Deputado Joseildo é contrário à privatização da Embasa || Foto Gustavo Bezerra
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Defendida nesta quarta-feira (18) pelo ex-prefeito ACM Neto, a possibilidade de privatização da Embasa voltou a ser criticada pelo deputado federal Joseildo Ramos (PT/BA). Autor do projeto que revoga a Lei de Privatização da empresa, o parlamentar reforçou que o acesso à água é um direito básico universal e que, portanto, não pode ser tratado como mercadoria.

“É evidente que alguém como ele deva ter dificuldade em compreender que uma empresa de saneamento não atende apenas às parcelas mais aquinhoadas da população, mas também às mais deprimidas economicamente. A Embasa transfere os resultados da prestação de serviços de onde é superavitária para as localidades mais vulneráveis, onde a população é mais empobrecida e, na maioria das vezes, o abastecimento é deficitário”, afirmou o deputado.

De acordo com Joseildo, tanto no Brasil quanto em experiências em outros países, empresas privadas do setor de saneamento são reconhecidas por priorizarem o lucro sobre a universalização do serviço, não demonstrando interesse em investir grandes quantias de dinheiro em obras para levar água ou saneamento para lugares mais empobrecidos, onde não há retorno financeiro.

MARCO REGULATÓRIO DO SANEAMENTO

Após a aprovação do Marco Regulatório do Saneamento, que abriu caminho para esse tipo de privatização no país, os brasileiros que vivem em regiões mais carentes e mais distantes estão, ainda de acordo com o parlamentar, “condenados a viverem sem acesso aos serviços de saneamento”.

“A Embasa cumpre esse papel de responsabilidade social justamente por seu caráter público. Privatizar é ignorar quem vive no interior mais pobre, é aumentar tarifa, piorar serviço, aumentar a desigualdade. Essa é uma proposta descolada da realidade, e absurda de ser feita em uma pandemia”, afirmou.

FRACASSO

Ainda segundo o deputado, existe uma tendência global que aponta para a reestatização do serviço de água e esgoto, como em Berlim, Paris, Buenos Aires e outras cidades por conta das suas experiências não exitosas.

“A iniciativa privada não é mais eficiente e não deu certo em lugar nenhum. Eu estive pessoalmente em Manaus para testemunhar o descalabro que é a prestação de serviço privado. São 2,2 milhões de habitantes. Em 19 anos de serviço, é a 5ª maior tarifa do país, não existe tarifa social, há uma perda de 75% de água e 200 mil pessoas ainda sofrem sem ter acesso à água de qualidade. Este, como a grande maioria dos serviços privatizados no Brasil, não serve como bom exemplo”, criticou.

Miralva, Porfírio e Jackson: apoio a Geraldo e definição da chapa de vereadores || Pimenta
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O ex-prefeito Geraldo Simões conseguiu vencer resistências internas e será o nome do PT na sucessão municipal de Itabuna. Há pouco, representantes dos deputados Rosemberg Pinto, Josias Gomes, Afonso Florence, Osni Cardoso e Joseildo Ramos sentaram-se à mesa com o presidente do PT de Itabuna, Jackson Primo, definindo o apoio à pré-candidatura do ex-prefeito. O encontro ocorreu em um restaurante de Itabuna.

Deputado estadual e líder do Governo Rui Costa na Assembleia Legislativa, Rosemberg Pinto conversou com o presidente do PT itabunense no final de semana. O parlamentar selou apoio a Geraldo e trabalha para manter no partido o vereador Júnior Brandão, que era um dos dois nomes do PT na corrida municipal. O encontro nesta tarde teve a participação de Jackson, Miralva, Manoel Porfírio e de Marcos “Japu” Souza. Miralva e Jackson, que se enfrentaram nas urnas no PED do PT de Itabuna, vestiam camisas cor de rosa para simbolizar o momento.

– Vamos ter um pré-candidato, que é o ex-prefeito Geraldo Simões. Agora, estamos trabalhando para ter uma chapa proporcional competitiva, com representantes da comunidade e de setores como Educação e Saúde e da nossa militância histórica – afirmou Jackson Primo ao PIMENTA há pouco.

Jackson disse ainda não ter informação oficial sobre a saída de Júnior Brandão do PT, mas tanto ele como a ex-presidente do PT itabunense Miralva Moitinho ficaram de conversar com o vereador para tentar demovê-lo da ideia de deixar a legenda. “Júnior é um quadro importante e vamos conversar, pois é dos candidatos prioritários para a Câmara”, disse Jackson.

Jackson disse que o PT tem, até aqui, 35 nomes para a Câmara de Vereadores, além até do máximo permitido por partido (32) em tempos de fim de coligação para as eleições proporcionais.

TODOS, MENOS FERNANDO E MANGABEIRA

O dirigente disse que, após a definição da pré-candidatura do partido, agora avança nas negociações com os partidos aliados. “Vamos conversar com Augusto Castro (PSD), Azevedo (PL), Dr. Isaac (Avante), Aldenes Meira (PSB) e Jairo Araújo (PCdoB)”, disse ele, observando que o nome do candidato destes partidos da base sairá dos diálogos que estão sendo mantidos desde o ano passado.

Questionado se o partido não dialogaria com o prefeito Fernando Gomes, Jackson reagiu:

– Fernando se diz amigo do governador, mas não tem relação com o PT e nós do PT temos restrições severas contra ele. É o único da base do governador com quem a gente não senta para conversar. Em circunstancia nenhuma. Nem ele nem com Dr. Mangabeira, porque o dr. apoia Bolsonaro e é oposição ao governador – disse Jackson.

O presidente do PT de Itabuna disse que a unidade no município segue orientação do diretório nacional e um pedido do presidente Lula. “Optamos por um nome que governou a cidade por duas vezes. Itabuna enfrenta sérias dificuldades, muitas. Vamos discutir a agenda municipal e a nacional, também”, disse ele.

EVANGÉLICOS

O partido também destacou nomes como José Veridiano e Zaquel Oliveira para ser a ponte com o segmento evangélico no município. Desde a semana passada, o PT baiano definiu núcleo evangélico para estabelecer diálogo com os evangélicos, setor onde o PT e a esquerda passaram a sofrer grandes resistências desde as eleições de 2018, quando o presidente Bolsonaro atribuiu ao presidenciável Fernando Haddad (PT) a criação do Kit Gay, fake news eleitoral que o partido não conseguiu desmistificar.

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Rui Costa nega intenção de privatizar a Embasa (Foto Manu Dias).
Rui Costa nega intenção de privatizar a Embasa (Foto Manu Dias).

Horas depois da reação de aliados, dentre eles o deputado estadual Joseildo Ramos (PT) e a direção do Sindae, o governador Rui Costa negou intenção de privatizar a Embasa. “Nunca foi, não é e nunca será minha intenção”, assegurou.

Segundo o gestor, o projeto de lei de criação da Empresa Baiana de Ativos S.A. (BahiaInvest) busca atrair investimentos privados, seguindo modelo de capitalização que garanta retorno por meio de investimentos públicos para setores privados que desejem investir nesta empresa.

– A BahiaInvest vai, por exemplo, capitalizar investimentos do VLT. Então, empresários que não sejam os que vão operar o VLT poderiam comprar uma cota desse investimento – disse.

Ainda de acordo com Rui, a nova empresa de economia mista busca “alocar recursos para o abastecimento de água nos grandes centros urbanos, como Salvador e Feira de Santana”.