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Por seis votos a 3, a Câmara de Vereadores de Santa Luzia aprovou a instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar denúncias de corrupção nas áreas de educação e saúde.
O prefeito Ismar Santana (PTB) é acusado de promover desvios do dinheiro da merenda escolar e favorecer filho e uma “casta” de médicos e dentistas com pagamentos de salários de até R$ 14 mil, segundo o vereador Rogério Pereira (PSC).
O filho de Ismar Santana, Bruno Santana, ganharia R$ 8 mil para atuar como coordenador de saúde bucal da sede e do interior do município, mas, segundo os vereadores que assinaram a CEI, Bruno não trabalha em Santa Luzia, mas em Camacan.
Os indícios de desvios de recursos da merenda escolar são investigados pelo Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal (relembre aqui). Conforme apurou o procurador da República, Eduardo El Hage, o cardápio da merenda tem se restringido a arroz doce e mingau de mugunzá, além de uma sopa de vez em quando.

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A situação do município de Santa Luzia, sul baiano, em relação à segurança pública, diz muito sobre o descaso com que este setor tão delicado é gerido na Bahia. Aliás, isso é histórico.
Santa Luzia, como tantos outros municípios, sempre se viu na obrigação de complementar os parcos investimentos estaduais na segurança. O imóvel que serve de cadeia pública e até a sede local da delegacia tinham seus aluguéis pagos pela prefeitura. Esta ainda se encarregava de abastecer viaturas e fornecer cestas básica a policiais.
Ocorre que, no meio da crise, o governo de Santa Luzia usou a lógica e cortou a despesa que fazia por mera liberalidade, já que o dever de bancar a segurança é do Estado. O prefeito Ismar Santana (PTB) decidiu não pagar mais os aluguéis da delegacia e da cadeia pública, além de ter suspendido os gastos com abastecimento de veículos da polícia.
Na cidade, a notícia já se espalhou e a população teme o que irá acontecer quando não houver mais sequer um lugar para prender os delinquentes. A coisa está tão feia que o delegado André Viana, titular da 7ª Coordenadoria de Polícia do Interior, seguirá em diligência ao município já no início da próxima semana.
A única esperança é que o Estado realmente assuma o papel que lhe cabe, pois Santa Luzia já não tem mais condições nem mesmo de assumir as próprias obrigações (os médicos pararam de atender por falta de pagamento), quanto mais as alheias.