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Em nota ao PIMENTA, a direção da Bahiagás esclareceu que a interrupção no abastecimento de gás natural veicular (GNV) na região de Itabuna se deu “em virtude de problema elétrico ocorrido na manhã do dia 08/01 no posto de combustível”.
Ainda em nota, a direção da empresa acrescenta que o posto Universal “comunicou que não há previsão de normalização do abastecimento de GNV”. Mais cedo, este blog publicou post em que motoristas reclamam da interrupção e da falta de opções na hora de abastecer no sul da Bahia. Apenas o Posto Universal do bairro Maria Matos fornece GNV no sul da Bahia.
A Bahiagás informou que, apesar da interrupção no fornecimento de GNV, a distribuição de gás natural não foi afetada. “A estação de distribuição está fornecendo Gás Natural normalmente para todos os seus clientes localizados na região de Itabuna, sejam eles industriais, comerciais ou automotivos”.
REDE DE POSTOS COBRA A COELBA
A direção da rede de postos Universal emitiu nota de esclarecimento em que culpa a Coelba pelos “prejuízos de ordem financeira e empresarial”. Laudos expedidos por duas empresas apontam que as bombas de gás natural queimaram por causa da “sobrecarga elétrica que ocorreu na madrugada do dia 8 de janeiro” na região do posto.
Segundo a nota, o posto fornece aproximadamente 2 mil metros cúbicos de GNV, diariamente. A rede também lamenta prejuízo causado aos clientes. O posto localizado no Maria Matos (em frente à Nestlé) teria deixado de vender 1.400 litros de álcool e 12 mil litros de gasolina devido às quedas de energia. A direção da rede de postos espera “que a empresa fornecedora de energia, a Coelba, não se exima de sua culpa no incidente”.

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Proprietários de veículos movidos a gás natural reclamam que o único posto de Itabuna habilitado está há quase duas semanas sem fornecer o combustível. Os frentistas do Posto Universal (em frente à Nestlé) informam que os bicos das três bombas “queimaram”.
Muitos dos motoristas se queixam do investimento feito para a conversão a gás e as dificuldades de abastecimento. O posto fica no quilômetro 35 da BR-415, quase em frente ao city-gate da Bahiagás em Itabuna. “Acreditamos na propaganda ufanista e, até agora, gás é embrionário”, diz Gilberto Tavares. Algumas das “vítimas” cobram a ampliação da rede de gás natural veicular na região com, pelo menos, um posto na região central de Itabuna.

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Davidson comemora resultados.

A Bahiagás apareceu em segundo lugar entre as empresas de petróleo e gás com melhor desempenho no País, conforme ranking divulgado elaborado pelo jornal Brasil Econômico. A levantamento está publicado no anuário Melhores do Brasil.

O presidente da companhia, Davidson Magalhães, comemorou o fato de a Bahiagás ficar atrás apenas da multinacional Petrobras e superar gigantes ou tradicionais como a Repsol, Manati e CEG Rio.

– A Bahiagás vem se consolidando como uma das mais expressivas empresas de gás do país justamente por levar a nossa matéria-prima para cada vez mais baianos.

A empresa baiana tem projetos de R$ 240 milhões em investimentos até 2015. A Bahiagás quer chegar a novos polos consumidores, como Porto Seguro e Teixeira de Freitas, no extremo-sul baiano, e Vitória da Conquista, Jequié, Brumado e Itapetinga, no sudoeste do Estado.

De acordo com Davidson, estes municípios possuem mercado potencial de aproximadamente 400 mil metros cúbicos de gás, por dia. O fornecimento de gás a estas localidades será feito, afirma, por meio de gás natural comprimido e gás natural liquefeito.

Até o segundo semestre, a empresa entrega projeto e deflagra licitação para a malha do gasoduto Ilhéus-Itabuna, interligando o city-gate de Itabuna ao município do litoral sul.

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Esclarecimento
Em atenção à matéria “Carros movidos a gás param em Itabuna”, divulgada pelo site Pimenta na Muqueca, a Bahiagás esclarece que sua Estação de Distribuição está funcionando normalmente, fornecendo inclusive para os clientes industriais da região.
A interrupção do fornecimento ao Posto Universal se deu devido a um defeito no equipamento compressor pertencente ao prestador de serviço que abastece o posto com carretas. A previsão da terceirizada é de que o equipamento volte a operar até o final desta semana. A solução definitiva virá com a interligação do posto à rede de gasodutos da Bahiagás, prevista para acontecer ainda este mês.

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A primeira estação de distribuição de gás natural (ETC) do interior baiano será inaugurada em Itabuna, nesta quinta (28), às 16h30min. A estação atenderá à área industrial do município e terá capacidade para fornecer 500 mil metros cúbicos de gás natural ao sul da Bahia.
O presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, e o governador Jaques Wagner inauguram a ETC, acompanhados pelo prefeito Capitão Azevedo. A estação de transferência está interligada ao Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene), da Petrobras. Posto Universal, Delfi-Cacau e Trifil serão as primeiras empresas atendidas. Até o final do ano, o gás natural também chegará ao residencial Villa Verde.

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Jose Pietro, do BID, premia Davidson (à direita) com o Century Era 2011 (Foto Divulgação).

Os investimentos da Bahiagás na expansão de gás natural desde 2007 levaram a Business Initiative Directions (BID) a premiar a companhia baiana de gás com o Century ERA 2011.

De acordo com o presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, a premiação é reconhecimento à evolução pela qual passa a empresa nos últimos quatro anos, com enfoque nos investimentos e gestão.

Davidson aponta que a empresa praticamente dobrou o faturamento no comparativo dos anos 2006 e 2010, quando saltou de R$ 635 milhões para uma movimentação de R$ 1,26 bilhão e salto de quase 200% nos lucros, saindo de R$ 50 milhões para R$ 141 milhões em igual período.

O dirigente também antecipa que a empresa pretende fechar o ano com uma malha de 665 quilômetros de gasoduto ante os 609 atuais. A expansão tem como principal alvo o sul da Bahia e os investimentos carreados na distribuição de gás natural devem atingir R$ 60 milhões. Deste valor, a maior parte será direcionada para o sul e extremo-sul do Estado.

A empresa espera aumentar o fornecimento de gás para os segmentos automotivo, comercial, industrial e residencial. O volume de gás fornecido praticamente quadruplicou na área industrial, segundo a empresa.

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Magalhães: bons resultados à frente da Bahiagás.

A Bahiagás ainda em dezembro projetava faturar R$ 1,25 bilhão, em 2010, mas superou a projeção e bateu a marca de R$ 1,3 bilhão, segundo comunicado da empresa. A companhia de gás anuncia para 2011 R$ 60 milhões em investimentos, prinicipalmente na expansão das redes de distribuição em Salvador e nas regiões sul e extremo-sul, consideradas prioridade da empresa.

Nos últimos quatro anos, a Bahiagás ampliou o número de municípios atendidos de 11 para 17 e espera alcançar 45 cidades com a expansão anunciada para as regiões sul e extremo-sul a partir do Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene). O presidente da Bahiagás, o itabunense Davidson Magalhães, comemora os resultados:

– Tornamos a Bahiagás e o nosso produto mais conhecidos, buscamos diversificação da oferta de gás natural e respondemos de maneira ágil ao desafio da interiorização, aumentando significativamente o número de municípios atendidos.

Confira o balanço da empresa

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“O sul da Bahia vai se consolidar como uma das maiores áreas de consumo de gás natural no Nordeste”

Vice-presidente do PCdoB na Bahia, Davidson Magalhães é hoje uma espécie de comunista executivo. Como diretor-presidente da Bahiagás, compete a ele estar à frente do projeto de levar o gás natural a diversos municípios sul-baianos, a partir da base de distribuição do Gasene.
Nesse rápido bate-papo com o Pimenta, Magalhães fala das perspectivas para a região e revela que tirou férias na Bahiagás, mas não para descansar. Enquanto o executivo sai de cena, entra em campo o político, que assumiu uma das posições estratégicas na coordenação de campanha do governador Jaques Wagner.
O comunista diz que está engajado em “um processo que vem dando certo e está transformando a Bahia”.
Leia abaixo uma síntese dessa conversa:   
Pimenta – Há quatro meses o gás natural chegou à região e isso gerou uma grande expectativa pela possibilidade de atração indústrias. Qual é o cenário hoje?
Davidson Magalhães –
Inicialmente, tanto a região sul quanto o extremo-sul estão sendo beneficiadas com a chegada do gás natural. Estão sendo fechados diversos contratos com empresas como a Suzano, a Veracel, Nestlé, Trifil. Todas elas vão receber o fornecimento do gás natural.
Pimenta – A partir de quando?
Davidson –
Uma parte no início do ano que vem e outras já agora. Isso já está bastante avançado. Nós instalamos um núcleo comercial da empresa na região, já projetando uma futura sede regional da Bahiagás. O potencial do mercado local cria as condições para uma atuação mais estruturada da empresa aqui na região e esse é um dado positivo. O segundo tem a ver com o investimento. Nós já fizemos algumas licitações para o início das obras (da rede de distribuição do gás natural na região) e parte delas já está acontecendo. A nossa agenda está bastante avançada.
Pimenta – Qual o volume de gás natural que a Bahiagás pretende comercializar na região?
Davidson –
A perspectiva para o conjunto da região é de ultrapassar diversos estados do Brasil. Em quatro anos, ultrapassaremos os 500 mil metros cúbicos. Essa estimativa está atrelada aos empreendimentos já existentes, ou seja, ao que já existe hoje em nossa cidade. Nem contabilizamos a demanda que será gerada com o Porto Sul, que vai trazer um potencial muito grande. O sul da Bahia irá se consolidar como uma das principais áreas de consumo de gás natural no Nordeste.
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Davidson Magalhães

A região sul da Bahia, pródiga em cenários e enredos de romances e personagens que ganharam o mundo, já viveu dias de glória no tempo em que o cacau irrigava os cofres do Estado e do País. A cacauicultura alavancou o desenvolvimento da região que Jorge Amado definiu como terras do sem-fim, mas ao final da década de 1980 sofreu o seu pior revés. A decadência da monocultura gerou falências, desempregos e empobrecimento dos municípios.

Mas, a partir de 2007, a região sul tornou-se prioritária para investimentos em obras estruturantes do governo Jaques Wagner, que, em parceria com o governo federal, transformou em realidade o complexo logístico do sul da Bahia: Ferrovia Oeste-Leste, Novo Porto Sul Bahia, Aeroporto Internacional de Ilhéus e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Com a chegada do gás natural, através do Gasene (Petrobras), a região conta com nova fonte energética, natural e de menores custos.

O desenvolvimento da cacauicultura reposicionou o sul da Bahia no contexto econômico brasileiro no final do século XIX e tornou-se o primeiro macrovetor do desenvolvimento regional. A construção da ferrovia Ilhéus-Itabuna, em 1913, e o reaparelhamento do Porto de Ilhéus, em 1926, possibilitaram o escoamento e o incremento da exportação.

Nos anos 30, após sucessivas crises, ocorreu a intervenção do Estado, através do Instituto de Cacau da Bahia (ICB, em 1931) e, mais tarde, da Comissão Executiva do Plano da Lavoura (Ceplac – 1957), o segundo macrovetor do desenvolvimento regional.

No final dos anos 80, o aparecimento da vassoura-de-bruxa e a infeliz coincidência de fatores adversos desencadearam uma crise sem precedentes. O Estado, com forte déficit e sob a hegemonia do pensamento neoliberal, desmontou os mecanismos (ICB e Ceplac) intervencionistas.

A Ferrovia Oeste-Leste, com 1.100 quilômetros e investimento de R$ 4,5 bilhões, cria um novo eixo de desenvolvimento e integra o sul da Bahia ao oeste e à área de mineração em Caetité. Além de transportar a produção, a Oeste-Leste interligará nossa economia a outros polos do País, através da conexão com a Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO), transformando o porto em grande escoadouro nacional.

O Porto Sul – porto offshore a três quilômetros da costa, com investimento previsto de R$ 3 bilhões – completará o complexo multimodal com o Aeroporto Internacional de Ilhéus e abrirá um corredor de exportação e importação, ampliando-se a arrecadação, além da criação de uma extensa cadeia de serviços que afetará positivamente na geração de emprego e renda.

A ampliação da oferta energética, com a chegada do gás natural, disponibilizará uma nova fonte energética. A Bahiagás constrói uma rede de 250 quilômetros de dutos que beneficiarão os municípios do sul – R$ 60 milhões de investimentos até o primeiro semestre de 2012.

O gás natural, que representa 26% da matriz energética industrial da Bahia, agregará competitividade aos empreendimentos e contribuirá para a atração do setor privado.

Haverá geração de empregos diretos e aumento na arrecadação de impostos. Estes são alguns dos efeitos multiplicadores do complexo logístico-produtivo do Porto Sul.

A dinâmica gera também desdobramentos: agregação de valor para cadeias produtivas do semiárido, oeste e Brasil Central; sinergia com o turismo e a cadeia do cacau; e a requalificação de ativos ambientais focando mercados exigentes, o que implica novo paradigma de desenvolvimento para a região sul, cujo eixo da acumulação, pela primeira vez na história, não está centrado na dependência da monocultura cacaueira.

Na primeira década do século passado, uma ferrovia e um porto foram decisivos na articulação do espaço econômico regional em torno do cacau. Agora, um século depois, através de uma ousada iniciativa estruturante dos governos estadual e federal, coincidentemente uma ferrovia e um porto – com outras dimensões e acompanhados de um aeroporto e do gás natural – são o primeiro capítulo da nova história econômica das terras do sem-fim.

Davidson Magalhães
é professor da Uesc, mestre em Economia e presidente da Bahiagás.

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Logo após a inauguração do Gasene em Itabuna, às 11 horas desta sexta-feira (26), com a presença do presidente Lula, ocorrerá o primeiro abastecimento de veículos com gás natural em um posto de combustíveis da cidade. Alguns táxis foram escolhidos para encher o tanque.

A partir desta sexta, o gás natural vai abastecer também algumas indústrias da cidade, a exemplo da DPA (ex-Nestlé) e Trifil. A previsão é de que no segundo semestre já esteja sendo fornecido para o Jequitibá Plaza Shopping e outros estabelecimentos comerciais, além de residências.

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Wagner: incentivos ao uso do GNV.

O governador Jaques Wagner estuda lançar, na próxima sexta, 26, um programa de incentivos para que algumas categorias, como taxistas e donos de carros de som e de transporte escolar, tenham acesso ao gás natural veicular (GNV).

Avalia-se subsidiar os custos para a conversão a gás natural veicular (GNV), que estará disponível em pelo menos um posto de Itabuna, o Universal, já a partir da próxima sexta. A possibilidade foi antecipada pelo presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, em entrevista exclusiva concedida ao Pimenta na Muqueca.

No mesmo dia, Wagner recebe o presidente Lula, para inaugurar a base do Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene) em Itabuna. Davidson afirma que o GNV é 40% mais barato do que os outros combustíveis. O incentivo na conversão seria fundamental para que categorias que fazem de veículo meio de sustento tenham acesso ao gás natural como combustível.

A entrevista foi concedida durante visita do presidente da Bahiagás a Itabuna, na semana passada, quando reuniu prefeitos sul-baianos para apresentar as vantagens competitivas do gás natural para a região. “É uma mudança de paradigma”, assinala. Comunista, Davidson Magalhães também fala da nova engrenagem política baiana.

Confira a íntegra da entrevista clicando aqui.

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Não há dúvida de que a visita do presidente Lula a Itabuna será uma festa – e mais uma grande oportunidade de campanha para a ungida pré-candidata Dilma Rousseff. Mas o que poucos sabem é que a lista de convidados do presidente é, diríamos, imensa.

De acordo com informações obtidas a partir do cerimonial da campanha, digo, da visita oficial, a solenidade de inauguração do Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene) terá quatro mil convidados.

Estarão todos bem juntinhos lá no parque de exposições Antônio Setenta, na BR-415.  A estrutura para a recepção ao presidente recebe os últimos retoques. Na segunda-feira, 22, chega a equipe de segurança do presidente. A visita será na próxima sexta-feira, 26, às 11h.

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Quando começaram as discussões para implantação de uma base de distribuição de gás natural em Itabuna, o economista Davidson Magalhães estava saindo da Secretaria de Indústria e Comércio do município para assumir o escritório baiano da Agência Nacional do Petróleo (ANP). À época, lembra, havia muita descrença em relação ao projeto bilionário do Gasoduto e seus efeitos para Itabuna e sul da Bahia. Era final de 2003, princípio de 2004.

Mais de seis anos depois, o presidente Lula e o governador Wagner vêm ao sul da Bahia, na próxima sexta-feira, 26, para inaugurar a primeira central de distribuição de gás natural do Gasoduto de Integração Sudeste-Nordeste (Gasene). A primeira molécula de gás natural será comercializada para uma empresa que cresceu no município, a rede de postos Universal.

A nova realidade deixa emocionado o economista, ex-vereador de Itabuna e atual presidente de uma das maiores companhias de gás do país. “O Gasene, junto com o Complexo Porto Sul, representa uma mudança de paradigma para a região”, diz.

Magalhães lembra que há quase 100 anos o sul da Bahia teve o seu primeiro grande ciclo de desenvolvimento, com a construção da ferrovia de 56 quilômetros interligando Itabuna e Ilhéus a partes da Bahia e o porto de Ilhéus, em 1926. As ações posteriores não ajudaram na acumulação de riquezes. Agora, um novo ciclo se abre. Saberá o sul da Bahia aproveitar das novas condições oferecidas?

Abaixo, a entrevista exclusiva concedida pelo presidente da Bahiagás ao Pimenta na Muqueca.

Quais serão os impactos do gás natural para a economia sul-baiana?
A região passa a ser mais competitiva na atração de investimentos. Nos próximos dois anos, serão de R$ 40 milhões a R$ 60 milhões em investimentos da Bahiagás no sul do estado. Junto com o Complexo Porto Sul, a chegada do gás natural representará mudança de paradigma para a região. 27% da indústria baiana é movida a gás natural.

Já existem empresas interessadas em investir na região com a chegada do gás natural?

Existe um conjunto de plantas de investimentos industriais na Secretaria de Indústria e Comércio. Na Bahiagás, fomos procurados por vários empreendimentos voltados à indústria térmica para produzir energia elétrica através do gás natural. A gente já está pensando o sul da Bahia para além do cacau. O que temos não é um desafio de crise, mas de investimentos e de perspectivas. A região vai crescer, se desenvolver.

As prefeituras de Ilhéus e Itabuna estão se preparando para esse novo desafio?
A região ainda está perplexa, imaginando o que está por vir. Há seis anos, quando discutíamos a vinda do Gasene, ninguém acreditava. Hoje é uma realidade. E aí? Precisamos avançar. Itabuna e Ilhéus serão os mais impactados, mas outros municípios também sentirão os reflexos deste empreendimento.

Os governos federal e estadual possuem projeto que amenize possíveis efeitos negativos do projeto, como êxodo e bolsões de miséria em torno destas cidades?
O desafio posto para os governos é garantir os investimentos, que o Complexo Porto Sul seja uma realidade. No curso disso aí, é que temos que preparar a região para o dia seguinte, para que não atraíamos gente, de forma desordena, para estas cidades.

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“Nós estamos discutindo com o governo o lançamento de um pacote de incentivos para a conversão a gás natural”

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As vantagens do gás natural estariam restritas às empresas ou também são acessíveis a pessoas físicas?
Já de imediato, os taxistas serão beneficiados com a redução de 40% dos seus custos.

Estudos mostrariam que o gás natural veicular não seria competitivo em relação a outros combustíveis?
Mas é vantajoso, sim. Fica em torno de 40% mais barato.

Mesmo com os custos de uma conversão?
Nós estamos discutindo com o governo o lançamento de um pacote de incentivos à conversão. Possivelmente no próximo dia 26, o governador Jaques Wagner deve fazer o anúncio.

Mas beneficiaria apenas algumas categorias?
A ideia inicial é disponibilizar esse incentivo para quem faz do seu veículo um instrumento de trabalho, como taxistas, donos de carro de som, transporte escolar, turístico.

A expectativa era de o gasoduto funcionar em outubro de 2010, mas foi antecipado. Isso tem a ver com o calendário eleitoral e uma ‘ajudinha’ à pré-candidata Dilma Rousseff?
Não, tem a ver com a entrega do gás antecipado pela Petrobras. Não dá para inaugurar um gasoduto sem estar distribuindo gás no ponto principal. Então, nós antecipamos essa entrega, inclusive via GNC [gás natural comprimido], para março. Inicialmente, vamos fornecer com carretas, até que os gasodutos nossos, da Bahiagás, fiquem prontos. Para isso, estamos investindo R$ 2,7 milhões.

A base da Bahiagás fica pronta até o dia 26?
Sim, e nesse dia vamos vender a primeira molécula de gás. Será para a rede de postos Universal, o primeiro consumidor de Itabuna. Também forneceremos para a DPA [antiga Nestlé] e a Trifil, nesta primeira etapa.

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“Não houve agressão ao meio ambiente, as ações

foram todas dentro das normas técnicas”.

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Há denúncia de que a obra da Bahiagás em Itabuna começou sem licenciamento ambiental. O que ocorreu, de fato?
Foi algum problema técnico que deve ter ocorrido. Nós já estamos com o licenciamento encaminhado, discutido inclusive no Conselho Municipal de Meio Ambiente. Os problemas e as divergências técnicas levantados corretamente pelo conselho já foram tratados pela Bahiagás. Não houve agressão ao meio ambiente, as ações foram todas dentro das normas técnicas.

A Bahiagás sai de um fornecimento de mais de 3 milhões para 20 milhões de metros cúbicos de gás. A empresa está preparada para este novo momento?

Não vamos sair imediatamente para 20 milhões. Hoje são 3,7 milhões e devemos atingir 4,5 milhões de metros cúbicos com o fornecimento para o sul da Bahia. Esses 800 mil metros cúbicos para a região nessa primeira etapa equivale a várias distribuidoras de gás do Nordeste. Em cinco anos, devemos chegar à marca de 11 milhões de metros cúbicos fornecidos. O Gasene é que tem potencial para transportar 20 milhões.

Em 2004, havia muita desconfiança em relação a este projeto. Como você analisa esse novo momento?
Uma outra região está nascendo. A principal preocupação nossa com essa reunião [com prefeitos, na segunda, 15] foi para que as pessoas possam perceber a grandiosidade do que está acontecendo no sul da Bahia. Aqui nesse evento, a gente ainda viu pessoas com o discurso da síndrome da crise, que é quando a gente não percebe as coisas novas porque está presa a esta síndrome. A ficha, como diz a gíria, está caindo agora. Este é um novo momento para além do cacau, significa um novo modelo de desenvolvimento.

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“Temos que ampliar as alianças para construir

uma política hegemônica na Bahia”

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Mudemos para a política. Como é que você, comunista e sempre oposição ao carlismo, analisa essa aliança com parte do grupo que sempre dominou a Bahia por 30, 40 anos?
Eu não acho que há uma aliança com o carlismo, que está deixando de existir. O carlismo hoje é personificado em ACM Neto, Paulo Souto. Estes são os herdeiros do carlismo.

Você não vê César Borges como carlista?

As pessoas vão mudando seus projetos de acordo com o processo histórico. Não acho que é Wagner que está mudando seu projeto. Aliás, o governo muda a Bahia com essa visão de integração e desconcentração econômica. 18 municípios concentram 55% do PIB baiano com apenas 30% da população. Para mudar, você tem que fazer projeto amplo. Temos que ampliar para construir uma política hegemônica na Bahia. Não estamos virando um governo autoritário, centralizador, sem transparência. O projeto do governo é claro: fazer mais por quem mais precisa; pensar a Bahia não apenas como se só existisse a região metropolitana.

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“Gabeira (PV) era da resistência armada ao regime militar. Hoje é um cara a serviço da direita”.

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Então, é favorável à aliança?
Se tivermos mais aliados nesse projeto e que não o desconfigure, ótimo. É que a gente tem muito a visão de personificar as pessoas, lideranças. Fernando Gabeira (PV-RJ), no passado, jogou papel avançado de resistência armada ao regime militar. Hoje é um cara a serviço da direita, que ajuda o neoliberalismo. Assim como sai gente daqui [da esquerda], sai de lá para cá. Então, ele hoje faz parte do projeto tucano. Quando o projeto avança, as pessoas se reenquadram em outro momento histórico.

E no caso dos “ex-carlistas”?
Veja um exemplo aqui na Bahia: Waldir Pires, para derrotar o carlismo, puxou Nilo Coelho, Jutahy Magalhães, João Carlos Bacelar. Todos não eram de esquerda. Foi feito um acordo com segmentos do carlismo para derrotar o carlismo. Ali não deu certo não foi por conta da aliança, mas de um projeto que foi interrompido por busca de uma situação nacional.

Hoje, o governo se abre para agregar velhos opositores. O eleitor entenderá essa movimentação?
Ele vai se decidir em torno de projetos. E o nosso projeto é capitaneado por Wagner, projeto da continuidade a estes programas de transformação da Bahia. O outro é capitaneado por Paulo Souto, que quer retomar o passado. Tem um terceiro, que é um híbrido do PMDB, de oposição ao governo, mas oposição sem a consistência histórica que tem o carlismo. Ah, César Borges foi do carlismo. Quantas pessoas que foram do grupo de lá estão no governo hoje? Mas elas estão ajudando ou prejudicando o governo?

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“A saída do PMDB do governo ajudou, destravou a Bahiagás. Existia uma política deliberada de emperrar a empresa”.

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Você mesmo pode nos responder: a saída do PMDB e a chegada do PP ajudaram o governo?
A saída do PMDB ajudou, destravou. Temos uma experiência concreta na Bahiagás, com a mudança do secretário de Infraestrutura. Saiu o do PMDB [Batista Neves] e entrou o João Leão, do PP. Existia, antes, uma política deliberada de emperrar a empresa, as ações de governo.

Como essa, digamos, sabotagem ocorria na prática?
Havia dificuldade de aprovação dos projetos de investimento da Bahiagás. Ficamos atrasados dois anos e meio, seguidos, em nosso plano de investimento. Todas as iniciativas tomadas pela diretoria eram barradas no Conselho de Administração pelo ex-secretário, do PMDB. Não parecia que participávamos do mesmo governo.

Mas como Batista Neves exercia esse poder?
Todos os investimentos acima de R$ 2 milhões, R$ 3 milhões têm de ser analisados pelo conselho, do qual ele, como então secretário de Infraestrutura, era presidente. Denúncias infundadas contra a empresa eram divulgadas. A entrada do PP foi favorável. João Leão, em pouco tempo, destravou, facilitou, articulou. O governo do estado entrou coeso para defender os seus interesses junto aos demais acionistas da Bahiagás, coisa que não tínhamos antes.

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“Vamos reeleger Wagner e eleger Dilma a

primeira mulher presidente do Brasil”

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Como você vê os cenários baiano e nacional para 2010?
O projeto liderado pelo presidente Lula vai ser vitorioso na Bahia, com a reeleição de Wagner, e, no plano nacional, com a eleição da primeira mulher presidente da República, Dilma Roussef. Nós elegemos um operário e, agora, vamos eleger uma mulher. Na Bahia, existe uma identidade do projeto de Wagner com o novo país. Nosso projeto é diferente da visão tucana, que inseria o Brasil no cenário internacional de forma subalterna, projeto que foi rechaçado duas vezes na urna e será pela terceira.

Você acha que o eleitor avançou a esse ponto, de eleger por comparação?

Acho que sim. A última eleição deixou muito claro que certos setores da grande mídia, que manipulavam a opinião pública, foram derrotados porque não representam essa opinião. Mais do que isso, o povo tem o seu dia-a-dia, sua experiência. Uma experiência vale muito mais do que dez discursos, dez editoriais do Jornal Nacional. O eleitor tem consciência do projeto que ele está abraçando. Pode não ter uma visão articulada de todos os efeitos, consequências e dimensão deste programa, mas tem visão muito clara do que esse projeto do governo Lula representa.

Você, como uma das principais lideranças do PCdoB na Bahia, visualiza qual cenário para o partido em 2010 na Assembléia e Câmara Federal?
Nós devemos ampliar o número de deputados federais. Vamos trabalhar para reeleger Alice Portugal e Daniel Almeida e eleger Edson Pimenta. Temos três deputados estaduais e queremos passar a cinco. Crescemos na Bahia, não tínhamos prefeito e em 2008 elegemos 18, temos 19 vices, 150 vereadores aqui, o partido presente no estado e nossa participação no governo Wagner trazendo resultados positivos. Isso tudo nos credita a ter um projeto eleitoral vitorioso em 2010.

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“Um nome da esquerda na majoritária é o de Wagner e o outro nós defendemos que não seja do PT”.

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O nome de Haroldo Lima foi até defendido, no partido, para disputar o Senado. O PCdoB abre mão e aceita chapa majoritária composta por Otto Alencar e César Borges?
O Haroldo não vai ser candidato, porque joga papel importantíssimo, principalmente nesse momento de decisões importantes acerca do pré-sal, à frente da ANP [Agência Nacional do Petróleo]. Não tem como ele sair da discussão. Nós entendemos que a chapa do governo deve ter composição que represente o arco de alianças: dois representantes de esquerda e dois do centro que se agregou ao projeto. Achamos que deve ter esse perfil. Um nome da esquerda é o de Wagner e o outro nós defendemos que não seja o do PT, pois não representaria a correlação de forças no governo.

A sua última eleição foi em 1998, para deputado estadual. Você ainda tem projeto eleitoral?
Por enquanto estou firme nesse projeto da Bahiagás. Eu estou na administração, mas não é que deixei de fazer política. Faço, sim, mas com outros instrumentos. Hoje, sou o vice-presidente do PCdoB no estado.

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O presidente da Bahiagás, Davidson Magalhães, e o secretário de Infraestrutura da Bahia, João Leão, se reunem com prefeitos sul-baianos, nesta segunda, às 19h, para apresentar o Gasoduto do Nordeste (Gasene), que será inaugurado no próximo dia 26, em Itabuna, pelo presidente Lula, a ministra Dilma Rousseff, o governador Jaques Wagner e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

O encontro será na churrascaria Los Pampas. Aos prefeitos, Davidson e João Leão, que preside o Conselho Administrativo da Bahiagás, falarão sobre a nova fonte energética e explicam os passos do projeto. Já a partir deste mês, indústrias locais começam a utilizar gás natural. Um posto da rede Universal comercializará o gás na sua unidade no trecho Itabuna-Ibicaraí da BR-415.

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A assinatura de contratos com a Petrobras para ampliar a produção de biodiesel na Bahia e a inauguração do Gasoduto do Nordeste (Gasene) são os assuntos principais do programa semanal Conversa com o Governador, produzido pela assessoria de comunicação do Governo do Estado.

Jaques Wagner fala dos investimentos que preparam a Bahia para receber grandes investimentos na área industrial e chama a atenção para o recorde na geração de empregos em janeiro. Ele também comemora a visita do presidente Lula à Bahia, na próxima sexta, 5, para inaugurar o projeto Salitre, em Juazeiro.

Clique aqui e ouça o programa