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Joaquim Cruz, medalhista de ouro em Los Angeles.

Segunda-feira pós-Olimpíadas de Londres e a mídia volta os olhos para os resultados obtidos pela delegação brasileira na Europa (ficamos em 22º no ranking, com 3 medalhas de ouro, 5 de prata e 9 de bronze) e as perspectivas para 2016, quando os Jogos Olímpicos serão realizados no Rio de Janeiro. Por isso, vale dar uma lida na entrevista concedida pelo ex-atleta Joaquim Cruz ao suplemento Aliás, d´O Estadão. Publicamos trecho e o link para a leitura na íntegra.

Estadão – Voltando às ambições brasileiras: como é que se forja uma potência olímpica?

Joaquim Cruz – Certamente não é em quatro anos. Tem que dar oportunidade para o garoto praticar esporte na escola, na comunidade dele, e dali você tira os fora de série capazes de competir em alto nível. Qual é nossa realidade hoje? Trinta por cento das escolas públicas brasileiras não têm espaço adequado à prática esportiva. Não estou falando de quadras poliesportivas. Não existe espaço nenhum, nada. São dados de uma pesquisa encomendada pela organização Atletas Pela Cidadania, da qual faço parte junto com Raí, Ana Moser, Magic Paula e uma porção de atletas preocupados com o futuro do País. Hoje acontece o seguinte: o garoto pobre brasileiro vê os grandes heróis olímpicos pela TV, se empolga e sente vontade de imitá-los. Quer correr, nadar, jogar tênis, saltar. Ok, ótimo! Mas onde ele vai praticar? Em clubes? Esquece, a família dele não tem dinheiro para pagar a mensalidade. Quando eu ganhei a medalha de ouro em Los Angeles, meu irmão e meu primo ficaram tão entusiasmados que decidiram correr também. Começaram a correr na rua mesmo, sozinhos, sem instrução, já que não tinha outro jeito. Durou dois dias o entusiasmo deles. E talvez nós tenhamos perdido duas medalhas olímpicas, vai saber… Isso faz quase 30 anos e continua do mesmo jeito. O poder público não pode sonegar essa oportunidade ao garoto. Tem o dever de proporcionar a chance de ele manter o entusiasmo, a chama. E é a escola pública que pode fazer isso, não o clube. Do clube saem os atletas cujas famílias podem bancar o início da jornada dele.

Confira a íntegra da entrevista clicando aqui.