Vinhos do Vale do São Francisco ganham certificação de origem
Tempo de leitura: < 1 minuto

O Vale do São Francisco, na Bahia, é a primeira região do Brasil a receber a indicação geográfica de vinhos tropicais. O registro conquistado – Indicação de Procedência Vale do São Francisco – abre mercados internacionais para o vinho baiano. O processo que levou à obtenção do selo foi conduzido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com resultado anunciado na última semana. O novo status foi divulgado na Revista de Propriedade Industrial (RPI) nº 2704.

O levantamento para se conseguir o selo é baseado em requisitos equivalentes aos da União Europeia. A demanda para o estudo partiu do Instituto do Vinho do Vale do São Francisco (Vinhovasf), instituição privada, sem fins lucrativos, que congrega os produtores, viticultores, além de vinícolas.

A indicação protege vinhos originais do Vale do São Francisco, indicada como região de geografia peculiar no contexto mundial, levando em consideração a diversidade de uvas que podem ser cultivadas. No Vale, pode-se encontrar variedades adaptadas a diferentes condições de clima, solo e biomas. O registro contribui com o fortalecimento da relação entre as vinícolas da região, especialmente pela busca comum de melhoria constante na qualidade e expressão da tipicidade nos vinhos elaborados.

Para o Secretário da Agricultura da Bahia, Leonardo Bandeira, o selo, além de agregar valor aos vinhos produzido no Vale do São Francisco, mostra-se como exemplo da eficiência do trabalho realizado no campo, na Bahia, estado que, frisa o secretário, entrega produtos de qualidade para os mercados interno e externo.

“A nossa região do Vale do São Francisco é capaz de produzir uma média de 1,5 milhão de litros de vinho por ano. Mas nessa parte da Bahia também merece destaque a produção de espumantes, que está em aproximadamente três milhões de litros por ano”, acrescentou Bandeira.

Em Paris, Davidson Magalhães destaca importância do CVT Cacau para o sul da Bahia
Tempo de leitura: 2 minutos

O secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia, Davidson Magalhães, está entusiasmado com a retomada do Salon Du Chocolat em Xangai a partir de 2022. Ele integrou a comitiva baiana na edição parisiense do evento, que começou na última quinta (28) e acabou nesta segunda-feira (1º). Entrevistado pelo jornalista Daniel Thame, que produziu conteúdos exclusivos para o PIMENTA em Paris, Davidson Magalhães apontou os desafios para o chocolate sul-baiano conquistar o mercado chinês.

Para o secretário, estado deve assumir seu papel de indutor econômico, em parceria com os cacauicultores, para o sul da Bahia atingir a escala de produção para atender a maior população do planeta – a China tem mais de 1,4 bilhão de habitantes.

– Nós precisamos preparar a região do ponto de vista da própria produção, do aumento da produção, da qualidade, da agilidade do negócio e da eficiência no empreendedorismo – explicou Davidson Magalhães, destacando o trabalho em conjunto com as pastas estaduais de Agricultura, de Turismo e de Desenvolvimento Rural.

CENTRO VOCACIONAL TECNOLÓGICO DO CACAU

Programa da Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) com a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), o Centro Vocacional Tecnológico do Cacau, inaugurado em outubro de 2020, atende 250 agricultores familiares, assentados da reforma agrária e quilombolas de 26 municípios da região cacaueira.

Segundo Davidson, a unidade recebeu investimento de R$ 1 milhão e permite que os agricultores superem a limitação histórica da produção apenas das amêndoas de cacau, avançando para a fabricação do chocolate com certificação de origem do sul da Bahia. Atualmente, cerca de 100 marcas ostentam a indicação geográfica como diferencial para a abertura de novos mercados.

Economista e professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Davidson Magalhães não perdeu a oportunidade de fustigar a ortodoxia liberal. “O estado não pode se ausentar da atividade econômica. Aliás, o mundo está demonstrando nessa crise da pandemia que, cada vez mais, o estado é um agente extremamente protagonista da atividade econômica e nós precisamos ter um estado empreendedor na região, articulado com a iniciativa privada, para que a gente possa dar um salto de qualidade na nossa produção, na nossa produtividade e na qualidade dos nossos produtos”, concluiu o secretário.

Tempo de leitura: 2 minutos

Cacau do sul da Bahia ganha certificação do INPI

O Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) concedeu registro de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), para o produto “Amêndoas de cacau” do sul da Bahia. A decisão foi publicada na Revista de Propriedade Industrial (RPI). O INPI afirma que a área geográfica protegida inclui mais de 80 municípios da região cacaueira da Bahia, entre os paralelos 13º03’ e 18º21’ sul e os meridianos 38º51’ e 40º49’ a oeste de Greenwich.
O Instituto de Propriedade Intelectual destaca ainda que a atividade econômica cacaueira no sul da Bahia começou nos meados do século XVIII. Nos últimos anos, novas gerações de produtores introduziram inovações em métodos de cultivo e gestão agrícola, como, por exemplo, iniciativas do chamado “cacau fino”. A IG foi solicitada pela Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia, que desde 2014 esperava pela decisão.
O registro de Indicação Geográfica permite delimitar uma área geográfica, restringindo o uso de seu nome aos produtores e prestadores de serviços da região (em geral, organizados em entidades representativas). A espécie de IG chamada “Denominação de Origem” reconhece o nome de um país, cidade ou região cujo produto ou serviço tem certas características específicas graças a seu meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos.
Já a espécie “Indicação de Procedência” se refere ao nome de um país, cidade ou região conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço.

Tempo de leitura: 4 minutos
Cacau deve ser valorizado com reconhecimento
Cacau deve ter registro de Indicação Geográfica.

Júlia Vigné | Correio24h

Assim como o chocolate da Suíça e o champanhe da França, a Bahia busca ser reconhecida pela originalidade de produção de três itens: o café em grão do Oeste, as amêndoas de cacau do Sul, que estão avançados no processo, e o charuto do Recôncavo, que iniciou o pedido no ano passado.

Associações de produtores se reuniram para reivindicar o registro de Indicação Geográfica (IG), concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a cidades ou regiões que ganham fama por qualidade e tradições de produtos específicos.

A Bahia já possui o reconhecimento para as uvas de mesa e manga do Vale do Submédio São Francisco e para a cachaça de Abaíra, que conquistaram o título em 2009 e 2014, respectivamente.

Nesta quarta-feira (13), foi lançada a nova versão do Mapa das Indicações Geográficas do Brasil, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o INPI. Ao todo, 53 produtos brasileiros são reconhecidos com a indicação geográfica. A conquista das IGs podem alavancar as vendas de determinado local, ao posicionar o produto como único. É o caso das cachaças de Abaíra, que aumentaram suas vendas em cerca de 60% após o título de exclusividade.

O café em grãos do Oeste, presente principalmente em Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Cocos, que movimenta R$ 192 milhões anualmente com a venda de 24 milhões de quilos de café, é um exemplo de produto que possui características de solo, clima, culturais e históricas únicas e que, por isso, tenta ganhar o reconhecimento com a Indicação Geográfica por Indicação de Procedência, que reconhece o local que produz determinado produto.

O diretor explica que não ter chuvas no período de colheita do café, que é realizado anualmente, e ter 100% de mecanização na produção faz com que a qualidade dos cafés da região do Oeste seja melhor. Maia ainda explica que a busca pela IG fez com que os 27 cafeicultores da associação se reunissem e debatessem melhores aspectos para o produto, buscando ter 100% do processo igual. A associação espera alavancar as vendas com o reconhecimento, mas não tem estimativa do impacto financeiro.

“Nós temos um café de alta tecnologia. Nenhum lugar do mundo produz o que temos aqui. Nós ainda temos o compromisso com a questão ambiental, de preservar os rios e produzir na área plana, o que é outro diferencial nosso. Essa busca faz com que os envolvidos na produção tenham uma maior organização e que a qualidade melhore”, explicou.

AMÊNDOAS DE CACAU DO SUL DA BAHIA

Além do café, a Associação dos Produtores de Cacau do Sul da Bahia busca o reconhecimento para as amêndoas de cacau da região, presente em 83 municípios em uma área de aproximadamente 61.460 km², principalmente em Ilhéus, Itabuna, Camacan e Belmonte. Os dois pedidos já estão avançados no INPI.Leia Mais

Tempo de leitura: < 1 minuto

O Ministério da Agricultura deve receber até o final do ano o projeto para a obtenção do selo de indicação geográfica do Cacau Cabruca Sul da Bahia. O selo é uma das apostas dos produtores baianos para a retomada de produção nos níveis da década de 80 e valorização do cacau. A decisão final caberá ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

A bióloga Adriana Reis, especialista em qualidade do cacau no Instituto Cabruca, disse ao Estadão, no final de semana, que a ideia é proteger o patrimônio histórico-cultural e sua relação com a conservação do ambiente. “Com a vassoura de bruxa, muitos preferiram desmatar. Esse selo vai proteger a cabruca ao colocar valor no seu produto”, afirmou.

“A indicação geográfica é relativamente mais fácil de obter porque ela reconhece fama e origem, fatores que Jorge Amado e as novelas da Globo contribuíram para disseminar. A qualidade atestada pela denominação de origem já é um indicador mais difícil de provar”, diz reportagem.