Advogado Geraldo Borges apresenta projeto de revitalização do esporte itabunense
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A simplicidade do projeto é uma demonstração de sua viabilidade e execução, e que pode ser iniciado com a alocação de poucos recursos, parceria e muita criatividade. Geraldo Borges colocou a bola na marca do pênalti, cabe, agora, ao Executivo chutá-la em gol.

 

Walmir Rosário | wallaw2008@outlook.com

Itabuna sempre foi considerada uma grande praça esportiva, tanto pela quantidade e qualidade de seus jogadores, quanto pelos torcedores, apaixonados pelo futebol, voleibol e outras modalidades esportivas. Há décadas, equipes amadoras fascinavam os torcedores no acanhado campo da Desportiva nas tardes de domingo, sem falar na seleção amadora de Itabuna, hexacampeã baiana.

Se praticávamos um futebol de excelência, nos orgulhávamos em receber as grandes equipes brasileiras do passado, que exibiam craques como Mané Garricha, Evaristo de Macedo, Bellini, Zico, Roberto Dinamite, dentre outros astros da constelação do América, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, dentre tantos outros. Mas isso faz parte de um passado constantemente relembrado com carinho pelos itabunenses.

Inconformado com a situação de penúria que chegou o esporte – em suas várias modalidades – o radialista, advogado e mestre em Administração Pública, Geraldo Borges Santos, resolve dar o pontapé inicial na partida de soerguimento do esporte na cidade. E não é a sua primeira iniciativa, pois desde o final dos anos 1960, junto com Ramiro Aquino e Yêdo Nogueira, liderou uma campanha para a construção do Estádio Luiz Viana Filho.

Agora, se empenha em colaborar o escrever um projeto, no sentido de provocar ações da administração pública municipal, para a criação de uma política que possibilite recrutar, selecionar e envolver jovens em todos os bairros de Itabuna para a prática de esportes em suas diversas modalidades. Para tanto, considera fundamental a recuperação da Vila Olímpica de Itabuna, integrando o Ginásio de Esportes ao Estádio Luiz Viana Filho.

O projeto, elaborado em abril de 2021, foi entregue ao vereador Ronaldão, para que seja alvo de debate entre a sociedade, o Legislativo e o Executivo. Acredita Geraldo Borges que, se por um lado a expansão imobiliária acabou com os campos de peladas na periferia da cidade, em muitos bairros foram construídas quadras de esportes, hoje subutilizadas ou destruídas por falta de uma política pública de conservação, o que prejudica o esporte.

Geraldo Borges cita os feitos esportivos de Itabuna, que se destacou no futebol, voleibol, futebol de salão, natação, atletismo e basquetebol, neste, sagrando-se terceiro colocado nos Jogos Abertos de Santo André (SP). No Futebol, foi campeã do Torneio Antônio Balbino, em 1957, por ocasião da inauguração dos refletores do estádio da Fonte Nova, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, o início ao hexacampeonato.

Ainda no futebol, o Itabuna Esporte Clube foi vice-campeão baiano de profissionais, em 1970. Na mesma balada, os juniores do Itabuna se consagraram campeões baianos em 1971, época em que revelou grandes jogadores, entre eles Perivaldo, convocado posteriormente para a Seleção Brasileira. Tempos depois, por falta de incentivo, o Itabuna caiu para a segunda divisão e permanece inativo como clube de futebol.

Geraldo Borges, o autor do projeto

Para o autor, todos os feitos e conquistas de antes deveu-se ao trabalho empírico de alguns colégios e campinhos de bairros, e hoje a cidade conta com a Universidade Estadual de Santa Cruz, a Unime e a FTC, faculdades de Itabuna e entorno, que dispõem de cursos de educação física. Daí sairão os recursos humanos especializados no preparo de jovens, recorrendo a professores e alunos, estes últimos na condição de estagiários, remunerados ou não, por meio de convênios autorizados pelo Legislativo.

Além da Vila Olímpica, integrada por um grande Estádio de futebol com pista de atletismo (inacabada, é verdade) e estrutura do ginásio de esportes e piscina, a Prefeitura poderá firmar parcerias e convênios com clubes sociais e entidades privadas. Enquanto isso, o município buscará mais recursos junto aos governos federal, estadual e a iniciativa privada para custeio e investimentos.

Conforme especifica o projeto de Geraldo Borges, os recursos para implantar o projeto podem ser alocados no orçamento da Secretaria Municipal de Esportes, que já conta rubricas específicas e técnicos capacitados para empreender as atividades. Para ele, um projeto dessa grandeza encontrará grandes parceiros entre empresas ligadas aos esportes, a exemplo das indústrias de confecção de material esportivo.

Clique e confira aqui o projeto

Conclui-se, portanto, que a cidade tem uma estrutura básica de equipamentos públicos voltados para o esporte, grande contingente de jovens ávidos para envolvimento em atividades esportivas e de atletismo. Tudo isso aliado a uma população que gosta de esportes, com histórica tradição de sucesso, restando ao Executivo e Legislativo estabelecerem uma política pública que possa beneficiar toda a comunidade.

A simplicidade do projeto é uma demonstração de sua viabilidade e execução, e que pode ser iniciado com a alocação de poucos recursos, parceria e muita criatividade. Geraldo Borges colocou a bola na marca do pênalti, cabe, agora, ao Executivo chutá-la em gol.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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19 de Agosto é o Dia Mundial da Fotografia. Se a data não é lembrada por muitos, coube a Ed Ferreira uma postagem em seu site lembrando do dia. O profissional traz uma coletânea de belas imagens captadas por ele no sul da Bahia.

19 de Agosto é o Dia Mundial da Fotografia. Se a data não é lembrada por muitos, coube a Ed Ferreira uma postagem em seu site lembrando do dia. O profissional traz uma coletânea de belas imagens captadas por ele no sul da Bahia, região de outros grandes nomes, como José Nazal, Castilho, Zeka, Waldyr Gomes, Clodoaldo Ribeiro, e Geraldo Borges, além de revelações, dentre as quais Cristiano Cruz, Sandro Andrade, Jaque Cerqueira, Vinícius Borges e Gabriel Oliveira. Confira a seleção de imagens feitas por Ed Ferreira (clique aqui).

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rribeiroRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Antes do jogo, Borges ouvira de um torcedor do Itabuna que queria vencer o jogo de qualquer jeito, mesmo que fosse com um gol roubado. Para ele, foi rigorosamente o que aconteceu.

 

Sempre gostei de conhecer as velhas histórias da imprensa, seja a itabunense, a baiana ou a brasileira. Não é à toa que li “De Tabocas a Itabuna – 100 anos de imprensa”, com os causos antológicos compilados pelo jornalista Ramiro Aquino. E viajei na leitura de livros como “Cobras Criadas”, de Luiz Maklouf Filho; “Minha Razão de Viver”, autobiografia de Samuel Wainer, e “Chatô, o Rei do Brasil”, biografia de Assis Chateaubriand escrita por Fernando Morais.

Vale a pena gastar tempo em uma roda de veteranos, rememorando eventos que se deram nas redações e sabendo como era o trabalho da imprensa no passado. Em Itabuna, um dos que conhecem e viveram boas histórias é o advogado e professor de direito Geraldo Borges, que durante anos militou no rádio e bem mais tarde na televisão. No rádio, ele era conhecido como Geraldo Santos e atuava na cobertura esportiva.

O ex-radialista conta episódio ocorrido na década de 70, na transmissão de um jogo entre Fluminense de Feira e Itabuna pelo Campeonato Baiano. A partida foi disputada no Estádio Joia da Princesa e o Itabuna venceu com um gol chorado, em pênalti duvidoso. Borges, que narrava o jogo, atento ao lance, não constatou a penalidade. Consultou o comentarista Ramiro Aquino, que também não viu absolutamente nada. Lance normal. Mas o juiz marcou e o Itabuna estufou o filó. Pronto.

Atormentado pela dúvida, sem o auxílio luxuoso do replay, o narrador itabunense procurou a ajuda do colega de uma emissora de Salvador. O sujeito lhe disse: “o resultado favorece meu Vitória, portanto foi pênalti e pronto”. Não adiantou, o cabra da capital era fiel  seguidor da regra de que os fins justificam os meios, ainda que estes sejam indecorosos. Isenção zero.

Geraldo Borges (então Santos) e Ramiro Aquino foram os únicos a duvidar do tal pênalti, o que lhes valeu o epíteto de traíras e outros adjetivos desse naipe. Em Itabuna, só faltou serem recebidos por uma artilharia de caroços de jaca, e o dono da rádio, Hercílio Nunes, mandou divulgar nota de repúdio aos dois radialistas. Na própria emissora em que eles trabalhavam.

Antes do jogo, Borges ouvira de um torcedor do Itabuna que queria vencer de qualquer jeito, mesmo que fosse com um gol roubado. Para ele, foi rigorosamente o que aconteceu. Mas não foi a primeira nem será a última fraude a entrar para a história.

Ricardo Ribeiro é blogueiro e advogado.