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Valec é responsável pelas obras da Ferrovia Oeste-Leste || Foto Elói Corrêa
Valec é responsável pelas obras da Ferrovia Oeste-Leste || Foto Elói Corrêa

A Valec decidiu fechar o escritório regional em Ilhéus. Vai transferir as atividades para a unidade em Jequié, no sudoeste baiano. A empresa federal é responsável pela construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que deverá ligar Figueirópolis (TO) a Ilhéus (BA).

O fechamento da base ilheense resultará na demissão de oito funcionários terceirizados. Os 13 funcionários concursados e gerente regional serão transferidos para o sudoeste baiano.

A unidade movimenta, sozinha, quase R$ 1,5 milhão na economia ilheense e serve como elo institucional com a região e o próprio município sul-baiano, trecho final da ferrovia e onde será construído o Porto Sul, que, pelo projeto, escoará a produção de grãos e minérios transportados pela Fiol.

O processo de transferência de Ilhéus para Jequié deverá ser concluído até 21 de novembro, conforme apurado pelo PIMENTA. A base em Ilhéus será fechada depois de sete anos.

A transferência gera desconfiança. O trecho compreendido entre Barra do Rocha e Ilhéus tem 36% do projeto já concluído. Será região onde haverá maior demanda até a conclusão das obras. Ao contrário de Jequié e Tanhaçu, por exemplo, onde 86% e 91% das obras estão concluídas, respectivamente.

A empresa alegou redução de despesas, porém tem custo com base administrativa e com o canteiro da terceirizada Alta Engenharia, responsável pelo apoio às desapropriações ao longo do trecho da rodovia. Há quem veja até motivação política na decisão. Faz sentido.

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rosivaldo-pinheiroRosivaldo Pinheiro | rpmvida@yahoo.com.br

 

Entramos no ano 2000 com a energia da luta, buscamos diversificar a produção agrícola, implantar serviços de educação, melhorar a prestação dos serviços de saúde, começamos a investir em indústrias de pequeno porte e outras iniciativas.

 

Vivemos numa região que possui um dos biomas mais importantes do Brasil, a mata atlântica – muito rica em fauna e flora. Essa conservação só foi possível devido ao sistema de produção cabruca, que consiste em consorciar exploração econômica e conservação ambiental.

A produção do cacau permitiu reconhecimento social e poder político-econômico para os produtores do fruto. Se cacau era sinônimo de dinheiro, proprietário rural nessa região ganhava destaque social em qualquer lugar do país e até internacionalmente. As obras de Jorge Amado trazem esse retrato histórico.

A quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, afetou o comércio mundial e estabeleceu dificuldades na nossa economia até o final da década de 1950. Nesse período, após uma intensa luta junto aos poderes da República, a região viu nascer a Ceplac, em 1957, e recebeu uma atenção diferenciada a partir de 1961, quando foi implantada a taxa de retenção de exportação do cacau que formou o orçamento da Ceplac, o que permitiu que a instituição implantasse a extensão rural e investisse no escoamento da produção. A taxa era de 15% sobre a amêndoa e 5% sobre os derivados de cacau.

Em 1970, o cacau representou 60% da arrecadação estadual. Financiou, inclusive, a folha de pagamento do estado da Bahia e fomentou a construção do Centro Industrial de Aratu e do Polo Petroquímico de Camaçari. A partir de 1972, a taxa de retenção foi unificada em 10% – tanto amêndoas como derivados. Em 1980, uma série de fatores influenciaram negativamente na cadeia produtiva do cacau: perdemos importância na pauta de arrecadação do estado frente aos produtos de alta tecnologia produzidos no Polo Petroquímico de Camaçari, o fortalecimento da concorrência dos países africanos e nosso peso na pauta de exportação brasileira foi reduzido.

Todos esses acontecimentos propiciaram ao governo brasileiro cortar a taxa de retenção. Além disso, tivemos uma superprodução de cacau na safra 1984/1985, forçando ainda mais a queda dos preços e empurrando os produtores de cacau para a crise. Como se não bastasse tudo isso, em 1989 surgia em Uruçuca um fungo capaz de dizimar a lavoura, a vassoura-de-bruxa. Diante daquelas circunstâncias, e após muitas cobranças e críticas por parte da comunidade da região sul, o governo estadual, em resposta, criou o Instituto Biofábrica de Cacau em 1997. O IBC nasceu com o objetivo de produzir mudas melhoradas geneticamente e servir de estrutura de apoio permanente à lavoura.

Chegamos a 1990, década em que a região cacaueira conheceu a sua maior queda econômica: mergulhamos num estado de penúria, o que gerou o quase abandono das propriedades por parte dos fazendeiros e demissão em massa dos trabalhadores rurais. Estima-se que mais de 250 mil trabalhadores trocaram o campo pelas cidades. Um grande contingente de homens, mulheres e crianças chegaram sem perspectivas às cidades, buscando sobreviver àquele estado de caos social. As cidades não estavam preparadas, principalmente Itabuna, Ilhéus e Porto Seguro: saúde, educação, segurança, mobilidade e urbanização foram afetados.

Não existia capacidade de atendimento do fluxo, nem capacidade financeira para prover ações de acolhimento para essas pessoas. Esse contingente humano ficou à margem e teve que se estabelecer nas periferias das cidades. Entramos no ano 2000 com a energia da luta, buscamos diversificar a produção agrícola, implantar serviços de educação, melhorar a prestação dos serviços de saúde, começamos a investir em indústrias de pequeno porte e outras iniciativas.

Nos últimos anos, uma articulação dos governos estadual e federal trouxe a esperança de entrarmos num novo ciclo econômico. A construção da barragem do Rio Colônia, um novo hospital regional, prestes a ser inaugurado, a Ferrovia Oeste-Leste, que está parada com quase 70% concluída, o Porto Sul – ainda travado por questões burocráticas, um novo aeroporto, que está para ter obras iniciadas, uma universidade federal já em funcionamento e a duplicação da rodovia Ilhéus-Itabuna, cuja ordem de serviço será assinada na próxima segunda-feira pelo governador Rui Costa, um sonho que a região espera há quase 50 anos. O governo Rui vem se esforçando e realizando as obras que estavam na expectativa da região.

Como tudo na vida, a crise, apesar de negativa, também deixou legados importantes: uma região mais forte para enfrentar as turbulências, a estadualização da UESC – sem a crise econômica o estado não absorveria a instituição no seu orçamento, e o acesso à terra, algo antes difícil e que trouxe à tona o movimento da agricultura familiar nessa região. A produção de chocolate surge como um novo pensar, fruto da chegada de novos agricultores para a cadeia do cacau, o incremento de novos modos de produção e beneficiamento do cacau, e o uso de tecnologias através do melhoramento genético fazem parte dessa mudança.

Precisamos estruturar novas lutas: ampliar e melhorar a nossa representação política em nível estadual e federal, fortalecer a Ceplac, fazer o governo do estado dotar a Biofábrica de condições financeiras para a manutenção do seu quadro técnico e do cumprimento do seu papel de fortalecimento da agropecuária do Sul e Extremo Sul da Bahia. Um novo ciclo está por vir, dele, depende a nossa energia e luta. Nossa região irá se superar e os seus filhos vencerão o dilema identificado pelo saudoso professor Selem Rachid: “a pobre região rica”. Avante!

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades pela Uesc.

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Panorâmica da área do Porto Sul (Foto José Nazal/Arquivo).
Panorâmica da área do Porto Sul (Foto José Nazal/Arquivo).

Uma nova missão chinesa, composta de investidores, desembarcará em Ilhéus, no dia 14 de julho. A missão virá conhecer e analisar o local já desapropriado para a construção do Porto Sul e a região do traçado final da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, a Fiol, na zona norte ilheense.

O Complexo Intermodal do Porto Sul terá investimento chinês, resultado de intensos contatos do governo baiano com os orientais. Já está definido que o Fundo Chinês para Investimento na América Latina (Clai-Fund) e a China Railway Engineering Group n.10 (Crec) vão construir porto e ferrovia, após acordos com o governo baiano e a Bahia Mineração (Bamin).

A missão chinesa, de acordo com fonte do PIMENTA, será acompanhada pelo vice-governador João Leão e o secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner. Não está descartada a vinda do governador Rui Costa. Em fevereiro, investidores chineses estiveram no sul da Bahia para ver o traçado da Fiol. Atualizado às 6h10min.

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Rui, deputados e senadores foram ao TCU defender projeto da Fiol (Divulgação).
Rui, deputados e senadores foram ao TCU defender projeto da Fiol (Divulgação).

Uma comitiva de representantes da Bahia, liderada pelo governador Rui Costa, esteve nesta quarta-feira (28) no Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília, pela defesa da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol).

“A Fiol é um sonho dos baianos que está se materializando. A ferrovia é um indutor de desenvolvimento e, portanto, importantíssima para a Bahia, para o Centro-Oeste do País”, disse o governador baiano. Ele prevê e vai atuar pela ligação da Fiol com a ferrovia Bioceânica – incluída no programa de investimento em logística 2015/2018 do governo federal -, para o aumento da competitividade da Bahia e do Brasil.

Cerca de 30 pessoas, entre senadores baianos e tocantinenses, deputados federais (16) da base do governo Rui Costa e também de oposição, além de deputados estaduais. Pelo TCU, participaram da reunião no gabinete do ministro Aroldo Cedraz, além dos ministros Augusto Sherman, que relata a obra da Fiol, Bruno Dantas e Augusto Nardes.

Também estiveram presentes na agenda o secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, o representante do governo baiano em Brasília, Jonas Paulo, os presidentes da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio), Carlos Andrade, e da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Alvarez Alban.

Ao ressaltar a devida severidade que o setor público deve ter em todas as suas ações, Rui disse que “o rigor para manter a coisa pública pode ser combinado com a celeridade das obras. É só encontrar o modelo correto e o ritmo correto”. O governador condenou a premissa de que todo gestor é corrupto e assinalou ser necessária a articulação entre tribunais de controle e o Poder Executivo para que as obras sejam sempre transparentes e executadas de maneira rápida, como espera a população.

PORTO SUL

O avanço da estrada de ferro na Bahia e sua interligação com o Porto Sul também foram apresentados por Rui, a exemplo do decreto de utilidade pública, publicado no início da semana, que é condição para que o Ibama libere a autorização de supressão vegetal do bioma de Mata Atlântica existente na região. Também salientou o diálogo que terá nesta quinta-feira (29) com os controladores da empresa Bamin para avanço do cronograma de investimentos do porto que será construído em Ilhéus, além de mais detalhes.

Rui Costa também enfatizou o caso do Metrô de Salvador, que, assim como a Fiol, tem como relator o ministro Sherman. “Enquanto [era] secretário da Casa Civil, deixei claro ao ministro que a história do metrô tinha um marco, uma divisão, e hoje estamos concluindo os 12 quilômetros iniciados pela prefeitura”. O ministro relator da Fiol, em resposta à comitiva, afirmou que sabe da importância da ferrovia e concordou com os participantes ao pontuar que não cabe ao TCU questionar o traçado da Fiol.

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Rui Costa fez críticas ao TCU durante evento em Salvador (Foto Manu Dias/GovBA).
Rui Costa fez críticas ao TCU durante evento em Salvador (Foto Manu Dias/GovBA).

A sugestão do Tribunal de Contas da União (TCU) à União para encurtar a extensão da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) foi atacada pelo governador Rui Costa, nesta segunda (26). Para o mandatário a Bahia está sendo prejudicada “por meia dúzia de burocratas”.

– O TCU diz que a Fiol não deve ser construída na sua extensão total. Isso me causou profunda indignação. A Bahia não vai aceitar essa posição do TCU – disse, visivelmente irritado, segundo o jornal A Tarde.

Rui aumentou o tom das críticas ao tribunal:

– Ninguém aguenta mais tanta burocracia. A Bahia está sendo prejudicada por causa de meia dúzia de técnicos burocratas. Ferrovia em qualquer lugar do mundo é sinônimo de desenvolvimento. Quero saber se o Legislativo concorda com essa posição do TCU.

O governador espera contar com o apoio da bancada federal baiana para pressionar o tribunal a rever sugestão.

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Porto do Malhado é apontado como opção temporária (Foto Carlos Castilho).
Porto do Malhado é apontado como opção temporária (Foto Carlos Castilho).

O governo baiano prevê investimentos de R$ 150 milhões para viabilizar o Porto Internacional do Malhado como alternativa para escoar a produção da Ferrovia Oeste-Leste, enquanto o Porto Sul não for construído. O investimento pode ser feito por meio de Parceria Público-Privada (PPP) ou concessão. Ou até mesmo, e em último caso, pelo estado.

A opção foi apresentada a deputados estaduais da Comissão Especial da Fiol pelo secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, hoje (14). O processo pode começar no primeiro trimestre do próximo ano, conforme o secretário disse aos parlamentares.

O valor de R$ 150 milhões seria necessária para construção de uma via expressa para ligar o terminal a rodovias no entorno da cidade, retirando carga pesada do centro de Ilhéus. Também nesse volume de recursos estariam previstas, também, obras que ampliem para até 5 milhões de tonelada a capacidade de escoamento de produção pelo porto.

Ainda de acordo com Dauster, a base principal desta carga será de grãos, como soja, algodão e milho, podendo operar também cargas menores de minério. A obra tem previsão para início em 2016 com conclusão em 24 meses.

Após o término das obras do Porto Sul e ligação com a Fiol, o Porto do Malhado poderá ser usado como terminal complementar, destinado a serviços de cabotagem e o Porto Sul se dedicaria ao transporte de longo curso, com navios de maior capacidade. A presidente da Comissão Especial da Fiol, Ivana Bastos, considerou interessante a opção em estudo por parte do governo baiano.

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bebetoPlenarioO deputado federal Bebeto Galvão (PSB) disse hoje ter recebido garantias do presidente da Valec, Mário Rodrigues, de que já estão disponíveis recursos para quitar o salário dos trabalhadores da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol). Segundo Bebeto, Rodrigues teria assegurado o pagamento, “o mais rápido possível”, dos salários.

Os atrasos atingem mais de mil trabalhadores, de acordo com o parlamentar. Os mais prejudicados são os operários do lote 5 das obras da ferrovia. O deputado disse que ficará de olho. “Caso contrário, voltaremos a cobrar”.

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Deputados baianos reunidos para tratar do Porto Sul (Foto Divulgação).
Deputados baianos reunidos para tratar do Porto Sul (Foto Divulgação).

Parlamentares baianos tiveram ontem (14) uma reunião com a presidente do Ibama, Marilene de Oliveira Ramos, para cobrar agilidade na publicação de ato que autoriza supressão vegetal na área do Porto Sul. A audiência teve a presença de parlamentares do sul da Bahia. O deputado federal Bebeto Galvão (PSB) diz ter soltado o verbo:

– O Sul da Bahia já não aguenta mais acumular tantas perdas. É preciso que o governo federal deixe de ser um ente abstrato na nossa região – afirmou no encontro em Brasília.

Como publicado no PIMENTA, a autorização de supressão vegetal será assinada no dia 24, em Salvador, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Mas, para a assinatura, é necessário a publicação do ato no Diário Oficial da União. O ato em Salvador foi anunciado pelo deputado estadual Rosemberg Pinto (PT).

 

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Porto Sul será construído na zona norte de Ilhéus.
Porto Sul será construído na zona norte de Ilhéus.
Rosemberg: Porto Sul está mais que vivo.
Rosemberg: Porto Sul vivo.

Exclusivo

As obras do Complexo Porto Sul, na zona norte de Ilhéus, devem começar ainda neste semestre. No próximo dia 24, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em Salvador, a autorização para suprimir vegetação na área da poligonal do empreendimento. A cerimônia de assinatura ocorrerá na Governadoria, às 16 horas.

De acordo com a agenda, a ministra terá uma reunião com a Frente Parlamentar Ambientalista, contando com as presenças do secretário estadual de Relações Institucionais, Josias Gomes, e do deputado estadual Rosemberg Pinto, ambos do PT.

Para o deputado estadual Rosemberg Pinto, a autorização ambiental, no próximo dia 24, reforça a importância do Porto Sul e da Ferrovia Oeste-Leste para o governo. “Com esta autorização da ministra Izabella Teixeira, começam, de fato, as obras”, assinala o parlamentar. “Superamos as questões ambientais. Agora é iniciar a obra”, diz, enfatizando a importância das obras para a infraestrutura logística baiana.

O PORTO SUL

O Porto Sul deverá ser construído em uma área de cerca de 1,8 mil hectares, em Aritaguá, zona norte ilheense. O investimento conta com parceria da União, Estado e empresas. A maior interessada no projeto é a Bahia Mineração (Bamin), mas a sua acionista enfrenta dificuldades financeiras e o mercado de minério de ferro está em baixa.

O projeto original constava de construção de dois terminais, sendo um deles de uso privativo da Bamin. As dificuldades da empresa cazaque podem levar a uma redução do projeto, com investimento do governo baiano e de consórcio que envolve empresas brasileiras e chinesas.

As obras, se iniciadas de fato neste ano, estariam concluídas em um prazo de até quatro anos. O prazo não leva em consideração variantes de mercado, a exemplo da crise das grandes e médias construtoras do país e as oscilações do mercado de minério de ferro.

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 (Foto Pimenta).
(Foto Pimenta).

O ex-governador Jaques Wagner, hoje ministro da Defesa, lamentou a ausência da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) do pacote de mais de R$ 200 bilhões em infraestrutura e logística anunciado na última terça (9).

– Estranhei essa ausência, fiquei surpreso. Não tive oportunidade de conversar sobre o assunto, mas gostaria muito que o projeto tivesse entrado no programa – disse ele ao Estadão.

A ferrovia, quando – e se pronta, ligará o Tocantins ao sul da Bahia, onde deverá ser construído o Porto Sul, em Ilhéus.

A estimativa é de que a obra consuma em torno de R$ 3,5 bilhões.

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Trilhos da Fiol começam a ser assentados (Foto Elói Correa).
Trilhos da Fiol começam a ser assentados (Foto Elói Correa).

As obras da Ferrovia Oeste-Leste evoluíram em lotes da região sudoeste do Estado, nos últimos dias, com a colocação dos trilhos. O trecho mais avançado situa-se entre Brumado e Tanhaçu. A Ferrovia tem extensão total de 1.527 quilômetros.

Do lote um ao lote quatro, explica Eracy Lafuente, coordenador executivo de Infraestrutura e Logística da Casa Civil da Bahia, a previsão é que sejam transportados 20 milhões de granéis minerais. “Para o setor, significa ter demanda e capacidade para o transporte. Ou seja, vamos ter demanda para que um operador ferroviário e portuário possa alavancar negócios”.

Lafuente observou ainda que, no que se refere à exploração de minério nas regiões de Guanambi, Caetité, Brumado e na parte leste Ilhéus, “a perspectiva é que tenha cinturões de exploração de vários minérios que, a partir da logística [da Fiol], tenham viabilidade econômica”.

De acordo com o gerente regional da Valec Engenharias, Construções e Ferrovias S/A, Rodrigo Caires, responsável pelos lotes 3 (Tanhaçu) e 4 (Brumado) da Fiol, em torno de 75% da obra dos dois lotes já está concluída. “A previsão é fazer 20 quilômetros por mês. Portanto, o prazo de concluir em dezembro de 2015 os lotes 3 e 4 será cumprido”, garante.

O lote 3 possui 115 quilômetros e, atualmente, gera 730 empregos diretos. Já o lote 4, tem 177 quilômetros e tem 1,6 mil pessoas, entre técnicos, soldadores, fiscais, entre outros profissionais, trabalhando diariamente. A previsão é de que a obra no trecho que compreende Ilhéus e Caetité seja finalizada entre 2016 e 2017 e, o trecho entre Caetité e Barreiras, começa a funcionar entre 2017 e 2018.

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Ferrovia ligará Tocantins a Ilhéus (Foto Divulgação).
Ferrovia ligará o norte do país a Ilhéus (Foto Divulgação).

O Tribunal de Contas da União (TCU) liberou as obras do lote 5 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) em sessão plenária realizada ao final da tarde de ontem (2).

O lote tem extensão de 162 quilômetros, passando pelos municípios de Caetité, Guanambi, Palmas do Monte Alto, Riacho de Santana e Bom Jesus da Lapa.

– Hoje, a população de Guanambi e região pode ter a certeza de que terá a retomada de empregos, de oportunidades e de desenvolvimento econômico – afirmou o secretário da Casa Civil, Rui Costa.

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Wagner assina concessão de área à Bamin (Foto Mateus Pereira/GovBA).
Wagner assina concessão de área à Bamin (Foto Mateus Pereira/GovBA).

A Bahia Mineração obteve, hoje, a concessão para construir o terminal de uso privativo (TUP) na zona norte de Ilhéus. A assinatura do contrato ocorreu em solenidade nesta quinta (6), em Salvador. A área concedida pelo estado à empresa tem 494 hectares e integra as ações do Complexo Porto Sul.
O governador Jaques Wagner disse que a concessão só se tornou possível, nos moldes atuais, após a sanção, pela presidente Dilma, da chamada “MP dos Portos”. Dentre outras atividades, a medida provisória autoriza à iniciativa privada o uso e movimentação de cargas em portos. Além do governador, também assinou o contrato o presidente da Bamin, José Francisco Viveiros.
A previsão é de início da construção do terminal privativo da mineradora cazaque em 2014, após a concessão de licença ambiental por parte do Ibama. A empresa tem, por enquanto, a licença prévia. A conclusão é esperada para 2017.
O Porto Sul demandará total de R$ 3,5 bilhões em investimentos, dos quais R$ 2 bilhões por parte da Bamin. O estado deve investir na construção de porto público para armazenamento e movimentação de minério e grãos. A área total do Porto Sul é de 1.860 hectares e terá, ainda, espaço para armazenamento de minério e outros produtos, funcionando como ponto de exportação de produtos transportados via Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).

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Walter-Pinheiro-Wilson-Dias-AbrWalter Pinheiro | imprensapinheiro@gmail.com

A Bahia se mobiliza para que não haja mais atraso em seu cronograma de obras (o que traria prejuízos ao Estado e ao Brasil como um todo).

A Bahia tem uma história econômica caracterizada por sua vocação para o mercado externo. Em tempos imemoriais, ainda no século XVI, após o desembarque de Cabral em terras brasileiras a Capitania teve no pau-brasil sua primeira commodity, que mais tarde se juntaria ao açúcar, ao fumo e ao cacau reforçando sua pauta de exportações.
Hoje, as commodities são outras. Somos o quinto produtor brasileiro de bens minerais, a exploração mineral da Bahia é responsável pela geração de 13 mil empregos diretos, dos quais 11.400 estão em municípios da região do semiárido.
A Bahia tem ainda a explorar grandes jazidas de 40 diferentes substâncias. Somos o primeiro produtor brasileiro de urânio, cromo, salgema, magnesita e talco, e destaque nacional na produção de níquel, cobre e ouro, além de possuirmos a maior diversidade cromática de rochas ornamentais do País.
Os projetos para exploração dessas jazidas somam atualmente investimentos de R$ 20 bilhões, até 2015. Há outros projetos em fase inicial, que vão desde as matérias-primas para fertilizantes até as terras-raras.
Para que isso ocorra, precisamos de uma logística que possibilite o transporte das minas até os centros de consumo ou a portos marítimos que permitam ao Estado sustentar sua histórica vocação de exportador.
Mas quando se fala em transporte de minérios, o modal só pode ser o ferroviário. E no caso específico dessa grande província mineral em que se constitui a Bahia, espalhada de forma especial pela região do semiárido do Estado, a saída natural está na construção da Fiol (Ferrovia Oeste-Leste).
Com extensão de 1.527 quilômetros, partindo de Ilhéus até atingir Figueirópolis, no Tocantins, onde se encontrará com a Ferrovia Norte-Sul, a Fiol vai mudar a vida de 147 municípios localizados ao longo do seu trajeto, com o mesmo impacto das ferrovias dos Estados Unidos no desenvolvimento do oeste daquele país.
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Daniel Thame | danielthame@gmail.com

Ao contrário do que dizem os radicais do movimento ambientalista, o governo cedeu em diversos pontos. E as condições que as obras saiam do papel são as melhores possíveis, mais vantajosas que outras pensadas para o restante do brasil.

ONGs ambientalistas lançaram um novo abaixo-assinado pedindo paralisação do processo de licenciamento ambiental do Porto Sul.  O documento repete argumentos fantasiosos, a exemplo daquele que diz que o Complexo Intermodal é investimento com recursos públicos para beneficiar empresas privadas e que a atividade portuária interferirá negativamente no desenvolvimento do turismo de Ilhéus e do litoral sul da Bahia.

O documento alega ainda que o EIA/Rima não teve divulgação adequada e pede a realização de nova audiência pública.

Felizmente, prevaleceu o bom senso e o Ibama acaba de conceder a  Licença Prévia para a implantação do projeto.

Não se trata de criminalizar o movimento ambientalista, até porque foi na discussão aberta com ONGs e demais representações da sociedade que o projeto evoluiu até o ponto em que se encontra hoje. Mas a hora de discutir já passou. O Ibama atesta que nenhum outro projeto portuário foi tão debatido com a sociedade organizada  quanto o Porto Sul.

O momento pede união e esforços concentrados para que o projeto saia do papel e seja definitivamente implantado, beneficiando toda a região, trazendo desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Chega de radicalismos. Sim, porque o maior perigo para a Mata Atlântica está na pobreza. A mata na região sul da Bahia foi dizimada por que famílias de desempregados precisavam de local para morar, de caça para comer. Estas famílias produziram lixo jogado no leito de córregos e rios, afetando a qualidade destas águas.

O projeto do Porto Sul evoluiu e os ambientalistas têm muito a comemorar. O que era para ser um mineroduto de 500 quilômetros, alimentado com a água do São Francisco se transformou em ferrovia. A localização do porto foi alterada para aumentar a preservação de corais e animais marinhos. Ibama e Ministério Público têm informações profundas e detalhadas sobre o projeto, o que aumenta seus poderes de fiscalização e consequentemente a força para paralisar e suspender a obra caso haja qualquer descumprimento por parte dos empreendedores.

No lugar do radicalismo,  o momento pede racionalidade. Agora, é mais inteligente para os ambientalistas e para a sociedade discutir os condicionantes, não aqueles pensados para inviabilizar o Porto Sul, mas sim os que garantam de fato investimentos sociais e ambientais que signifiquem redistribuição das riquezas a serem geradas pelo complexo.

Não se iludam, o cobertor é curtíssimo. Ilhéus não tem recursos suficientes para, por exemplo, interligar todas as residências a um sistema de esgotamento sanitário. Os ambientalistas sabem que o esgoto não tratado é um dos maiores perigos ao ecossistema. O Governo do Estado tem um pouco mais de dinheiro, mas precisa atender 417 municípios. A União, um pouco mais ainda de recursos, mas atende a 5.550 cidades.

Logo, os investimentos são feitos em locais onde podem se potencializar. Ilhéus e região podem se tornar alvo prioritário dos investimentos estaduais e federais em esgotamento sanitário, qualificação de mão de obra, infraestrutura urbana, incluindo áreas de lazer e de preservação ambiental, a fim de assegurar melhoria na qualidade de vida de seus habitantes.

Sem o Porto Sul e sem a Ferrovia Oeste Leste,  o Sul da Bahia apenas assistirá ao desenvolvimento de outras localidades, lembrando um passado de riqueza cada vez mais afastado do presente e um futuro de desenvolvimento transformado em uma vaga miragem. Leia Mais