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Praia em Trancoso é cenário de novela da Globo|| Foto Divulgação

Mais de 100 profissionais, entre atores e equipe de produção da TV Globo, permanecem em Porto Seguro, no extremo-sul da Bahia, até quinta-feira (22). Eles gravam cenas da próxima novela das 21h, cuja estreia está prevista para maio. Intitulada “Segundo Sol”, o trabalho de teledramaturgia dará visibilidade, na TV aberta, a diversos atrativos turísticos da Costa do Descobrimento.
Atores gravam em Porto Seguro cenas da próxima novela das 21h|| Foto Portal Terra.

As paradisíacas praias de Trancoso e Arraial d’Ajuda, assim como a sede do município de Porto Seguro, dão contorno à fictícia cidade de Boiporã, na obra escrita por João Emanuel Carneiro. Nas redes sociais, as atrizes Giovanna Antonelli e Débora Secco demonstram o quanto gostaram do local das gravações. O maquiador e cabeleireiro Fernando Torquato também publica registros dos momentos de descontração.
Porto Seguro estará em novela da Globo

“As belas imagens da Costa do Descobrimento serão um convite para que os telespectadores venham conhecer o cenário desta obra de ficção”, disse o secretário estadual do Turismo, José Alves.
Sinopse – Dirigida por Dennis Carvalho e Maria de Médicis, a novela conta a história de um cantor de axé, interpretado por Emílio Dantas, que é dado como morto no fim da década de 90 e resolve assumir uma identidade falsa, passando a viver em uma cidade do litoral baiano. Fazem parte do elenco atores como Adriana Esteves, Vladmir Brichta, Arlete Salles, José de Abreu e Fabíula Nascimento.

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Fábio Lago interpretará Nick em "O Outro Lado do Paraíso", nova novela da Globo || Divulgação
Fábio Lago interpretará Nick em O Outro Lado do Paraíso, da Globo || Divulgação

Famoso por interpretar o traficante Baiano (Tropa de Elite), o ator ilheense Fábio Lago vai dar vida a um dono de salão de beleza em O Outro Lado do Paraíso, nova novela das 21h, da Globo. Escrita por Walcyr Carrasco, a trama estreia no próximo dia 23. No entanto, o preparo de Fábio Lago para o personagem já dura meses. Em entrevista ao jornal Extra, o ator contou que gosta de passar por mudanças extremas e de poder transitar entre o drama e o humor.

Na televisão e no cinema, ele tem uma extensa lista de personagens, todos eles muito diferentes entre si. “Por um personagem, faço o que for. Até tirar um dente, se valer a pena”, afirma Lago, que na época de Caras & Bocas (2009) divertiu o público com várias caracterizações, de cupido à baiana do acarajé, para que seu Fabiano seguisse a mulher sem ser descoberto.

Na pele de Nicácio – ou Nick, como prefere ser chamado – ele terá sobrancelhas delineadas, megahair de mechas louras, brincos nas duas orelhas, brilho labial, unhas esmaltadas e uma boa dose de feminilidade.

“Antes de a novela ir ao ar, resolvi levar o jeitinho do personagem às ruas. Saio de brincos e unhas pintadas, solto o cabelão… As pessoas me olham torto, confusas”, comenta. E arremata: “Estou adorando este estado gay”.

Fábio lembra que na pele do personagem a empatia do público tem sido muito grande. “A delicadeza é um chamariz num mundo tão machista”, defende. Extra/Correio24h

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Mar Vermelho se abre e novela da Record bate audiência da Globo com folga.
Mar Vermelho se abre e novela da Record bate audiência da Globo com folga na terça (10) – Reprodução Record.

Do Sala de TV

Um dia histórico nos 62 anos da Record. A terça-feira, 10 de novembro, marcou a ressurreição definitiva da teledramaturgia da emissora após alguns anos de resultados insatisfatórios.

O capítulo 167 de Os Dez Mandamentos apresentou a tão propagada sequência da abertura do Mar Vermelho, ponto épico do livro do Êxodo.

Com quase 90 minutos de duração, o episódio especial da trama bíblica conquistou vitória inédita sobre a Globo, que no período — entre 20h30min e 21h58min — exibia o Jornal Nacional e o início da novela A Regra do Jogo.

De acordo com dados prévios do Kantar Ibope, a produção da Record registrou 28 pontos de média contra 19 da concorrente. (Os números consolidados serão divulgados ao meio-dia.)

O capítulo começou às oito e meia, mas os telespectadores precisaram esperar até 21h46 para testemunhar o início da divisão das águas, após a voz de Deus passar uma ordem a Moisés (Guilherme Winter): “Levante o cajado e estenda a mão sobre o mar”.

Os efeitos de computação gráfica foram vistosos, mas não impressionantes. Porém não é justo exigir de uma novela brasileira os mesmos recursos técnicos milionários de uma produção cinematográfica de Hollywood.

Com prazo curto e orçamento limitado (1 milhão de reais, orçamento baixo para o que se propunha), a equipe do diretor Alexandre Avancini fez o possível e deixou sua marca.

A sequência de dez minutos será sempre lembrada como um dos destaques da TV em 2015.A emoção emprestada pelos atores aos personagens foi mais interessante do que o show de tecnologia.

O excelente desempenho de Os Dez Mandamentos ontem, com recorde de Ibope e posição privilegiada nos Trending Topics mundiais do Twitter, aumenta a expectativa e a pressão sobre o futuro da teledramaturgia da Record.

Leia a íntegra aqui.

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ricardo bikeRicardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com
 

A história costuma se repetir, permitindo até a previsão de certas ofensivas. Na década de 50, com a UDN e o império de comunicação de Assis Chateaubriand; agora, com os tucanos, a Veja e a Rede Globo, com suas denúncias enlatadas que tentam subverter até o ordenamento jurídico.

 
A eleição acabou, mas muita gente ainda não desceu do palanque. Divulgado o resultado, compete aos brasileiros – todos – torcer para que o governo acerte o passo e cumpra seus compromissos. “Urubuzar”, como apraz a uma parcela de jacus baleados, é a verdadeira burrice que gente raivosa enxerga na opção alheia.
Nem gostaria de fazer mais comentários sobre essa campanha eleitoral (na verdade, agora deu uma preguiça danada de ficar chovendo no molhado). Mas o festival de bobagens que inunda as redes merece ao menos alguma observação.
Aos que desconhecem a história, recomenda-se a leitura do último dos três volumes da biografia do ex-presidente Getúlio Vargas, um belíssimo trabalho de apuração do escritor Lira Neto. A mesma campanha na mídia, a mesma direita raivosa, até a mesma Petrobras mergulhada em um tal “mar de lama”, produzindo um clima de ódio na sociedade que levou ao desfecho que todos (suponho) conhecem.
A história costuma se repetir, permitindo até a previsão de certas ofensivas. Na década de 50, com a UDN e o império de comunicação de Assis Chateaubriand; agora, com os tucanos, a Veja e a Rede Globo, com suas denúncias enlatadas que tentam subverter até o ordenamento jurídico. Na Código de Processo do PIG, uma delação premiada vale por uma condenação consumada.
Com esse fermento, adicionado à inconformidade de certos setores com a ascensão de quem antes vivia excluído, a direitona agora constrói um cenário de terceiro turno.
Hoje, um professor de ginástica comentava o tema sob o enfoque que lhe toca. Tempos atrás, havia apenas dondocas e playboys nas academias. “O pobre só tinha dinheiro para o básico”… Pobre nas academias, faculdades públicas e privadas, com conta bancária, frequentando restaurante, de carro novo e viajando de avião… Tudo isso dá urticária em muita gente metida a besta, que hoje extravasa sua bronca em fétidas postagens nas redes sociais.
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Comissão técnica assiste a México e Camarões pela Band (Reprodução Uol).
Comissão técnica assiste a México e Camarões pela Band (Reprodução Uol).

Na guerra de audiência entre emissoras de televisão que transmitem os jogos da Copa 2014, imagens liberadas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) revelam preferência ( momentânea?) da comissão técnica da seleção canarinho.
Eram bastidores de um almoço da comissão técnica. Ao fundo, a logomarca da Band não deixou dúvida quanto à escolha da equipe de Felipão.
Conforme captado pelo blog Uol Esporte Vê TV, a equipe assistia ao jogo México e Camarões.  A Band foi a escolhida, embora a Globo seja a emissora oficial da Copa (e da CBF) no país.
BAND COM SINAL DIGITAL EM ITABUNA
Band com sinal digital em Itabuna (Reprodução Pimenta).
Band com sinal digital em Itabuna (Reprodução).

E, por falar em Band, o canal já é transmitido com qualidade digital em Itabuna, no 11.1 (Band Bahia). Quem possui televisor com conversor digital, é só calibrar, reinstalando os canais, automaticamente, pelo menu do aparelho.
A dica é do professor e desportista Vladistone Menezes. Pelo menos até a semana passada, apenas a TV Santa Cruz (Globo) era sintonizada com qualidade digital no município sul-baiano.

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Petistas de alto coturno espalham pelas redes sociais uma suposta “forcinha” da Globo para o PSDB em ano de eleições presidenciais. Após os 45 anos da Vênus Platinada em 2010, desta vez o 45, denunciam, aparece subliminarmente na marca da nova novela das 19 horas, Geração Brasil. Dentre os que criticam a estratégia da Globo está o presidente estadual do PT baiano, Everaldo Anunciação, que compartilhou este material abaixo.
globo tucanato

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Cláudia Leitte e Carlinhos Brown elogiaram a apresentação da itabunense Amanda Chaves, ontem, no quinto dia da “audição às cegas” no programa The Voice Brasil (Globo). A artista, chamada de voz “divina” por Leitte, interpretou Eu sou neguinha, e não foi classificada (veja aqui).

Pelo Twitter, cantora elogiou atuação da itabunense no programa global.
Pelo Twitter, cantora elogiou atuação da itabunense no programa global (Reprodução/Pimenta).

Pelo Twitter, a musa Ivete Sangalo foi além. Disse que Amanda Chaves brilhou. “Canta cheia de personalidade”, disse. E completou: “Itabuna botou pra quebrar”.

Nas redes sociais, o maior questionamento era quanto às razões para a eliminação da cantora, apesar do reconhecimento à qualidade vocal e de interpretação da itabunense que está residindo há três anos e meio em Niterói (RJ). Ontem, dois baianos avançaram à próxima fase do programa. Outros dois já estavam garantidos em outros dias de audições.

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“JUDIAR” JÁ TEVE DIAS DE INTRANSITIVO

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

01AurélioO verbo “judiar”, que o leitor Jorge sugeriu para ser analisado, tem significado discutido. Aceito o mais corriqueiro, encontrado no Aurélio, que remete a um povo: “tratar como antigamente eram tratados os judeus”: massacrar, atanazar, magoar, atormentar, amargurar, angustiar, infernizar, aperrear, flagelar, mortificar, torturar, importunar – para ficarmos apenas em uma dúzia de sinônimos. Admira-me que a definição no Priberam sequer mencione aquele povo. Recuando a tempos pré-Aurélio, encontra-se que “judiar”, então verbo intransitivo, significava “maltratar judeus”.

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Palavra que sugere ofensa a um povo

Hoje, possui sentido gramaticalmente mais amplo, tendo virado transitivo indireto (“judiar de”). Setores mais preconceituosos empregam este verbo com o sentido de “agir como judeu”, pejorativamente, é claro. “Judiar” (tanto quanto seus derivados) é palavra evitada em alguns meios, pelo seu potencial de ofensa aos judeus, havendo até campanhas para que ela seja banida da língua portuguesa. Para o rabino Henry Sobel, o termo não tem carga pejorativa e precisa ser mantido para que nos lembremos dos preconceitos que o religioso diz “do passado” (mas eu tenho dúvidas).

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03JudiaçãoNordeste: “por que tamanha judiação?”

A ideia dele é de que essa lembrança nos livre do cruel preconceito que descambou no holocausto da Segunda Guerra. “Não fomos nós que maltratamos. Nós, os judeus, fomos maltratados”, diz Sobel. Discussões à parte, o termo, desvestido de preconceito, foi lembrado por Humberto Teixeira (Asa Branca): “Quando olhei a terra ardendo/ qual fogueira de São João/ eu perguntei a Deus do céu, ai/ por que tamanha judiação” e Lupicínio Rodrigues (“Mas acontece que eu não esqueci/ a sua covardia,/ a sua ingratidão/ a judiaria/ que você um dia fez/ pro coitadinho do meu coração”, enquanto Zeca Pagodinho, numa boa, canta “Judia de mim, judia…”

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ENTRE PARÊNTESES, OU


A intimidade que os manuais condenam
A TV Globo, que ultimamente tem a programação quase circunscrita à visita do Papa e ao nascimento de mais um herdeiro do trono inglês, tem tratado o líder da Igreja Romana com excessiva intimidade – nada recomendável nos manuais de redação: é Francisco pra lá, Francisco pra cá, como se falassem de algum jogador de futebol, cantor de pagode ou figura popular do tipo. Autoridade, qualquer foca sabe, precisa ter o cargo anteposto ao nome. Do jeito que a coisa vai, se o papa Francisco ficar muito tempo no Brasil os repórteres logo passarão a chamá-lo de… Chiquinho.

E O CACAU BAIANO QUASE CHEGOU À CHINA

05ChinaLá pelos anos 60, a China era um lugar longínquo e misterioso, a que os mais bestas um pouquinho chamavam “Cortina de Bambu” (em oposição à “Cortina de Ferro”). Pois o Conselho Consultivo dos Produtores de Cacau (CCPC), de Itabuna, decidiu lançar nosso principal produto agrícola naquele imenso mercado e para lá queria mandar um “embaixador”, mas não encontrava ninguém com coragem suficiente para tal empreitada. Foi quando se apresentou como candidato ao “sacrifício” um de seus dirigentes, Adélcio Benício dos Santos, o Dr. Adélcio – líder político de extrema direita, rico, advogado, pícnico, nervoso, ternos bem cortados, sapatos de cromo alemão e grande amor pelas viagens.
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De que forma se narra o inenarrável?

Dr. Adélcio não apenas foi à China, como voltou inteiro e mais lépido e fagueiro do que antes. Devido a esse ato de destemor-quase-heroísmo (pago pelos produtores, obviamente), ele se fez habitué dos voos para a terra do velho Mao, na tentativa de levar os chinas a consumir chocolate produzido com cacau sul-baiano. Se vendemos alguma amêndoa nessa aventura, desconheço. Mas conheço uma entrevista de rádio (“meninos, eu ouvi!”), quando Dr. Adélcio voltou da primeira viagem. O repórter (teria sido o bom Waldeny Andrade?): “Dr. Adélcio, que tal a experiência de conhecer a China?” O entrevistado, dado ao falar empolado: “Inenarrável”. Desce o pano.

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A FEIRA DE GARANHUNS PARA O MUNDO

7DominguinhosCai o pano também sobre um dos mais representativos artistas do Nordeste, o sanfoneiro, cantor, compositor e arranjador Dominguinhos (nascido José Domingos de Morais, em Garanhuns/PE). Dominguinhos era bem mais do que um “forrozeiro”, conforme setores mais preconceituosos costumam identificar os músicos regionais nordestinos: tocava xote, maracatu e baião, é claro, mas também bossa-nova, jazz e o que mais viesse. Filho espiritual de Luiz Gonzaga, foi aprendiz, seguidor e quem esteve mais próximo de ocupar o lugar sagrado do Rei do Baião. Talento reconhecido nacionalmente, Dominguinhos veio de família de agricultores pobres e cantou nas feiras, como forma de sobreviver.
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Tudo começou com uma “pé de bode”

Quando Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira criaram Asa branca, em 1947, Dominguinhos estava com seis anos – e já tinha uma sanfona “pé de bode” que ganhara de presente. A dupla não sabia que estava criando o hino do sertão, o canto de uma raça, grito contra a seca, a miséria, a dor, a tristeza, o sofrimento. Ao gravar Asa branca, colegas de Luiz Gonzaga correram o pires no estúdio, dizendo que aquilo era musica de cego, para pedir esmola (pobres almas!). Dominguinhos, por sua vez, não imaginava a que altura seria levado por aqueles acordes ainda tatibitates, cruzando, anos depois, com o mais famoso sanfoneiro do Brasil. No vídeo, um pouco dos quatro: Dominguinhos, Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira e Asa branca. Os artistas se vão, a (boa) obra permanece.

(O.C.)

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COMO DEUS AMOU A JACÓ E ODIOU A ESAÚ?

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

1Esaú e JacóA forma preposicionada do verbo amar, aqui referida há dias, possui uma exceção muito nobre, que não foi citada. É que o Livro Sagrado dos católicos (no qual se esperava o respeito à regra de amar a Deus) abriga, em Romanos 9:13, esta joia de tradução: “Amei a Jacó, e odiei a Esaú”, palavra de Deus. A expressão, incompatível com um ser de infinita bondade, incapaz de abrigar o ódio (segundo os que Nele creem e O explicam), suscitou variadas interpretações. Destaca-se entre elas a do respeitado teólogo John Murray, no livro Romanos, resumida a seguir.

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“Sem malícia, perversidade ou vingança”

Para o exegeta (nascido na Escócia, em 1898), não se pode dar a esse ódio divino as mesmas características do ódio exercido pelo homem mau. “No ódio de Deus não existe qualquer malícia, perversidade, vingança, rancor ou amargura profanos”, diz o estudioso. Ele acrescenta que “o tipo de ódio assim caracterizado é condenado nas Escrituras, e seria uma blasfêmia atribuí-lo ao próprio de Deus.” E assim vão os crentes tentando explicar as profundas contradições do seu livro-texto, nem sempre com êxito. Voltemos, então, ao verbo, sem intenção de trocadilho.

Noel: “Jurei nunca mais amar ninguém”

Se Cartola escreveu “Não quero mais amar a ninguém”, ferindo a regra, e Pixinguinha foi pelo mesmo caminho, com “Amar a uma só mulher/ deixando as outras todas”, há exemplos do emprego “certo” do verbo: Noel Rosa (na charge de Pedro Thiago) grafou “Jurei nunca mais amar ninguém” e Dora Lopes (na voz de Noite Ilustrada) quase repete o Poeta da Vila, com “Jurei não amar ninguém”. Na poesia, abramos ala para a lusitana Florbela Espanca, que cultua a forma “clássica”: “Eu quero amar, amar perdidamente!/ Amar só por amar: aqui… além…/ Mais este e aquele, o outro e toda a gente…/Amar!  Amar!  E não amar ninguém!”

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ESPUMA RAIVOSA CAINDO SOBRE A GRAVATA

Eu que (quem acompanha esta coluninha sabe) não sou chegado a tevê, recebi de uma gentil leitora a sugestão de dar uma olhada no comentário de Arnaldo Jabor (Jornal da Globo, 12 de junho). Encontrei a preciosidade nos arquivos do Google. Trata-se, todos sabem, de um cineasta (ou ex-cineasta) que se fez popular na última campanha presidencial, pelo uso que a direita faz do seu discurso raivoso. Desta vez, falando sobre as manifestações de rua, ele se superou. Juro a vocês que lhe vi a espuma a escorrer pela a gravata. Felicitando-me por ainda considerar a tevê uma “máquina de fazer doido”, anotei umas frases da fala do homem.
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“Revoltosos não valem nem 20 centavos”
Protesto passagem em Itabuna foto Pimenta www.pimenta.blog.brÓdio puro: “No fundo, tudo é uma imensa ignorância política, burrice misturada a um rancor sem rumo”. Falso desconhecimento: “Se vingam de quê?” Brincando de ser inteligente: “A causa deve ser a ausência de causa”. Em defesa do interesse da Globo: “Por que não lutam contra a PEC 37?” A face da direita: “Esses caras vivem no passado de uma ilusão. Eles são a caricatura violenta da caricatura de um socialismo dos anos 50, que a velha esquerda ainda defende aqui”. A explosão final: “Realmente, esses revoltosos classe média não valem nem 20 centavos”. Depois perguntam por que a Globo estava na lista dos protestos.

ENTRE PARÊNTESES, OU…

Pra não dizer que só falo de espinhos
Aos que me acusam de muito falar mal da mídia – alguns afirmam que caço erros, uma injusta inversão, pois são os erros que me perseguem – vai aqui o que pode ser uma surpresa: o signatário desta coluna é leitor de cabresto de um certo Ricardo Ribeiro, que no Pimenta publica, volta e meia, análises sobre o nosso conturbado viver quotidiano. O defeito do estilo de Ricardo está em não publicar com a frequência que eu gostaria. Ou não. Talvez essa falta de vocação para arroz de festa contribua para fazê-lo avis rara, ou vinho de safra incomum, trigo que se sobressai ao joio. Importa é que a linguagem clara, a lucidez do texto e a visão crítica do autor o levantam ao nível dos “clássicos” do jornalismo regional.

ÂNGELA E A LUZ DIFUSA DO ABAJUR LILÁS

7Ângela MariaO nome é Abelin Maria da Cunha, apelido Ângela Maria, ex-vocalista de coro de igreja que, escondida da família, se apresentava em shows de MPB. Cantou durante quase 70 anos, de 1945 até hoje. E cantou tudo o que lhe caiu às mãos: o verso clássico de Ari Barroso e Noel Rosa, rimas ricas e indigentes, dores de amores derramados ou contidos, a deliciosa cafonice da “luz difusa do abajur lilás que nunca mais irá iluminar outras noites iguais”. Cantou famosos e anônimos, transformou desconhecidos em clássicos, foi de Capiba a Chico Buarque, de Dolores Duran a Paulo Vanzolini. Cauby Peixoto disse que com ela aprendeu a cantar os “finais” das canções. Elis Regina diz que deve a Ângela Maria ser cantora.
Vítima de roubo, agressão e humilhação
Discreta, Ângela não alardeia seus nove casamentos e que seus maridos a submeteram a humilhações, agressões físicas e prejuízos financeiros, quase a levando ao suicídio. No fim dos anos 60, em desespero, mudou-se do Rio para São Paulo, mas continuou sendo roubada, caindo ao estado de grande pobreza. Deu a volta por cima, com uma nova união, a décima (conviveu por 33 anos e casou-se em maio último). Diz que seu melhor amigo sempre foi Cauby Peixoto (ele já confessou ser apaixonado por ela – e que só não se casaram porque ele chegou “atrasado”, Ângela já estava casada). No vídeo, o depoimento de Elis Regina e o canto inconfundível da Sapoti (show da TV Globo, em 1980).

(O.C.)

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Do Blog do Miro
Apesar de toda a parafernália, a audiência da TV Globo despencou no Carnaval. Segundo o Ibope, a emissora registrou uma das piores quedas dos últimos anos. Na primeira noite do desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro, no domingo (19), ela perdeu 20% da audiência, na comparação com 2011. Na média, ela marcou 8,3 pontos no Ibope da Grande São Paulo.
A queda da audiência da emissora na transmissão do Carnaval vem se acentuando a cada ano. Em 2011, ela registrou 10,4 ponto; em 2010, a média foi de 10,9; já em 2009, ela atingiu 12,5 pontos no Ibope. A decadência tem várias causas. A principal parece ser a do aumento da concorrência. O programa Domingo Espetacular, comandado pelo jornalista Paulo Henrique Amorim na TV Record, marcou 15 pontos no Ibope das 21h às 23h32 do dia 19.

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Tudo para estar na novela (foto Clodoaldo Ribeiro)

Centenas de ilheenses – de crianças a idosos – enfrentaram uma fila que serpenteava pelo calçadão da Rua Jorge Amado, para realizar o sonho de participar como figurante da novela “Gabriela”, cujo remake começa a ser gravado em março, tendo os atores Humberto Martins e Juliana Paes, nos papéis principais do turco Nacib e da morena cor de cravo e canela que Jorge Amado tornou um dos principais símbolos de Ilhéus.
Os testes começaram pela manhã e continuam nesta tarde, no Teatro Municipal. O número de figurantes será confirmado pela equipe de produção, após definir as locações da novela em Ilhéus.

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Da coluna Raio Laser (Tribuna):

A baixa visibilidade do Carnaval baiano na mídia nacional, em especial na Rede Globo, consumiu as pestanas este ano de patrocinadores e dos agentes públicos preocupados com o que pode acontecer com a festa, principalmente no próximo ano, caso providências urgentes não sejam tomadas no sentido de melhorar sua performance para além dos circuitos carnavalescos.

A queda de participação popular nos blocos e a repetição de fórmulas musicais que já não geram a mesma empolgação do passado foram melhor percebidas este ano, fruto, principalmente, da constatação de que, caso a Petrobras (gerida pelo baiano José Sérgio Gabrielli) não tivesse entrado como patrocinadora, dificilmente a festa poderia ter sido viabilizada nos moldes em que ocorreu. Portanto, o máximo de atenção é necessário.

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Charles Carmo | oreconcavo@gmail.com

No Jornal Nacional desta sexta-feira (26/02), William Bonner dá a notícia, como se esta fosse digna de nota: o deputado federal Tiririca ingressou na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

O texto, salpicado de sutileza, mal disfarça a indignação pelo fato.

Qual o motivo deste assunto ganhar a telinha global em horário nobre?

Respondo: preconceito e arrogância.

Na notícia está implícita a indignação da Globo pelo fato de uma pessoa com baixa escolaridade pertencer aos quadros da Comissão de Educação e Cultura.

O problema é que com mais de um milhão de votos, Tiririca não é mais deputado que ninguém. Entretanto, também não é menos parlamentar que nenhum de seus colegas.

O deputado Tiririca tem todo o direito de ingressar na Comissão que lhe aprouver, dentro das vagas disponíveis de seu partido.

A perseguição da imprensa ao deputado Tiririca passa de qualquer limite. Se quiser atuar em prol da cultura, em defesa dos circos, como prometeu após sua vitória, o deputado está no lugar certo.

A Globo pretende constranger a atuação de um deputado federal, eleito com mais de um milhão de votos. Novidade nenhuma para quem fez isto até com um Presidente da República.

Para o PIG, Tiririca não passa de um “mero analfabeto” que nunca será um “verdadeiro deputado”. Eles teimam em repetir: “analfabeto, analfabeto”.

Isto que a Globo e parte da imprensa está fazendo tem nome: “bullying” ou violência psicológica.

O caso é de desrespeito com a democracia, com o deputado Tiririca, os eleitores e ainda os verdadeiramente analfabetos, que são humilhados pela imprensa e tratados como se não tivessem saber algum.

A Globo, com toda a pose, nunca chegou sequer a entender as lições do mestre Paulo Freire. Por isso ela agride o deputado Tiririca.

Resta-nos então a pergunta: quem é o ignorante nesta história?

Do blog O Recôncavo

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Do Globo Esporte:

O Clube dos 13 manifestou-se oficialmente depois do anúncio de que a Rede Globo não participará do processo de licitação de cessão dos direitos de imagem do Campeonato Brasileiro para o triênio 2012-2014. O presidente da entidade, Fábio Koff, lamentou a saída da emissora, afirmando que “a Globo é uma parceira que ajudou a criar e a fortalecer o produto (Campeonato Brasileiro)”.

Na nota oficial, o Clube dos 13 se diz surpreendido pela decisão da Globo de procurar diretamente os clubes em busca de um novo formato para a disputa pelos direitos. A carta-convite com o edital de licitação foi enviada na quinta-feira pelo Clube dos 13 a cinco emissoras: Rede Globo, RedeTV, Bandeirantes, Record e SBT.

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Reinaldo Leão | reinalleao@gmail.com

Eles são endinheirados e têm mansões entre Serra Grande e Itacaré. Alguns têm projetos para grandes resorts e campos de golfe na APA da Lagoa Encantada. Não se interessam propriamente pela manutenção de espécies nativas da flora e da fauna deste bioma, mas exclusivamente com a fruição pedante da bela paisagem. De nariz empinado, como lhes apraz.

Os ricaços – o dono da empresa Natura, Guilherme Leal, e o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, estão entre eles – moram na região Sudeste e têm o privilégio de possuir mansões no sul da Bahia, destinadas ao seu descanso e lazer. Frequentam a região em finais de semana, chegando em seus jatinhos particulares e saindo rapidamente do aeroporto de Ilhéus em carros de vidro fumê. Passam “voando” por Ilhéus, sem olhar nada em volta, pois a atenção quase sempre está focada em laptops.

O que esses privilegiados conhecem da região não ultrapassa os muros de suas mansões, mas eles estão dispostos a ditar os rumos do sul da Bahia. Para isso, contam com um grupo de pseudo-ambientalistas, linha de frente de um movimento que se dispõe a fulminar o projeto do Complexo Intermodal. Eles são ricos e estão convictos de que têm poder de fogo para a empreitada.

A estratégia do Complexo do Caviar contra o Complexo Intermodal foi traçada durante uma reunião ocorrida esta semana, naturalmente em São Paulo. Foi comandada pelo ex-secretário do Meio Ambiente… de São Paulo e tinha umas 50 pessoas: mais de 40 paulistas, é claro, e uma meia dúzia de baianos cooptados. Gente muito “bem-intencionada”.

Quem defende o Intermodal pode se preparar, porque vem chumbo grosso por aí. A ofensiva tem nome de novela (“Vale Tudo”), artimanhas de novela e até artistas de novela. Gente graduada na arte de fingir emoções e sentimentos alheios irá se mostrar indignada com o Intermodal. Desconhecem o projeto, seu verdadeiro impacto e a importância de que o desenvolvimento chegue ao interior da Bahia, mas irão decorar textos comoventes, com falsas premissas, mas com o forte apelo da preservação ambiental.

Não importa se quem vive na região apoia maciçamente o projeto. Não importa que o órgão responsável pelo licenciamento esteja atento às questões ambientais, tanto que solicitou novos estudos aos responsáveis pelo empreendimento. Não importa que o projeto inclua condicionantes capazes de garantir uma preservação que hoje efetivamente não existe. Nada importa, para quem pretende trabalhar com a mistificação, o preconceito e meias-verdades, transformando a vida real em enredo de ficção. Apostam num final feliz para eles, em suas mansões nababescas, desde que a pobreza continue como sempre esteve: do lado de fora do muro e com os papéis sempre secundários nessa novela.

Reinaldo Leão é engenheiro civil e ilheense radicado no Paraná.