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walmirWalmir Rosário | wallaw1111@gmail.com

Como os nordestinos não encontram o amparo da Fifa para a copa do mundo de 2014, o jeito é esperar, mesmo no leito de morte, a ajuda chegar.

A célebre frase dita pelo engenheiro militar, jornalista e escritor Euclides da Cunha, afirmando que “O sertanejo é, antes de tudo, um forte” não tem sido levada ao pé-da-letra pelas nossas maiores autoridades.
Para eles, o nordestino teria o dom da ressurreição ou da imortalidade. Certo que alguns nordestinos ostentaram e ostentam o título de imortal, concedido por algumas academias, inclusive a conceituada Academia Brasileira de Letras.
Talvez, quem sabe, vendo a longevidade do ex-tudo José Sarney, maranhense, e, portanto, nordestino, esse povo de Brasília confunda a assertiva de Euclides da Cunha lá em Canudos.
Essa confusão tem criado sérios problemas para os nordestinos que teimam em viver no polígono das secas (se é que ali se vive). De fome e de sede eles não morrerão, acreditam aquela gente que se instala na presidência da República.
Mas não é assim que a banda toca e a cada dia presenciamos o tratamento desigual proporcionado aos nordestinos. Mas se eles já ganham o Bolsa-família, que querem mais? Devem perguntar.
No balaio de bondade distribuído pela presidenta Dilma Rousseff para os nordestinos está a prorrogação das dívidas com os bancos, como se bastasse na próxima chuva “chover em abundância rios de leite e ribanceiras de cuscuz”.
Não é bem assim, dona Dilma, falta água para beber, tanto para as pessoas (gente, mesmo…) e os animais, que já foram considerados pelo ministro Magri (portanto de Brasília) seres humanos.
Falta comida, pois as plantações têm sido perdidas há anos, e agora nem mesmo semente existe para ser plantada. O nordestino pode ser um forte, mas com fome é difícil lutar. O nordestino também sente muita piedade e dor profunda de ver seus animais morrendo de fome, de sede.
E sabe o motivo, presidenta: Porque desde que Dom Pedro (os dois) eram monarcas que prometem acabar com a seca no Nordeste. E essas promessas passaram a ser feitas pelos presidentes desde que o império ruiu.
Se grande parte da criação morreu (gado, animais de monta e serviço, aves, etc.) foi por falta de ração, do simples milho que a Conab não teve a competência de transportar.
Mas a culpa é creditada na simples licitação para o transporte. Como os nordestinos não encontram o amparo da Fifa para a copa do mundo de 2014, o jeito é esperar, mesmo no leito de morte, a ajuda chegar.
Tivesse o apadrinhamento da Fifa, não precisaria licitação, como para construir e reformar estádios, aeroportos, dentre outros equipamentos para mostrarmos aos gringos a partir da copa das confederações.
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