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Vi quase uma dezena de nomes de indígenas conhecidos que puderam rever o Manto Tupinambá, quando choraram e fizeram questão de realçar a ancestralidade em visita à Dinamarca.

 

Luiz Conceição

Não precisa ter olhos amendoados, pele cor de terra roxa, cabelos lisos e ser arredio. O que basta é ter amor ao que lhe é mais sagrado e lutar sempre para preservar a memória, aromas e tudo aquilo que a ancestralidade guarda na alma para sempre.

Quem entende os atributos a que me referi, saberá compreender os acontecimentos doravante nas aldeias de Olivença (Ilhéus) e Serra do Padeiro (Una e Buerarema) para festejar depois de uma intensa luta de gerações para reaverem aquele objeto sagrado de um povo por 334 anos longe de casa.

Decorridos 48 anos de labuta quase diária para viver, pesquisar e contar a história do povo e desse pedaço chão do sul da Bahia em jornais da capital e local, emissoras de rádio e nos tecnológicos blogs, que a inovação humana trouxe nas últimas décadas, vejo surgir notícias que me remetem à origem incerta e esperançosa ou me enchem a alma de alegrias.

Uma destas, nesta tarde, antevéspera do São Pedro – que na simbologia católica cristã retém as chaves do céu. O Museu Nacional da Dinamarca, relata a reportagem, vai devolver ao Brasil o Manto Tupinambá, peça que consagra a ancestralidade dos povos Tupinambás de Olivença que, apesar de viverem no sul da Bahia desde tempos imemoriais, não eram reconhecidos como indígenas pelo Estado brasileiro.

Isto apesar de quase terem quase sido exterminados pelo governador-geral do Brasil, Mem de Sá, no massacre do Cururupe, em 1559, dolorosamente lembrando todos os anos desde 1937, no local onde aconteceu a seis quilômetros de Olivença. E a 12 quilômetros da sede da antiga Capitania de São Jorge dos Ilhéus.

Atualmente, a comunidade deve ter cerca de cinco mil pessoas, mas só foi reconhecida oficialmente pela Funai em 2001 e até hoje luta para ter sua terra de volta com as incompreensões de sempre e ameaças idem.

Fiquei emocionado, sim, com a notícia publicada na revista Piauí sobre a devolução em perfeito estado de conservação do Manto Tupinambá ao Brasil pelo povo e governo dinamarquês.

Certamente, devia fazer coro aos membros das aldeias que foram a Copenhague e se emocionaram ao ver aquela peça de penas vermelhas, cultuada como relíquia, uma das muitas que repousam naquele tempo da cultura e antropologia embora tenham sido obra de indígenas brasileiros.

Ao dar um google pude ler cada uma das reportagens, teses acadêmicas, dissertações, textos virtuosos sobre a luta incessante dessa pobre gente brasileira na busca pelo que lhe é sacrossanto.

Vi quase uma dezena de nomes de indígenas conhecidos que puderam rever o Manto Tupinambá, quando choraram e fizeram questão de realçar a ancestralidade em visita à Dinamarca. E também chorei pelo amigo jornalista, radialista e escritor Waldeny Andrade, que nos deixou há três anos, mas registrou em livro a saga desses povos, Vale a pena ler: Serra do Padeiro: a saga dos Tupinambás, lançado, em 2017, pela Via Litterarum Editora.

Como repórter, aprendi que a emoção é o último recurso para dar vida a um texto que expresse a mais pura verdade factual. Muitas vezes ao longo de tantos anos não contive os olhos d’água que teimavam em desfazer meu aprendizado.

Vejo que continuo a me emocionar ao lembrar-me das histórias que li, ouvi, pesquisei e presenciei no cotidiano de correspondente, repórter ou editor. Mas vejo que tudo valeu a pena e a emoção continua a me dar taquicardia com a felicidade de um povo que cultua a natureza, a terra, as matas, os pássaros, as águas, os peixes, os animais e a vida.

(*) Essa é a grande volta do manto tupinambá, escreveram jornalistas e repórteres das mais diversas mídias sobre o que ouviram das vozes do povo Tupinambá o tanto que têm de carinho e apreço pelas penas vermelhas da simbólica peça que lhes parece reencarnar a vida dos que vieram antes e deixaram sobre a terra luta, cultura e amor naquilo que acreditam.

Luiz Conceição é jornalista.

O jornalista Cláudio Rodrigues fala da sua relação com a sul-baiana Itabuna || Foto Arquivo Pessoal
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Quando eu tivesse com meus vinte e poucos anos, eu queria desembarcar novamente em Itabuna, me apaixonar por essa cidade e sua gente. E, se eu nascesse de novo e pudesse escolher, escolheria viver tudo isso novamente.

 

Cláudio Rodrigues || aclaudiors@gmail.com

E assim se passaram três décadas.

Quando desembarquei no Terminal Rodoviário de Itabuna, no dia 30 de dezembro de 1992, acompanhado da amiga/irmã e futura comadre Madalena de Jesus, estávamos iniciando uma aventura nas Terras do Sem Fim, sob o comando do mestre José Carlos Teixeira.

O desafio era modernizar a Comunicação Social do governo do então prefeito Geraldo Simões. Meu projeto pessoal era ficar seis meses na cidade-mãe de Amado Jorge.

Logo na chegada, descobri que havia uma colônia feirense enraizada em Itabuna composta pelo professor Tustão Andrade, o designer Paulo Fumaça e o saudoso gerente-comercial do Correio da Bahia para a região Sul, Robson Nascimento. Descobri que feirense e mato são quase iguais, pois brota em todo canto.

Eis que o tempo foi passando, o ciclo de amigos no governo – nos veículos de comunicação e fora desses meios – foi aumentando e a gente se apegando a essa terra. A cada 15 dias, pegava a BR-101 rumo a Feira, a fim de encontrar a então amada namorada.

Depois de fazer algumas contas, chegamos à conclusão de que era melhor juntar as escovas e constituir família. Pense numa escolha acertada!

Posso assegurar que essa água mágica do Cachoeira (fornecida pela Emasa), o vento que sopra na gente e a areia do chão de Itabuna são como visgo da jaca e a nódoa de caju: colam na gente e não saem de jeito algum.

Itabuna me possibilitou constituir uma bela família. Mas, não foi só isso. Essa terra encantadora também me deu alguns amigos-irmãos, a exemplo de Luiz Conceição e Daniel Thame (hoje meus compadres), Ramiro e Ricardo Aquino, Devinho Samuel, Lula Viana, Jackson Primo, Ricardinho Ribeiro, Reinaldo Jovita, Josiel e Norma Nunes, Fernand Milcent, Heitor Abijaude e César Sena.

Além desses irmãos, vieram uma legião de amigos aos quais amo e prezo. A exemplo do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que nesse mês completaria 110 anos de nascimento, posso afirmar que sou um catingueiro feliz.

Se eu nascesse de novo, queria ser o mesmo Cláudio. Se eu nascesse de novo e pudesse escolher, mais do que eu sou não queria ser. Eu queria nascer em Feira de Santana, a Terra de Lucas. Eu queria ser filho de dona Peu, neto de Adelino e Silvina, marido de Maria Martha, pai de Héctor, Heitor e Antônio Neto, e genro de Inês Borges e Antônio Mendes.

Quando eu tivesse com meus vinte e poucos anos, eu queria desembarcar novamente em Itabuna, me apaixonar por essa cidade e sua gente. E, se eu nascesse de novo e pudesse escolher, escolheria viver tudo isso novamente.

Cláudio Rodrigues é jornalista e assessor de Comunicação da Emasa.

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A Gasparetto Pesquisas e Estatísticas sempre acertou seus prognósticos. Sinal de que competência. Profissionalismo e credibilidade são seu grande capital.

Luiz Conceição

Ainda inebriado pela vitória da campanha de Augusto Castro e Guinho me dou conta de que a empresa Gasparetto Pesquisas e Estatísticas acertou novamente na pesquisa que apura intenções de voto em Itabuna para a prefeitura. No sábado, 7, a pesquisa apontou o candidato Augusto Castro (PSD) líder absoluto, com 31,82%, na pesquisa estimulada, quando a cartela com os nomes dos candidatos é apresentada.

Na eleição, o percentual do vitorioso foi de 39,50% dos votos válidos. A vitória superou 23.050 votos sobre o segundo colocado. Nenhum prefeito se elegeu antes com tal margem esmadora de votos em Itabuna.

O prognóstico se confirmou, inclusive em relação ao segundo colocado, com menos da metade das intenções de votos do primeiro colocado. Capitão Azevedo (PL), aparecia com 15,73%. Na terceira colocação, o atual prefeito e candidato à reeleição Fernando Gomes (PTC), com 13,91%, seguido pelos candidatos Antônio Mangabeira (PDT), com 9,64%.

A discrepância ficou por conta da subida extraordinária, na reta final, do candidato Doutor Isaac Neri (Avante) que registrou 7,25% na eleição, quando na pesquisa da GPE tinha apenas 3,55% e na queda do candidato Geraldo Simões (PT), que obteve 5,46% ante 4,82% na sondagem.

Entre os demais candidatos, a atual vereadora Charliane Souza (MDB) registrava 3,18%. Os candidatos Pedro Eliodoro (UP) e Professor Max (PSOL) têm 0,36%. Nas últimas colocações estão os candidatos Edmilton Carneiro (PSDB), 0,18%, e Alfredo Melo (PV), com 0,09%.

A pesquisa eleitoral presencial, registrada no TSE sob o número BA-05162/2020, ouviu 1.100 pessoas, entre os dias 3 e 6 /11, tinha nível de confiança de 95% e margem de erro 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Gasparetto, da Gasparetto Pesquisas e Sócio-Estatística

Em seu relatório o sociólogo Agenor Gasparetto anotou: “Eleitoralmente falando, Augusto Castro lidera em todos os critérios e tem a menor taxa de restrição/rejeição”, diz. “Em suma, a situação se encaminha para a eleição do candidato Augusto Castro. Sua principal vantagem está na sua menor taxa de restrição/rejeição” afirma. Bingo.

Para os incrédulos, a pesquisa registrou com fidelidade quase absoluta o cenário político de Itabuna.

A Gasparetto Pesquisas e Estatísticas sempre acertou seus prognósticos. Sinal de que competência. Profissionalismo e credibilidade são seu grande capital.

Também quero deixar meus parabéns à harmoniosa equipe do marketing da campanha vitoriosa.

Muito obrigado a Cláudio Rodrigues, Bolívar Bernardo Pinto, Luciano Ferreira, Ricardo Ozzy, William Costa, Regina Lima, Mariela Nunes, Tiago Gonçalves, Éricles Silva e Silas Lima, os editores Marcelo Santana e Álvaro Silva e os cinegrafistas Itan Viana, Renato Carvalheira e Elton Viana, Júlia Rovena, Letícia Oliveira e Lucas Matos.

Portanto, não só a Gasparetto Pesquisas e Estatísticas está de parabéns. A equipe também. Axé!

Luiz Conceição é jornalista.

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Fábio Santana, Ricardo Ozzy, Luciano Ferreira, Cláudio Rodrigues, Bernardo e Luiz Conceição

Veteranos em campanhas eleitorais, os profissionais que atuaram no marketing da campanha de Augusto Castro (PSD) fizeram a diferença na eleição municipal em Itabuna em 2020. Adotando linha propositiva, levantado os principais problemas da cidade e apontando soluções, a campanha de Augusto convenceu o eleitor itabunense e conseguiu vencer o pleito com mais que o dobro de votos a frente do segundo colocado, deixando para trás velhas raposas da política local. O ex-deputado foi quem melhor soube representar a mudança desejada pelo eleitorado.

Atuando como coordenador de produção e finalização dos programas, o itabunense Luciano Ferreira, radicado em Salvador, tem no currículo campanhas no Brasil e exterior, com destaque para trabalhos em Angola e Moçambique e as campanhas presidenciais no Brasil de Lula e Dilma. “Essa eleição teve um sabor diferente, pois ajudei a eleger o melhor entre os candidatos de minha cidade natal”, comemora Luciano.

Na produção de texto, a equipe de Castro contou com a bagagem de Bernardo Pinto, Luiz Conceição e Cláudio Rodrigues, todos com fortes ligações com a cidade. Natural de Itabuna e radicado há mais de 20 anos em Aracaju, o publicitário Bernardo Pinto, já participou de inúmeras campanhas nos estados de Sergipe, Ceará, Acre e Bahia.

Já Luiz Conceição, jornalista que atuou nas redações dos principais jornais do Estado e em outras campanhas políticas, foi o responsável pela cobertura do dia a dia do candidato, além de abastecer sites, jornais e demais mídias com as notícias da campanha.

Ao feirense Cláudio Rodrigues, itabunense por adoção, coube, além da produção de texto, resumir o plano de governo de Augusto, convertendo os pontos mais importantes para uma linguagem de fácil compreensão, a direção dos programas de rádio e planejar os mapas de mídia com inserções para a TV e Rádio.

“Essa foi a minha quarta campanha só aqui em Itabuna, onde residi por quase 30 anos. Vou torcer pelo sucesso da gestão de Augusto Castro, pois tenho a certeza que ele recolocará essa cidade no lugar de destaque que ela e sua gente merecem. Entre todas as campanhas em que já trabalhei, inclusive para o governo do Estado, essa foi uma das mais marcantes”, expressa Rodrigues.

GRAVAÇÕES NAS RUAS

Partiu do diretor de cena Ricardo Ozzy, em sua terceira campanha em Itabuna, a ideia de gravar o candidato nas ruas e não em estúdio. Ele trabalhou em 1992 na campanha de José Oduque Teixeira. Pela segunda vez, trabalha em campanha a prefeito para o próprio Augusto Castro, com quem esteve em 2016.

“Convenci os colegas de equipe e o próprio candidato que ele em estúdio, usando o teleprompter, ficava muito preso ao texto. Então, resolvemos discutir os temas antes e gravar nas ruas, onde ele falava de forma espontânea, com pleno conhecimento do problema e apontando as soluções a ser adotadas”, relembra Ozzy.

O diretor de fotografia e cinegrafista master Willan Costa e o editor master Fábio Santana, que também atuou nas duas campanhas de Dilma, também fizeram bonito na propaganda da coligação de Augusto. Ambos com vasto currículo em campanhas, contribuíram de forma significativa para a qualidade dos programas e inserções que foram ao ar na TV.

Além desses “dinossauros” do marketing político, a companha vitoriosa do prefeito eleito Augusto Castro contou com o talento feminino de Regina Lima, na produção e a voz marcante de Mariela Nunes, tanto na TV quanto no Rádio. A programação do rádio teve a edição de Tiago Gonçalves, outro veterano em campanhas.

Entre os marinheiros de primeira viagem da equipe, figuraram os designers Éricles Silva e Silas Lima, os editores Marcelo Santana e Álvaro Silva e os cinegrafistas Itan Viana e Ricardo Cavalheira. Já as redes sociais ficaram a cargo das jovens comunicólogas Júlia Rovena e Letícia Oliveira, enquanto a produção fotográfica teve à frente Lucas Matos.

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Luiz Conceição | jornalistaluizconceicao2@gmail.com
 

O Conceição e o Vila Zara eram como se família única fosse. Pais e filhos se reconheciam no pertencimento. A farra do Judas do Seu Conrado era traço de união a todos. Que tempos memoráveis!

 
Entre os anos de 1960 a 1980, o Sábado Santo, que antecede o Domingo de Páscoa, era marcado pela queima da Judas. Crianças e adolescentes dos bairros Conceição e Vila Zara aguardavam com ansiedade o show pirotécnico comandado pelo Seo Zé Conrado, um coletor de impostos do Fisco em Itapé, que morava no bairro próximo da Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
Com engenhosidade, arte e humor, Conrado esticava fios de arame pelos postes da Praça dos Capuchinhos onde colocava um boneco simbolizando Judas Iscariotes, aquele personagem bíblico que entregou Jesus Cristo ao suplício para a redenção da Humanidade. Repleto de bombas e outros fogos de artifício, o boneco ficava ali o dia inteiro até ser queimado fixado em uma estaca de madeira sendo “insultado” por adultos em repulsa à sua conduta de entregar o Filho de Deus aos algozes.
Crianças e adolescentes não entendíamos muito, mas ficávamos ainda mais ansiosos pela hora da queima do boneco, findo os atos religiosos na igreja. Uma multidão ria à vontade com o “testamento” deixado pelo fajuto Iscariotes, mas era delicioso ver as pilhérias e o legado a pessoas conhecidas dos dois bairros e da cidade como um todo. Sim, políticos também eram vítimas das piadas do Seo Conrado e até gracejavam por reconhecer na brincadeira o humor ferino.
O Conceição e o Vila Zara eram como se família única fosse. Pais e filhos se reconheciam no pertencimento. A farra do Judas do Seu Conrado era traço de união a todos. Que tempos memoráveis! A felicidade enchia a todos pela suposta vingança de ver queimado, depois do rastilho de pólvora nos fios de arame, o boneco que representava o traidor, o falso apóstolo que com um beijo na face entregou Nosso Senhor ao suplício da cruz redentora e salvadora das pessoas que Nele acreditam.
Que a Páscoa, na aurora dominical, represente mais uma dessas passagens para um tempo novo em vez do desamor e do ódio, do ceticismo e descrença, da dor e sofrimento de cada um. É tempo de esperança, certeza e fé que um novo amanhã com amizades sinceras, harmonia e uma sociedade mais fraterna é possível. Que crianças e adolescentes fiquem longe da subjugação das drogas, maus tratos e da violência não só dos dois bairros, como de outros locais. E que renasça a crença de que o amor maior é aquele nascido da família, das boas amizades e da Cruz.
Feliz Páscoa!
Luiz Conceição é jornalista.

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Luiz Conceição | jornalistaluizconceicao2@gmail.com

No dia seguinte, a natureza em fúria fez o rio avançar ainda mais. Desta vez pela Avenida do Cinquentenário e demais vias e praças na parte baixa do centro, inundando lojas de tecidos, sapatos e acessórios e eletrodomésticos, residências, agências bancárias, depósitos de cacau…

 

Há 50 anos o céu cinzento de dezembro era prenúncio de chuvas e de muita fartura. Fazendeiros e comerciantes estavam animados com aquele tempo, porque chuva nesta época do ano significava mais fruto de cacau na safra e mais dinheiro na caixa registradora e circulando, irrigando a economia.

A vida das famílias seguia com a expectativa das festas de fim de ano. Para alguns estudantes, era fim do ciclo primário e do ginásio, para onde muitos de nós ansiávamos chegar com o exame de admissão.

A temida prova dava acesso à 1ª série ginasial. Era ritual de passagem da infância para a adolescência. Por isso, o resultado do exame de admissão era aguardado com ansiedade e medo por toda a família e não só por nós.

À medida que se aproximava o Natal era intenso o frenesi pelos presentes nas lojas e nas casas. Nessa época, chovia abundantemente no sul da Bahia, abençoado com a rica mata atlântica, ribeirões e rios fartos e cheios de peixes. Os índices pluviométricos registram no começo de todos os verões o início da quadra chuvoso do ano.

Passou a festa natalina. As chuvas ficaram ainda mais fortes e intensas. Transbordamento de riachos, ribeirões e cursos d’água e dos tributários – Salgado e Colônia – que formam o Rio Cachoeira que corta Itabuna em direção ao mar no litoral da velha Capitania de São Jorge dos Ilhéus.

Com o volume d’água crescendo a cada hora ficaram mais encorpados. O que era alegria do povo em ver o rio cheio de suas margens, junto com crianças e adolescentes em algazarra e férias, se transformou em medo, drama e terror a partir do dia 27 de dezembro.

As águas turbulentas, escuras e sujas do Cachoeira transbordaram da calha e alcançaram as parte baixas da cidade. Burundanga, Berilo e Bairro Mangabinha, na zona oeste. Cajueiro e Fátima, ao leste, e bairro Conceição, lado oposto ao centro da cidade, tiveram famílias desalojadas e desabrigadas.

No dia seguinte, a natureza em fúria fez o rio avançar ainda mais. Desta vez pela Avenida do Cinquentenário e demais vias e praças na parte baixa do centro, inundando lojas de tecidos, sapatos e acessórios e eletrodomésticos, residências, agências bancárias, depósitos de cacau…

O que era espetáculo virou tragédia, desespero.

As águas derrubaram casas, carregaram móveis e utensílios domésticos. No comércio se perderam mercadorias nos expositores, balcões e depósitos.  Alguns comerciantes foram vítimas de saqueadores que, desavergonhadamente, furtaram-lhes mercadorias em meio ao caos.

Muitos empregados no comércio arriscaram-se em proteger e salvar lojas e bens dos patrões, inclusive com a própria vida. Não se sabe ao certo quantos morreram enfrentando a correnteza forte das águas que em alguns locais do centro comercial do centro de Itabuna alcançou 2,5 metros, derrubando posteamento da rede de energia elétrica e sinais de trânsito, solapando marquises.

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A outrora culta e reluzente sociedade grapiúna é hoje arremedo do que foi antes da cheia desta Cachoeira que completa agora 50 anos. 

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Há todo um folclore posterior à tragédia de 1967 que, ao lado das enchentes do Rio Cachoeira em 1914 e 1947, figura com a mais espetacular e terrível de todas. Mesmo quem não se viu diretamente atingido não deixou de se condoer com parentes, amigos e vizinhos que perderam tudo.

Embora a cidade ainda viva, não tem nenhuma memória da mais famosa enchente de sua história que não foi fato isolado. Houve rumores do estrondo de uma barragem numa fazenda de criação de gado nas bandas de Santa Cruz da Vitória, então 36, fato noticiado de forma acanhada pela imprensa de então.

Há imagens de ruas e avenidas alagadas dos fotógrafos Newton Maxwell (Buião), Sabino Primitivo Cerqueira e Emerson Trindade Carregosa (Foto Emerson), dentre outros, ainda preservados em sites na Internet. A outrora culta e reluzente sociedade grapiúna é hoje arremedo do que foi antes da cheia desta Cachoeira que completa agora 50 anos.

As águas levaram consigo o balcão frigorífico, cadeiras e mesas do Vagão, bar e restaurante à cabeceira da Ponte do Marabá, margem direita do rio. Lá se reunia a intelectualidade e a promissora juventude da época de ouro do cacau para sorvetes, cuba libre ou hi-fi e bebidas diversas após sessões de cinema.

Janeiro chegou e com ele o socorro pelos Governos federal e estadual às vítimas, inclusive com a criação do atual bairro Lomanto e vacinações. O comércio teve pouca ajuda que se iniciou com caminhões de guarnições do Corpo de Bombeiros de Salvador lavando as avenidas, ruas e praças do centro.

Itabuna vive, mas nada recorda da trágica enchente de 1967. Além de destruir a dignidade das pessoas, bens e mercadorias, certamente a cheia lavou tudo, incluindo o amor à cidade e sua gente, além do que restou de nossa pouca memória que um dia nos faltará muita, mas muita falta. E não é porque não haja dinheiro para estudos e pesquisa sobre sua própria história.

Luiz Conceição é jornalista.

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Luiz Conceição

 

 

Sebastião Magali jamais confessou de onde teria partido a ordem e quem teria financiado o ataque. Presos, achavam-se tranquilo, conversando e rindo. A calma do líder impressionava, mas quebrou-se quando confrontado com telegrama em que pediu mais cartuchos, armas e até canhões de tiro rápido.

 

Em novembro de 1907 um fato insólito aconteceu em Ilhéus. Decorridos 110 anos, tem pitoresco sabor de faroeste.

Chegaram à cidade, no dia 22, na lancha União 3ª, procedente de Salvador, aonde desembarcara dois dias antes do navio inglês Byron, nove indivíduos que se diziam de nacionalidade inglesa, americana e canadense: George Gordon, Baker, Parcker, Davies Gruthorp, Wilson, Rice, Pfannebecker e Borer, liderados por Sebastião Magali.

Munidos de pesada bagagem, traziam malas de couro próprias para viagens terrestres, alforjes, etc. O grupo dizia que tinha Caravelas como destino, de onde passaria a Minas Gerais. Mas, como tivesse enjoado na travessia entre a capital e Ilhéus, resolveu pernoitar. Alugou um andar térreo de um sobrado da Fazenda Pimenta, no subúrbio. Também se disseram artistas de circo.

Mas não traziam animais nem os apetrechos necessários à montagem de espetáculos, o que causou desconfiança aos então moradores da antiga Capitania de São Jorge dos Ilhéus. Coube ao promotor público Afonso de Carvalho intimar o chefe do grupo à delegacia. Lá reafirmou serem seus colegas e ele artistas circenses. A partir daí, Magali apressou-se a comprar animais de montaria e carga com a promessa de pagar no dia 26, quando receberia dinheiro vindo da capital.

Porém, na véspera, chegou ao conhecimento de um dos vendedores dos animais e mercadorias que cedo o grupo de Sebastião Magali encilhava a tropa no pátio da fazenda sem nada pagar. Dirigiu-se ao local para reclamar. Os gringos entraram na casa e começaram a se armar. Prezilino Azevedo apoderou-se de dois dos três cavalos e saiu em disparada, tendo chegado à delegacia.

Voltando à fazenda para recuperar mais mercadorias deu de encontro com os nove sujeitos, armados e em disparado galope disparando tiros a torto e a direito, tendo um projétil lhe atingido. O bando trajava uniforme cáqui do exército americano, perneiras e grossas blusas. À frente, seguia Magali que, ao entrar na Praça da Câmara de Vereadores, bradava: “Este é o circo!” ao mesmo tempo em que atirava de carabina.

A população de Ilhéus entrou em pânico, mas a reação popular foi imediata, já que cresceu o número de pessoas que saiu no encalço do bando disparando tiros de revolver. Narra João da Silva Campos no livro Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus[1], que até crianças e mulheres se envolveram no episódio digno das fitas de cinema nos bons tempos de Hollywood.

O destacamento policial, composto de seis soldados, delegado à frente, tomou o caminho no encalço do bando de Magali, tendo abatido um dos seus integrantes ao que se apurou um homem de 38 anos. O tiro foi disparado por um soldado que descia da Conquista para recolher-se ao quartel, mas ouviu o tiroteio. O bando então tomou o rumo da praia.

O sargento alvejou outro deles, que caiu do cavalo, mas conseguiu fugir em direção à casa do coronel Eustáquio Bastos, que o prendeu. Não foi linchado pela ação do advogado João Mangabeira que o protegeu da massa exaltada.  Os demais fugiram pela praia rumo norte, em linha reta, deitados sobre os cavalos a fim de fugir das balas que choviam sobre eles. Além de dois mortos, houve três ou quatro feridos. Um dos quais perdeu a perna, conseguindo sobreviver até 1934.

Uma expedição dirigida pelo inspetor de polícia Balduíno Pereira Duarte seguiu em perseguição dos sete sujeitos restantes. “Ao mesmo tempo, o coronel Domingos Adami de Sá avisava seus parentes e amigos em Almada de quanto se passava, concitando-os a se armarem e saírem em busca dos aventureiros. Então, reuniram-se ali mais de 200 homens armados de repetições, dirigindo-os o capitão João Bastia Homem d El- Rei, chefe da tropa, Durval Hohlenwerger e Argélio Dórea, aos quais se uniu o inspetor Balduíno. Levam ordem de evitar mortes”, narra o cronista.

Os fugitivos foram alcançados no dia 26 na fazenda Mocambo, 14 léguas de distância de Ilhéus, o equivalente a 84 quilômetros. O bando repousava, mas mantinha sentinela avançada. Dado o alarme, tomaram das carabinas e fuzilaram a expedição, que prontamente revidou a agressão, ferindo dois aventureiros. Para evitar mortes, acaso o tiroteio continuasse, o capitão Durval deu a ordem: “Peguem à unha!” A tropa avançou e dominou o bando a coronhadas e panaços de facão.

De joelhos, três pediram clemência. Magali, porém, e os outros se bateram como loucos do começo ao fim da rápida ação. Mas acabaram presos. Chegaram a Ilhéus às 19h30min do dia 27, rodeados de numerosa escolta montada, tentando grosso magote de populares linchá-los. Magali estava ferido na cabeça, na perna e com um braço fraturado. Havia recebido três balaços de máuser, uma carga de chumbo, coronhadas e um golpe de facão.

Outros dois, seriamente feridos, foram trazidos em canoas. Dos atacantes também saíram feridos outras três pessoas. Então, perguntavam constantemente a Sebastião Magali se não havia notícia de movimentos iguais em outros pontos do Estado. Na fuga, Magali foi inutilizando a linha telegráfica. Como indagassem dele se aquilo era o circo que trouxera a Ilhéus, respondeu com sorriso zombeteiro. Depois de fotografados foram ouvidos pela polícia com o auxílio de Henry Dunningham, contador da estrada de ferro.

Sebastião Magali e os remanescentes do seu bando foram submetidos a dois julgamentos. Ficaram presos na cadeia de Ilhéus, fizeram muitos amigos, ganharam presentes e atenções. Parker ficou na Bahia, atuou na profissão de engenheiro eletricista. Magali tornou-se popular, lendário. Enlouqueceu, sendo recolhido a um asilo.

Houve a individualização dos indivíduos, ficando constatado que eram Cecil Bore, ator, inglês, ex-tenente exercito blanco na derradeira guerra civil do Uruguai; Hubert Wilson e George Kincaid, irlandeses, da Polícia Montada do Canadá; Samuel R Parker, engenheiro eletricista; Herbert Pfannebekcer, do Brooklyn; George Gordon, escocês; George H. Vice, de New York. Todos jovens entre 21 e 30 anos, à exceção de Norl Philp Davies Gruthorp, sexagenário, da reserva do exército inglês.

Sebastião Magali jamais confessou de onde teria partido a ordem e quem teria financiado o ataque. Presos, achavam-se tranquilo, conversando e rindo. A calma do líder impressionava, mas quebrou-se quando confrontado com telegrama em que pediu mais cartuchos, armas e até canhões de tiro rápido.

Mas, as investigações provaram ser Magali brasileiro, natural de Porto Alegre e ex-marinheiro tendo servido a bordo do navio de guerra Comandante Freitas. Além disso, seria Sebastião Magalhães o seu nome civil. Os comparsas americanos teriam sido contratados a um dólar por dia. Queriam repetir aqui que se dera na Venezuela.

O fato repercutiu na imprensa, inclusive no New York Herald, com transcrição no Brasil pelo Jornal de Notícias, editado em Salvador.  Também foi tema de reportagens no Jornal do Brasil e The Sun, de Nova York. Olavo Bilac fez crônica sobre a malograda aventura. Sebastião Magali e os remanescentes do seu bando foram submetidos a dois julgamentos. Ficaram presos na cadeia de Ilhéus, fizeram muitos amigos, ganharam presentes e atenções. Parker ficou na Bahia, atuou na profissão de engenheiro eletricista. Magali tornou-se popular, lendário. Enlouqueceu, sendo recolhido a um asilo.

Luiz Conceição é jornalista.

[1] Obra editada em 1947; reedições em 1981 e 2006, esta pela Editus (editora da Uesc).

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(4) Luiz      ConceiçãoLuiz Conceição

 

“No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer”.

O governador baiano Otavio Mangabeira, com mandato de 1947 a 1951, cunhou a frase que, durante anos, mais envergonhou aos nascidos na Bahia: “Pense num absurdo, na Bahia tem precedentes”.

Há anos, a máxima do ex-mandatário poderia ter sido estendida ao Brasil sem supressões ou adendos.

A divulgação dos vídeos das colaborações premiadas de dirigentes e ex-executivos da construtora baiana Odebrecht a procuradores federais não deixa dúvidas: Se culpas ou dolos há, portanto não existem santos ou demônios na política nacional e no empresariado, incluindo a mídia.

A mesma que agora gasta tonéis de tinta, contas de energia elétrica de emissoras de rádio e TV e de expectadores, a contar a narrativa que não esconde seus interesses.

E o povo, a tudo assiste bestializado, mesmo fenômeno relatado quando da “Proclamação da República”, em 1889.

A lembrança que me vem é do antigo humorista brasileiro Stanislaw Ponte Preta, Lalau, apelido do jornalista Sérgio Porto, que morreu em 1968: “Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!”.

É dele também a frase: “No Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixaram de acontecer”.

Luiz Conceição é jornalista.

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(4) Luiz      ConceiçãoLuiz Conceição | jornalistaluizconceicao@gmail.com

A Ilha de Aramys – 40 anos de eleições em Itabuna consegue superar-se ao falar de personagens, histórias e fatos com riqueza de detalhes, ancorado em pesquisas a arquivos de jornais da época, universidades e conversas com antigos companheiros de infortúnio ou de heroísmo

 

Com capítulos bem fechados, narrativa leve e uma tessitura a apontar um nascente escritor, A Ilha de Aramys – 40 anos de eleições em Itabuna, editado pela Via Litterarum, marca o segundo livro do radialista e jornalista Waldeny Andrade. A obra é recheada de contos curtos. Há um bem-sucedido “thriller” que mistura política com polícia num enredo bastante original, sem esquecer o amor, as paixões humanas e as desilusões amorosas.

O recado do autor, logo nas primeiras das 300 páginas, busca situar o leitor mais jovem e aqueles de mais idade e desavisados que a ficção e a realidade se justapõem ao longo de toda a sua narrativa com estórias bem contadas e pitorescas recheadas, com dados históricos da sucessão municipal, desde a eleição do ex-prefeito José Oduque (1973 e 1976) até a de José Nilton Azevedo (2009 a 2012).

Desnecessário dizer que “o livro alterna ficção inspirado num fato ocorrido em Itabuna na segunda metade do século passado, e realidade enfocando 40 anos de eleições neste município”. A curiosidade instigante do leitor em descobrir o que guarda a memória desse homem que dedicou parte de sua vida à mídia regional se satisfaz com sua narrativa concisa sobre o que pensa deva ser a política, a administração pública, o rádio e jornal em cidade de porte médio como Itabuna ou qualquer outra cidade.

A ilha de AramysDirigente por 29 anos de uma emissora, onde a programação era copiada de outra que fez história no Rio de Janeiro, Waldeny ousou, acertou a mão e elevou a audiência da emissora que dirigiu, a partir da década de 1970, dois anos e meio depois de sua chegada. Moldou moderna e dinâmica programação em contraponto ao fazer rádio ancorado no binômio música-hora certa.  A partir de sua ousadia provocou as duas outras emissoras AM existentes.

O rádio itabunense – que era bom – viveu um clima de euforia e disputa jamais vista, com a qualidade, o profissionalismo e a ética sempre a serviço do ouvinte. O mesmo se pode aplicar ao jornal elaborado a quente em linotipos que, substituídas pelos atuais microcomputadores, viraram peças de museu. Ninguém delas mais se lembra ou sabe para que servem.

Pena que a cidade não tenha um local adequado a exibir às novas gerações o quanto heroico era se fazer imprensa no interior, com gigantes dificuldades tecnológicas e incompreensões de todo o gênero.  Bons tempos aqueles, que jamais serão igualados, principalmente pelas dificuldades crescentes de se fazer imprensa como no passado pela chegada da Internet, um lugar onde os cidadãos satisfazem suas necessidades comunicacionais diárias a qualquer hora nem sempre em fonte limpa e séria.

Neste seu segundo livro, o escritor supera a ansiedade e o medo de Vidas Cruzadas – Confissões de um enfermo, que marcou sua estreia na literatura há dois anos. Se naquele Waldeny faz um constante ziguezague em sua prodigiosa memória para recordar o passado, em A Ilha de Aramys – 40 anos de eleições em Itabuna consegue superar-se ao falar de personagens, histórias e fatos com riqueza de detalhes, ancorado em pesquisas a arquivos de jornais da época, universidades e conversas com antigos companheiros de infortúnio ou de heroísmo.

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Maria JoséO jornalista Luiz Conceição e familiares de Maria José Raimunda dos Santos convidam para Missa de Sétimo Dia, que será celebrada às 18 horas desta terça-feira, 14, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Bairro Conceição, em Itabuna.
Desde já agradecem às manifestações de solidariedade e de pesar pelo passamento da estimada criatura que Deus levou à sua Glória.

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Do Trombone

Estranho, mesmo, é o silêncio do prefeito Capitão Azevedo em relação ao mal-feito do seu secretário de Indústria e Comércio, Carlos Leahy. Como se sabe, Leahy assediou o repórter Luiz Conceição, do Pimenta,  e, sob coação, tomou-lhe um equipamento de trabalho, um gravador, que continha entrevista do próprio Azevedo, na manhã de sábado (14), na avenida do Cinquentenário, em Itabuna.

Azevedo se calou. Embora capitão PM – supõe-se, com isso, que preze pela correção de seus comandados – preferiu nada dizer, nada fazer em relação ao gritante desrespeito à liberdade de imprensa. Pior, para o comandante, é o fato de que no tal gravador havia uma entrevista que ele concedera minutos antes, sem nenhuma coação ou assédio, e que, por isso, pressupunha-se, era de sua vontade ver publicada. Quem manda na vontade do capitão?

Hoje, o prefeito capitão enviou dezenas de pedidos de amizades pelo Facebook – ele volta à rede social após deixar o site escondendo-se por ofensa a um dos então pré-candidatos, seu concorrente. Aceitaria seu pedido de amizade se soubesse, antes, qual será sua atitude em relação ao ocorrido.

Prefeito, diga algo. Nem que seja para dizer que nada irá dizer. Aí, poderemos saber, de fato se o senhor estará preparado, quem sabe, para enfrentar um debate no rádio ou na TV, sem que seus colaboradores por lá apareçam portando peixeiras…

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia repudia qualquer tentativa de cerceamento ao livre exercício da profissão e à liberdade de imprensa, pressupostos básicos do Estado democrático e de Direito.

Nesse sentido, vem a púbico protestar contra a agressão sofrida pelo jornalista Luiz Antonio Conceição, filiado a esta entidade, por parte do secretário municipal Carlos Leahy, de Itabuna, durante entrevista que o profissional de comunicação realizava com o Exmo. Sr. Prefeito de Itabuna, no último sábado, dia 14.

O lamentável episódio não se coaduna com as regras democráticas e representa mais um alerta à sociedade no que diz respeito às agressões sofridas por jornalistas no Sul da Bahia, no Estado e no País.

Diante deste fato, o Sinjorba presta irrestrita solidariedade ao colega jornalista, na salvaguarda de seus direitos para o exercício livre da profissão.

Itabuna, 16 de julho de 2012.

Marjorie Moura
Presidente

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A Associação dos Blogueiros do Sul da Bahia–ABSUL solidariza-se publicamente com Luiz Conceição, repórter do blog “Pimenta na Muqueca”, que, no desempenho de sua função, foi agredido covarde e imotivadamente, no último sábado, dia 14, no centro de Itabuna.

A ABSUL condena todo tipo de violência, em especial as praticadas contra os profissionais de Imprensa do sul da Bahia, repudia as agressões cometidas ao referido repórter e combate toda e qualquer tentativa de cerceamento à liberdade de expressão.

Ao manifestar-se publicamente em defesa da atividade dos profissionais de Comunicação Social da região, a ABSUL espera que ações como a perpetradas no dia 14 sejam sempre rechaçadas, porque são inconcebíveis e vão de encontro ao empenho da sociedade itabunense em promover a Cultura da Paz, tendo como marco a realização da manifestação prevista para quinta-feira, dia 19.

Itabuna-Bahia, 15 de Julho de 2012.

Ederivaldo Benedito
Presidente da ABSUL

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O PIMENTA agradece as centenas de manifestações de solidariedade ao jornalista Luiz Conceição, profissional deste blog e que foi vítima de ação estúpida do secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Carlos Leahy, no último sábado, 14, 

Não esperávamos outra atitude de pessoas, blogs, sites e entidades que defendem a liberdade de imprensa e de informar e condenam a arrogância e prepotência perpetradas pelo secretário.

Temos aqui o cuidado de não misturar as coisas, mas o silêncio governamental em relação a quem coage, intimida, retém material de jornalista pode ser revelador. 

Assusta-nos que até agora o prefeito Capitão Azevedo não tenha se pronunciado publicamente sobre o assunto nem adotado medidas sérias (!) para prevenir novas ações e reprimir o secretário Carlos Leahy.

Para além do coagir, lembremos que o secretário deletou a entrevista concedida pelo prefeito ao jornalista. A disputa eleitoral está só no começo. O silêncio é incentivador de práticas como a ocorrida no final de semana.

Davidson Samuel

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Após quatro anos à frente da Assessoria de Comunicação da Ceplac na Bahia, o jornalista Luiz Conceição deixou o cargo nesta sexta-feira (9) ao apresentar pedido de exoneração ao diretor-regional do órgão. Lula, como também é chamado pelos colegas de profissão, diz que sai com o “sentimento do dever cumprido”.
No final da tarde, o jornalista enviou email às redações informando seu desligamento da assessoria. “Quero agradecer a cooperação, o incentivo e a aceitação do meu trabalho por todos vocês: produtores e editores de TV, rádio, jornal e blogs”.
Na despedida, Luiz Conceição também agradeceu a diretores, chefes de departamento e seção e colegas da Ceplac em todo o Brasil. “Sem essa cumplicidade e respeito, jamais poderia comemorar o êxito que foi esta jornada”.