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Bosco é multado por irregularidades

Na sessão desta quarta-feira (16), o Tribunal de Contas dos Municípios determinou a formulação de representação ao Ministério Público Estadual contra o ex-prefeito de Teixeira de Freitas, João Bosco, para que seja apurada a prática de ato criminoso ou de improbidade administrativa na contratação direta de empresas, no exercício de 2015. O relator do processo, conselheiro Fernando Vita, multou o gestor em R$5 mil.
O Tribunal também determinou o ressarcimento aos cofres municipais da quantia de R$91.789,09, com recursos pessoais, em razão da ausência de comprovação da efetiva prestação dos serviços pelas empresas “Safatec Informática” e “Cidade Consultoria e Assessoria”.
A empresa Safatec Informática foi contratada, por inexigibilidade de licitação, para cessão de 500 licenças de uso do software “google apps for business”, pelo valor total de R$74.370,00. Já a contratação da empresa Cidade Consultoria e Assessoria tinha por objeto o acompanhamento e orientação da equipe da prefeitura na elaboração e complementação de estudos e projetos do programa municipal e tecnologia unificada, ao custo de R$70 mil.
A relatoria considerou que os serviços contratados não possuem natureza singular a ponto de justificar a contratação direta, sem a realização do indispensável processo licitatório. Além disso, não foi demonstrada a notória especialização das empresas contratadas, que poderia ser, em alguns casos, argumento para a dispensa da licitação. Também não foi comprovado, em ambos os procedimentos, que os preços estavam compatíveis com os praticados no mercado e no âmbito da administração pública.

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Carro da Polícia Federal na Prefeitura de Teixeira de Freitas (Foto Portal N3).
Carro da Polícia Federal na Prefeitura de Teixeira de Freitas (Foto Portal N3).

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Teixeira de Freitas, ontem (11), em ação que investiga supostas irregularidades em várias áreas da gestão de João Bosco (PT), segundo o Portal N3.  De acordo com a PF, as irregularidades teriam ocorrido em vários processos licitatórios.

Policiais foram à Secretaria de Educação, à Comissão de Licitação (Copel) e ao gabinete do prefeito João Bosco. Documentos e computadores foram apreendidos pelos policiais federais. “Neste primeiro momento, estamos fazendo uma apreciação para, em outro, constatarmos alguma circunstância [de irregularidade]”, disse um delegado que participou da operação, segundo o portal de notícias.

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Toquinho é uma das grandes atrações do Natal de Conquista (Foto Luiz Tripolli)
Toquinho é uma das grandes atrações do Natal de Conquista (Foto Luiz Tripolli)

Os festejos natalinos em Vitória da Conquista terão mais uma grande atração. No final de semana, o prefeito Guilherme Menezes anunciou que a programação será encerrada por outro nome de peso da MPB, o cantor e compositor Toquinho, no dia 25.
A festa começa em 19 de dezembro e reunirá nomes como Paulinho da Viola, Zeca Baleiro, The Fevers, Yamandu Costa, João Bosco, O Teatro Mágico e Ana Cañas. A festa também abrirá espaço para atrações regionais.
Serão quarenta atrações a cada dia para marcar os 10 anos do Natal da Cidade. Clique no “leia mais”, abaixo, e confira a programação.
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Prefeito é multado em mais de R$ 110 mil.
Prefeito é multado em mais de R$ 110 mil.

O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) rejeitou as contas do prefeito de Teixeira de Freitas, João Bosco (PT), relativas a 2013, devido a “graves irregularidades”, conforme relatório do conselheiro Fernando Vita.
O prefeito foi obrigado a devolver, do próprio bolso, R$ 768.762,43, por ausência de comprovação de despesas, gastos com multas e juros por atraso no cumprimento de obrigações.
João Bosco ainda recebeu multa de R$ 110.065,00. O município gastou R$ 4.411.408,36 a mais do que arrecadou no exercício de 2013, revelando desequilíbrio nas contas.
O conselheiro Fernando Vita também enxergou gastos exorbitantes com consultorias (R$ 1.844.306,00 ) e serviços técnicos de sistema software pedagógico (R$ 1.850.000,00), além de realização de festas e eventos (R$ 890.920,78).
O TCM também condenou os gastos milionários com a coleta de lixo no ano passado, R$ 8.269.346,90, e mais de R$ 3,2 milhões com merenda escolar.
Para piorar a situação do prefeito, o tribunal apontou que não foram encaminhados comprovantes de processos licitatórios envolvendo R$ 17,4 milhões. O prefeito ainda pode recorrer da decisão.

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Natal da Cidade reunirá grandes nomes da MPB (Reprodução Twitter PMVC).
Natal da Cidade reunirá nomes da MPB (Reprodução Twitter PMVC).

Zeca Baleiro, Paulino da Viola, Simone, O Teatro Mágico, The Fevers e João Bosco são algumas das atrações confirmadas para os festejos natalinos de Vitória da Conquista.
Os nomes foram divulgados pelo prefeitura neste final de semana. A programação completa será divulgada na próxima sexta (21). O Natal da Cidade também reúne atrações regionais.
Simone abre a programação no dia 18 de dezembro.  A cada dia, uma ou duas atrações de peso. O dia 22 de dezembro, por exemplo, terá Fafá de Belém e Zeca Baleiro. No dia 23, The Fevers. Paulinho da Viola se apresenta no dia 19. O Teatro Mágico sobe ao palco no dia seguinte. Dia 21 será a vez de João Bosco.

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Dilma cumprimenta Bosco pela maior captação de recursos na Bahia (Foto Divulgação).
Dilma cumprimenta Bosco pela maior captação de recursos na Bahia (Foto Divulgação).

Teixeira de Freitas foi o município baiano que mais teve projetos aprovados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), anunciado ontem pela presidente Dilma Rousseff. Dos R$ 900 milhões para a Bahia, o município do Extremo-Sul abocanhou R$ 222 milhões.

O prefeito João Bosco (PT) foi cumprimentado, pessoalmente, pela presidente Dilma Rousseff pela posição conquistada por Teixeira de Freitas. Passada a festa, caberá ao município prepara as licitações. E ao cidadão, fiscalizar a aplicação dos recursos.

MAIS BENEFICIADOS

Além de Teixeira, outros 12 municípios foram beneficiados com recursos na área de saneamento básico. São eles Eunápolis, Ilhéus, Irecê, Itaberaba, Jacobina, Luís Eduardo Magalhães, Paulo Afonso, Salvador,  Senhor do Bonfim, Valença e Vitória da Conquista.

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CAYMMI E A ESCOLHA DO VERBO ACONTECER

Ousarme Citoaian

Falamos aqui do verbo acontecer e seu bom uso, exemplificando com o clássico de Caymmi, Não tem solução (“Aconteceu um novo amor/ que não devia acontecer…”). Como conversa puxa conversa, chegamos hoje a outras acontescências (o termo foi inventado por Vilma Guimarães Rosa, que tem pedigree suficiente para tanto): o verbo está bem distribuído na MPB, pois só o mesmo Caymmi o empregou com certa prodigalidade em composições além da citada.  “Acontece que eu sou baiano,/ acontece que ela não é/ minha Nossa Senhora,/ meu Senhor São José”, diz ele em Acontece que eu sou baiano/1943.

EM CARTOLA, NINHO VAZIO, CORAÇÃO FRIO

Numa de suas melhores canções românticas, o cantor do mar da Bahia é didático sobre o sentido que defendemos para o verbo acontecer: “O amor acontece na vida/ estavas desprevenida/ e por acaso eu também” (Nem eu/1949). Perceba-se que o acontece é algo surpreendente, não está planejado, atinge os amantes distraídos. Cartola não deixa por menos: “Acontece que o meu coração ficou frio/porque nosso ninho de amor está vazio” – trazendo o mesmo sentido do não planejado: de repente (não mais que de repente), a ave bateu asas, ganhou o espaço, deixou vazio o primitivo ninho. Acontece.

O AMOR NOS IMPÕE URGÊNCIA E SURPRESA

Depois de Caymmi e Cartola, chega a vez de Abel Silva (com João Bosco), em Quando o amor acontece/1976: “O amor quando acontece/ a gente logo esquece/que sofreu um dia”.Vinícius disse que a mulher amada não vem; surge. Então é isso. Mesmo se estamos à espera, o ser amado acontece, emerge, sempre nos pega desprevenidos, nos impõe urgência e surpresa, taquicardia e respiração entrecortada. Os meninos Kim, César e Júlio, do ex-gospel Catedral atestam (Quando o amor acontece): “Quando o amor acontece/ é difícil dizer não”. Tudo muito longe da pobreza do acontece das colunas sociais e dos convites mal redigidos.

JORGE AMADO E SUA “SINFONIA INACABADA”

Bóris, o Vermelho é talvez o livro não publicado que mais teve espaços na mídia. Jorge Amado não lhe pôs o ponto final (e determinou que seus trabalhos não concluídos jamais venham a público). Bóris, de nome russo, é um hippie de Itapuã, de cabeça oca, interessado somente em surfe e erva. O sobrenome Vermelho se impôs devido a seu cabelo sarará. É na ditadura militar e um cara chamado Bóris, o Vermelho não fica impune, segue o figurino: prisão, tortura e morte (talvez por ser “morredor”). Apesar da cobrança dos rodapés dos jornais, o livro cedeu espaço para Tocaia grande, O sumiço da santa e outras obras, permanecendo como uma espécie de sinfonia inacabada do filho de Ferradas.

LIVRO QUE ESTAVA “EM TODOS OS JORNAIS”

Certa vez, numa coletiva em Ilhéus, Jorge Amado (foto) foi “alugado” por uma repórter, que lhe fez várias perguntas mais ou menos ociosas, às quais o escritor respondia pacientemente. Mas tudo tem limite. Lá pras tantas, quando ela perguntou se ele estava trabalhando “em algum livro, atualmente”, o autor de Terras do sem fim quase saiu do sério. Respirou fundo, virou-se para o poeta Telmo Padilha, que o acompanhava naquela aventura, e soltou, entre dentes: “Telmo, assim eu não aguento”. Mas agüentou. Repregou o sorriso no rosto, chamou a repórter de “minha filha” e lhe explicou, com certo enfado, que tecia um romance (era Bóris, o Vermelho), que estava “em todos os jornais”.

GREEN, TRANQUILO: “LEIA MEUS LIVROS”

Mas nem todo mundo tem a bonomia de Jorge Amado. Em 1958, o escritor Graham Greene (foto) esteve no Brasil e, ainda no aeroporto Tom Jobim (então chamado Galeão), deu uma exclusiva ao irrequieto repórter Severino de Albuquerque, dos Diários Associados. Ou melhor, quase deu, pois só houve uma pergunta e uma resposta. Severino: Mr. Greene, quais são os livros que o senhor escreveu? Mr. Greene (com tranquilo ar britânico, mesmo sem cachimbo): Meu filho, volte para casa, leia meus livros e só depois venha me entrevistar. A historinha eu tirei do delicioso Nonadas – O livro das bobagens (Flávio Moreira da Costa – Francisco Alves/2000), ótima leitura para pessoas de bom ou de mau humor .

ANTIGA LIÇÃO QUE MUITOS NÃO APRENDERAM

Há quem ache que Greene (1904-1991), autor de clássicos lidos em todo o planeta (por exemplo, O poder e a glória, Nosso homem em Havana), foi muito duro com o repórter. Eu, não (até porque ele respondeu em tom educado). A mais primária das lições que um entrevistador aprende é que ele precisa conhecer o básico sobre o entrevistado. Repórter que pergunta a um escritor (músico, pintor, ator e outros) o que ele fez, conforme já vi em nossa mídia, revela-se, além de ignorante do assunto, despreparado profissional e grosseiro com a pessoa entrevistada. O autor de O americano tranquilo deixou uma lição que não deve ser desdenhada pelas novas gerações de comunicadores.

ATRAPALHAÇÃO AO REDOR DE POLICHINELO

Em edição recente, conhecido jornal diário de Itabuna, referindo-se a uma investigação conduzida pelo Ministério Público Estadual, afirma: “Ninguém toma conhecimento do que irá acontecer com os vereadores que tiveram participação na malandragem da Câmara”. E conclui, para minha mais absoluta palidez de espanto: “É um segredo polichinelo (sic), guardado a sete chaves”. Data vênia, creio que foi confundido o significado dessa expressão popular e antiga, velha de muitos séculos, quando ainda estava em moda a Commedia dell´Arte, talvez mãe e pai do teatro de rua.

AFINAL, O QUE É “SEGREDO DE POLICHINELO”?

Segredo de Polichinelo (assim, com preposição e P grande!) significa, ao contrário do publicado, alguma coisa que é considerada segredo, mas que todos já sabem, isto é, aquilo que alguém trata confidencialmente, mas que deixou de ser segredo, é algo de conhecimento público. A referência é ao personagem Polichinelo (na ilustração), da modalidade teatral européia (italiana, mormente) Commedia dell´Arte (com início lá pelo século XVI). Elementos mais conhecidos desse gênero são Colombina, Pierrô e Arlequim, um triângulo amoroso do Carnaval, na já longínqua era pré-trio elétrico.

PIERRÔ CHORA PELO AMOR DE COLOMBINA

Esses elementos ítalo-franceses estão incorporados à nossa cultura, via MPB: “Pierrô, Pierrô/ teu destino, tão lindo/ é sofrer, é chorar toda a vida…” (Pierrot, Joubert de Carvalho-Paschoal Carlos Magno/1932); “Um Pierrô apaixonado/ que vivia só cantando/ por causa de uma Colombina/ acabou chorando, acabou chorando” (Noel Rosa-Heitor dos Prazeres/1936); “Colombina eu amei/ mas você não quis/ eu fui para você/ um Pierrô feliz” (Colombina, Armando Sá-Miguel Brito/1956); “Arlequim está chorando/ pelo amor de Colombina/ no meio da multidão” (Máscara negra, Zé Kéti/1967).

POLICHINELO PARECE RIR DOS APAIXONADOS

Polichinelo é uma espécie de palhaço, que parece se divertir com a confusão de sentimentos que vê a seu redor: Pierrô ama Colombina (foto), que ama Arlequim, que ama todas as belas damas do salão. Na irônica canção de Noel e Heitor, o triângulo amoroso da Commedia dell´Arte aterrissa no Carnaval do Rio de Janeiro e, por extensão, na cultura brasileira. Clique e (re) veja a leitura da dupla, na voz de Betânia.
(O.C)