Jogadores do sul da Bahia voltam à Seleção Brasileira
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A Seleção Brasileira, que jogará amistosos contra Inglaterra e Espanha, na Europa, terá dois jogadores do sul da Bahia. A equipe do técnico Dorival Júnior contará com o volante André, do Fluminense, nascido no distrito de Algodão, em Ibirataia; e o zagueiro Bremer, da Juventus (Itália), oriundo de Itapitanga. O zagueiro foi chamado para substituir Gabriel Magalhães, que se apresentou contundido.

Bremer desembarcou na terça-feira (19) na capital inglesa e foi poupado do treino no gramado do CT do Arsenal, mas trabalhou com o grupo hoje. O zagueiro é um dos destaques no futebol italiano e fez parte do grupo que disputou a Copa do Catar, em 2022. Já o volante André vem jogando em alto nível no Fluminense e tem sido convocado para as Eliminatórias da Copa do Mundo.

AMISTOSOS NA EUROPA

No próximo sábado (23), o Brasil enfrentará a Inglaterra, em Wembley. O segundo amistoso será contra a Espanha, na terça-feira (26), no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri. Os dois amistosos serão os primeiros confrontos do Brasil contra adversários da Europa desde a Copa do Mundo de 2022.

O jogo contra a Inglaterra, no sábado (23), marcará a estreia de Dorival Júnior no comando da Seleção, após vários tropeços no ano passado, quando foi comandada interinamente pelo técnico Fernando Diniz. De seis jogos disputados, venceu dois, empate um e sofreu três derrotas.

O Brasil terminou 2023 em sexto lugar (sete pontos) das Eliminatórias Sul-Americanas, última posição classificatória para a Copa do Mundo de 2026. O próximo mundial de seleções de futebol será disputado em três países: Canadá, México e Estados Unidos.

Zagueiro Bremer renova com a Juventus por três anos|| Foto Redes sociais
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A Juventus, da Itália, confirmou, nesta quarta-feira (27), a renovação com o zagueiro Bremer, de 26 anos, por mais três temporadas. O atleta nascido em Itapitanga, no sul da Bahia, assinou com o clube Europeu até o meio de 2028. A extensão do vínculo foi divulgada nas redes sociais do do jogador.

Para divulgar o novo vínculo com Bremer, a Juventus fez uma brincadeira. O zagueiro teve que tirar objetos pessoais, além de um atacante do bolso, até sacar uma caneta para informar o ano do fim contrato e colocar a assinatura em um pedaço de papel.

Nascido em março de 1997 em Itapitanga, o zagueiro Gleison Bremer começou a carreira profissional longe da Bahia.O atleta iniciou a carreira no interior de São Paulo, aos 17 anos, no Desportiva Brasil. Em 2016, foi emprestado ao São Paulo, onde atuou pouco no time profissional.

No ano seguinte, em 2018, foi negociado com o Atlético Mineiro por R$ 380 mil. Ele atuou 33 partidas pelo Galo. Em 2018, foi vendido por R$ 24 milhões para o Torino, onde foi destaque. Acabou contratado por 41 milhões de euros (213 milhões de reais na cotação da época).

Em 2022 foi convocado pela primeira vez para atuar pela Seleção Brasileira, pelo então treinador Tite. Participou de amistosos e acabou garantindo o nome na lista dos jogadores que foram à Copa do Catar, conquistada pela Argentina.

 

Bremer volta a ser convocado pela Seleção Brasileira || Lucas Figueiredo/CBF
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Nascido em Itapitanga, no sul da Bahia, o zagueiro Bremer, da Juventus, mais uma vez foi convocado para defender a Seleção Brasileira. Ele substituirá o zagueiro Marquinhos, do PSG, cortado do amistoso contra o Marrocos, no dia 25, em Tânger, no estádio Ibn Batouta,  no país africano, por causa de lesão.

A Seleção Brasileira se apresenta nesta segunda-feira (20), em Tânger. A equipe será comandada pelo técnico interino Ramon Menezes, campeão invicto do Sul-Americano Sub-20 na Colômbia. O treinador da Seleção comandou cinco atividades antes da partida no sábado (18).

Bremer é o terceiro jogador da esquerda para direita ao fundo || Lucas Figueiredo/CBF

Não será a primeira vez que o zagueiro Bremer vestirá a camisa da Seleção Brasileira. Ele esteve na Copa do Mundo do Catar, estreou na partida em que o Brasil sofreu derrota por 1 a 0 para Seleção de Camarões,na última fase de grupos, no Estádio Lusail. No confronto, o então treinador Tite usou uma equipe reserva.

O zagueiro Bremer é desconhecido no Brasil. O atleta começou a carreira em 2014 nas categorias de base do Desportiva Brasil, do interior de São Paulo, onde ficou até 2016. Emprestado ao São Paulo, onde atuou por um ano, teve passe adquirido pelo Atlético Mineiro em 2017, que pagou R$ 380 mil. Depois de um ano, tendo jogado 33 partidas, acabou negociado para o futebol italiano.

DOIS SUL-BAIANOS CONVOCADOS

Bremer se torna o segundo nome do sul da Bahia convocado pelo treinador Ramon Menezes para a partido contra Marrocos. No início deste mês, o volante André, do Fluminense-RJ, também foi chamado para a partida do próximo sábado (relembre aqui). O jogador do Fluzão é natural de Ibirataia. Atualizado às 15h30min.

Bremer será titular na sexta-feira || Foto Lucas Figueiredo/CBF
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Como o PIMENTA havia antecipado na terça-feira, o zagueiro Bremer defenderá a Seleção Brasileira em um jogo de Copa do Mundo pela primeira vez, na próxima sexta-feira (2), às 16h. Ele nasceu em Itapitanga, no sul da Bahia, e, no Brasil, jogou no futebol de São Paulo e Minas Gerais antes de ser contratado para atuar na Europa.

Após o treino desta quarta-feira (30), o técnico Tite divulgou o time que vai a campo contra Camarões. Com Bremer, destaque defensivo da Juventus, da Itália, entre os 11 titulares. O treinador decidiu poupar a equipe principal e lançará uma seleção totalmente modificada, do gol ao ataque, dando chance, também, para nomes como Daniel Alves, outro baiano na Seleção. O lateral-direito nasceu em Juazeiro e jogou pelo Bahia.

Ainda há dúvidas no ataque e meio de campo. Everton Ribeiro ou Rodrygo? Pedro ou Gabriel Jesus? Mistério só terá fim amanhã (1°) ou horas antes da partida.

Bremer nasceu em Itapitanga, no sul da Bahia || Foto Instagram
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Ailton Silva

Nascido no pequeno município de Itapitanga, no sul da Bahia, o zagueiro Bremer segue caminho parecido com o do ex-zagueiro Aldair, ilheense campeão do mundo em 1994 que atuou no futebol italiano e defendeu as cores da Seleção Brasileira de Futebol, além de Flamengo e Benfica. Bremer garantiu vaga na lista do técnico Tite quase aos 45 minutos do segundo tempo. Os 26 convocados foram anunciados no início da tarde desta segunda-feira (7).

Bremer estreou pela Seleção Brasileira em setembro

Na Itália, Aldair jogou pela Roma e Genoa, enquanto o zagueiro Gleison Bremer Silva Nascimento, de 26 anos, atuou pelo Torino, no período de 2018 a 2022. Atualmente, defende as cores da Juventus. Essa é apenas a segunda convocação de Bremer pelo técnico Tite. Em setembro passado, o jogador baiano foi chamado pela primeira vez para os amistosos contra Gana (vitória por 3 a 0) e Tunísia (vitória 5 a 1).

O treinador explicou o porquê de o zagueiro de Itapitanga ser convocado para disputar a Copa do Mundo do Catar. “O Bremer teve a condição, porque a carreira dele e o seu desempenho em alto nível no Torino e na Juventus nos chancelaram. E talvez nós não tenhamos olhado com a devida atenção já antes, já antes”, defendeu o treinador.

O zagueiro Bremer é desconhecido no Brasil. O atleta começou a carreira em 2014 nas categorias de base do Desportiva Brasil, do interior de São Paulo, onde ficou até 2016. Foi emprestado ao São Paulo, onde atuou por um ano, e teve passe adquirido pelo Atlético Mineiro em 2017, que pagou R$ 380 mil. Depois de um ano, tendo jogado 33 partidas, foi negociado para o futebol italiano.

Bremer é destaque no futebol italiano|| Foto redes sociais

Na Itália, Bremer atuou 111 jogos pelo Torino, sendo destaque por duas temporadas. Neste ano, o atleta transferiu-se para a Juventus e acumula atuações que chamam a atenção da comissão técnica da Seleção Brasileira. “Ele se mostrou, quando veio aqui, com uma segurança nos jogos que tivemos acompanhando e nos treinamentos, com uma segurança impressionante. É um atleta de alto nível”, disse.

EM BUSCA DO SEXTO TÍTULO

Neste ano, o Brasil vai em busca do hexacampeonato. A novidade nesta Copa do Mundo é o acréscimo de três nomes em relação aos torneios anteriores, quando eram chamados 23 atletas. Na atual lista, 16 atletas disputarão a Copa do Mundo pela primeira vez.

Ganhou prêmio de melhor zagueiro na Itália

No cargo desde 2016, Tite soma 76 jogos, com 58 vitórias, 13 empates e cinco derrotas. Ele teve todo o ciclo do Mundial para fazer testes e escolher o melhor conjunto para a competição que tem início no dia 20 de novembro com a partida entre o Catar, seleção anfitriã, contra o Equador.

A estreia brasileira está marcada para o dia 24 de novembro contra a Sérvia. A seleção pentacampeã do mundo está no grupo G, que também conta com Camarões e Suíça.

Que o zagueiro Bremer tenha a mesma competência e sorte que teve Aldair, campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994, nos Estados Unidos.

Baiano Bremer é destaque no futebol italiano|| Foto redes sociais
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Nascido em março de 1997 em Itapitanga, no sul da Bahia, o zagueiro Gleison Bremer, que atualmente joga na Juventus, na Itália, foi um dos 26 convocados pelo técnico Tite para os amistosos da Seleção Brasileira contra Gana e Tunísia. As partidas serão disputadas na França no final deste mês.

Esta é a primeira vez que Bremer é convocado para a Seleção. Com 25 anos, o defensor é um dos destaques da Juventus nesta temporada. O baiano já atua desde 2018 no futebol italiano. O zagueiro desembarcou na Europa para jogar pelo Torino, onde ficou até o julho, quando foi contratado por 41 milhões de euros (213 milhões de reais). Ele despertou interesse de outros grandes clubes da Itália, Inglaterra e França. E escolheu a Juventus.

Tite convocou, nesta sexta, jogadores para amistosos na França|| Foto Lucas Figueiredo/CBF

A transferência de Bremer ocorreu depois de ser eleito, na temporada passada, com a camisa do Torino, o melhor zagueiro do Campeonato Italiano. O atleta começou a carreira no interior de São Paulo, aos 17 anos, no Desportiva Brasil.

Em 2016, Bremer foi emprestado ao São Paulo, onde atuou pouco no time profissional. No ano seguinte, foi negociado com Atlético Mineiro por R$ 380 mil. Ele atuou 33 partidas pelo Galo. Em 2018, foi vendido por R$ 24 milhões para o Torino.

Bremer está entre os 26 convocados nesta sexta-feira (9), pelo treinador Tite para os amistosos dos dias 23 e 27 deste mês. O Brasil joga contra Gana no dia 23, no estádio Stade Océane, em Le Havre (FRA). Quatro dias depois, em Paris, a Seleção Brasileira enfrenta a Tunísia, no Parque dos Príncipes.

Veja abaixo a lista de convocados:

GOLEIROS

Alisson – Liverpool (ING)

Ederson – Manchester City (ING)

Weverton – Palmeiras

LATERAIS

Alex Sandro – Juventus (ITA)

Alex Telles – Sevilla (ESP)

Danilo – Juventus (ITA)

ZAGUEIROS

Bremer – Juventus (ITA)

Eder Militão – Real Madrid (ESP)

Ibañez – Roma (ITA)

Marquinhos – Paris Saint Germain (FRA)

Thiago Silva – Chelsea (ING)

MEIAS

Bruno Guimarães – Newcastle (ING)

Casemiro – Manchester United (ING)

Everton Ribeiro – Flamengo

Fabinho – Liverpool (ING)

Fred – Manchester United (ING)

Lucas Paquetá – West Ham United (ING)

ATACANTES

Antony – Manchester United (ING)

Roberto Firmino – Liverpool (ING)

Matheus Cunha – Atlético de Madrid (ESP)

Neymar Jr. – Paris Saint Germain (FRA)

Pedro – Flamengo

Raphinha – Barcelona (ESP)

Richarlison – Tottenham (ING)

Rodrygo – Real Madrid (ESP)

Vinicius Jr. – Real Madrid (ESP)

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O MINISTRO QUE CONFESSOU A TORTURA

Ousarme Citoaian

Às margens do Sena (Ediouro), marca meio século de trabalho profissional do jornalista Reali Jr., sendo 35 anos como correspondente em Paris. Entrevistou quatro presidentes do Brasil (Jânio, Sarney, FHC e Lula) e três da França (Giscard d´Estaing, François Miterrand e Jacques Chirac), além de Chico Xavier, Mário Soares, Glauber Rocha e o coronel Jarbas Passarinho – quando levou o risonho ministro da ditadura a confessar que o Brasil torturava seus presos políticos. Cobriu também a Revolução dos Cravos, a morte do ditador Francisco Franco e a assinatura do acordo de paz no Vietnã (em Paris). Carreira nada monótona.

UM PAINEL DE ÉTICA, POLÍTICA E HISTÓRIA

Às margens do Sena (depoimento a Gianni Carta) trata de temas de permanente interesse, como ética, política e história. Homem de rádio, Reali Jr. (na foto, à direita de Luís Fernando Veríssimo) chega a Paris em 1972, contratado pela Jovem Pan/SP, dedicando-se, ao mesmo tempo, à mídia impressa. No prefácio, diz Mino Carta: “O rádio fez por merecer o papel que lhe coube, de unir um país de tamanho continental, porque arregimentou aqueles que sabiam usá-lo (…). E havia respeito pela língua, algo assim como fidelidade canina à gramática e à sintaxe, ao castiço sem pompa, mas elegante, incapaz por natureza de resvalar na vulgaridade”.

O COLOQUIAL POSTO FORA DO LUGAR

O livro é fundamental, mesmo que a transcrição da entrevista misture as linguagens oral e escrita. Permite-se, conforme vemos em jornais de nossa região, formas condenáveis como o entrevistado se expressou (embora defensáveis na fala). Em Às margens, os exemplos estão em todas as páginas. Abro na 34, ao acaso: “… para o pessoal do Adhemar, quem entrevistava o Jango era acusado, além de comuna e esquerdista, de janguista”; um pulo à página 164: “O Giles Lapouge teve uma meia dúzia de entrevistas com o Lévi-Straus (…). Para você ter uma idéia, o Lévi-Straus lê os livros do Lapouge”. É algo que incomoda.

TESTEMUNHOS QUE NÃO FORAM DADOS

A fórmula não nos é estranha. A Editus/Uesc lançou em 2001 a série Testemunhos para a história, inaugurada com um depoimento do memorialista ilheense Raymundo Sá Barreto, no estilo de Às margens do Sena: a fala do entrevistado foi passada do gravador para o papel, conservando-lhe até eventuais erros. Um parêntesis sobre Testemunhos: é de lamentar-se que o projeto tenha morrido ainda no berço, pois Lindaura Brandão, Zélia Lessa, Henrique Cardoso, Ritinha Fontes, João França Santana, Otoni Silva, Helena Borborema, Alberto Lessa e tantos outros teriam muito a dizer sobre a história regional.

TALENTO QUE APENAS APLAUDIMOS

Ainda sobre Às margens do Sena e Testemunhos para a história, adianto-me à chuva de pedras e esclareço que não pretendo (nem tenho qualificação para tanto) usar lápis vermelho nos textos referidos. Em ambos os casos, não se trata de incompetência, mas de escolha, só que essa escolha me molesta. Entendo que as línguas falada e escrita sejam diversas. Mas não desconheço a possibilidade, em situações específicas, de tirar bons efeitos literários ao “confundir” os dois formatos, como em Sargento Getúlio, (justamente) festejado livro de João Ubaldo Ribeiro. Talento não se discute, apenas se aplaude.

O OPERÁRIO FORMATANDO O DIVINO

eu já concebo o verso assim metrificado
como arquiteto que planeja um edifício
na exatidão do prumo reto e equilibrado
sem perguntar se isto é fácil ou é difícil…

eu já concebo a rima assim – intercalada,
numa urdidura trabalhosa e singular –
puxando o fio de cada sílaba marcada
pelo tecido de uma métrica sem “sem par”!
eu já concebo o meu soneto alexandrino
(como a matriz de uma equação vetorial)
fazendo cálculo semântico e verbal

com  meu compasso atrapalhado de menino!
eu já concebo o meu poema ornamental,
como operário que dá forma ao que é divino!

VISITA DO CONTEMPORÂNEO AO CLÁSSICO

O autor de “Concepção” , o soneto acima, é Lourival Piligra Júnior (foto), poeta itabunense nascido em 1965, com um livro publicado – Fractais – e participação em antologias. Neste soneto, ele nos dá a entender que atualiza o “Profissão de fé”, do parnasiano Olavo Bilac: enquanto para o carioca a estrofe precisa sair da oficina do ourives “cristalina, sem um defeito”, o itabunense concebe o verso rigorosamente metrificado, “na exatidão do prumo reto e equilibrado”, não importam as dificuldades. É o gênero renovado, com o contemporâneo visitando o clássico. “Concepção” foi retirado de Diálogos (Via Litterarum), organização de Gustavo Felicíssimo.

A ROMA, A INTER E A JUVENTUS

Da série “Nem tudo está perdido”: ouço, na Globo, referências ao futebol europeu,  particularmente quanto ao Internazionale (de  Milão), e, para minha surpresa, o narrador, famoso por meter os pés pelas mãos em termos de linguagem, trata o time italiano como o Inter. E isto é uma agradável novidade, pois ele e a imensa maioria dos seus colegas, incluindo Tostão, meu cronista esportivo preferido, falam do grande clube italiano como a Inter. O mesmo é observado em relação ao Roma (apelidado a Roma) e ao Juventus (dito a Juventus).  O motivo desse absurdo, só o saberia o Deus da gramática. Os mortais apenas especulam.

SOMENTE A IGNORÂNCIA JUSTIFICA

Houve quem dissesse que se trata de uma elipse (isto está em moda!), o que seria “justificável” apenas no caso do Roma: por chamar-se Associazione Sportiva Roma estaria implícito o gênero feminino (a Roma). Mas o argumento é fragilíssimo, pois a Sociedade Esportiva Palmeiras (antes, Sociedade Esportiva Palestra Itália) nunca levou ninguém a tratar o clube como a Palmeiras. E, pior, os outros dois não são associaziones: um se chama Football Clube Internazionale Milano e outro é Juventus Football Clube, nomes masculinos, com certeza – o que atesta que o motivo de serem chamados a Roma, a Inter e a Juventus é tão somente a ignorância de alguns comunicadores.

CUIDADO COM O COLORADO GAÚCHO

O processo dessa “evolução”, da preferência de certo grupo de linguistas, é simples: alguém diz “a Juventus”, sem motivo aparente, algum preguiçoso acha bonitinho e repete a excrescência no noticiário do jornal, rádio e tevê. Pela repetição, a besteira injustificável adquire status de “uso consagrado” e então ai de quem pretender retomar a forma anterior – será carimbado como “arcaico” e atirado às feras, não faltando quem lhe esfregue nas fuças o lugar-comum de que a língua é dinâmica, como se ele disso não soubesse. Fico pensando se alguém, nesse desvario linguístico em que vivemos, resolver chamado o Internacional de Porto Alegre de a Inter. Não ia combinar com a tradição dos colorados.

CANÇÃO PARA ENCERRAR CASO

Em seu périplo pelo Nordeste, José Serra acenou com a canonização de Irmã Dulce, visitou o memorial do Padre Cícero e, em Recife, solfejou uns versos de Fim de caso de Dolores Duran ((a foto é do disco Dolores Duran canta pra você dançar), para anunciar seu distanciamento do atual governo federal: “Eu desconfio/que nosso caso/está na hora de acabar/”. Que o candidato desista desse perigoso caminho de cantante desajeitado, para o bem dos nossos ouvidos, amém. Depois de aguentar Suplicy fazendo um Bob Dylan gaguejante (com Blowin´ the wind), minha tolerância a políticos desafinados já está esgotada.

BRASILEIRO: PROFISSÃO ESPERANÇA

Mais grave é que o jornalista Victor Hugo Soares, em artigo que circula pela internet, relacionou a autora com Antônio Maria, referindo-se ao Fim de caso (agredido por Serra) como “clássico da criativa e explosiva fase de rompimento de Dolores com o notável compositor e cronista pernambucano”. Não fosse o jornalista quem é (um dos mais respeitáveis profissionais da área), eu diria que ele se engana redondamente. A autora de A noite do meu bem foi grande amiga do autor de Ninguém me ama, gravou canções dele e foi o lado feminino do show Brasileiro: profissão esperança (com Clara Nunes e Paulo Gracindo/1974). Mas nunca tive notícia de “caso” entre os dois.
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as

“QUERO A PRIMEIRA ESTRELA QUE VIER”

Dolores Duran, dona de uma veia romântica impressionante, não precisava de amores descarrilados para produzir seus versos. Era, nesse sentido, um Antônio Maria (foto) de saias (saia era uma estranha peça de roupa que as mulheres usavam antigamente). Aí estão, além do citado “Fim de caso”, “Por causa de você” (Ah, você está vendo só do jeito que eu fiquei e que tudo ficou), “A noite do meu bem” (Hoje eu quero a rosa mais linda que houver…/Para enfeitar a noite do meu bem), “Ternura antiga” (Ai, a rua escura, o vento frio/Esta saudade, este vazio…), “Solidão” (Ai, a solidão vai acabar comigo…) e outras. Ela e Antônio Maria eram rei e rainha de um gênero chamado fossa (e que atendia também pela alcunha de dor-de-cotovelo.

SUGESTÕES QUE O VENTO SOPRA

Bob Dylan completou em 24 de maio 69 anos (nasceu em 1941). Em março de 2008, num show em São Paulo, ele cantou Blowin´ the wind (a pedidos, também do “cover” Eduardo Suplicy). E canta outra vez aqui, como eco do seu aniversário e para relembrarmos aquela voz rascante de “caipira” (antes do rock ele teve uma fase country, todos sabem). Mais ainda porque se trata de uma canção política, de apelo atualíssimo, com o vento soprando sugestões aos candidatos. Dolores Duran (que se apresentou no Sul da Bahia nos anos cinqüenta, alguém se lembra?), fica para outra.


(O.C.)