Itabuna
Tempo de leitura: < 1 minuto

O Itabuna encerrou participação no Campeonato Baiano de 2024 na lanterna. Recebeu o Vitória no Estádio Mário Pessoa. Para não fugir à regra no Estadual, perdeu por 2 a 0 de uma das melhores equipes do Nordeste. Saiu barato, após, na quarta-feira (28), ter levado sapecada de 8 a 0 do Nova Iguaçu-RJ pela Copa do Brasil.

O Dragão do Sul negou fogo no Baianão após ter sido a sensação do campeonato no ano passado.

A equipe itabunense venceu apenas uma partida. De 9 jogos, perdeu 5. E empatou 3.

Chegou ao final com aproveitamento de apenas 22,22% em nove rodadas.

Foi a segunda equipe mais vazada na competição. Fez 8 gols, mas levou 16, superado apenas pelo Atlético de Alagoinhas, vazado 17 vezes no Baianão. O Atlético, porém conseguiu se manter. Terminou a competição em 7º lugar. Já o Itabuna, ficou em 10º, com apenas 6 pontos conquistados em 27 possíveis, caindo para a Série B, junto com o Bahia de Feira.

Juca Alfaiate, sentado: craque da bola em epopeia com final feliz
Tempo de leitura: 4 minutos

 

 

 

Juca Alfaiate se considera um homem de sorte por chegar em Itabuna vivo e não perder seu compromisso, o jogo de logo mais, embora estivesse bastante cansado.

 

Walmir Rosário

O garoto José Correia da Silva, ou simplesmente Juca, como chamado, era um apaixonado por futebol. Mas também pudera, sabia tudo de bola e desde pequeno fazia gato e sapato dos colegas nos babas em que jogava. “Nasceu para jogar bola”, comentavam. Seus pais eram quem não gostavam nada disso, pois preferiam ver seu filho estudado, formado e estabelecido numa boa profissão.

Assim que parou os estudos, sua mãe, uma exímia costureira, combinou com ele que poderia continuar a jogar bola, mas tinha que dividir o horário com o aprendizado de uma profissão. E assim continuou sua vida dividindo seu tempo entre a alfaiataria em que aprendia a profissão e os campos de futebol. A formação foi mais rápida do que esperava e já se notabilizava no meio de tesouras, linhas, agulhas e máquinas.

Como tinha uma namorada em Santa Rosa – hoje Pau Brasil –, foi tentar a vida por lá. Abriu uma alfaiataria e continuou sua vida na nova localidade, embora não perdesse o vínculo com Itabuna. Por aqui parara de jogar pelo São José e jogava esporadicamente pelo São Cristóvão, embora fosse seduzido pelo Grêmio, um time maior, o segundo mais conceituado de Itabuna.

Um certo dia, na virada da década de 1930/40, Juca, já tendo o Alfaiate incorporado ao seu nome, recebeu um recado da direção do São Cristóvão, que sua presença era imprescindível no próximo domingo. Não contou conversa e se arrumou para a viagem de mais de 20 léguas (medida nordestina), cerca de 120 quilômetros, viagem que seria feita em cinco dias num cavalo bom, igual ao que possuía.

Pois bem, na madrugada da terça-feira, debaixo de muita chuva, Juca Alfaiate sela o cavalo e toma a direção de Itabuna, num caminho bem escorregadio, perigoso, mesmo para um animal forte e conhecedor da estrada como o dele. No início da tarde parou para almoçar numa fazenda e começou a prosear com um trabalhador, que lhe ensinou um caminho mais curto, já que tinha compromisso no domingo.

Juca Alfaiate não conta conversa e segue pelo caminho indicado, que embora mais curto era mais íngreme e perigoso, principalmente com o toró de água que caía dia e noite. Em alguns trechos teve que descer do cavalo e puxá-lo pela rédea. Mais abaixo a situação ficou ainda pior, justamente na travessia de um rio cheio. Amarrou na sela o alforje em que carregava sua roupa, o uniforme do São Cristóvão, a comida que preparara e um revólver para se defender de qualquer malfeitor na estrada.

Travessia feita, parou para dormir no meio da mata e ao raiar do dia continuou seu caminho em busca de Itabuna, até chegar em uma fazenda, na qual parara para descansar, fazer uma boquinha com a comida que ainda restava e tomar novas informações. Continuou sua viagem por mais um dia e uma noite e já estava agoniado com possibilidade de não chegar a tempo para a partida no campo da Desportiva.

Na noite de sexta-feira pede rancho para pernoitar numa fazenda e é aconselhado, se quisesse chegar a tempo em Itabuna, a largar o cavalo e alugar uma canoa para descer rio abaixo. O rio era bastante estreito e sinuoso, embora fundo, com a vegetação alta e cheia de espinhos, da qual tinham – ele e o canoeiro – de se desviarem constantemente. Embora a viagem tenha adiantado estavam todos com ferimentos feitos pelos espinhos.

Pararam para dormir perto do rio Cachoeira, e no dia seguinte – o domingo do jogo – seguiriam para Itabuna. Só que Juca Alfaiate não contava com mais um percalço: logo depois que passaram da Burudanga a canoa vira e ele quase morre afogado com as câimbras. É salvo pelo canoeiro e finalmente chegam ao arruado da Mangabinha, hoje próspero bairro de Itabuna.

Juca Alfaiate se considera um homem de sorte por chegar em Itabuna vivo e não perder seu compromisso, o jogo de logo mais, embora estivesse bastante cansado. Mas nem se importava com isso, o que valeria era entrar em campo e ganhar o jogo. Na Mangabinha, parou na casa do técnico para avisar de sua chegada, e foi recebido com broncas pelo seu atraso, por, sequer, ter participado dos treinamentos.

Sem se preocupar com o cansaço, Juca Alfaiate entra em campo, dá um show de bola e marca os três gols da partida, vencida por 3X1. A diretoria e torcida em delírio, se juntam e fazem uma “vaquinha” para premiá-lo. Recebe uma grande quantia em dinheiro e repassa para os colegas Macaquinho e Lubião, e vai participar da festa até o dia amanhecer, quando descansa para retornar à Santa Rosa.

Pouco tempo depois, Juca Alfaiate retorna a Itabuna, desta vez para jogar no Grêmio, no qual ficou uma temporada até ser “vendido” para a Associação Athletica Itabunense (AAI), equipe em que foi pentacampeão em Itabuna. Centroavante titular, tinha como reservas os craques Clóvis Aquino e Elísio Peito de Pomba, que possuíam futebol para jogar em qualquer equipe da Bahia ou Rio de Janeiro.

Centroavante e goleador, era conhecido pelos belos gols que marcava. Altamente disciplinado, de estatura baixa e magro, era bastante arisco com a bola, driblava com perfeição, o que talvez tenha contribuído para parar de jogar, de tanto os zagueiros baterem em seus joelhos. Bom mesmo era apreciar seus treinamentos, quando amarrava um jereré (pequena rede de pesca circular) nas “gavetas” da trave para treinar os gols espetaculares que marcava.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Itabuna é humilhado na Arena Fonte Nova || Imagem TVE-BA
Tempo de leitura: 2 minutos

O Bahia não deu chance para o Itabuna, que se complicou de vez no Campeonato Baiano e corre o risco de entrar na zona de rebaixamento na próxima rodada da competição. O Dragão do Sul até tentou segurar o Tricolor de Aço, mas a técnica prevaleceu na Arena Fonte Nova, em Salvador, na noite desta quarta-feira (7). O Bahia humilhou o adversário por 5 a 0.

O Itabuna conseguiu segurar o Tricolor de Aço até os 26 minutos, quando Yago Felipe abriu o placar numa linda cobrança de falta. O primeiro tempo foi de domínio do Tricolor, que acertou uma bola no travessão e desperdiçou outras boas chances de gol. O Dragão do Sul não teve força ofensiva para ameaçar o adversário e o 1 a 0 saiu barato no primeiro tempo.

Na segunda etapa da partida, o Bahia voltou com tudo. Yago Felipe marcou novamente, aos 17 minutos. Atordoado, o Itabuna não demorou para levar o terceiro gol. Aos 18 minutos, depois de receber um belo lançamento de Caio Alexandre, o atacante Ademir ampliou.

Cauly e Gabriel Xavier marcaram os outros dois gols para o Bahia, que se isolou na liderança do Estadual, com 13 pontos. O time volta a campo no sábado (10), quando enfrenta o River, no Piauí, pela segunda rodada da Copa do Nordeste. A partida começa às 16h.

O Itabuna volta a campo no dia 14, no Clássico do Cacau, contra o Barcelona de Ilhéus, no Estádio Mário Pessoa, pela sétima rodada do Campeonato Baiano. O Barça soma 10 pontos e é o quarto colocado. A partida está prevista para começar às 19h15min. No mesmo dia, Bahia de Feira, que tem cinco pontos, recebe o Atlético, na Arena Cajueiro. O time de Alagoinhas tem 4 pontos. Veja como foi o baile de hoje do Bahia.

Dionas Bruno comemora gol da vitória do Barça contra o Jacuipense || Imagem TVE
Tempo de leitura: < 1 minuto

O Barcelona bateu o Jacuipense por 1 a 0, neste domingo (4), em Ilhéus, e chegou a 10 pontos no Campeonato Baiano 2024. O Barça ocupa a segunda posição na tabela, atrás do Bahia, que tem os mesmos 10 pontos, mas lidera por causa do saldo de gols. O terceiro lugar é do Jequié, também com 10 pontos. O Vitória fecha o G4, com nove pontos, mas tem um jogo a menos que Barcelona e Jequié.

Dionas Bruno marcou o gol da vitória, aos 25 minutos do primeiro tempo. Após boa troca de passes do time da casa, ele recebeu a bola dentro da área, limpou dois marcadores e fez um golaço.

O Jacuipense apertou o adversário, criou boas oportunidades, mas não conseguiu o empate. No segundo tempo, os visitantes chegaram a acertar uma bola na trave. Com seis pontos, o Leão do Sisal é o sétimo colocado na tabela. Assista aos melhores momentos.

CLÁSSICO DO CACAU

O próximo compromisso do Barcelona será contra o Itabuna, no dia 14 de fevereiro, uma quarta-feira, às 19h15min, no Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus. No Clássico do Cacau, o mando de campo será do Azulino.

Antes do duelo sul-baiano, o Itabuna vai a Salvador para enfrentar o Bahia, nesta quarta-feira (7), às 21h30min. A tarefa é difícil, mas o Dragão do Sul precisa de bom resultado na Arena Fonte Nova para se aproximar do G4. Hoje, o Azulino tem apenas seis pontos e ocupa a oitava posição.

Gérson Souza presidindo o Legislativo de Itabuna
Tempo de leitura: 3 minutos

Gérson Souza é daquelas personalidades que nascem de 100 em 100 anos e que vêm à terra com a finalidade de servir, tornar o mundo melhor com sua colaboração e dos amigos que o cercam.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Walmir Rosário

Tabelião do Cartório do 1º Ofício de Itabuna (registro de pessoas e casamentos), Gérson Souza era uma das pessoas mais influentes nas instituições da cidade, pela dedicação com que tratava as obrigações assumidas. E no futebol não era diferente. Na seleção de Itabuna era considerado um dirigente insubstituível e que conduziu o selecionado ao hexacampeonato baiano de amadores.

Gérson Souza era homem de aceitar desafios, inclusive no futebol. Em 1947, época de poucas estradas e veículos, chefiou a delegação da Seleção de Itabuna na partida contra a Seleção de Valença. E não era fácil, pois as estradas eram péssimas e o transporte disponível era a carroceria de caminhão. Após 12 horas de viagem venceram, e a partida seguinte seria contra Santo Amaro, em Salvador, porém o campeonato foi cancelado.

Daí pra frente Gérson Souza não deixou mais a Seleção de Itabuna e foi um partícipe importante na criação do Itabuna Esporte Clube, o primeiro time profissional da cidade, em 1967. Mas até chegar lá, o “Marechal do Hexa” esteve presente em todos os momentos, simplesmente apoiando ou coordenando a seleção amadora, bem como a equipe de profissionais, sempre com bastante sucesso e determinação.

Com a bondade que fazia o afago quando necessário, era capaz de tomar decisões mais duras que o momento exigisse. E não precisava alteração, bastava uma conversa de pé de ouvido que tudo se acertava. Sua argumentação convencia, mesmo nos momentos mais cruciais. Sabia como ninguém motivar diretores, jogadores e comissão técnica, com palavras simples, porém bem colocadas.

Na última partida para a conquista do hexacampeonato, Gérson Souza não titubeou ao suspender uma das maiores estrelas da seleção, o ponteiro-esquerdo Fernando Riela, por não ter permanecido concentrado com os demais jogadores. Numa conversa franca entre ele, o técnico Gil Nery e Fernando, expôs os prejuízos do comportamento e os riscos de sua atitude. Resolveu arriscar e os itabunenses comemoraram o título.

Provavelmente, o sucesso da Seleção de Itabuna tenha sido a convocação de uma base permanente, com substitutos à altura. Craques não faltavam em Itabuna e muitos ainda ficavam de fora desta super equipe. Porém Gérson Souza não conseguia ver um craque de outra cidade jogar, que não o convencesse a vir fazer carreira no brilhante futebol de Itabuna. Na maioria das vezes dava certo.

Um desses “convocados” por Gérson Souza foi Albertino Pereira da Silva, o goleiro Betinho, que trouxe – junto com Zelito Fontes – de São Félix para Itabuna, primeiro para o Janízaros, e depois para o Itabuna Esporte Clube. Betinho se notabilizou ao participar de uma partida jogando pela Seleção de Ilhéus contra o Santos. Pela sua atuação, foi levado por Pelé para o time da Vila Belmiro, mas devido ao seu comportamento não fechou um vantajoso contrato.

Em 1970, com a renúncia do presidente do Itabuna Esporte Clube, o time entrou em decadência, e mais uma vez Gérson Souza se dispõe a colaborar com o amigo Gabriel Nunes, que condicionou presidir o Itabuna com a sua participação. Das cinzas, o Itabuna ressurge com um plantel sem grandes estrelas, mas conscientes do que poderiam fazer para dar a volta por cima.

Apesar do descrédito de muitos, o Itabuna ganhou o segundo turno e se sagrou vice-campeão baiano. Não fossem as forças poderosas do extracampo, por certo teriam alcançado o primeiro lugar. Graças à união e credibilidade dos dirigentes junto aos torcedores, o time conseguiu os recursos necessários para participar dos jogos, com o apoio pessoal da torcida, mesmo nas partidas mais distantes.

Gérson Souza é daquelas personalidades que nascem de 100 em 100 anos e que vêm à terra com a finalidade de servir, tornar o mundo melhor com sua colaboração e dos amigos que o cercam. Encarar os desafios era uma de suas especialidades. Desprendido, coordenava e secretariava instituições com a maior naturalidade, debatendo e assumindo responsabilidades para si e o seu grupo.

E a responsabilidade com que traçava planos e projetos transmitia segurança em todos os segmentos da sociedade civil, que abraçavam suas ideias, tornando uma causa em comum de Itabuna. Era impossível a ausência de Gérson Souza nos projetos sociais. Sempre procurado pelo Executivo, Legislativo – do qual foi presidente –, Judiciário e líderes da sociedade, solicitando seus experientes conselhos para novos empreendimentos.

Sabia encarar os compromissos com muita seriedade sem ser sisudo. Ao contrário, a alegria de Gérson Souza era inebriante e contagiava os que conviviam com ele. Daí, trabalhavam com afinco até atingir os objetivos em plenitude e comemoravam as vitórias com a mesma intensidade. Gérson Souza é daquelas figuras ímpares, sempre lembradas com carinho pelo que fez em vida, deixando saudosos os que ainda choram seu desaparecimento.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Técnico Mathaus Sodré anuncia saída do Itabuna || Foto Redes Sociais
Tempo de leitura: 2 minutos

Mathaus Sodré não é mais o treinador do Itabuna. Ele revelou a decisão na noite desta segunda-feira (29), após a vitória do Dragão do Sul contra o Jacuipense por 3 a 1, pela quarta rodada do Baianão 2024 (veja os gols). “Anuncio hoje minha saída do Itabuna Esporte Clube, que me acolheu com respeito e consideração a toda história que meu pai construiu nesse time”, escreveu o técnico no comunicado.

O auxiliar técnico Gerson Sodré, pai de Mathaus, é ex-jogador de Itabuna e vai acompanhar o filho na volta ao Águia de Marabá, pelo qual conquistaram o Campeonato Paraense 2023. Mathaus deixa o Azulino após quatro jogos oficiais, todos pela Série A do Baiano, com uma vitória, dois empates e uma derrota.

O diretor de Futebol do Itabuna, Ricardo Xavier, falou ao PIMENTA sobre a saída do treinador. “No dia seguinte ao jogo que empatamos contra o Bahia de Feira, tivemos uma reunião, avaliamos o desempenho da equipe até aquele jogo e conversamos muito, diretoria e comissão [técnica]. Decidimos manter a comissão, mas deixamos a comissão bem à vontade para decidir o que seria melhor [para as duas partes]”, afirmou o dirigente, por telefone. O fim do vínculo não gera nenhum tipo de multa, esclareceu.

SUBSTITUTO

Ricardo Xavier: técnico interino será anunciado hoje || Foto Andreyver Lima

O Itabuna ainda não definiu o substituto de Mathaus. Segundo Ricardo Xavier, a diretoria pretende fazer o mais cedo possível, de preferência hoje, mas depende das condições do mercado.

Os nomes ventilados até o momento, como o do técnico Beto Oliveira, são especulações, acrescentou. “Até agora, não procede nenhum nome. Tudo o que está sendo colocado é especulação. […] Obviamente, isso não descarta a possibilidade de um dos nomes colocados ser escolhido. Mas, nesse momento, não há definição”.

O próximo compromisso do Itabuna no Baianão é contra a Juazeirense, fora de casa, nesta quinta-feira (1º), às 21h30min. A diretoria do Azulino se reúne hoje para definir quem vai comandar a equipe na partida, de forma interina.

Barcelona (rosa) derrota o Vitória e assume liderança do Baianão || Foto Reprodução TVE-BA
Tempo de leitura: < 1 minuto

Barcelona e Vitória fizeram, na noite desta quarta-feira (24), a melhor partida do Campeonato Baiano 2024.  Em jogo com muitas chances claras de gol para os dois lados, a equipe do sul da Bahia foi mais competente,  fez 2 a 1, no estádio Mário Pessoa, em Ilhéus,  saiu vencedora do confronto e assumiu a liderança do estadual, com 7 pontos em três jogos.

O Vitória saiu na frente,  logo no início da partida, com o atacante Iury Castilho, aos  4 minutos. Mas a alegria da torcida do Rubro-Negro  durou pouco. Aos 10 minutos, o Barcelona empatou, com Natan.  O gol da virada do time de Ilhéus saiu aos 20 minutos de jogo, com o atacante Cesinha, que aproveitou falha do goleiro Lucas Arcanjo.

O mesmo Lucas Arcanjo impediu, pelo  menos, outros dois gols do Barcelona, que fez um grande jogo, com troca rápidas de passes,  envolvendo a defesa adversária. As duas equipes pararam no travessão.  Com o resultado o time de Ilhéus chegou aos 7 pontos, um a mais que o Vitoria, que estacionou nos 6 pontos, na vice liderança.

O Barcelona volta a campo pelo Campeonato Baiano no próximo sábado (27), quando enfrenta o Jacobina, fora de casa, no Estádio José Rocha. Já o Vitória enfrenta o Juazeirense, no domingo às 16h, no Barradão, em Salvador.   Assista aos melhores momentos da partida de ontem, em Ilhéus.

 

Prefeitura anuncia liberação do Estádio Mário Pessoa
Tempo de leitura: < 1 minuto

Após a publicação de uma portaria interditando o Estádio Mário Pessoa, nesta terça-feira (23), em razão das fortes chuvas que atingiram a cidade, a Prefeitura de Ilhéus decidiu revogar a interdição e confirmou os jogos da terceira rodada do Campeonato Baiano de Futebol. Logo mais, às 20h15min, o Itabuna Esporte Clube enfrenta o Bahia de Feira. Amanhã (24), às 21h30min, o Barcelona recebe o Vitória em jogo que vale a liderança da competição.

De acordo com a Prefeitura, a liberação do Estádio foi decidida em conjunto com a Federação Bahiana de Futebol (FBF) e representantes dos clubes envolvidos diretamente nos confrontos, durante uma videoconferência.

“A decisão foi tomada após a garantia da segurança dos torcedores no estádio, levando em consideração as condições favoráveis do sistema de drenagem e as ações rápidas das autoridades locais”, diz a nota divulgada pela gestão municipal.

Estádio Mário Pessoa recebe Itabuna x Bahia de Feira e Barcelona x Vitória
Tempo de leitura: < 1 minuto

A Federação Bahiana de Futebol (FBF) informa que, por enquanto, não há alteração na tabela da terceira rodada do Campeonato Baiano 2024, e os jogos no Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus, estão mantidos. Hoje (23), às 20h15min, o Estádio recebe Itabuna x Bahia de Feira e, amanhã (24), às 21h30min, Barcelona x Vitória.

Ouvida pelo PIMENTA, a assessoria informa que eventual mudança no calendário, em razão das chuvas que atingiram Ilhéus nesta terça-feira (23), será divulgada nos seus canais oficiais. Dirigente do Itabuna, Ricardo Xavier também informou ao site que, até o momento, não há qualquer sinalização de cancelamento da partida de logo mais.

O temporal alagou ruas e avenidas de Ilhéus (confira imagens). Casas foram invadidas pela água em bairros como Nelson Costa e Hernani Sá. O Alto do Amparo registrou novo deslizamento de terra na encosta onde a Prefeitura tenta construir uma contenção. O gramado do Mário Pessoa também sofreu, mas tem bom sistema de drenagem e deve oferecer condições de jogo hoje à noite, segundo informação do Itabuna Esporte Clube ao PIMENTA (veja aqui). Atualizado às 14h28min.

Clóvis Aquino (à direita, embaixo) e família
Tempo de leitura: 3 minutos

Após muitos anos, torcedores e adversários se mostram saudosos com o futebol praticado pela Associação, um elenco digno de respeito e que se perpetuou na história do esporte itabunense.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Walmir Rosário 

A cada dia o futebol contagiava os itabunenses e crescia em bons jogadores e torcida. No final da década de 1930, surge a equipe Associação Athletica Itabunense (AAI), considerado o “bicho-papão” do futebol. A proposta era apresentar um futebol amador de forma organizada, com técnica suficiente para ganhar partidas e campeonatos seguidos, com um elenco de fazer inveja aos adversários.

E a Associação, como carinhosamente era chamada, aterrorizava os adversários, principalmente pelo nível dos jogadores, em que titulares e reservas possuíam o mesmo potencial. Saía um entrava o outro e o time não caia de produção. Para isso, escolhiam uma zaga vigorosa, um meio de campo técnico e um ataque arisco, composto por jogadores que se movimentavam muito, sempre em direção do gol adversário.

A contratação de um jogador se baseava não apenas no talento com a bola. Eles tinham que primar pelo coletivo, fazer se respeitar dentro e fora de campo e cumprir as determinações técnicas para manter a tática imposta pelo técnico, entre eles, Costa e Silva. No período compreendido entre 1939 e 1946 a Associação Athletica se impôs no futebol de Itabuna e região se tornando pentacampeã.

Certa feita, numa entrevista concedida aos jornalistas José Adervan, Ramiro Aquino, Antônio Lopes e Walmir Rosário, no Jornal Agora, um dos remanescentes da Associação, o engenheiro agrônomo e produtor rural Clóvis Nunes de Aquino, lembrou sua passagem pela equipe. E ele apresentou algumas cadernetas, nas quais registrava, fielmente, todos os dados das partidas da Associação.

E Clóvis Aquino era um jogador fenomenal, um centroavante com talento e vigor suficiente para marcar os gols nas vitórias da Associação. Os seus predicados futebolísticos foram descobertos quando ainda estudante de agronomia na conceituada Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba (SP). Mesmo assim, amargava jogar no segundo quadro da Associação e ser reserva do também craque Juca Alfaiate.

Embora não gostasse da reserva, mostrava seu futebol ao entrar em campo, no primeiro ou segundo quadro, encantando os torcedores. E Clóvis Aquino recordava com alegria sua participação como titular da equipe principal em 1946, ano em que disputou o campeonato como dono da posição, o que lhe valeu o título de pentacampeão itabunense. Tudo registrado em suas cadernetas.

E as notícias do escrete “matador” chegam à capital baiana e a diretoria dos times de Salvador se interessam em excursionar no Sul da Bahia, notadamente para jogar contra a famosa Associação Athletica Itabunense. No campo da Desportiva jogavam de igual para igual, e na maioria das vezes, a Associação mostrava o seu magistral futebol, ganhando as partidas, sem se importar com os adversários.

Mais experta foi a Associação Desportiva Guarany, que veio ver de perto os propalados craques de Itabuna e resolveu levar o time inteiro para Salvador. Dos titulares, apenas Juca Alfaiate não aceitou a proposta e continuou na Associação. Mesmo assim, o Guarany contratou o segundo reserva de Juca, Elísio Peito de Pomba. Pela primeira vez, a equipe do Guarany se sagrou campeã baiana em 1946, único de sua história.

Alguns torcedores da Associação creditam o declínio da Associação à perda dos jogadores contratados pelo Guarany, a exemplo de Tombinha, Nivaldino, Amaral, Bolívar, Bacamarte, Quiba, Elísio Peito de Pomba, Elvécio, Tuta, Mangabeira, Juca e Zezé, sendo que estes três últimos se transferiram para o Flamengo local. Elísio Peito de Pomba foi o artilheiro do Guarany com 12 gols marcados no campeonato.

A Associação Athletica Itabunense possui uma história gloriosa, o que é inegável até pelos adversários. Se chegava a notícia de um grande jogador, a diretoria não media esforços para contratá-lo e assim formou a equipe mais temida do interior da Bahia. De início, um time de elite, no qual só jogavam atletas brancos; com o passar do tempo, passaram a aceitar pessoas de cor negra, sendo o primeiro deles, o zagueiro Ruído, de Jequié.

Nas cadernetas de Clóvis Aquino estão anotados jogadores famosos da Associação Athlética Itabunense (AAI) como Balancê, Niraldo, Mota e Victório na posição de goleiros, Bolivar, Álvaro, Bacamarte, Dircinho, na posição de zagueiros, na chamada linha intermediária Amaral, Mangabeira, Zecão, Helvécio e ainda os atacantes Tombinha, Puruca, Juca, Clóvis, Nivaldino, Tuta, Zezé e Nandinho.

E após muitos anos, torcedores e adversários se mostram saudosos com o futebol praticado pela Associação, um elenco digno de respeito e que se perpetuou na história do esporte itabunense. Alguns remanescentes daquela época não pensam duas vezes em escalar as equipes da Associação, com titulares e reservas, além dos gols e momentos importante de cada partidas que jogavam.

E a Associação permanece na saudade dos itabunenses.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Betinho (à esq.) comanda treino do Barcelona || Foto Divulgação
Tempo de leitura: 2 minutos

O Barcelona entrou na reta final da preparação para a estreia no Campeonato Baiano de Futebol 2024, contra o Juazeirense, nesta quarta-feira (17), às 17h, no Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus. Segundo o técnico Betinho, apesar da ansiedade natural que antecede o início de uma competição, o time mantém o foco no trabalho. “Cada dia que passa é um a menos para trabalhar e vai aumentando a expectativa. Jogadores estão conscientes e bem focados”, disse.

Ele explica que os treinos não deixam de lado o reforço físico, mas, neste momento, priorizam a parte técnica. “A qualidade dos movimentos que precisamos fazer dentro das partidas, pressionar o adversário, tem que prevalecer. O foco é cada um conseguir, dentro de uma partida, executar da melhor maneira possível”, acrescentou.

A resposta do elenco tem sido positiva, avalia Betinho, que vê os jogadores em bom ritmo de adaptação ao seu modelo de jogo. “A meu ver, estão absorvendo bem”.

INGRESSOS

A diretoria do Barcelona de Ilhéus anunciou, há pouco, que os ingressos serão vendidos a partir das 14h desta quarta-feira (17), dia do jogo, na bilheteria do Mário Pessoa. A entrada para a geral custa R$ 10 e para a arquibancada coberta, R$ 20. As vendas serão feitas somente em dinheiro.

PRIMEIROS JOGOS DO CAMPEONATO

O Bahia de Feira goleou o Jacobina por 6 a 1 no primeiro jogo do Campeonato Baiano 2024, ontem (14), em Feira de Santana. Destaque para o atacante Vitinho, que marcou duas vezes. Já o Itabuna perdeu de 2 a 1 para o Atlético de Alagoinhas, também neste domingo (14), no Mário Pessoa, em Ilhéus, onde o Dragão do Sul manda seus jogos na competição (assista aos melhores momentos).

O Vitória estreia contra o Jacuipense, no Estádio Eliel Martins, em Jacuípe, às 19h15min desta quarta-feira (17). Logo depois, às 21h30min, será a vez do Bahia iniciar sua jornada no Baianão, contra o Jequié, na Fonte Nova, em Salvador.

Brasil se despede da lenda Mário Jorge Lobo Zagallo || Foto Lucas Figueiredo/CBF
Tempo de leitura: 2 minutos

O Brasil e o mundo do futebol perderam, na noite desta sexta-feira (5), o maior vencedor da história das Copas do Mundo, Mário Jorge Lobo Zagallo, aos 92 anos. Ele estava internado, desde o final do ano passado, no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, e não resistiu a uma falência múltipla dos órgãos.

Como jogador, o Velho Lobo ajudou a Seleção Brasileira a conquistar o título inédito da Copa do Mundo, em 1958, com direito a gol na final contra a Suécia, dona da casa. No Chile, quatro anos depois, o ponta-esquerda também brilhou no bicampeonato mundial do Brasil.

Depois de pendurar as chuteiras, assumiu o comando técnico da lendária Seleção, em 1970. Naquele ano, armou a Canarinha com o quinteto Gérson, Rivellino, Tostão, Pelé e Jairzinho e faturou o tricampeonato na Copa do México.

Após um jejum de 24 anos, o Brasil só voltaria a ganhar uma Copa em 1994, nos Estados Unidos, com o técnico Carlos Alberto Parreira, que tinha Zagallo como principal auxiliar. Já no Mundial da França, em 1998, Zagallo voltou a comandar a Seleção, que foi derrotada pelos donos da casa na final.

LUTO

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, decretou luto de sete dias pelo falecimento de Zagallo. Em nota, o cartola afirmou que a entidade e o futebol brasileiro lamentam a morte de uma das suas maiores lendas. “A CBF presta solidariedade aos seus familiares e fãs neste momento de pesar pela partida deste ídolo do nosso futebol”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também prestou solidariedade aos familiares e amigos do Velho Lobo. “Corajoso, dedicado, apaixonado e supersticioso, Zagallo era exemplo de brasileiro que não desistia nunca. É essa lição e espírito de carinho, amor, dedicação e superação que ele deixa para todo o nosso país e para o futebol mundial”, escreveu o mandatário, em uma rede social, neste sábado (6).

O corpo de Zagallo será velado na sede da CBF, no Rio de Janeiro, a partir das 9h30min deste domingo (7), em cerimônia aberta ao público. O sepultamento será às 16h do mesmo dia, no Cemitério São João Batista, também na capital fluminense.

Everton acerta com o Bahia (à esquerda) e Ferreirinha também pode reforçar o Tricolor de Aço || Imagens Alexandre Vidal/Flamengo e Lucas Uebel/Grêmio
Tempo de leitura: 2 minutos

O Bahia, que no passado lutou para não ser rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, entrou forte no mercado em 2024. O Tricolor de Aço acertou a contratação do meio campo Everton Ribeiro, que conquistou mais de uma dezena de títulos com Flamengo, incluindo duas Libertadores, dois Campeonatos Brasileiros, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e duas Supercopas do Brasil.

Com o suporte financeiro do Grupo City, o Bahia ofereceu dois anos de contrato para Everton Ribeiro e salário superior ao que o meia, de 34 anos, recebia no Flamengo. Ribeiro perdeu espaço na equipe carioca no ano passado e, provavelmente, seria reserva nesta temporada, caso renovasse o contrato. Ele reencontrará o técnico Rogério Ceni. Juntos, conquistaram Campeonato Brasileiro de 2021.

Outro grande reforço que pode pintar no Bahia é o atacante Ferreirinha, de 26 anos, do Grêmio. O Tricolor de Aço negocia salário e tempo de contrato para tentar fechar com o atacante, que foi um dos destaques da equipe Gaúcha na temporada passada.

O Bahia, porém, disputa a contratação de Ferreirinha com o São Paulo. Em 2023, o atacante atuou 40 jogos, com sete gols e seis assistências. Ele conquistou os títulos do Campeonato Gaúcho e da Recopa Gaúcha.

PRÉ-TEMPORADA

O Bahia fará pré-temporada de 2024 em Manchester, na Inglaterra. Jogadores e comissão técnica se reapresentam no sábado (6) no CT Evaristo de Macedo para exames médicos. No dia 9, viajam para a cidade inglesa, onde utilizarão as instalações do Manchester City, um dos clubes do Grupo City, para os primeiros treinamentos do ano. A delegação retorna para Salvador no dia 21 de janeiro.

A pré-temporada em Manchester faz parte do processo de integração entre os clubes. Na Inglaterra, o Bahia aproveitará de toda a estrutura do City para voltar ao Brasil pronto para o restante da temporada.

Com isso, nas duas primeiras rodadas do Campeonato Baiano, contra Jequié e Atlético de Alagoinhas, nos dias 17 e 21, respectivamente, o Tricolor de Aço entrará em campo com uma equipe reserva.

Viaduto Catalão era um dos pontos preferidos por ilheenses para o ataque
Tempo de leitura: 4 minutos

 

 

Após o jogo, assim que os ilheenses embarcam no trem para retornar a Ilhéus, diversas pessoas da torcida itabunense jogaram as tais laranjinhas dentro dos vagões, causando uma fedentina insuportável, além de manchar e rasgar as roupas.

 

Walmir Rosário

Dois fatos relevantes sobre a rivalidade no futebol entre Ilhéus e Itabuna ficaram marcados na memória do diretor do Banco Econômico da Bahia, Carlos Botelho: O primeiro foi o acidente sofrido por Clóvis Nunes de Aquino, centroavante da seleção de Itabuna, que apesar de reserva de Juca Alfaiate, que era mais impetuoso, e em determinadas partidas era escolhido em lugar do titular, considerado mais técnico.

E num desses jogos, no primeiro tempo, a seleção de Ilhéus ganhava, em casa, por 2X0, quando no segundo tempo o técnico Costa e Silva (à época gerente das Casas Pernambucanas, em Itabuna) tirou o trio atacante de Itabuna – Lubião, Juca Alfaiate e Macaquinho – e substituiu-o pelo trio atacante reserva – Mil e Quinhentos, Clóvis Aquino e Lameu – com o intuito de virar o placar.

Com apenas 15 minutos do jogo reiniciado, o Itabuna já empatava em dois a dois, com dois gols de Clóvis. Foi aí que o violento beque da seleção de Ilhéus, Pedro Fateiro, do Fluminense do Pontal, enlouquecido com o “baile” que tomavam, numa jogada eminentemente criminosa, desferiu um pontapé no rosto de Clóvis Aquino, causando fratura no nariz e no maxilar.

A segunda briga no estádio ilheense também foi terrível, no momento em que o itabunense Alberto Santana, ao defender os interesses de Itabuna, ficou sozinho e apanhou bastante dos ilheenses. A briga, que iniciou na arquibancada do Estádio Mário Pessoa, só terminou no meio do campo, tanto que o jogo não teve continuidade. Nesta partida, a torcida do Itabuna foi – mais uma vez – literalmente massacrada.

Os torcedores de Itabuna não deram o braço a torcer e prepararam a revanche, desta vez em um novo jogo entre os times das duas cidades, realizado no campo da Desportiva itabunense. Com antecedência, um prático farmacêutico de nome Andrade, que trabalhava na Farmácia Caridade, do Dr. Nilo de Santana, preparou umas “laranjinhas” (um tipo de bola de gude revestida de parafina) contendo um produto químico devastador.

Após o jogo, assim que os ilheenses embarcam no trem para retornar a Ilhéus, diversas pessoas da torcida itabunense jogaram as tais laranjinhas dentro dos vagões, causando uma fedentina insuportável, além de manchar e rasgar as roupas. No dia seguinte, o Diário de Ilhéus estampava em sua manchete: “Itabuna lança guerra química contra Ilhéus”. Mais uma vez as populações das duas cidades ficaram um bom tempo com as relações estremecidas.

Assim que era marcada a próxima partida, as duas torcidas se preparavam para dar continuidade à batalha campal nos estádios de futebol das duas cidades. Nos dias em que antecediam as partidas, os grupos se encarregavam de preparar “as armas” para irem à guerra. Os próprios meios de comunicação das duas cidades – à época os jornais – promoviam o acirramento dos torcedores, de acordo com os acontecimentos do último jogo.

Nessas batalhas Ilhéus sempre levava a melhor por ter pontos de passagem na estrada que facilitavam o ataque, como os morros e barrancos. Com a inauguração do Viaduto Catalão – em 31-03-1955 –, os ilheenses ganharam um local privilegiado para atirar pedras, paus e tudo que fosse possível nos itabunenses. E a desvantagem dos itabunenses era gritante, pois grande parte da torcida viajava em carrocerias dos caminhões, portanto desprotegida.

Em Itabuna, apenas dois pontos favoreciam os torcedores locais: na ponte em frente a reformadora de pneus Bendix, no bairro de Fátima, e os paredões do morro do Dr. Caetano, no Alto Mirante. Os ataques aos torcedores adversários se davam na entrada e saída das duas cidades, não importando qual o resultado do jogo. A palavra de ordem era promover a vingança do jogo anterior.

Em tempos mais recentes, no início da década de 1960, o zagueiro Itajaí, nascido em Itabuna, teve a oportunidade de jogar pelas seleções de Ilhéus e Itabuna. Era um zagueiro vigoroso e por isso contrariava as duas torcidas. Em algumas das várias partidas entre as representações das duas cidades, torcedores incentivavam que os adversários quebrassem a perna de Itajaí, considerado “vira folha” pelos adversários.

Foi nesse período que as contendas entre os times de Ilhéus e Itabuna, notadamente as seleções, passaram a ser consideradas inimigas viscerais, e como os itabunenses sempre venciam, os ataques da população praiana eram mais intensos. Devido a esse motivo, além de serem nomeados mutuamente de papa-caranguejo e papa-jaca, os ilheenses também passarem a ser chamados de cubanos, numa alusão à Cuba de Fidel Castro.

Se o “pau comia” fora dos campos de futebol, nas arquibancadas e dentro das quatro linhas não eram diferente. Apesar dos ilheenses terem bons craques, era difícil vencer os itabunenses, que rivalizavam em qualidade de atletas e jogavam pelo resultado, saindo vencedores nas guerras dentro das quatro linhas. Historicamente, os resultados podem ser contados pelo número de campeonatos vencidos pela Seleção Amadora de Itabuna, que chegou ao hexacampeonato em anos seguidos.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

Betinho fala sobre início do trabalho no Barcelona de Ilhéus || Foto Rede Sociais
Tempo de leitura: < 1 minuto

O técnico Gilberto Nascimento, Betinho, gostou do que viu no primeiro jogo-treino do Barcelona de Ilhéus sob o seu comando, nesta quinta-feira (14), contra a Seleção de Camacan, no Estádio Elias Ribeiro, casa do adversário. O Barça venceu por 2 a 1, mas o resultado pouco importa, afirma o treinador, já de olho na próxima partida da equipe. A Onça volta a campo neste domingo (17), às 15h, no Estádio Lourão, em Itapitanga, em amisto contra o Itabuna Esporte Clube.

“Será um jogo mais pesado”, prevê Betinho. Vamos acompanhar o comportamento do time. Mas, nesse primeiro teste, gostei da movimentação da nossa equipe, da busca por tentar fazer aquilo que trabalhamos em poucos dias de movimento”, acrescenta.

O jogo-treino contra a Seleção de Camacan foi dividido em três tempos de 30 minutos. Betinho diz estar satisfeito com as primeiras impressões do elenco do Barça. “Gostei bastante. Embora o adversário fosse um time amador, era uma seleção de um campeonato intermunicipal forte na região”.

ITABUNA TREINA NO LOCAL DA PARTIDA

O Itabuna antecipou a chegada em Itapitanga e está na cidade desde terça-feira (12). O clube aproveitou a estadia para intensificar os treinos, inclusive no local do amistoso contra o Barça.

Barcelona e Itabuna vão disputar a Série A do Campeonato Baiano 2024. As duas equipes mandarão seus jogos no Estádio Mário Pessoa, em Ilhéus. O Azulino estreia no domingo de 14 de janeiro, às 18h30min, contra o Atlético de Alagoinhas, no Mário Pessoa. O Barça também faz sua primeira partida em casa, diante do Juazeirense, no dia 17 de janeiro (quarta-feira), às 17h.