquisa divulgada pelo Instituto Vox Populi mostra vantagem do ex-presidente Lula na corrida ao Palácio do Planalto em 2018, apesar de estar preso desde 7 de abril, na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba (PR). A pesquisa foi feita no período de 18 a 20 de julho.
Lula (PT) atinge 41% das intenções de voto em um cenário em que Jair Bolsonaro (PSL) chega a 12% no cenário estimulado. Ciro Gomes (PDT) alcança 5%, enquanto Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB) surgem empatados, com 4% cada um.
Álvaro Dias (Pode) e Manuela D´Ávila (PCdoB) têm 1% cada um, conforme o instituto. Os demais nomes, juntos, somam 2%. O percentual de brancos e nulos e não voto vai a 18% e indecisos 12% neste cenário.
A pesquisa Vox Populi foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), número BR-02205/2018, e ouviu 2.o00 pessoas em 121 municípios, segundo o instituto. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.

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Partido lança Bolsonaro como candidato || Fernando Frazão/Agência Brasil

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), 63 anos, foi confirmado neste domingo (22), no Rio de Janeiro, como o candidato à Presidência da República nas eleições deste ano pelo Partido Social Liberal (PSL). Embora presente à convenção do partido ao qual se filiou, a advogada Janaina Paschoal disse que ainda não aceitou o convite para ser vice.
O partido tem até 5 de agosto para anunciar quem irá compor a chapa. “Nenhum partido anunciou seu vice ainda. A gente não foge de um filiado ao PSL ou de algum militar que esteja na ativa. A nossa lagoa é muito pequena para pegar um vice, mas vai sair um de qualquer maneira”, disse o deputado.
O candidato do PSL discursou por 55 minutos para uma plateia inflamada que encheu o salão do Centro de Convenções Sul-América, no centro do Rio de Janeiro, com capacidade para 3 mil pessoas. “Eu sei o desconforto que venho causando. Eu sou o patinho feio desta história, mas tenho certeza que seremos bonito brevemente”, disse Bolsonaro.
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Marco Wense
 
 

A estrondosa rejeição de Temer, detectada nas pesquisas como a maior da história da República, vai contaminar a campanha do tucano. Se a verdade pegar, que o candidato de Temer é Alckmin, o tucano vai ter muitas dificuldades para passar de dois dígitos nas pesquisas de intenção de votos.

 
Um final de novela previsível: o centrão, formado pelo DEM, PR, PP, SD e o PRB, vai apoiar   o presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que passa agora a ser o candidato de Michel Temer e do seu governo.
É esse ponto que deve ser explorado pelos adversários do continuísmo. Aliás, a torcida no “blocão” é pela manutenção da candidatura de Henrique Meirelles pelo MDB, o que serviria para disfarçar o apoio do presidente Temer e da sua turma ao ex-governador de São Paulo.
A notícia de que o centrão (ou blocão) vai ficar com Alckmin foi efusivamente comemorada no Palácio do Planalto. Aos partidos de esquerda e centro esquerda, cabe a responsabilidade de uma urgente reflexão para se chegar a um consenso em torno da imprescindível união, sob pena de um segundo turno sendo disputado entre dois nomes que representam o campo ideológico inverso.
PT, PDT, PSB e o PCdoB precisam sentar na mesma mesa e buscar um consenso em torno do melhor caminho que devem percorrer. Se Ciro Gomes errou em procurar o centrão (ou blocão), o PT, PSB e o PCdoB também cometeram seus erros, principalmente o PT quando fez de tudo para isolar Ciro na corrida presidencial. Resta agora  a busca urgente por um diálogo. O que passou, passou.
Problema maior é o que já começa a atormentar Alckmin: o tucano é o candidato do presidente Michel Temer e do MDB de Eduardo Cunha, Cabral, Geddel, Moreira Franco, Romero Jucá, Eliseu Padilha e companhia Ltda.
A estrondosa rejeição de Temer, detectada nas pesquisas como a maior da história da República, vai contaminar a campanha do tucano. Se a verdade pegar, que o candidato de Temer é Alckmin, o tucano vai ter muitas dificuldades para passar de dois dígitos nas pesquisas de intenção de votos.
Finalizo dizendo que é bom que as coisas comecem a ficar transparentes, com a definição de quem é quem, o que querem e de que lado estão.
Marco Wense é articulista político.

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Lula em artigo à Folha de São Paulo, edição de hoje || Foto Agência Brasil

Luiz Inácio Lula da Silva
 

Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos.

 
Estou preso há mais de cem dias. Lá fora o desemprego aumenta, mais pais e mães não têm como sustentar suas famílias, e uma política absurda de preço dos combustíveis causou uma greve de caminhoneiros que desabasteceu as cidades brasileiras. Aumenta o número de pessoas queimadas ao cozinhar com álcool devido ao preço alto do gás de cozinha para as famílias pobres. A pobreza cresce, e as perspectivas econômicas do país pioram a cada dia.
Crianças brasileiras são presas separadas de suas famílias nos EUA, enquanto nosso governo se humilha para o vice-presidente americano. A Embraer, empresa de alta tecnologia construída ao longo de décadas, é vendida por um valor tão baixo que espanta até o mercado.
Um governo ilegítimo corre nos seus últimos meses para liquidar o máximo possível do patrimônio e soberania nacional que conseguir —reservas do pré-sal, gasodutos, distribuidoras de energia, petroquímica—, além de abrir a Amazônia para tropas estrangeiras. Enquanto a fome volta, a vacinação de crianças cai, parte do Judiciário luta para manter seu auxílio-moradia e, quem sabe, ganhar um aumento salarial.
Semana passada, a juíza Carolina Lebbos decidiu que não posso dar entrevistas ou gravar vídeos como pré-candidato do Partido dos Trabalhadores, o maior deste país, que me indicou para ser seu candidato à Presidência. Parece que não bastou me prender. Querem me calar.
Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha o direito de falar em minha defesa?
É para isso que vocês, os poderosos sem votos e sem ideias, derrubaram uma presidente eleita, humilharam o país internacionalmente e me prenderam com uma condenação sem provas, em uma sentença que me envia para a prisão por “atos indeterminados”, após quatro anos de investigação contra mim e minha família? Fizeram tudo isso porque têm medo de eu dar entrevistas?
Lembro-me da presidente do Supremo Tribunal Federal que dizia “cala boca já morreu”. Lembro-me do Grupo Globo, que não está preocupado com esse impedimento à liberdade de imprensa —ao contrário, o comemora.
Juristas, ex-chefes de Estado de vários países do mundo e até adversários políticos reconhecem o absurdo do processo que me condenou. Eu posso estar fisicamente em uma cela, mas são os que me condenaram que estão presos à mentira que armaram. Interesses poderosos querem transformar essa situação absurda em um fato político consumado, me impedindo de disputar as eleições, contra a recomendação do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Eu já perdi três disputas presidenciais —em 1989, 1994 e 1998— e sempre respeitei os resultados, me preparando para a próxima eleição.
Eu sou candidato porque não cometi nenhum crime. Desafio os que me acusam a mostrar provas do que foi que eu fiz para estar nesta cela. Por que falam em “atos de ofício indeterminados” no lugar de apontar o que eu fiz de errado? Por que falam em apartamento “atribuído” em vez de apresentar provas de propriedade do apartamento de Guarujá, que era de uma empresa, dado como garantia bancária? Vão impedir o curso da democracia no Brasil com absurdos como esse?Leia Mais

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Eleitor já pode solicitar para votar fora de seu domicílio

O eleitor em situação regular já pode habilitar-se perante a Justiça Eleitoral para votar em trânsito. Para isso, basta comparecer em qualquer cartório eleitoral, munido de documento oficial com foto, e indicar em qual município estará no dia do pleito. A habilitação é possível apenas para capitais e municípios com mais de 100 mil eleitores.
No período de 7 de julho a 23 de agosto poderá o eleitor alterar ou cancelar a habilitação para o voto em trânsito. Sendo efetivada a solicitação, o eleitor cadastrado para votar em trânsito estará desabilitado para votar na sua seção de origem nas eleições deste ano.
O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) explica que a habilitação não transfere ou altera quaisquer dados da inscrição eleitoral e, após as eleições, a vinculação do cidadão com sua seção de origem será restabelecida automaticamente.
O eleitor que se encontrar em trânsito dentro da unidade da Federação de seu domicílio eleitoral, poderá votar para presidente da República, governador, senador, deputado federal e deputado estadual (ou deputado Distrital). Já o eleitor que se encontrar fora da unidade da Federação de seu domicílio eleitoral poderá votar apenas para o cargo de presidente.
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Gaudêncio Torquato
 

A campanha mais curta – de 45 dias nas ruas e de 35 dias na mídia eleitoral – beneficiará os mais conhecidos e aqueles de maiores recursos financeiros.

 
As projeções apontam para a elevação do índice do NV (Não Voto – abstenções, votos nulos e brancos), na eleição de 7 de outubro, a um patamar acima de 40%. Recorde-se que o 2º turno da eleição para governo de Tocantins, em junho passado, registrou 51,83% de eleitores votando em branco, anulando ou deixando de comparecer às urnas.
Trata-se, como se deduz de pesquisas, da indignação do eleitor em relação às coisas da política – atores, métodos e processos. O eleitor protesta contra o lamaçal que envolve a esfera política, que parece indiferente a um clamor social exigindo mudanças de comportamentos e atitudes. A principal arma que dispõe o eleitor para mudar a política é o voto. Ora, se o cidadão se recusa a usar esse direito está, de certa forma, contribuindo para a manutenção do status quo, perpetuando mazelas que infestam o cotidiano da vida política.
Estamos, portanto, diante de um dilema: caso o NV assuma proporções grandiosas no pleito deste ano, a hipótese de mudança na fisionomia política cai por terra, arrastada por ondas da mesmice, onde se enxergam as abomináveis práticas do fisiologismo (“é dando que se recebe”), o coronelismo (os currais eleitorais, a política de cabresto), o nepotismo (as engordas grupais), a estadania (o incremento da dependência social do Estado), o neo-sindicalismo peleguista (teias sindicais agarradas às mamas do Estado), a miríade de partidos e seus escopos pasteurizados etc.
A renovação política, bandeira erguida pela sociedade organizada, corre o risco de fracassar, caso o eleitorado se distancie do processo eleitoral ou, mesmo comparecendo às urnas, anule o sufrágio ou vote em branco. É oportuno lembrar que o eleitor é peça fundamental no jogo de xadrez da política. Se não tentar dar um xeque no protagonista que busca se eleger, este acabará sendo empurrado para o altar da representação política por exércitos treinados nas trincheiras dos velhos costumes. Assim, a renovação nas molduras governativa e parlamentar não ocorrerá.
Aliás, calcula-se que a renovação da representação no Parlamento seja de apenas 40% este ano, menor do que em pleitos do passado. A campanha mais curta – de 45 dias nas ruas e de 35 dias na mídia eleitoral – beneficiará os mais conhecidos e aqueles de maiores recursos financeiros. (No pleito anterior, a campanha tinha 90 dias de rua e 45 dias de programa eleitoral no rádio e TV).
O fato é que não se pode contar com mudança política por unilateral vontade do corpo parlamentar. Deputado ou senador, se não recebem pressão da base eleitoral, resistem a qualquer ideia de avançar, alterar, mudar regras que, hoje, os beneficiam. Ou, para usar a expressão mais popular, não darão um tiro no pé. Por conseguinte, a reformulação da política carece de participação ativa do eleitor, razão pela qual este deve cobrar de seus candidatos compromissos com avanços com o fito de eliminar os cancros que corroem o corpo político.
Em suma, a política não se renova porque não há, por parte dos representantes, desejo de mudá-la. E não há desejo porque o eleitor ainda não jogou seu representante no carrossel das transformações. O pleito de outubro deste ano tende a encerrar a era do grande compadrio na política. O que não quer necessariamente dizer que isso ocorrerá. Por isso mesmo, urge despertar a consciência cívica do cidadão. Motivá-lo a colocar sobre os trilhos o trem das mudanças. Toda a atenção deve se dar à bomba que ameaça explodir a locomotiva: o Não Voto. Abstenções, votos nulos e brancos, em demasia, são os ingredientes que podem implodir nosso ainda incipiente sistema democrático.
Gaudêncio Torquato é jornalista, professor titular da USP e consultor político e de comunicação.

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Malta, à direita, vai disputar reeleição

Após muitas especulações, o senador Magno Malta (PR-ES) confirmou ao Globo que não será o candidato a vice-presidente da República na chapa do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). Malta, segundo a publicação, prefere disputar a reeleição ao Senado Federal.
Bolsonaro negocia aliança eleitoral com o PR para dispor de mais tempo de TV, hoje em torno de 10 segundos. Segundo a Paraná Pesquisa, Magno Malta lidera a corrida ao Senado no Espírito Santo, com 40% das intenções de voto. Ele, porém mantém-se no grupo de aliados de Bolsonaro.

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Davidson: todo ouvidos…

O presidente estadual do PCdoB, Davidson Magalhães, e o governador Rui Costa se reúnem, possivelmente nesta manhã de segunda (25), para discutir o espaço do partido aliado na chapa com a qual o petista disputará reeleição. Na semana passada, Davidson foi uma das vozes da base governista a criticar a “forma” como estava sendo montada a chapa majoritária (reveja aqui).
Há pouco, o dirigente do PCdoB baiano afirmou que não levará pleitos ao governador. Vai ouvir qual a proposta de Rui para o PCdoB. Até aqui, comenta-se que o próprio Davidson seria o primeiro suplente de senador na vaga do pré-candidato ao Senado pelo PSD, Angelo Coronel.
Antes falante, agora Davidson prefere esperar a dizer algo antes da reunião, segundo explicou ao Bahia Notícias. “Já tem tanta especulação que a gente prefere agora, que vamos ter a conversa dele, esperar o que tem de concreto”.

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O ex-governador e ex-ministro Waldir Pires faleceu na manhã da última sexta-feira (22), enquanto o Brasil sofria para, ao final, vencer a Costa Rica por 2 a 0. Abaixo, republicamos, pela sua importância histórica, um artigo do jornalista Marival Guedes relatando um dos momentos da vida de Waldir Pires. Era o primeiro ano do mandato de vereador de Salvador. 2013.
Marival, numa das crônicas semanais ao PIMENTA, relatava diálogo que teve com o ex-governador e um dos momentos daquele fervilhante 2013, já na Câmara de Salvador e numa audiência em que o Movimento Passe Livre puxava as discussões na capital baiana.  O corpo de Waldir Pires foi cremado ao final da manhã deste domingo.


DE DISCURSOS E DE RENÚNCIAS

marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

O ex-governador falou mais alguns minutos e encerrou com palavras de estímulo: “Continuem esta luta por uma sociedade livre e justa”. Novamente aplaudido de pé.

Na audiência pública realizada pela Câmara, atendendo solicitação do Movimento Passe Livre (MPL) Salvador, mais de 300 entusiasmados jovens lotavam o Centro de Cultura. Foram 50 oradores, cada um com direito a três minutos, tempo controlado rigidamente pelo presidente do legislativo, Paulo Câmara.
Havia integrantes de vários partidos, outros que se autodenominam independentes e os antipartidários. Vários deste último grupo, bastante raivosos, os mais barulhentos. Muitas vezes as vaias impediam o pronunciamento, sendo necessária a intervenção do coordenador.
Mas quando um orador iniciou seu discurso, o silêncio foi total. Lembrando o que escreveu o compositor maior, naquele momento ouviríamos o barulho de “uma lágrima a cair no chão”. O vereador Waldir Pires (PT) começou elogiando os jovens e lembrou que começou aos 16 anos na luta contra o nazismo, de posição racista.

Waldir Pires hoje é vereador na capital baiana (Foto Paulo Macedo/BocãoN).
Waldir Pires hoje é vereador na capital baiana || Foto Paulo Macedo/BNews).

Falou da interrupção da democracia, com o golpe militar, quando muitos foram vítimas do exílio, torturas e assassinatos. Disse que continua na política (ele está com 86 anos), porque é a única forma de civilização humana de se transformar toda a sociedade.
Comemorando este novo momento, disse: “De repente vocês explodem e me deixam muito feliz”. Quando o coordenador da mesa avisou que o tempo estava se esgotando, a plateia de jovens do MPL se levantou e pediu para deixá-lo continuar. O ex-governador falou mais alguns minutos e encerrou com palavras de estímulo: “Continuem esta luta por uma sociedade livre e justa”. Novamente aplaudido de pé.
A RENÚNCIA
Conheço pessoas que não perdoam Waldir Pires por ter renunciado ao governo do estado em 1989, dois anos após a posse, para ser candidato a vice-presidente da República na chapa de Ulisses Guimarães, passando o cargo para o vice, Nilo Coelho. Certa vez, numa visita que ele fez à TV Cabrália perguntei, ao lado do então superintendente Ramiro Aquino, sobre a renúncia e expus os comentários dos bastidores.
“Professor são três as hipóteses que circulam sobre a renúncia: 1º) Que já havia este acordo com Nilo Coelho. 2º) que o senhor recebeu dinheiro. 3º) Que teve medo de morrer”.
(À época circulou uma informação sobre um atentado à vida dele. Foi encontrado um mapa geográfico no tanque de combustível do avião do estado, momentos antes do seu embarque.)
Waldir respondeu com a serenidade que o caracteriza: “Meu filho, não havia acordo, quem quer dinheiro fica no poder e quem tem medo não enfrenta uma ditadura. Renunciei por que acreditava que o doutor Ulisses ganharia a eleição, pois tínhamos 22 governadores do PMDB.”
CIRCUNSTÂNCIAS
Waldir não tomou decisão de última hora. A escolha para ser o candidato do partido era através do voto em dois turnos. Na convenção nacional do PMDB, além do então governador da Bahia, havia na disputa Ulysses Guimarães Iris Resende e Álvaro Dias. Ulysses e Waldir foram os dois mais votados, com Ulisses na frente. Para evitar o segundo turno, que poderia gerar uma divisão, o partido entrou em consenso e Waldir Pires ficou na vice, prevalecendo a lógica do mais votado. Talvez hoje Waldir argumente, “ eu sou eu e minhas circunstâncias”.
Marival Guedes é jornalista.
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Boulos debaterá perspectivas para o Brasil em evento na Uesc || Foto Revista Fórum

O candidato a presidente da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, participará de debate no sul da Bahia. Na manhã de 3 de julho, o presidenciável participará de debate sobre os desafios e alternativas para o Brasil. O evento está programado para ocorrer na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), na Rodovia Ilhéus-Itabuna.

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PP vai para a disputa federal com Negromonte Jr, Carletto, Medrado, Cajado e Cacá Leão

O diretório estadual do PP fez as contas e espera fechar as urnas em 7 de outubro com 5 deputados federais. Na conta, entram os nomes de Cacá Leão, Ronaldo Carletto e Mário Negromonte Júnior, além de Cláudio Cajado, que deixou o DEM e passou a integrar a base aliada do governador Rui Costa, e do ex-deputado federal Marcos Medrado.
Hoje deputado federal, Roberto Britto disputará mandato de deputado estadual. Para a Assembleia Legislativa, o PP espera eleger ou reeleger ao menos 10 deputados. A lista para a AL-BA entre os progressistas tem entre as prioridades Cacá Colchões, ex-vice-prefeito de Ilhéus, Eduardo Salles e Nelson Leal.

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Rui deve anunciar chapa até a próxima semana

A chapa com a qual Rui Costa disputará a reeleição deverá ser anunciada na próxima semana, segundo o próprio governador baiano adiantou em entrevista há pouco. “Já tem [chapa]. Chegou momento de finalizar isso. Vou conversar com João Leão quando ele chegar [de viagem] e anunciar a chapa até a segunda ou terça [da próxima semana]”, disse Rui.
A chapa encabeçada pelo governador deverá ter Leão (PP) novamente como vice. Jaques Wagner (PT) disputará uma das vagas a senador. A outra está entre a senadora Lídice da Mata (PSB) e o deputado estadual Ângelo Coronel (PSD). Com maior número de prefeitos e de deputados, o PSD é favorito para levar a vaga, mas partidos da base aliada pressionam por Lídice.
O petista disse considerar naturais as pressões por vaga na chapa. “Na política e na vida, quem não faz pressão por aquilo que quer… Até a torcida, na arquibancada, faz pressão pro seu time ganhar. E muita vezes essa pressão cria ambiente favorável ao time. A vida real não é um cemitério. A mim, cabe, com muita serenidade, tomar decisão”.
A composição, segundo Rui, vai levar em conta o cenário estadual. “Até porque, o cenário nacional está indefinido. Deve ser definido em julho e eu não quero esperar até lá”. O governador prevê dedicar, ao menos, cinco semanas para a campanha política. “Quero percorrer todas as regiões do Estado [para a construção do programa de governo]”, disse.