Tempo de leitura: 2 minutos
Ator Fábio Lago apoia convênio entre prefeitura e Teatro Popular de Ilhéus.

Enquanto a equipe do prefeito eleito de Ilhéus se posiciona contra algo transparente e que fortalece as manifestações culturais de um dos berços da cultura baiana, o ator global e ilheense Fábio Lago tornou público seu apoio ao convênio que cede a administração do prédio do Colégio General Osório ao Teatro Popular de Ilhéus. O convênio foi celebrado entre o TPI e a Prefeitura de Ilhéus.

Jabes e assessores expressam que não há convivência harmônica entre atividades teatrais e biblioteca. Até tentam jogar o Ministério Público estadual contra o negócio transparente que passa ao Teatro Popular a administração do imóvel por 20 anos, mas com regras que tornam plenamente possível a retomada do prédio do General Osório se a gestão do espaço público não seguir as cláusulas constantes de contrato.

Fábio Lago lembra que biblioteca e teatro podem viver juntos tranquilamente. E enfatiza o papel do grupo teatral ilheense: “O grupo [Teatro Popular de Ilhéus] faz um trabalho sério e importante para a cultura regional”.

Já Romualdo Lisboa, do TPI, elenca, pelo menos, dois espaços culturais onde biblioteca e teatro coexistem: a Biblioteca Central dos Barris e o Espaço Xisto Bahia, em Salvador, e o Centro Cultural de São Paulo, que reúne cinema, dança, música e literatura.

Quem se posiciona contra o projeto é porque, talvez, apresente resistência ao protagonismo do Teatro Popular de Ilhéus, uma turma que já ganhou prêmios nacionais e encanta plateias seja na Bahia, São Paulo, Paraná ou em qualquer lugar pela sua qualidade.

O prefeito eleito Jabes Ribeiro precisa vir a público – e de forma inequívoca – explicar os motivos dele e de sua tropa se posicionarem contra as intenções do TPI. Deveriam, sim, apoiar a iniciativa.

E, deixemos claro, não foi o grupo de teatro quem se dispôs a administrar aquele espaço. A proposta partiu da Prefeitura de Ilhéus e dos atuais gestores por reconhecimento às qualidades artísticas e de gestão do TPI, além de sua habilidade em atrair/captar recursos.

Aliás, aqui, outro ponto importante: o TPI tem com a Secretaria Estadual de Cultura convênio que garante recursos para administração de espaço cultural. Se a equipe do prefeito eleito “melar” o negócio transparente, o convênio com o governo baiano será desfeito. E Ilhéus e a cultura perderão mais uma fonte de receita.

Um lembrete: o protagonismo na cultura não deve ter monopólio.

Artistas no dia em que foi dada posse do espaço histórico a quem faz arte (Foto Clodoaldo Ribeiro).