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Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA): Helinton José Rocha, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, participa de audiência pública sobre o Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura FamJosé Carlos Veridiano (Badega), delegado regional do Sintsef, voltou a se levantar contra o que chama de enrolation na Ceplac. A direção geral do órgão quer realizar concurso público com 514 vagas, sem antes promover a sua institucionalização. Badega é contra. Acredita que só concurso não resolve.
O embate provoca ranger de dentes dentro da Ceplac. Justamente por causa dessa disputa, o diretor geral, Helinton Rocha, não compareceu à solenidade do Dia Internacional do Cacau, no domingo (27), na sede regional em Ilhéus. Foi representado por Elieser Correia.
Badega provoca:
– Ele, que nem sabe o que é cacau nem entende de Ceplac, deu calundu e não veio.
Aliás, nem só o diretor geral faltou ao evento. Os deputados Geraldo Simões e Josias Gomes não deram o ar da graça. Por lá, apenas o líder do PT na Assembleia, o deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), festejado por ter incluído, na Lei Ambiental, a possibilidade de manejo certificado em áreas de cabruca no Sul da Bahia (veja matéria abaixo).

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(Foto Pimenta).
O servidor José Carlos Veridiano (“Badega”) é o novo coordenador-regional do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Sintsef). Eleito no final do ano passado, Veridiano concedeu entrevista em que fala das prioridades do Sintsef nas regiões do Sul, Extremo-Sul e Baixo-Sul.
Veridiano criticou a direção-geral da Ceplac, Helinton Rocha. Para o dirigente sindical, Helinton não tem percebido que falta rumo ao órgão federal. O coordenador do Sintsef diz que o novo regimento interno da Ceplac foi feito ao bel prazer do diretor-geral e dos seus assessores diretos. Acompanhe os principais pontos da entrevista concedida ontem à tarde na redação do PIMENTA.
PIMENTA BLOG – Quais são as prioridades da nova diretoria?
JOSÉ CARLOS VERIDIANO – Como ceplaqueano, tenho como uma das prioridades a reestruturação da Ceplac, mas o sindicato não se resumirá à Ceplac. Nós temos um grande problema a ser resolvido quanto aos funcionários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), antiga Sucam. Não há direção na Funasa e os convênios com as prefeituras, em sua maioria, não funcionam. A turma que vai para o interior está ficando em depósitos, junto com produtos inflamáveis, inseticidas, larvicidas. É uma situação deprimente.
PIMENTA – A Ceplac está enfrentando uma greve de terceirizados. O que está ocorrendo?
VERIDIANO –  Nossos companheiros da área de serviços gerais, terceirizados, de uns seis meses para cá, têm sofrido com atrasos de salário constantemente. Eu tenho impressão que falta competência, compromisso da parte da direção-geral para resolver essa questão. Tivemos uma reunião com o diretor da Ceplac e fomos incisivos, duros. Queremos que o doutor Helinton Rocha e o seu assessor, Antônio Siqueira, resolvam este problema, sob pena de nós paralisarmos 100% o trabalho dos terceirizados, e não apenas serviços gerais.
PIMENTA – Da reunião, saiu algum resultado concreto para a demanda dos funcionários?
VERIDIANO – A direção geral chamou todos os sindicatos e associações do órgão para falar de concurso público. Não discordo da necessidade de contratação, mas acredito que a reestruturação da Ceplac, via projeto de lei, é tão urgente quanto o concurso.

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A Ceplac não se modernizou. Parece que temos três Ceplacs, precisamos torná-la ágil para servir melhor à sociedade.

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PIMENTA – Por que?
VERIDIANO – A Ceplac está sustentada em um decreto-lei há 57 anos e fica a mercê dos governantes de plantão, correndo o risco de deixar de existir em uma canetada. Mostramos ao diretor geral que a mesma prioridade para a contratação de pessoal vale para o projeto de lei, a reestruturação. A Ceplac não se modernizou. Parece que temos três Ceplacs, precisamos torná-la ágil para servir melhor à sociedade.
PIMENTA – Para ter esta agilidade, o que é necessário?
VERIDIANO – O órgão precisa ser reestruturado. Está faltando rumo e o diretor-geral não tem percebido isso, pois ele fala como se tudo estivesse muito bem. Ele e muitos dos assessores diretos dele em Brasília não são da Ceplac, não conhecem a Ceplac, a exemplo desse Antônio Siqueira, que é hoje quem decide para onde o dinheiro vai. Isso tem atrapalhado muito.
PIMENTA – A Ceplac já passou por muitas crises. Esta de agora é a maior, mais grave?
VERIDIANO – Em relação à continuidade, não.  Falo quanto ao funcionamento da instituição, que está muito ruim e o diretor tem contribuído muito para isso. Por exemplo, o regimento interno aprovado agora não foi aquele construído pelos servidores. É capenga, ruim, feito de acordo com a vontade das pessoas que estão dirigindo departamento, não conhecem a história da Ceplac. A direção maior da Ceplac precisa ter conhecimento técnico, mas com articulação política. As coisas hoje se decidem politicamente. Sinto que o diretor-geral é, meramente, um técnico, burocrata.

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A direção maior da Ceplac precisa ter conhecimento técnico, mas com articulação política. As coisas hoje se decidem politicamente. Sinto que o diretor-geral é, meramente, um técnico, burocrata.

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PIMENTA – Por que ele é, como o senhor diz, o regimento é “capenga, ruim”?
VERIDIANO – Ele centraliza tudo em Brasília, tira o poder das superintendências. Trabalhamos por um regimento interno ótimo para todos, enxuto, que teve a participação do doutor Antônio Zugaib. E esse regimento não foi o discutido por nós. Alguém pegou lá e fez ao bel prazer. Foi uma coisa ruim. O regimento deverá ser reparado.
PIMENTA – E o concurso público?
VERIDIANO – Não vamos abrir mão da reestruturação da Ceplac através de projeto de lei. Claro, junto com a contratação de pessoal. O órgão tem 26, 27 anos que não contrata ninguém, realiza concurso.
Confira a íntegra da entrevista clicando no “leia mais”, abaixo.
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helinton ceplacO diretor geral da Ceplac, Helinton Rocha, pode pensar em não fazer muito piseiro por essas bandas de agora em diante.
O homem, que também se faz conhecer pela alcunha de “Tom”, assumiu o cargo dizendo que tinha linha direta com a presidenta Dilma, “profunda conhecedora da Ceplac”, nas palavras dele, pisou feio na bola com os ceplaqueanos na semana passada. Mais uma vez.
Foi durante uma reunião com lideranças das diversas entidades de defesa dos funcionários do órgão, formadas por aliados dos deputados Josias Gomes e Geraldo Simões.
Para elogiar Geraldo, disse que Josias era um deputado “que não opera, e se porta de forma ambígua nas demandas da Ceplac”.
A declaração do diretor causou mal-estar para todos. “Para os aliados de Geraldo, que não precisa de uma puxada dessas, e para os de Josias, que têm consciência de que a luta pelos interesses da Ceplac fazem parte da agenda constante do parlamentar”, afirma um dos presentes à reunião.
Só para ilustrar, segundo esse ceplaqueano, foi Josias quem agendou a única reunião que o diretor teve com o ministério do Planejamento, quando ainda se falava em concurso para a Ceplac. “Logo ele, tão próximo da presidenta Dilma, não consegue sequer agendar uma reunião dessas”.
Os comentários dão conta de que, aos poucos, o diretor que chegou com a licença 007 – numa referência ao espião britânico James Bond –, vai se tornando um Zero Um, como na cena antológica do filme Tropa de Elite, de José Padilha. “Não demora e ele ‘pede pra sair’”, prevê o ceplaqueano indignado.
O problema é que na obra de Padilha, o Zero Um foi “desistido” pelo impiedoso Capitão Nascimento. Relembre a cena…

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ENTREVISTA

O paulista Helinton Rocha substituiu na semana passada o paraense Jay Wallace Mota no cargo de diretor geral da Ceplac. Quem saiu era criticado por privilegiar as atividades do órgão no Pará e o sucessor chega com a missão de preparar a Ceplac para um novo momento, no qual a questão ambiental se tornou prevalente e o diálogo com a sociedade absolutamente necessário para romper uma estrutura encastelada.

Engenheiro agrônomo, com duas pós-graduações (uma delas em Tecnologia de Sementes pela Universidade de Pelotas), Rocha está no Ministério da Agricultura há quase 30 anos.

Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida ao PIMENTA, na qual o novo diretor mostrou irritação quando ouviu que sua nomeação seria para um período não muito longo:

PIMENTA – O senhor foi escolhido como um nome de transição pelo Ministério da Agricultura para dirigir a Ceplac. Qual é a sua missão?

HELINTON ROCHA – Transição em que sentido você fala?

PIMENTA – É que há a expectativa de que essa gestão seja por um período transitório.

HELINTON ROCHA – Tudo é transitório. Minha nomeação é até que o ministro queira. Eu tenho 30 anos de Ministério e nunca assumi um cargo vitalício ou hereditário.

PIMENTA – Mas foi noticiado que sua nomeação será para uma temporada breve…

HELINTON ROCHA – Isso é boato, até agora eu não sei. Toda missão tem um fim. Eu por exemplo estou há sete anos ocupando diretorias dentro da Secretaria do Desenvolvimento Agropecuário. Depende sempre da conveniência da administração e da confiança do ministro, e acho que é natural. O Jay (Wallace) fez um brilhante trabalho e estava com interesses pessoais, de voltar ao Pará, e acredito que isso motivou essa transferência, mas isso é natural. Cada administrador busca perfis diferentes para diferentes missões. A gente tem que estar preparado para isso, formando lideranças e buscando as parcerias necessárias para tocar o que faz.

PIMENTA – Qual é sua prioridade na gestão da Ceplac?

HELINTON ROCHA – A Ceplac tem um planejamento estratégico e não é um fim em si mesmo. Ela é um instrumento de desenvolvimento das culturas – da cacauicultura, do dendê, da borracha, da agrofloresta – e que são importantes. Há soluções que já estão encontradas há bastante tempo, então a missão da Ceplac tem acompanhado a questão do desenvolvimento sustentável. Acredito que o período que estamos vivendo, pós-Rio + 20, define papéis novos para as instituições. Acontece que a Ceplac já tem um rumo muito bem definido e acredito que nós vamos ter oportunidade de fazer o amadurecimento, a institucionalização e outros processos. A Ceplac é um órgão federal e há necessidade sempre de harmonizar essas políticas com as políticas regionais. A regionalização é uma bandeira do ministro Mendes (Ribeiro), e a Ceplac tem soluções regionais para problemas regionais no que diz respeito à questão do desenvolvimento sustentável.

 

O Jay (Wallace) fez um brilhante trabalho e estava com interesses pessoais, de voltar ao Pará.

 

PIMENTA – A produção de cacau tem crescido, mas ainda é necessário aumentar a produtividade por hectare. Como a Ceplac pode ajudar o produtor a enfrentar esse desafio?

HELINTON ROCHA – Esse é um desafio que faz parte da história da Ceplac, que nunca descuidou da questão da produtividade, da eficiência e estabilidade do sistema de produção, da melhoria da renda e portanto da distribuição do benefício gerado pela cadeia do cacau. Já existe uma estrutura definida e o que a gente pode eventualmente contribuir é fazendo com que ela seja uma instituição que se articule ainda mais com as forças e possibilidades. A gente vê muitas possibilidades para a cultura do cacau.

PIMENTA – A cabruca oferece um ganho ambiental importante, com a preservação da Mata Atlântica, mas hoje existe uma proposta de se investir na cacauicultura em outras regiões, inclusive com o cacau irrigado no semiárido, que oferece maior produtividade. Como o senhor vê essa tendência?

HELINTON ROCHA – É um caminho natural. A cacauicultura baiana tem suas peculiaridades e as potencialidades disso vão ocorrer fundamentalmente com o apoio da cacauicultura baiana, porque aqui você tem as melhores referências científicas, técnicas, conceituais e que são capazes de instrumentalizar essa nova experiência. Não podemos imaginar que as coisas vão nascer da estaca zero com todo esse capital humano que nós temos dentro da Ceplac.

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