Refinaria Landulpho Alves, vendida neste ano à iniciativa privada
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados vão encerrar o ano de 2021 em estado de greve nacional, em protesto contra as ameaças que o governo Bolsonaro tem feito sobre um possível plano de privatização da Petrobras. A deliberação foi aprovada nas assembleias concluídas nesta quarta-feira (22).

“Isso significa que, caso o presidente Jair Bolsonaro tenha a audácia de apresentar no Congresso Nacional o projeto de lei que prevê a venda da estatal, a realização de uma das mais fortes greves da história do setor já está sinalizada”, explica o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar.

Deyvid garante que a FUP e seus sindicatos jamais vão aceitar calados o projeto de privatização. “A Petrobras está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços exorbitantes pelos combustíveis”, denuncia.

REFINARIA NA BAHIA FOI VENDIDA POR 50% DO VALOR DE MERCADO, DIZ FUP

O dirigente lembra que, no último dia 30, a Petrobras concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão. Segundo a FUP, o valor é cerca de 50% menor do que o atribuído à refinaria pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

Também em 2021 foram assinados os contratos para a venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná.

Conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de março de 2015 até novembro de 2021, a Petrobras se desfez de 78 ativos, sendo 70 no Brasil e oito no exterior. Desse montante, 76% foram vendidos durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, com o total de R$ 152 bilhões.

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Professores da Uesc aprovam estado de greve.
Professores da Uesc aprovam estado de greve.

Os professores da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) aprovaram ontem (25) estado de greve em assembleia encerrada à tarde. Os docentes seguem decisão semelhante tomada pelos colegas das demais universidades estaduais de Feira de Santana (Uefs) e do Sudoeste da Bahia (Uesb). Haverá, também, paralisação das atividades, por 24 horas, em 8 de abril em todas as universidades, incluindo a Uneb.

A direção da Associação dos Docentes da Uesc (Adusc) informou que, dia 8, será lançado o Comitê Estadual em Defesa da Educação Pública e protesto na Secretaria Estadual de Educação e na Assembleia Legislativa, em Salvador.

Os docentes tanto da Uesc como das outras três universidades estaduais baianas reivindicam a revogação da Lei 7.176/97, que retira a autonomia das instituições de ensino superior, destinação de 7% das receitas líquidas de impostos para a educação superior, contratação de professores e respeito a direitos trabalhistas, além de suspensão do corte de R$ 20 milhões do orçamento das universidades baianas. Outro ponto importante que consta da pauta é a reposição salarial em parcela única.

Os professores reclamam que, até o momento, o governo estadual não abriu diálogo para negociações destes pontos. Com a aprovação do estado de greve, uma paralisação por tempo indeterminado pode ocorrer já em abril. A decisão dependerá de como o governo reagirá à pauta.

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– Profissionais reclamam de sobrecarga de trabalho;

– 42% das perícias feitas em Itabuna são de Ilhéus

Os cinco médicos peritos do DPT de Itabuna decidiram voltar a fazer necropsias da regional de Ilhéus. A manifestação durou cinco dias. Os profissionais se queixam de sobrecarga de trabalho.

Dados da coordenação regional revelam que 42% das necropsias realizadas entre janeiro e setembro deste ano pela polícia técnica em Itabuna eram oriundas de Ilhéus, que não dispõem do serviço de necropsia desde 2007.

Apesar desse quadro, os peritos do município vizinho não foram realocados para Itabuna e se limitam a fazer exames de lesões corporais. Somente no dia 29 de dezembro passado, o governo publicou decreto transferindo, temporariamente, um dos médicos legistas de Ilhéus,Júlio César de Souza, para reforçar a equipe local.

O DPT atende a 16 municípios e, em agosto de 2007, passou a fazer as perícias da regional de Ilhéus, que abrange outras 12 cidades. Nesse mesmo período, o quadro de médicos legistas foi reduzido. Um profissional morreu, outro está em processo de aposentadoria e um terceiro está de licença. Enquanto isso, sobra médico legista em Ilhéus…

Um médico do DPT itabunense confessou ao PIMENTA que não há tempo para concluir os laudos. “Fazemos rascunhos e as informações somente são passadas para o computador, digitadas quando a Justiça ou o Ministério Público exigem”, afirma. “As perícias estão sendo prejudicadas. Está difícil trabalhar aqui”, desabafa.

Na assembléia desta quinta, os médicos decidiram entrar em greve, “automaticamente”, caso se concretizem as ameaças de retaliações ou perseguições aos profissionais que, desde o dia 1º, não faziam as perícias da regional ilheense.

Ofícios revelam que os médicos e a coordenação regional há mais de um ano exigem uma saída. O estado de greve foi suspenso por 15 dias. É o prazo para as negociações com a diretoria-geral do DPT.

A polícia técnica local necessitaria de, no mímimo, dez médicos legistas para funcionar com maior agilidade. “Enquanto os colegas de Ilhéus recebem sem praticamente trabalhar. Estamos muito sobrecarregados”.

O trabalho de necropsia em Ilhéus era feito num anexo do Hospital Geral Luiz Viana Filho até 2007, sendo desativado por causa da pressão de moradores vizinhos à área e profissionais de saúde.

O novo DPT ilheense começou a ser construído no ano passado, mas a construtora que tocava as obras, faliu. O estado terá de fazer nova licitação para escolher a empresa que continuará a obra.