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Macaco bugio marrom é uma das espécies ameaçadas || Foto Divulgação
Macaco bugio marrom é uma das espécies ameaçadas || Foto Divulgação

Um estudo realizado pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), em parceria com mais de 40 instituições, mostra que 331 espécies animais estão ameaçadas de extinção na Bahia. Segundo o levantamento, cinco espécies já estão regionalmente extintas, além de 54 que se encontram em perigo crítico. O estudo, que revela dados preocupantes sobre a fauna no estado, cita ainda outras 133 espécies que correm perigo de sumir do mapa, enquanto outras 141 aparecem em situação considerada vulnerável.

Ao todo, foram avaliadas 2.607 espécies. Ou seja, mais de 10% delas apresentam alguma ameaça. “Não é um número alarmante, mas é preocupante. Mas não diverge muito da lista de outros estados”, explica o superintendente de Estudos e Pesquisas Ambientais da Sema, Luiz Ferraro.

A lista completa (ver abaixo) foi publicada na edição desta quarta-feira (16) do Diário Oficial do Estado. A portaria estabelece que a captura, transporte, armazenamento, guarda e manejo das espécies somente poderão ser permitidos para fins de pesquisa ou para a conservação da espécie, mediante autorização do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). De acordo com a legislação ambiental, os crimes contra a fauna são inafiançáveis.

Entre as espécies mais conhecidas da população estão o papagaio-do-peito-roxo, a onça-pintada, o ouriço-preto, o gavião-real, a preguiça-de-coleira, o peixe mero, a jararacuçu-tapete, e a perereca-de-capacete. O biólogo e pesquisador da Universidade Católica do Salvador (Ucsal) Moacir Tinoco diz que a lista contempla ainda espécies que só existem na Bahia, a exemplo do mico-leão-de-cara-dourada, a lagartixa-de-mucugê, e, uma das principais e mais ameaçadas, o calango do abaeté, que só existe em uma pequena área do Litoral Norte da Bahia.

PLANO DE CONSERVAÇÃO

De acordo com a Sema, os dados vão nortear a criação de um mapa de áreas prioritárias para conservação da biodiversidade na Bahia. “Tudo o que pudermos fazer para que essas áreas sejam mais preservadas, vamos fazer”, explica o superintendente.

A partir do estudo também deve haver, segundo Ferraro, um maior controle na liberação dos licenciamentos ambientais, levando em consideração o impacto que a atividade terá para a preservação dessas espécies. “Vai exigir muita atenção e cuidado com essas espécies”, ressalta. Ainda segundo ele, o estudo vai subsidiar o trabalho de fiscalização dos órgãos ambientais, que passarão a contar com este instrumento de controle.

Após o levantamento, a Sema agora está fazendo um plano de ação em colaboração com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), que pode prever, inclusive, um plano de repovoamento das espécies afetadas no estado. É a primeira vez que foi realizado um estudo como este para avaliar os graus de ameaças da biodiversidade na Bahia.
Confira a íntegra no Correio*