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Uma das áreas mais valorizadas de Ilhéus, a Praia dos Milionários, na zona sul, acaba de atrair um grande empreendimento imobiliário residencial pé na areia. Com infraestrutura de alto padrão, o Ilhéus Select será construído pelas empresas baianas Pelir Engenharia, B2 Engenharia e Portal Santo Agostinho em uma área de 15 mil metros quadrados.

São duas torres, Cravo e Canela, 88 unidades de 2, 3 e 4 suítes, com metragens de 95m² a 258m², gardens privativos, garagens cobertas e opções de personalização dos ambientes, com preços a partir de R$ 595.000,00. O projeto arquitetônico do Ilhéus Select é moderno e sustentável. Na sua concepção, reflete o carinho e o cuidado das empresas com o local.

A comercialização está sendo coordenada por Tennyson Nabuco, com a participação da Imobiliária Torres como a House do Stand, na Avenida Tancredo Neves, Rua D, no bairro Jardim Atlântico.

O EMPREENDIMENTO E A CIDADE

O empreendimento Ilhéus Select é dos exemplos do novo momento da cidade sul-baiana. Celebrizada mundialmente nos romances de Jorge Amado, com belas praias, natureza exuberante e rico patrimônio cultural e arquitetônico, Ilhéus vive um acelerado processo de retomada do desenvolvimento econômico e atrai novos investimentos.

O cultivo de cacau de qualidade superior e o impulso à produção do chocolate de origem, a consolidação do turismo e projetos importantes, como o Porto Sul e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, têm impactos positivos no boom imobiliário que a cidade vem experimentando, especialmente no litoral sul.

AS EMPRESAS

A Pelir Engenharia nasceu, cresceu e se consolidou com o propósito de transformar sonhos em realidade. Em quase 40 anos de atuação, a empresa construiu sua trajetória no mercado imobiliário baiano e brasileiro com respeito aos seus clientes, oferecendo projetos de alta qualidade, pensados com capricho em cada detalhe para cada público. É atual vencedora do Prêmio Ademi-BA 2023 nas categorias lançamento imobiliário do ano e empreendimento do ano, além de diversos outros prêmios, como FIEB em Desempenho Ambiental e Ouro no Prêmio de Qualidade do Sinduscon-BA.
A B2 Engenharia está há quase 10 anos no mercado de infraestrutura e construção de alto padrão. E acaba de dar mais um passo importante com o lançamento imobiliário do Ilhéus Select. Sua atuação abrange a Bahia e outros estados do nordeste, tendo em seu portfólio diversos tipos de projeto, incluindo empreendimentos imobiliários, edifícios públicos, hotéis de alto padrão, galpões logísticos e industriais, dentre outros.
Nascida em Ilhéus, a Portal Santo Agostinho Engenharia é referência em ações sustentáveis e atua há mais de 20 anos no mercado. É reconhecida pela qualidade de seus projetos, seu atendimento personalizado e sua preocupação constante com o meio ambiente. Já realizou diversos empreendimentos em Ilhéus e região, sempre reduzindo o impacto ambiental desde o projeto até a entrega da obra.
PM apreende quase 140 quilos de drogas em Itabuna || Foto Divulgação
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Uma operação da Polícia Militar, no bairro Jorge Amado, em Itabuna, nesta quarta-feira (8), resultou numa intensa troca de tiros com os traficantes e na apreensão de drogas e armas. Em um imóvel usado como depósito por integrantes de uma facção, os policiais encontraram submetralhadora, espingarda, coletes balísticos, dentre outros materiais.

Material estava escondido em imóvel de facção criminosa || Foto Divulgação

Durante a operação policial foram apreendidos 123 kg de maconha, 11 kg de cocaína, 2,6 kg de Skank, 1 kg de crack, 859 comprimidos de ecstasy, uma submetralhadora calibre 40, uma espingarda calibre 12, pistola, revólver, carregadores alongados com capacidade para trinta munições, kit Roni, cinco coletes balísticos e três placas, uma espada, quatro balanças, 200 munições de diversos calibres e cadernos com anotações do tráfico de drogas.

PM encontrou droga depois de denúncia anônima || Foto Divulgação

Além das drogas e armas, os policiais apreenderam diversos itens usados para o preparo, divisão e venda dos entorpecentes. “Essa foi a maior a apreensão realizada, neste ano, pelo 15⁰ Batalhão da Polícia Militar”, afirmou o tenente-coronel Robson Farias, comandante da unidade. O oficial disse ainda que mais de uma tonelada de drogas foi retirada das ruas da cidade do sul da Bahia.

Bandidos fugiram deixando munições e armas para trás || Foto Divulgação
Assinada ordem de serviços para ampliar sistema de abastecimento de água || Fotos Divulgação
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Assinada nesta quarta-feira (9), no bairro Jorge Amado, a ordem de serviço para ampliação do sistema de abastecimento de água na zona oeste de Itabuna. As obras, que fazem parte do Projeto Mais Água para a Cidade, serão iniciadas de imediato, conforme anunciou o presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), Raymundo Mendes Filho.

O prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), que assinou a ordem de serviço juntamente com Raymundo Mendes, destacou o apoio do Governo do Estado para execução das obras. “Com o Governo da Bahia, estamos realizando obras estruturantes que vão melhor a qualidade de vida da nossa gente. A primeira etapa do Mais Água conta com mais de 70% de rede adutora implantada, que levará água diariamente a 36 bairros da região do São Caetano, na zona sul”, afirmou.

O presidente da Emasa, Raymundo Mendes Filho, citou a melhora no relacionamento com os consumidores. “Além do Projeto Mais Água, que vai melhorar o abastecimento para mais de 140 mil pessoas de Itabuna,  passamos a entregar a conta no momento da leitura, criamos o aplicativo para celular e estamos modernizando o Escritório de Atendimento para melhor servir ao nosso cliente”, afirmou.

O presidente da EMASA, Raymundo Mendes Filho, assina ordem de serviço para ampliar abastecimento de água
O presidente da Emasa assina ordem de serviço para melhorar abastecimento de água

BAIRROS BENEFICIADOS

A ampliação do fornecimento de água para a zona oeste beneficiará os moradores dos bairros Urbis IV, Sinval Palmeira, Brasil Novo, Morumbi, Jorge Amado, Ferradas e Nova Ferradas.

Além desses bairros, os investimentos beneficiarão também os moradores dos residenciais Top Park, Itapoan, São José, Jubiabá e Gabriela. Algumas dessas localidades recebem água a cada 15 dias e passarão a ser abastecidas diariamente, segundo a Emasa

A previsão de conclusão das obras é de 180 dias. Além da implantação da nova rede, a Estação de Captação e Tratamento de Água, em Nova Ferradas, será modernizada para atender a nova demanda.

UFSB abre vagas em curso superior em Produção de Cacau e Chocolate || Foto Divulgação
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A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) abriu, nesta segunda-feira (27), inscrições para processos seletivos para ingresso na Rede Anísio Teixeira de Colégios Universitários (Rede CUNI) e para o Curso Superior de Tecnologia em Produção de Cacau e Chocolate. No caso da Rede CUNI, são ofertadas 440 vagas para ingresso nas licenciaturas interdisciplinares.

As vagas são para os campi Jorge Amado, em Itabuna; Sosígenes Costa, em Porto Seguro; e Paulo Freire, em Teixeira de Freitas, e nos colégios universitários vinculados a cada campus. Os cursos oferecidos na Rede CUNI são licenciaturas interdisciplinares, voltadas para a formação de professores e pertencentes ao 1º Ciclo.

O primeiro ano de estudos é nas estruturas da rede CUNI nos colégios estaduais, com componentes curriculares ofertados durante o primeiro ano do curso, de forma híbrida. Ao fim deste período, os estudantes terão suas matrículas transferidas para a sede do campus ao qual o Colégio Universitário está vinculado. Posteriormente, é possível participar dos editais de ingresso nos cursos de 2º Ciclo, que são outras graduações profissionalizantes.

CURSO SUPERIOR

No segundo processo seletivo para o Curso Superior de Tecnologia em Produção de Cacau e Chocolate, são 36 vagas. A inscrição pode ser feita até o dia 6 de abril pelo formulário eletrônico. A classificação dos inscritos vai considerar a maior nota obtida nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) dos últimos quatro anos. Quem for selecionado iniciará as aulas no quadrimestre letivo 2023.2, que inicia em 29 de maio.

O Curso Superior em Tecnologia de Produção de Cacau e Chocolates está selecionando integrantes da sua primeira turma, após a criação no segundo semestre de 2022. Metade das 50 vagas previstas foram oferecidas na primeira seleção aberta este ano, voltada para os concluintes do curso técnico em Agroindústria do CEEE Nelson Schaun, pelo programa Itinerário Contínuo.

O edital conjunto da Rede CUNI e do CST abre seleção com as 36 vagas restantes, desta vez para o público em geral. Quem for selecionado e matriculado já começará as aulas no Campus Jorge Amado, no segundo quadrimestre letivo do ano. Acesse aqui para fazer a inscrição.

O CST em Produção de Cacau e Chocolate está vinculado ao Centro de Formação em Ciências Agroflorestais (CFCAF). Essa combinação permite a formação de trabalhadores especializados e com acesso a pesquisadores e professores doutores em diferentes campos de conhecimento, principalmente das áreas agronômica e de alimentos.

Ainda há vagas no Caic Jorge Amado, no bairro Jardim Primavera || Foto Pedro Augusto
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A Secretaria de Educação de Itabuna informou, nesta terça-feira (14), que ainda existem 2.500 vagas remanescentes na rede municipal de ensino, principalmente no segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O município matriculou cerca de 18 mil alunos nas 89 unidades escolares das zonas urbana e rural. As matrículas podem ser feitas até 30 dias após o início do ano letivo, que está programado para o dia 2 de março.

O diretor do Departamento de Planejamento, Pesquisas e Informações Gerenciais (DPPIG) da Secretaria de Educação, Waldeck Luz, afirmou que até o último dia 3 de fevereiro as matrículas estavam acontecendo em 10 postos informatizados. A partir de agora, seguem em todas as escolas municipais, desde que haja vagas.

Waldeck Luz disse que os pais e/ou responsáveis podem buscar atendimento na Secretaria de Educação de Itabuna que, por meio do DPPIG, encaminhará o estudante para ser matriculado na escola mais próxima de sua residência, que ainda disponha de vagas. No entanto, adiantou que todas as vagas já foram preenchidas em escolas como Instituto Municipal de Educação Aziz Maron (IMEAM) e Flávio Simões. Essas unidades atuam no segmento dos anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental.

O diretor informou ainda que outro segmento que não dispõe mais de vagas é o de creches. Entre as escolas com vagas está o Centro de Atenção Integral à Criança (CAIC Jorge Amado), no bairro Jardim Primavera. A unidade oferece vagas para para anos iniciais do Ensino Fundamental (6 º ao 9º ano). O prazo final de registro de matrículas é dia 10 de abril.

Mas a matrícula dos alunos do segmento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) pode ser feita no período noturno, das 18 às 20h, de segunda a sexta-feira.

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Na viagem de avião, Ferreirinha foi me contando-repetindo todas as suas peripécias sexuais, a ponto de eu me perguntar se ele teria coragem de dizer tudo aquilo no programa.

 

Daniel Thame

No início da década de 90, então no vigor dos seus 80 anos, Ferreirinha ficou mundialmente conhecido após se casar com a estudante Iolanda, nos seus tenros 15 anos. Foi tema de reportagens em jornais de todo o planeta e concedeu uma entrevista antológica no programa Jô Onze e Meia, no SBT, onde foi triunfalmente apresentado por Jô Soares como o “Garanhão de Itabuna”.

A entrevista com Jô, que levou seu monumental talento para a eternidade, foi acertada após o envio de um exemplar do Jornal A Região por Manoel Leal à produção do programa. O jornal, à época vivendo seu auge, foi o responsável pela divulgação inicial da insólita união.

Como Ferreirinha, já passando os 80 anos e com Yolanda batendo o pé e se negando a acompanhar o esposo, coube a este jornalista (então editor de A Região), levá-lo a São Paulo.

Antes de viajar, Leal comprou uma camisa florida (estilo Jorge Amado) para usar no programa e orientou que se Jô Soares perguntasse o segredo da propalada potência sexual, a reposta era: “muito suco de cacau”.

Na viagem de avião, Ferreirinha foi me contando-repetindo todas as suas peripécias sexuais, a ponto de eu me perguntar se ele teria coragem de dizer tudo aquilo no programa.

Disse e levou Jô Soares e a plateia (composta majoritariamente por estudantes) às gargalhadas, imitando o famoso gesto da posição “receba, galinha”, a sua preferida, antes das núpcias com Yolanda, bem entendido.

Diante de um Jô Soares surpreso com tanta desenvoltura e todos os presentes à gravação encantados com aquele senhor com jeito de menino sapeca, Ferreirinha confirmou que o segredo de levar a jovem esposa à exaustão a ponto de que era ela e não ele quem pedia para parar os arrufos na cama, era mesmo o tal suco de cacau.

Foi o suficiente para Jô Soares pedir: “atenção meus amigos do sul da Bahia, me mandem vários pacotes de suco de cacau!”

Por obra e graça (coloca graça nisso!) de Jô Soares, Ferreirinha ficou conhecido como “O Garanhão de Itabuna”, título do qual se orgulhava e procurava manter, sempre se vangloriando de seus “dotes garanhísticos”, até falecer (lúcido e bem humorado), aos 99 anos, cercado pelo amor de Iolanda do dos familiares.

A entrevista foi um sucesso tão estrondoso que foi repetida entre as melhores do ano. Ferreirinha só não pode usar a camisa amadiana, porque como o voo atrasou, fomos levados diretamente para o estúdio. Durante a entrevista (sem imaginar que a gravação já estava valendo), Ferreirinha dizia a um Jô atônito que precisava vestir a camisa que Leal lhe deu.

Manoel Leal, Ferreirinha, Jô Soares. Deus deixa o céu mais habitável. E esse planetinha tão judiado pelo homo (sic) sapiens cada vez mais pobre de personagens dessa dimensão.

Daniel Thame é jornalista e escritor.

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Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias.

 

Walmir Rosário

A cacauicultura, que já teve a primazia de ser a principal matriz econômica do sul da Bahia, sempre andou de mãos dadas com os políticos, com troca de favores em determinados períodos, estes nem sempre cumpridos. E às vezes os políticos tinham razão, haja vista que os esperados votos barganhados nunca apareciam nas urnas conforme os totais aprazados.

Nas cidades do sul da Bahia sempre foi costumeira a dispersão dos votos para quase todos os candidatos – dos vários partidos –, não importando de que regiões venham e quais os compromissos assumidos com as causas regionais. Era um suplício para os comunicadores verificarem as listas da apuração dos votos, dado ao número de candidatos a deputados – estadual e federal – que foram sufragados nas urnas.

E não era nenhuma novidade para nenhum deles na promoção das chamadas “casadinhas” que, se não rendiam votos regionais suficientes para conferir um mandato, pelo menos ajudavam. Políticos e eleitores da casa sempre reclamaram dessa prática, mas o hábito nunca mudou, se transformando apenas em meras reclamações dos perdedores, inconformados com a falta de votos.

E entre tapas e beijos esses relacionamentos conflituosos continuam como costume a ser seguido, pois o bom mesmo é que pinguem os votos nas urnas de todo o estado da Bahia, não importando onde. Eleitos, quando cobrados a honrarem as promessas feitas durante a campanha eleitora, simplesmente dizem não terem o que fazer, pois não foram votados maciçamente, não lhes conferindo poder para brigar em Salvador e Brasília.

Bem, mas essa é só uma pequena parte dos conflitos pós-eleitorais dos deputados sem o prestígio suficiente junto aos governos do estado e federal, ou sem a devido relacionamento com a poderosa mídia. Outros políticos que detêm esses poderes vão além e fazem as coisas acontecerem com mais “barulho”, pois sabem como encaminhar os pedidos, os pleitos de anos sem qualquer solução.

O mundo do cacau é diferente de outras regiões, pois sempre foi rico (ou pelo menos considerado), se preocupando em ganhar dinheiro, deixando a complicada arte da política para os novos amigos da capital ou outras regiões. Tanto é assim que poucas lideranças conseguem se eleger com os votos do sul da Bahia. Muitos dos que já foram precisaram das “casadinhas” com candidatos de outras regiões, com raríssimas exceções.

E desde que existe eleição não é segredo que as contas de chegar dos votos nunca enganaram as duas partes: o político faz de conta que acredita nos votos prometidos e a liderança engana na contrapartida. Muitos destes se contentam apenas sair nas fotos em que fazem com os candidatos, como demonstração de poder, ser “o amigo do rei”, jactando-se serem da cozinha de tais deputados ou autoridades.

Nada mais falso, a exemplo de uma cédula de três reais. E por que se submetem a esse tipo de relacionamento promíscuo? As vantagens advindas do que não está escrito ou pactuado entre eles. Em conversa com alguns políticos ao longo dessas várias décadas de militância na comunicação, ouvi bastante que a política é a arte de ser sabido, pois só assim é que conseguiram se eleger.

E vários diziam abertamente que defender as causas da cacauicultura não daria o resultado esperado na urnas, embora pudessem estar constantemente na mídia regional, estadual e nacional. E não é por menos, já que o cacau não é somente uma importante commodity e sim o fruto emblemático das histórias contadas pelo escritor itabunense Jorge Amado, com ou sem a ideologia.

Marketing melhor não há do que as entrevistas nas emissoras de rádio, televisão, jornais e redes sociais com a cobrança das providências junto às autoridades competentes, apresentando uma extensa lista de reivindicações. E tome-lhe pedido de providências, discurso inflamado no plenário vazio, encontro com ministros, todos devidamente com a cobertura da mídia, para a prestação de contas aos futuros eleitores.

Alguns, até, conseguem furar a agenda presidencial e programam viagem com o presidente da República e ministros à Ceplac, com promessas de soluções importantes e imediatas. Para delírio da população, fotos e imagens televisivas mostram as autoridades examinando pés de cacau infestados por vassoura de bruxa, e cacaueiros sadios, cujos frutos são quebrados na hora para o deleite do paladar de nossas autoridades.

Nos discursos, tudo resolvido, solucionado, com o excelso poder da caneta governamental em portarias, decretos, leis e medidas provisórias. Enquanto não chega a eleição a papelada tramita em Salvador e Brasília, enquanto as notícias ocupam grande espaço na mídia. Mas como não querem nada, os burocratas tomam todas as providências necessárias para que fiquem emperradas, no esquecimento, logo após a eleição.

O que não se faz para conseguir votos…

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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A Universidade Federal do Sul da Bahia confirmou, hoje (3), para a próxima sexta-feira (6) a inauguração do Campus Jorge Amado, em Ilhéus. Prevista para começar às 14h30min, a cerimônia deve contar com a presença de autoridades regionais, estaduais e federais. Os convidados devem acessar às dependências do Núcleo Pedagógico e do Núcleo de Vivência e Gestão Acadêmica do Campus pela entrada principal da Ceplac, às margens da Rodovia Ilhéus-Itabuna (BR-415).

As obras do novo campus, composto pelo Núcleo Pedagógico, Núcleo de Vivência e Gestão Acadêmica e infraestrutura em geral, foram licitadas em editais de 2015 e 2017 e contou com termos aditivos. O investimento foi de cerca de R$ 61 milhões.

Além dos prédios e drenagem, o montante foi investido em estruturas como a guarita de entrada do campus, vias locais de acesso para veículos, vias de acesso para pedestres e ciclovias, estacionamento, bicicletário, vestiário externo, jardins, bosques e praças e os edifícios para a área administrativa (Núcleo de Gestão Acadêmica e Vivência) e a área pedagógica (Núcleo Pedagógico).

MAIS SOBRE A ESTRUTURA

Projetado em 2015, o Núcleo Pedagógico possui cerca de 6 mil metros quadrados e três pavimentos, com fundação para mais dois. A edificação contempla 24 salas de aula, um miniauditório e 7 laboratórios de ensino multidisciplinares. Esses espaços vão atender os cursos de Primeiro Ciclo de Formação (Bacharelados e Licenciaturas Interdisciplinares) em Ciências, Humanidades e Artes.

A unidade atenderá ainda os cursos do Segundo Ciclo de formação profissional em duas áreas: Engenharias (Engenharia Ambiental da Sustentabilidade; Engenharia de Transportes; Engenharia Sanitária; Engenharia Florestal; Engenharia Agrícola e Ambiental e Engenharia de Aquicultura) e Ciências Sociais (Políticas Públicas; Mídia e Tecnologia e Produção Cultural).

Projetado em 2017 para atender a demanda da área administrativa, com diversas salas para atendimento aos docentes e dicentes, o Núcleo de Vivência e Gestão Acadêmica é uma edificação térrea. O prédio tem fundação para mais um pavimento e cerca de 4.105 metros quadrados. As instalações incluem salas para atendimento na área administrativa, almoxarifados e banheiros.

No local há também espaço para futuro restaurante, lanchonete; sala dos diretórios estudantis, saguões centrais de circulação/espaço interativo para exposição de artes, dança, performances e trabalhos acadêmicos. A Reitoria da UFSB continuará funcionando no prédio do antigo fórum Ruy Barbosa, em frente à Praça José Bastos, no centro de Itabuna.

Obras do campus Jorge Amado serão concluídas no primeiro semestre
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A Diretoria de Infraestrutura da Pró-reitoria de Planejamento de Administração (Dinfra/Tropa) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) anunciou novos prazos para a conclusão das obras dos campi de Jorge Amado, em Itabuna, e Paulo Freire, em Teixeira de Freitas. Pelo novo cronograma apresentado na quarta-feira (15), o campus de Itabuna será concluído em março do próximo ano.

Com 60 mil metros quadrados de área construída, o Jorge Amado tem 79,48% das obras concluídas. O campus deveria ser entregue em dezembro do ano passado, mas os cortes nos repasses pelo Governo Federal comprometeram o cronograma. Por causa da falta de recursos, as obras ficaram seis meses paradas em 2019 e foram retomadas em fevereiro do ano passado.

As obras incluem serviços como de macro e micro drenagem, sistema viário, pavimentação, abastecimento e tratamento de água, estação de tratamento de esgoto com separação das águas residuárias, cobertura em painéis fotovoltaicos para os edifícios, paisagismo com espécies da Mata Atlântica, rede de energia elétrica, iluminação pública, cabeamento estruturado (dados e telefonia), subestação primária e subestação secundária.

De acordo com o projeto, no Campus Jorge Amado, serão instalados o Instituto de Humanidades, Artes e Ciência e Centros de Formação em Tecnociência e Inovação e Agroflorestais, Núcleo Pedagógico, edifício de salas de aulas e laboratórios; Núcleo de Vivência e Gestão Acadêmica, que abrigará a coordenação do campus e o corpo docente, além de áreas de convívio social.

CAMPUS DE TEIXEIRA DE FREITAS

As obras do campus Paulo Freire, em Teixeira de Freitas, no extremo-sul da Bahia, estão ainda mais atrasadas que as do Jorge Amado. Por lá, somente 56,08% do prédio foi concluído até agora. A previsão é que o campus seja concluído em novembro do próximo ano. O prédio está sendo erguido numa área de 9 mil metros quadrados.

Os trabalhos incluem serviços de terraplenagem, rede elétrica, subestações, sistemas eletrônicos, cabeamento estruturado, macro e micro-drenagem, pavimentação, abastecimento e distribuição de água e energia fotovoltaica, que permitirá a redução dos custos na conta energia elétrica.

Isaquias faz o Kamehameha no pódio de Tóquio || Foto Franck Robichon/EFE
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Thiago Dias

Quem visita a Casa de Cultura Jorge Amado, em Ilhéus, vê artigos que pertenceram ao escritor. Lá estão uma máquina de escrever Olivetti, livros, móveis e camisas com estampas florais. Uma das camisas é da marca Kamehameha e foi fabricada no Havaí, segundo a etiqueta da peça. Quando a vi, lembrei do canoísta ubaitabense Isaquias Queiroz. Para receber sua medalha de ouro nos Jogos de Tóquio, ele subiu ao pódio reproduzindo um gesto marcial do anime Dragon Ball, o Kamehameha.

Kamehameha, segundo a Wikipédia, também é o nome do rei que unificou os domínios das ilhas havaianas. Daí a referência na marca da camisa de Jorge. Já em Dragon Ball, Mestre Kame vive numa ilha do Oceano Pacífico, na companhia de uma tartaruga (kame, em japonês). É ele quem ensina o Kamehameha ao protagonista da história, o carismático Goku.

Camisa da marca Kamehameha exposta na Casa de Cultura Jorge Amado, em Ilhéus

Dragon Ball condensa elementos de diversas narrativas míticas, como a do gênio da lâmpada mágica (representado pelo dragão Shenlong) e a transformação dos saiayjins (povo do planeta Vegeta, onde Goku nasceu) no gigante Oozaru, que remete ao mito do lobisomem, especialmente por causa da relação com a lua cheia. Essa mistura deve ter favorecido o sucesso planetário e longevo da história, cuja primeira publicação data de 1984. Outro elemento central, naturalmente, é o carisma do protagonista.

Isaquias tem a mesma simplicidade carismática de Goku, sem falar na força, mas as semelhanças param aqui. Não há magia nas mãos do canoísta, e os treinos dolorosos de Goku são fictícios.

Na final olímpica da canoagem rápida, a explosão muscular que garantiu a média acima de 64 remadas por minuto, impulsionando a canoa brasileira para a vitória, foi o resultado de uma longa preparação, com dois ciclos olímpicos no caminho. Em mais de uma ocasião, entrevistado em Tóquio, Isaquias falou do quanto é doído manter o ritmo veloz e forte da remada. Com o perdão da cacofonia, herói mesmo é o Goku de Ubaitaba, que recebe a visita do filho ilustre neste sábado (14).

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

Confira a programação cultural de Ilhéus no dia em que Jorge Amado completaria 109 anos || Foto PIMENTA
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Se estivesse vivo, o escritor Jorge Amado completaria 109 anos de idade nesta terça-feira (10). Para celebrar a data, a Prefeitura de Ilhéus organizou uma programação especial, com intervenções artísticas.

A pintora Jane Hilda Badaró reeditou a exposição “Bahia de Jorge e outros amados mundos”, aberta ao público desde às 9 horas da manhã de hoje, no Teatro Municipal. Depois, às 10 horas, os Djs Bruno Vita e Fábio Tihara, do coletivo Afropanguas, se apresentaram em frente à Casa de Cultura Jorge Amado.

Logo mais, a partir das 16h30min, os músicos Itassucy, Edity, Herval Lemos, Délio Santiago, Edu Neto e Laís Marques vão dar um show no palco da comemoração, montado em frente ao Teatro Municipal.

Grupo de capoeira se apresenta em frente à Casa de Jorge Amado || Foto Eufrasio Pereira Junior

Grupos de capoeira, a contadora de histórias Mirian Oliveira e os grupos Batuka Gegê e Maktub também vão marcar presença na celebração da memória do escritor.

RUY PÓVOAS E GERALDO LAVIGNE FALAM SOBRE A OBRA DE JORGE AMADO

À noite, a partir das 18 horas, a Academia de Letras de Ilhéus vai promover a live “A obra de Jorge Amado”, com mediação do escritor e professor Ruy Póvoas e do poeta Geraldo Lavigne. A transmissão será pelo Instagram (@academiadeletrasdeilheus).

Se vivo estivesse, Jorge Amado completaria hoje 109 anos || Foto Editora Todavia
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Jorge Amado merece muito mais. Merece uma casa melhor em Ilhéus para guardar sua memória e ser um centro de referência permanente. Merece ações em Itabuna. Merece uma Ilhéus zelosa com a memória de seu escritor maior.

Efson Lima

Jorge Amado,  nosso autor sul-baiano mais destacado da literatura nacional, completa 109 anos neste 10 de agosto de 2021. Imortalizado na Academia de Letras de Ilhéus, Academia de Letras da Bahia e Academia Brasileira de Letras, ele permanece vivo na literatura mundial. Certamente, ele continuará povoando nossas cabeças, nosso imaginário e seduzindo milhares de pessoas para a literatura, assim como eu fui atraído pela obras Capitães da Areia Gabriela, Cravo e Canela, entre outros clássicos.

Em Ilhéus, Jorge Amado se somou a Abel Pereira,  Nelson Schaun, Wilde Oliveira Lima e Plínio de Almeida, os quatro últimos foram membros da Comissão de Iniciativa, para fundar a Academia de Letras de Ilhéus, em 1959.  Na Academia de Letras de Ilhéus, o escritor pertenceu à cadeira de n° 13, cujo patrono, Castro Alves, o influenciou na produção literária.  A cadeira de n°13  também acolheu a sua companheira, Zélia Gattai e, agora, tem como titular o escritor Pawlo Cidade.

Para a Academia Brasileira de Letras, Jorge Amado foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira n° 23, que tem por patrono José de Alencar e  primeiro ocupante Machado de Assis. Jorge Amado foi um crítico das academias, mas na fase adulta fez revisão de seus posicionamentos, como assinalou em seu discurso de posse na ABL:  “Chego à vossa ilustre companhia com a tranquila satisfação de ter sido intransigente adversário dessa instituição, naquela fase da vida, um que devemos ser, necessária e obrigatoriamente, contra o assentado e o definitivo, quando a nossa ânsia de construir encontra sua melhor aplicação na tentativa de liquidar, sem dó nem piedade, o que as gerações anteriores conceberam e construíram.”

O tempo é senhor de nossas razões. E como é.

No início deste texto, eu disse “nosso autor”, força de expressão para ressaltar a origem. O escritor pertence mesmo é ao mundo. É símbolo de nossa terra, nascido em Ferradas, em Itabuna, não só se imortalizou, mas imortalizou-nos na literatura universal. As suas obras de cunho regionalista conseguiram ter sentido no Chile, na França, em Portugal, na Itália, na antiga URSS. Conseguiu orgulhar a nação grapiúna e colocar a literatura brasileira em um patamar privilegiado. Acabou não sendo agraciado com o Prêmio Nobel, mas seu nome sempre foi forte candidato. Por sua petulância, acabou sendo preterido.

Geralmente, as pratas de suas casas não são vistas. São normalizadas. Agora, entre as duas cidades, sem dúvida, Ilhéus é quem melhor poderia ganhar com a imagem desse célebre escritor.

A passagem do tempo não apaga as memórias amadianas. As suas obras continuam atuais. Foram crônicas daquele momento e proféticas para o presente. Certamente, continuarão evidenciando o futuro.  Jorge Amado será sempre lembrado pela atual geração e pelas gerações futuras. Talvez, Ilhéus e Itabuna ainda não tenham percebido a importância desse escritor. Geralmente, as pratas de suas casas não são vistas. São normalizadas. Agora, entre as duas cidades, sem dúvida, Ilhéus é quem melhor poderia ganhar com a imagem desse célebre escritor. Infelizmente, a cidade pouco aproveita a difusão turística feita pelas obras amadianas. Gente boa na cidade não falta para colaborar e implantar projetos. Mas são pratas da casa, não servem. Até quando vamos manter esse raciocínio?

O escritor Jorge Amado, que recebeu diversas críticas, marginalizado pela crítica do Sul, continua vivo em nossas memórias e provocando críticas de diversos movimentos. Também continuará sendo lembrado em sua data de nascimento e em eventos acadêmicos, mas só essas ações não bastam. Jorge Amado merece muito mais. Merece uma casa melhor em Ilhéus para guardar sua memória e ser um centro de referência permanente. Merece ações em Itabuna. Merece uma Ilhéus zelosa com a memória de seu escritor maior. Merece um tratamento melhor pelas instituições universitárias e pelas escolas. É possível uma cultura amadiana. AMADO sejamos cada um de nós!

Efson Lima é advogado, professor universitário e mestre e doutor em Direito pela Ufba.

Jorge Amado faleceu em 6 de agosto de 2001 || Reprodução Editora Todavia
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Há 20 anos, no dia 6 de agosto, morreu o escritor baiano Jorge Amado. Autor de clássicos como Tenda dos Milagres, Capitães da Areia e Gabriela, Cravo e Canela, Jorge é um dos maiores artistas do Brasil. Seu legado atravessa gerações. Numa entrevista ao Jornal da Cidade, na Rádio Metrópole, a biografa Josélia Aguiar, que escreveu o livro Jorge Amado: Uma Biografia, lançado em 2018, disse que Jorge sempre desejou uma morte rápida. “Ele teve a vida que imaginou, mas não a morte”, disse Josélia.

Nos últimos anos de vida o escritor teve problemas de saúde, e até chegou a ficar com a visão comprometida, depois, dificuldade cardíaca e respiratória. “Eu acredito que tem a ver com a vitalidade dele. Para que essa vida, esse potencial, fosse diminuindo, não poderia ser de repente”, disse Josélia.

Jorge Amado morreu pouco antes do seu aniversário, celebrado dia 10 de agosto. Existe um mito em torno do escritor, sua família o propagava: criança que nasceu empelicada, sujeito de sorte. Questionada, Josélia disse acreditar que o escritor foi mesmo um sujeito de sorte. “Mas ele estava sempre em contato com o desejo dele, com que ele queria fazer. Acho que independente do Jorge Amado escritor, o Jorge Amado homem, da a todos nós uma grande lição, que é: quando você faz uma coisa que você gosta muito, e se dedica muito a isso, as coisas realmente vão acontecer”, afirmou.

Josélia Aguiar revelou ainda detalhes sobre a publicação do livro. “A ideia era fazer um livro mais curto, em que eu teria um ano e meio. Mas a vida do Jorge Amado é transoceânica, cheia de emoções e reviravoltas. Acabei ficando quase oito anos. Hoje, faz três anos da primeira publicação, já tenho pós edição do livro com mais novidades, todas essas conversas em torno dele também sempre me acrescentam, de modo que estou há 10 anos ‘muito ocupada’ com Jorge Amado”, brinca a autora. Confira mais.

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Quem é escritor? Quem é autor? Escritor e autor são sinônimos? O que é uma “boa literatura”? Existe isso mesmo?  Existe uma literatura do cacau? Regional? Há roteiro para se tornar um escritor? Há cânone na literatura? O que é isso mesmo?  Eis algumas das perguntas que não consigo responder, mas fico atento às discussões.

Efson Lima | efsonlima@gmail.com

Nada melhor para refletir sobre a escrita do que se deparar com o Dia Nacional do Escritor (25 de julho). Uma das grandes marcas da humanidade é a escrita. Não só por ter colocado a condição humana em um patamar elevado entre os seres vivos, mas  a prática da escrita permite o registro da trajetória humana, a evolução do planeta. A escrita é meio para que um emaranhado de palavras, ideias,  símbolos sejam estruturados. A escrita oferece sentido à própria existência da vida. A escrita é uma das faces do “projeto de desenvolvimento humano”.

Em “tempos modernos”, cada vez mais visual, por vezes, esquecemos que durante muito tempo os nossos principais meios comunicacionais foram a fala, a escrita, os gestos, os objetos… Agora, os satélites nos unem, nos globalizam e possibilitam  uma dimensão maior do fenômeno. Em três segundos, estamos conectados na aldeia global. O século XX foi pródigo de descobertas e invenções. O nacional também pode se tornar global.

O escritor Jorge Amado, talvez  um dos primeiros escritores a ganhar a vida com o dinheiro de obra literária no Brasil, indiretamente, colocou o termo escritor no catálogo de profissões. A minha geração conheceu escolas de escritores, oficinas e faculdade para formar profissionais da área.  O escritor nascido em Ferradas, na cidade de Itabuna, foi internacionalizado.

Paulo Coelho, o maior dos escritores nacionais em volume de vendas, foi uma das caras do Brasil ao lado de sua mulher na candidatura do Rio de Janeiro para sediar as Olímpiadas em 2016. Lembro-me que muito se discutiu se suas obras eram literatura ou não. A Academia Brasileira de Letras virava a cara. As massas de leitores sinalizaram que outros caminhos são possíveis.

No mundo da escrita algumas discussões surgem. Quem é escritor? Quem é autor? Escritor e autor são sinônimos? O que é uma “boa literatura”? Existe isso mesmo?  Existe uma literatura do cacau? Regional? Há roteiro para se tornar um escritor? Há cânone na literatura? O que é isso mesmo?  Eis algumas das perguntas que não consigo responder, mas fico atento às discussões.

Deixo essas provocações para Silmara Oliveira, professora especializada em literatura; Pawlo Cidade com quase 20 livros publicados, ontem relançou  o seu livro O Tesouro Perdido das Terras do Sem-fim, leitura que estou a fazer; Luh Oliveira, mestra na área de letras e poeta;  pediria meu mago Ramayana Varges, um intelectual no sentido pleno do termo.  Poderia também convidar Igor Luiz, das terras de Coaraci/ Ibirapitanga; Sheila Shew, a artista – produtora, de Buerarema/Itabuna; Tácio Dê, com suas Tertúlias, às 18:51 horas. Isso mesmo, no Instagram, repito: 18:51 horas; Walmir do Carmo, que além da força de sua escrita, confere ainda maior força  aos seus poemas quando declama. Tive o prazer de ouvi-lo ontem, fisicamente, dia 24/07, no ato em defesa da democracia e da luta antifascista. Ainda,  posso convidar Aurora Souza para dar continuidade a lista. Fica faltando outra gama de gente boa, mas invocando o sagrado, temos o professor Ruy Póvoas que nos amanhece com sua voz radiante às sextas-feiras, mestre do material e do espiritual, uma instituição para além das terras sul-baianas. Mestre de gerações.

Li pela primeira vez, no Diário de Ilhéus, academicamente exigiria um apud, conforme artigo da professora Maria Luiza Heine, que Adonias Filho, certa vez, profetizou que, além de cacau, o sul da Bahia faz brotar escritores. Particularmente,  tenho constatado esse fenômeno no Flisba, Bardos Baianos Litoral Sul, Costa do Descobrimento e Extremo Sul. As notícias chegam.

É verdade, gente! Hoje é o dia Nacional do Escritor, dia 25 de julho. Mas não falarei nada disso. Não falarei também do fenômeno da escrita nas redes sociais. Desculpa!

Efson Lima é professor universitário, advogado e doutor em Direito pela UFBA.

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Hans criou o Chocolate Caseiro de Ilhéus. Caseiro, pero no mucho, porque foi questão de tempo para que seu chocolate (aí incluídas as impagáveis versões Nacib e da Gabriela)  conquistasse o Brasil, vendido em aeroportos e lojas de grife.

Daniel Thame

Prestes a completar 500  anos (487 neste 28 de junho), Ilhéus ficou conhecida mundialmente como a Terra do Cacau por meio das obras de Jorge Amado. Com seus coronéis, jagunços, trabalhadores explorados,  aventureiros de todos os matizes, moçoilas dadivosas, gabrielas e nacibs, Jorge criou um universo mítico, em obras traduzidas para dezenas de idiomas e adaptadas para incontáveis versões na televisão.

No  último quarto de século, quando o cacau atravessou uma de suas piores crises e Jorge partiu para ser amadamente eterno, três personagens que poderiam ter saído de seus livros decidiram subverter a (des)ordem natural das coisas. Como é que uma região que produzia as melhores amêndoas do mundo não produzia nem o mais miserável dos chocolates?

Aí veio Hans Schaeppi, hoteleiro, produtor de cacau, mas principalmente visionário. Hans criou o Chocolate Caseiro de Ilhéus. Caseiro, pero no mucho, porque foi questão de tempo para que seu chocolate (aí incluídas as impagáveis versões Nacib e da Gabriela)  conquistasse o Brasil, vendido em aeroportos e lojas de grife.

Hans Schaeppi viu a uva – perdão, o chocolate -, mas ninguém se atreveu a seguir o caminho. Freud, perdão de novo, Jorge explica.

Até que entrou em cena outro visionário (meio gênio, meio louco, naquele momento mais louco do que gênio. Seu nome: Marco Lessa.

Pois não é que o empresário e produtor de eventos decidiu criar em Ilhéus o Festival Internacional do Cacau e Chocolate. O nome pomposo (pretencioso?), escondia uma realidade bem menos glamourosa:  de chocolate sulbaiano mesmo só havia o de Hans.

Mas Marco Lessa já nem via a uva: via chocolate mesmo. E chocolate de origem, feito com cacau fino, para disputar mercado com os melhores chocolates do mundo, que eram  feitos com as nossas amêndoas do sul da Bahia. Precisa desenhar?

Uma década depois, já são cerca de  70 marcas regionais, Chor (eleito recentemente um dos três melhores chocolates do mundo), Sagarana, Yrerê, Maltez, Modaka, Mendá, Benevides, Seno, Cacau do Céu, Natucoa, Sul da Bahia, Terravista  e  companha limitada. Todos nascidos na esteira do festival, que, sim, hoje  faz mais do que jus ao nome, maior do gênero na América Latina.

Chocolates para se degustar de joelhos!

Junto com o chocolate de origem, veio  a produção de amêndoas de altíssima qualidade. E aí entra o personagem com dotes de alquimista  na sua fazenda/santuário Leolinda. Jeitão  simples de monge franciscano, talento de Papa na excelência do seu (Santo) Ofício. O que ele fez com o cacau, antes destinado apenas às moageiros e plantados aos Deus dará (às vezes vinha uma praga e Deus não dava), ao elevar os padrões de seleção, cultivo e, consequentemente de qualidade, só tem uma definição: revolução.

João Tavares, Hans Schaeppi, Marco Lessa. Cacau e agora também chocolate.

Embalados e inspirados nas histórias de Jorge que amou o cacau e certamente amaria os chocolates hoje mundialmente amados.

Histórias que dariam um livro, mas que nos satisfazem o corpo e a alma quando nos dão um divina barra de cada chocolate que brota dessa sagrada terra grapiuna, onde também brotam pioneiros/visionários sempre dispostos a reescrever essa história de quase  meio milênio, onde ainda há muito o que reescrever  e escrever.

Bem vindos às terras do cacau e do chocolate!

E Salve Jorge. Sempre.

Daniel Thame é jornalista, blogueiro, escritor e editor do site Cacau&Chocolate.