Tempo de leitura: < 1 minuto

Um servidor da Prefeitura de Itabuna, comparando a própria situação de quase penúria com a da administração municipal, sugere uma saída ao seu ver muito simples para a questão do pagamento dos salários de dezembro.
A dica é a seguinte: em vez de parcelar a dívida com o funcionalismo em dezesseis vezes, o governo poderia contratar empréstimo em um banco e pagar “à vista” aos trabalhadores. Assim, parcela-se a dívida com a instituição financeira, não com o depauperado barnabé.
Parece justo.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Cézar Lisboa pode ir para a Sedes

Coluna Tempo Presente (A Tarde)
Citada no conjunto de pastas que devem sofrer mudança no governo neste início de ano, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) é na verdade o centro de tudo, aponta um auxiliar próximo ao governador Jaques Wagner.
Gestora dos recursos do programa Brasil sem Miséria, a expectativa dentro do governo é de transformá-la numa superpasta, e Wagner não quer errar na escolha do gestor.
É nesse cenário que o atual secretário das Relações Institucionais (Serin) passou a ser citado como favorito, e aí é que eventuais políticos com pretensões eleitorais se afastam da indicação.

Tempo de leitura: < 1 minuto

O Diário Oficial da Bahia publica nesta sexta-feira, 11, uma portaria que revoga a exoneração do gerente da Sudic (Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial) em Ilhéus, Maurício Landi Viana. O afastamento do gerente havia sido publicado na edição do dia 9, juntamente com a nomeação do advogado João Evangelista Fortunato Barbosa, sogro do filho da deputada estadual Ângela Sousa, o médico Mário Alexandre.
A notícia da saída de Viana gerou insatisfação no Distrito Industrial, onde a atuação do gerente é vista de maneira muito positiva. O bom retrospecto do gestor em sete meses de trabalho na Sudic pesou para a reversão da medida.
Felizmente, a competência preponderou sobre a “política”.

Tempo de leitura: 2 minutos

Elias: "não se discutiu ocupação de cargos"
Elias: “não se discutiu ocupação de cargos”

A postura de diálogo do PT com o governo municipal em Itabuna não é uma deliberação isolada. Ela está coerente com posicionamento definido pela legenda para os municípios governados por prefeitos que integram a base aliada dos governos estadual e federal. “Com relação a estes municípios, a linha petista será de oferecer suporte na implementação, acompanhamento e fiscalização das políticas públicas, principalmente as de iniciativa dos governos federal e estadual”, explica o secretário de Comunicação do partido, Elias Jacob.
Segundo o dirigente, o PT colocará sua estrutura, a exemplo dos dois vereadores da legenda, à disposição do governo. A presidente do diretório municipal petista, Miralva Moitinho, confirma esse caminho. “Está claro e evidente que o PT de Itabuna e da Bahia não farão oposição ao governo do PRB”, afirma a dirigente, referindo-se ao partido do prefeito Claudevane Leite, o Vane do Renascer.
Com relação a uma eventual ocupação de cargos, tanto a presidente quanto o secretário de Comunicação declaram que esse é um tema não colocado em pauta. “O que estamos discutindo é a posição do PT após as eleições, inclusive com vistas à construção de alianças para 2014”, salienta Jacob.
O secretário afirma, no entanto, que filiados ao partido não estão proibidos de vir a ocupar funções no governo municipal, embora, se o fizerem, estarão agindo de modo isolado. “O diretório não tem posição definida quanto a esse aspecto e a tendência é de que cada caso seja analisado individualmente”, diz Jacob.
Não há também a orientação de que o filiado que vier a ocupar um cargo no governo terá que se afastar do partido. O afastamento ou licença é previsto apenas para os petistas que exercem postos de direção no partido, o que ocorreria – de acordo com o secretário de Comunicação – mesmo que o dirigente fosse ocupar um cargo em governo do próprio PT.

Tempo de leitura: < 1 minuto

magalO grupo da deputada Ângela Sousa (PSD), mãe do ex-vice-prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre, acusa o vereador Fábio Magal (PSC) de traição, pois o mesmo – eleito pela oposição – aliou-se ao governo Jabes Ribeiro e votou no candidato governista à presidência da Câmara.
Em artigo postado em seu blog, o procurador Israel Nunes lembra que, antes de migrar para o governo, Magal sofreu horrores com o grupo da deputada, merecendo registro o apoio aberto de Mário Alexandre a outro candidato a vereador, quando o correto seria ter se mantido neutro.
Para Nunes, o boicote anterior não dá ao grupo da deputada nem ao diretório municipal do PSC o direito de fazer cobranças ao vereador, que por sinal foi o mais votado em outubro. O presidente estadual do partido, inclusive, desautorizou o dirigente municipal, deixando claro que o compromisso com a oposição se encerrou com as eleições.
Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

Tempo de leitura: < 1 minuto

dilmaDa Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (23), em rede nacional de rádio e televisão, que 2013 será o ano de ampliar o diálogo com todos os setores da sociedade, acelerar obras, melhorar a qualidade dos serviços públicos e continuar defendendo o emprego e o salário. Ela pediu que os brasileiros mantenham a confiança e que os empresários invistam no país. “Este é um governo que confia no seu povo, no seu empresariado, que respeita contratos e está empenhado na construção de novas parcerias entre os setores público e privado”.

A presidenta garantiu que a redução das tarifas de energia, anunciada em setembro, será mantida. A queda será possível por causa da redução de encargos e acordos com as concessionárias, que irão praticar tarifas mais baixas em troca da renovação de seus contratos. “No início de 2013, a sua conta de luz e a das empresas vão ficar menores. O corte será o que anunciei. A redução na conta de luz é fundamental para que as indústrias brasileiras possam produzir a custos mais baixos, ganhar mercado e continuar gerando empregos”.

Leia mais

 

Tempo de leitura: < 1 minuto

Da Agência Brasil

Os seis maiores bancos do país terão de prestar esclarecimentos ao Ministério da Justiça sobre os pacotes de serviços que oferecem. O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do ministério deu dez dias de prazo para as instituições financeiras apresentarem as respostas.

De acordo com o Ministério da Justiça, existem indícios de falta de transparência na oferta de pacotes bancários com base em levantamento nas páginas das instituições na internet. Além disso, os bancos estariam inserindo, nos pacotes, serviços gratuitos e obrigatórios. Para o DPDC, o procedimento pode levar à tarifação indireta, fazendo o cliente pagar por serviços aos quais tem direito garantido pela legislação.

A notificação atingiu os seguintes bancos: Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú e Santander.

Leia mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Nilton Vasconcelos, defende a proposta de ampliação do seguro-desemprego para os trabalhadores demitidos nas 12 unidades da Vulcabras|azaleia no sudoeste da Bahia. O fechamento das fábricas deixou 4 mil pessoas sem trabalho em cidades como Caatiba, Itambé, Macarani, Itororó e Firmino Alves. Nesta última, a Azaleia absorvia 80% da mão de obra formal.

Para amenizar a situação dos demitidos, Vasconcelos propõe a extensão do seguro-desemprego, com a liberação de duas parcelas extras do benefício. O pleito será apresentado nesta quinta-feira, 13, na reunião do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), em Brasília.

O secretário diz que a proposta é “mais uma iniciativa com vistas a  minimizar o impacto que o desligamento dos trabalhadores do polo calçadista irá provocar”. Ele argumenta que o Codefat já aprovou a ampliação do seguro-desemprego em situações semelhantes à que ocorre no sudoeste baiano.

Vasconcelos também declarou que o Estado adotará outras medidas para amenizar a situação dos trabalhadores, mas não especificou quais serão essas providências.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Da Agência Brasil

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (12) a Medida Provisória (MP) 579 que trata de concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica com vencimento entre 2015 e 2017. A proposta também diminui encargos setoriais e reduz até 20% o preço da conta de luz a consumidores e empresas. Após a votação dos destaques, a matéria segue para votação pelo Senado.

A MP permite a renovação antecipada, por até 30 anos, de contratos de concessão nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e diminui o peso de encargos setoriais embutidos no preço final das tarifas, como a Reserva Global de Reversão (RGR), que será extinta. A prorrogação das concessões das usinas termoelétricas será até 20 anos.

Leia mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

Da Agência Brasil

O número de denúncias de violações de direitos humanos, feitas por meio do Disque 100, alcançou 155.336 de janeiro a novembro deste ano. Os registros representam aumento de 77% em relação ao mesmo período de 2011, quando foram registradas 87.764 denúncias. Ao todo, considerando também as ligações com pedidos de orientações e de informações, foram feitos, de janeiro a novembro de 2012, 234.839 atendimentos.

Os dados foram divulgados hoje (10) pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, responsável pelo serviço, para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, o aumento nos números ocorreu porque a população percebeu que o serviço é confiável. “Se a população não percebesse que há resultados e que a rede de acolhimento e de encaminhamento está melhorando, não continuaria denunciando por meio do serviço”, disse.

leia mais

Tempo de leitura: 5 minutos

ANÍSIO TEIXEIRA, O PIONEIRO ESQUECIDO

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

Também fui vítima da “síndrome de Jorge Amado” que atingiu a mídia este ano, quando outros vultos foram ofuscados pela figura do grande romancista. E assim, ao mencionar a queima de livros de Jorge em Salvador (um dos maiores crimes que a ditadura brasileira praticou contra a civilização), deixei de mencionar que também viraram cinzas ali 23 exemplares de Educação para a democracia, de Anísio Teixeira. Baiano de Caetité (1900-1971), ele foi educador respeitado no Brasil e no mundo, um revolucionário que, já nos anos trinta, defendia o ensino público, gratuito, laico e obrigatório. Pioneiro da escola de tempo integral (com a Escola Parque), preferia levar o aluno a julgar, não apenas a memorizar.

________________

Mais um “acidentado” no governo Médici

Inimigo da ditadura de 64 (já fora perseguido pela de Vargas), Anísio Teixeira estava em campanha para a Academia Brasileira de Letras, em 1971, quando desapareceu. Ao procurá-lo, a família foi informada por agentes do governo de que ele se encontrava detido. Dois dias depois, seu corpo foi encontrado no fosso de um elevador, na Praia de Botafogo, sem sinais que comprovassem a queda. A versão oficial foi de “acidente” – afinal, no governo Médici, por coincidência, os opositores da ditadura se “acidentavam” com muita frequência. Talvez as investigações agora abertas pela Comissão da Verdade esclareçam o caso e tirem a Bahia do silêncio que tem mantido em torno desse filho notável.

COMENTE » |

NÃO CONFUNDAMOS “VADIAS” COM VADIAS

Mesmo que estejam em desuso, as aspas existem. Gostei de encontrar dois textinhos (corretos) para ilustrar este tópico: 1) Candidato a prefeito é perseguido por motoqueiros e 2) “Perseguido”, prefeito nega acusações de desvio de verba. No primeiro caso, alguém foi perseguido; no segundo, alguém se diz perseguido. Sem aspas, no caso 2, o prefeito estaria avalizado pelo veículo que divulgou a notícia; com aspas, fica explícita a dúvida sobre a “perseguição”.  A Marcha das Vadias estaria melhor se fosse Marcha das “Vadias”: sem aspas, a mulher se diz vadia; com aspas, remete à ofensa que motivou a expressão. Elas não são vadias, mas “vadias” – e quem não sabe rezar, xinga Deus, ou se xinga.

____________

A discussão em torno do termo é menor

É bonito de se ver (“um colírio”, dizia-se em outros tempos) mulheres à mancheia, fazendo o povo pensar. Como se trata de protesto contra a discriminação que elas sofrem dos homens, alia-se à beleza o direito, combina-se a estética com a justiça – e eu quase diria, em linguagem popular, junta-se a fome à vontade de comer. Por favor, não me tomem por machista (ou homofóbico, atrevido, tarado e porco chauvinista), mas a discussão em torno do termo “vadia” é menor, nada acrescenta ao que o movimento tem de socialmente sério e justo. Por mim, se fosse Marcha das Marias, Joanas, Rosas, Margaridas, Hortênsias, Violetas, Magnólias – ou coisa que o valha – teria o mesmo efeito.

COMENTE » |

(ENTRE PARÊNTESES)

Ah, esses cientistas e suas descobertas maravilhosas! Eis que agora eles decidiram que é tempo de as baratas pagarem, com trabalho suado, toda a repugnância que, ao longo dos séculos, causaram ao homem (e, se vocês me entendem, às mulheres). Em pesquisa, descobriram que é possível “enganar” essas nojeiras com asas e fazê-las encontrar vítimas de desastres, monitorar ambientes e obter informações de inimigos. Segundo o professor Alper Bozkurt, da Universidade da Carolina do Norte, EUA, é só colocar um chip nas bichas (ops!) e, por controle remoto, guiá-las a locais ermos, não acessíveis às nossas mãos nem nossos olhos. Bem empregado.

CENTENÁRIO DO MAIOR CANTOR POP DO PAÍS

Nascido a 13 de dezembro de 1912, o centenário do ilustres brasileiro Luiz Gonzaga transcorre esta semana. Trata-se, na minha modesta opinião, do maior cantor pop do País – posição que, com sua morte (e isto também é apreciação pessoal), passou a ser de Gilberto Gil. Numa época em que o preconceito era bem maior do que hoje – quando o nordestino era chamado de “baiano”, “paraíba” ou “pau-de-arara”– ele buscou em seu meio, creio que por intuição, o tipo que o consagraria nacionalmente (do vaqueiro, o gibão; do cangaceiro, o chapéu). Depois, saiu por aí, ao som de sanfona, zabumba e triângulo, a cantar a pobreza, a tristeza, as injustiças e, é claro, as belezas do sertão profundo.
____________

Outra vítima do “governo é governo

Penso hoje que ter Luiz Gonzaga como “de direita” seja um erro, desses que eu já cometi e de que me penitencio. Ele era homem ligado ao poder, qualquer poder de ocasião. Oportunista? Talvez dizê-lo de fraca formação política, um tanto alienado, seja mais correto. Apoiou a ditadura, ligou-se à Arena (depois PFL, hoje Democratas), porque aquele era o grupo que mandava. Hoje, seria petista de carteirinha. Lembra o Fabiano de Vidas secas (feito por Átila Iório, na foto): humilhado pelo soldado amarelo, um dia encontra-o em plena caatinga, oportunidade de vingar-se (talvez cortando-lhe  a garganta  desaforada e arrogante) mas, na hora “H”, recua. “Governo é governo”, justifica-se. Luiz Gonzaga, censurado, aceitou a censura, rendeu-se ao poder, como Fabiano: “Governo é governo”.

____________

Amordaçado, o Rei se manteve “gentil”

A ditadura militar calou a voz de Luiz Gonzaga em Vozes da seca, Paulo Afonso e, mais incrível ainda, Asa branca. Certa vez, no Recife, um amigo meu, num show, pediu a Lua que cantasse Vozes… e ele, candidamente, disse que não lembrava da letra. Meu amigo nunca entendeu – e eu acho que só entendi agora – que não se tratava de esquecimento, mas de censura. O artista deixou de dizer a verdade, preferindo ser gentil com seus algozes. Mas a música sobreviveu e ele, em tempos de democracia, voltou a cantá-la. No vídeo, campeão absoluto de visualizações da coluna, mais de 15.000 em dois anos (foi postado em setembro de 2010), o Rei solta a voz poderosa. Para mim, um grito de liberdade, a mordaça atirada no cesto de lixo.

(O.C.)

Tempo de leitura: < 1 minuto

O ex-secretário de Assuntos Governamentais da Prefeitura de Itabuna, Carlos Burgos, que pediu exoneração ontem (veja aqui), tem dito que o prefeito Azevedo caiu em prantos ao saber que ele estava de saída. Burgos conta a história como quem massageia a própria vaidade: “chorou feito um menino”.

Um membro do primeiro escalão explica: “deve ter chorado mesmo, porque ele está chorando por tudo, chora desde que perdeu a eleição”.

Tantas lágrimas podem ser mais do que pela derrota. Azevedo encara o fim de governo mais melancólico da história de Itabuna. A Prefeitura está completamente desorganizada e com as finanças comprometidas, sem condições de pagar salários e chegando a dispensar servidores contratados e comissionados com data retroativa.

Burgos, que era um dos secretários mais fortes do governo, conhece bem o tamanho do problema. E Azevedo fica cada vez mais sozinho para (não) resolver.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Servidores comissionados da Prefeitura de Itabuna estão desesperados.

Circula nos corredores do Centro Administrativo a informação de que os salários desses funcionários não serão pagos. Eles ainda não receberam o de outubro e deverão ser excluídos da folha de pagamento de novembro e dezembro.

Azevedo teria decidido tomar a medida após receber dados pouco animadores do secretário da Fazenda, Geraldo Pedrassoli.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Homem forte do governo deu tchau a Azevedo

No apagar das luzes do governo Azevedo, até quem menos se esperava começa a abandonar o “barco”. Quem pediu exoneração na manhã desta quinta-feira, 29, foi o advogado Carlos Burgos, que ocupava a Secretaria de Assuntos Governamentais.

Membro do “núcleo duro” do governo Azevedo, Burgos era tido como a eminência parda da gestão, na qual diziam que ele mandava mais que o próprio prefeito (e não era o único). O ex-secretário foi também um dos coordenadores da campanha malsucedida de Azevedo na disputa pela reeleição.

Segundo informações de dentro do Centro Administrativo Firmino Alves, o pedido de exoneração de Burgos já foi apresentado ao prefeito e por este assinado. O governo ainda não anunciou o nome do substituto.

Tempo de leitura: 2 minutos

Ricardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Nenhum país cresce verdadeiramente onde vigoram os atalhos abertos para atender indivíduos isoladamente.

 

O nível de inversão de valores em nossa sociedade é provavelmente uma das principais barreiras para que a mesma avance para patamares mais elevados. Onde vigora o jeitinho, a exceção amiga, o favor e o quebra-galho em nome da amizade ou da conveniência, é impossível construir-se um grupo social que se respeite e seja capaz de enfrentar seus principais problemas.

O Brasil é o 73º país mais corrupto do mundo de acordo com a ONG Transparência Internacional, que avalia 183 nações nesse quesito. E onde está a corrupção, senão incrustada, enraizada em cada setor da sociedade? Do governo às empresas, das igrejas às feiras livres. A malandragem é tão presente, que chega a ser vista como traço cultural e atávico, herdado do DNA dos primeiros invasores a desembarcar em Pindorama.

Carma ou safadeza pura e simples, o fato é que a corrupção é praticada inclusive por gente que se acha convictamente honesta. É de praxe, é o modus operandi inescapável, que torna mais fácil o acesso a benefícios pelo cidadão e “azeita” as relações no campo da política. Quem age diferente é ingênuo e incapaz de compreender que a vida é desse jeito mesmo.

E o que esse modo peculiar de agir tem dado de retorno ao país? Assim como jamais se viu alguém que vende o voto melhorar de vida, o mesmo se observa num espectro mais amplo quando se analisa a corrupção na sociedade. Os jeitinhos da vida resolvem o problema de muita gente no imediato. Já no longo prazo só servem para perpetuar o atraso.

Nações democráticas que evoluíram tiveram que consolidar seus ordenamentos jurídicos, que materializa a vontade geral, as opções coletivas voltadas ao bem comum. Nenhum país cresce verdadeiramente onde vigoram os atalhos abertos para atender indivíduos isoladamente. Ou se pensa e age coletivamente, ou o que se tem é um país fragmentado e desmoralizado.

A mensagem serve para a política e para o dia-a-dia de cada cidadão. No judiciário, ela foi bem expressa no discurso de posse do ministro Joaquim Barbosa, novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ao desaconselhar juízes de prestar favores para ascender na carreira.

Trazendo para o local, uma das críticas mais recorrentes ao futuro secretariado da Prefeitura de Itabuna é de que alguns nomes são “corretos demais”. Dizem isso, por exemplo, do futuro secretário de Transportes e Trânsito, Clodovil Soares, frisando que ele será incapaz de flexibilizar ou, para ficar mais claro no exemplo, mandar, a pedido de algum político aliado do governo, “soltar um veículo apreendido”.

Percebam como a inversão de valores se manifesta nessa avaliação. Se o “defeito” do futuro secretário é ser correto, quem tem que mudar é a sociedade. Sob pena de perecer.

Ricardo Ribeiro é advogado e blogueiro.