Jaqueline Andrade fala pela primeira vez após o parto de Fanny, sua quarta filha, que nasceu na calçada da Maternidade Santa Helena
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Jaqueline Andrade não recorda o que aconteceu nos momentos seguintes ao instante em que Fanny começou a deixar seu útero, na manhã do último dia 15, na calçada da Maternidade Santa Helena, em Ilhéus. Do parto na rua, lembra apenas de ouvir a voz do marido, Felipe, pedindo que ela tentasse se manter acordada. Nesta entrevista ao PIMENTA, a jovem de 27 anos fala pela primeira vez sobre a experiência, que define como humilhante.

Para Jaqueline, o parto só ocorreu na rua porque o serviço de recepção da maternidade não ouviu os apelos de Felipe por ajuda. Ela estima que decorreram 20 minutos desde a chegada ao local, às 6 horas, e o rompimento da bolsa.

Por outro lado, a direção da Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, responsável pela maternidade, afirmou, em nota pública, que a parturiente já chegou ao local em trabalho de parto num estado muito avançado, inclusive com a expulsão do feto, o que impossibilitou o uso de cadeira de rodas para acolhê-la dentro da unidade.

Momento do parto foi registrado em fotos que circularam nas redes sociais

O advogado da família, Dimitre Carvalho Padilha, informou, em nota enviada ao site, que vai solicitar as gravações das câmeras de segurança instaladas em torno do hospital. Com isso, espera esclarecer a cronologia dos eventos daquela manhã e outros pontos controversos. Para ele, a demora do atendimento submeteu a família, sobretudo a criança e a mãe, a um constrangimento desumano e degradante.

“Mesmo após o parto, não foi fornecida cadeira de rodas pelo hospital. A criança foi enrolada em uma toalha suja trazida pela família para enxugar o líquido perdido pela parturiente. Uma pessoa que presenciou os fatos foi quem entrou na maternidade e pegou uma cadeira de rodas para ajudar a família”, relata Dimitre Padilha.

O advogado também afirma que, considerando o risco da gravidez de Jaqueline – diagnosticada com mioma intrauterino e pedra na vesícula -, ela deveria ter sido internada na noite de segunda-feira (14), quando esteve na Santa Helena. “Caso [a maternidade] adotasse a referida conduta, a vida da gestante e sua filha não seriam expostas aos riscos experimentados”, escreveu o advogado.

Segundo Jaqueline, a enfermeira que lhe atendeu naquela noite recomendou que ela voltasse na manhã seguinte. Pelas suas contas, Fanny, quarta filha do casal, nasceu após 41 semanas de gravidez. Ontem (22), a família levou o caso ao conhecimento da Polícia Civil.  Leia a entrevista.

BLOG PIMENTANa última terça-feira, você deu à luz na calçada da Maternidade Santa Helena. Qual é o significado disso para você?

JAQUELINE ANDRADE – Eu achei muita humilhação, porque é uma coisa que nunca pensei que eu iria passar. A gente vê acontecendo com outra pessoa, mas nunca imagina passar por isso. É muita humilhação.

Por que sua gravidez era de risco? Quando você descobriu isso?

Antes de engravidar, eu já sabia que estava com pedra na vesícula e o mioma.

Onde você fez o acompanhamento pré-natal?

Eu fiz o pré-natal no CSU [Centro Social Urbano] e CMAE [Clínica Municipal de Atendimento Especializado].

A maternidade foi informada que era uma gravidez de risco?

No dia anterior, eu estive lá e eles já sabiam.

Na segunda-feira (14), você teve a oportunidade de dizer – para uma médica, enfermeira ou outra pessoa do hospital – que a sua gravidez era de risco?

A enfermeira olhou a caderneta. No ultrassom, ela circulou o peso da criança, que estava marcando um número grande [Fanny nasceu com 4 quilos, segundo Felipe]. Ela perguntou porque eu estava fazendo o acompanhamento com a doutora Cintia [Maria Freire Silva], no CMAE, que é só gravidez de risco. A gente falou que eu tenho pedra na vesícula e um mioma.

Quando você foi à maternidade pela primeira vez?

Eu não lembro o dia exato.

Foi no início da gravidez?

Eu fui na maternidade com 41 semanas e 5 dias de gravidez.

Foi fazer uma avaliação?

Foi, porque já estava saindo o tampão [do colo do útero].

Isso foi quando?

No dia 14 [de junho], à noite.

A primeira vez foi no dia 14?

Eu já tinha ido duas semanas antes, mas elas [as enfermeiras] fizeram o toque e falaram que não estava tendo dilatação, e o útero ainda estava alto. Disseram que a contagem [do tempo de gravidez] do ultrassom estava errada. O ultrassom estava marcando 41 semanas e 5 dias. Aí ela falou que refez a contagem e o ultrassom estava errado. [Explicou] que o último ultrassom não conta as semanas; eles usam só para olhar o tamanho do bebê, como o bebê está, a placenta, mas não conta as semanas. Ela foi olhar no caderno da gestante, a caderneta. Ela olhou o primeiro ultrassom e falou que faltavam três dias para fazer 41 semanas. Era para eu retornar no dia 12 [de junho], no máximo, caso sentisse alguma coisa. Como não senti nada, fui lá no dia 14, na segunda-feira. Lá, ela falou que eu estava com dois dedos de dilatação e mandou eu vim embora. Era para voltar caso sentisse dor ou se a bolsa tivesse estourado, tivesse sangrando, alguma coisa. De madrugada as dores já começaram. Eu cheguei lá 6 horas da manhã. Quando [Felipe] foi fazer a ficha, ela pediu para esperar, porque estava ocupada. A contração já estava vindo muito. Foram duas na porta da maternidade. A bolsa estourou na segunda, e a menina nasceu.

Como foram os momentos seguintes ao parto?

Eu só lembro da hora que a cabeça dela estava saindo. E daí eu só lembro depois, lá dentro, quando botaram o soro em mim.

Você chegou a desmaiar?

Eu não lembro. Eu só lembro do meu esposo me chamando, pedindo para eu reagir, enquanto eles colocavam remédio na minha veia para voltar ao normal.

Felipe disse que Fanny nasceu com falta de ar.

Ela nasceu com o cordão [umbilical] enrolado no pescoço e com insuficiência respiratória, baixa saturação. Foi para a incubadora e ficou lá a manhã inteira, da hora que nasceu até 1 hora da tarde, recebendo oxigênio e sendo monitorado os batimentos dela.

Você também ficou lá?

Eles me levaram para o quarto umas 11 horas da manhã. Eu fiquei esperando até o horário dela subir.

A partir desse momento, então, a maternidade lhe acolheu?

Acolheu ela [Fanny], porque só deram remédio na minha veia para eu reagir. Quando eu estava lá, eles não me deram nem um remédio para dor.

Você passou quanto tempo lá?

Passei um pouquinho mais de 24 horas. A gente não foi liberado de manhã porque estavam esperando o resultado do exame dela sair.

Na nota de esclarecimento, a direção da Santa Casa afirma que sempre acolhe todo mundo e explica que não foi possível levar você para dentro da maternidade porque o trabalho de parto já estava muito avançado. Você avalia que não deu mesmo tempo?

Se eles tivessem feito a ficha na hora que eu cheguei, daria tempo, sim, porque eu cheguei e esperamos uns 20 minutos. Daria tempo de eu ter entrado.

Houve um intervalo de 20 minutos desde a sua chegada até o momento do parto?

Isso, então daria tempo de eu ter entrado.

Você se sentiu maltratada?

Lá dentro mesmo me senti como se eu fosse ninguém, porque eu fiquei lá isolada, como se não tivesse acontecido nada. Eu [estava] sentindo muita dor. Não vieram perguntar se eu estava precisando de alguma coisa, um remédio, se eu estava sentindo alguma coisa. Não, eu só fiquei lá num canto. Teve uma hora que eu chamei a enfermeira, porque não estava aguentando e pedi para ir no banheiro. Na hora que levantei, desceu muito sangue. Aí ela foi olhar. Como eles não me deram atenção, quando ela pegou na minha barriga, minha barriga estava cheia de coágulos de sangue. Ela teve que ficar mexendo para os coágulos descer. Se eles tivessem prestado atenção antes, não tinha dado o coágulo.

Inscrições começaram nesta sexta-feira (18); confira o edital
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A Prefeitura de Ilhéus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), iniciou processo seletivo para preencher 50 vagas temporárias na Maternidade Santa Helena, vinculada à Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus.

As oportunidades são para médicos especialistas em pediatria (20 vagas), anestesia (10) e obstetrícia (20).

Os selecionados vão fechar contratos de seis meses, que poderão ser renovados pelo mesmo período. O regime de trabalho será o de plantão.

As inscrições começaram hoje (18) e seguirão até domingo (20). Caso não haja inscritos suficientes, o prazo se estenderá até segunda-feira (21).

Para se inscrever é necessário enviar currículo por e-mail (maternidadeselecao@gmail.com), informando no campo “assunto” o cargo ao qual pretende se candidatar.

Veja mais informações no edital.

Jaqueline e Felipe: "Fomos tratados como cães parindo na rua"
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Jaqueline Andrade deu à luz a filha na calçada da Maternidade Santa Helena, na manhã desta terça-feira (15), em Ilhéus. Segundo o pai da criança, Felipe Andrade, o parto aconteceu na rua porque eles foram impedidos de entrar na maternidade.

Ao PIMENTA, Felipe disse que foi com a esposa à Santa Helena na noite de ontem (14), quando foram orientados a voltar hoje, antes das 7 horas. Cumprindo a orientação, chegaram à unidade médica por volta das 6 horas desta terça. “Cheguei na recepção dizendo: ‘Por favor, minha esposa precisa de atendimento. Já está tendo contrações, seis contrações no intervalo de menos de dez minutos”, narra.

Apesar do pedido, segundo ele, o atendimento foi negado. “Não deixaram a gente entrar”. “Eu fiquei com minha esposa na calçada, esperando, porque não tinha cadeira nenhuma para sentar, porque estava cheio. Tinha gente sentada ali nas cadeiras da recepção”, relembra.

Quando se voltou para Jaqueline, percebeu que não havia mais tempo para esperar. “A bolsa estourou na minha perna, e ela falou: “Tá saindo!”, conta Felipe Andrade. “Para minha filha não cair de cabeça no chão, eu abracei as pernas de minha esposa, segurei a cabeça de minha filha e fui deitando minha esposa devagar”.

Foi nesse instante que uma enfermeira notou o que estava acontecendo e saiu para ajudar. “Vai deitando ela, vai deitando ela, pai”, disse a profissional de saúde, orientando Felipe. “Eu eu, com a cabeça de minha filha na minha mão, fui deitando minha esposa”.

AVÓ OBSTETRA

A mãe de Felipe, Rita Nascimento dos Santos, é enfermeira obstetra e acompanhava o casal. Com o auxílio da colega de profissão, fez o parto da própria neta na calçada. Em seguida, a enfermeira da maternidade buscou os materiais necessários para cortar o cordão umbilical e levou a recém-nascida para atendimento médico.

A pequena Fanny nasceu com dificuldades para respirar e foi internada. “Estava roxa”, diz Felipe.

“MINHA FILHA NÃO TEVE UM NASCIMENTO DIGNO”

O marido não se conforma com a lembrança de Jaqueline dando à luz naquelas circunstâncias. “A indignação é muito grande, porque minha filha não teve um nascimento digno, minha esposa não teve um nascimento digno. Fomos tratados como cães parindo na rua”.

O QUE DIZ A SANTA CASA

A direção da Santa Casa  afirmou, em nota divulgada na tarde desta terça-feira (15), que não houve recusa de atendimento à parturiente.

Conforme o texto, Jaqueline chegou à maternidade já em trabalho de parto em estado avançado, na fase de “expulsão” do feto, o que impossibilitou o uso de cadeira de rodas para levar a mulher para dentro da unidade.

“A Santa Casa jamais deixou de atender qualquer paciente, pois esta é a sua árdua e mais gloriosa missão. Reiteramos que a Santa Casa de Ilhéus é a casa de todos, é a vossa casa quando dela precisares”, diz a nota.

Nota pública da Santa Casa de Ilhéus
Maternidade suspendeu serviços alegando falta de repasses
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O Ministério Público da Bahia ajuizou ação civil contra o Município de Ilhéus e a Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, mantenedora da maternidade Santa Helena. O MP-BA pediu que a justiça determine retorno do serviço de pediatria e neonatologia da unidade hospitalar até, pelo menos, a inauguração do Hospital de Referência Materno-Infantil da cidade, prevista para o final deste mês.

Segundo o promotor de Justiça Pedro Nogueira Coelho, um impasse quanto à destinação de verbas para pagamentos dos profissionais da maternidade levou à interrupção do serviço, a ponto de duas gestantes não terem sido atendidas na terça-feira em razão da falta de médicos.

Na ação, é solicitado à Justiça que determine, em decisão liminar, a retomada imediata do serviço, com corpo clínico adequado, composto de ao menos um pediatra, um obstetra e um anestesista. Solicita que seja enviada à Justiça a escala de plantão no prazo de 72 horas. “Indubitável que a interrupção das atividades por parte dos médicos da maternidade, antes da inauguração do novo hospital, coloca sob risco de grave lesão a saúde pública, gerando inaceitável desassistência às parturientes e nascituros”, afirmou o promotor.

O QUE DIZEM A PREFEITURA E A SANTA CASA DE ILHÉUS

De acordo com o MP-BA, a Santa Casa alega que o atraso das verbas federais pela Secretaria de Saúde de Ilhéus tem impossibilitado o pagamento dos médicos. Já a Secretaria nega ter pendências financeiras com a instituição e argumenta que houve redução dos valores dos repasses em razão da queda da produção da unidade hospitalar, o que teria gerado a redução do valor dos repasses efetuados.

Pedro Nogueira destaca que uma solução judicial é urgente para não “impor às parturientes locais que aguardem por ainda mais tempo a boa vontade do Município de Ilhéus e da Santa Casa de Misericórdia na solução do impasse”.

Secretário argumenta que transferência de recursos dependia de documentação só entregue hoje pela Santa Casa
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O secretário municipal de Saúde, Geraldo Magela, disse ao PIMENTA que o município transferiu hoje (2) R$ 350 mil para a Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, mantenedora do Hospital São José e da Maternidade Santa Helena.

Como informamos na última semana, profissionais das duas unidades cobram o pagamento dos salários referentes ao mês de dezembro de 2020. A entidade alegou que dependia do repasse dos recursos da Prefeitura para quitar os vencimentos dos trabalhadores.

Na sexta-feira (29), com a mediação do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), município e Santa Casa firmaram acordo para que o dinheiro fosse enviado ontem (1º)  pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

Segundo Magela, a Sesau não enviou os recursos na segunda-feira porque a Santa Casa não havia entregado os documentos necessários, o que ocorreu hoje. Por isso, enfatiza o gestor, nenhum acordo foi descumprido. “Não é verdade que a gente não tinha cumprido [o acordo mediado pelo Ministério Público]. Não vou dizer que foi de má-fé que falaram, mas não é verdade. A gente iria pagar na segunda-feira. Nós cobramos [os documentos] na segunda-feira, só entregaram hoje a documentação toda”.

O secretário lamentou a notícia de que não teria honrado o compromisso. “É chato. Pode publicar o que quiser. Pode bater, falar que sou incompetente. Agora, escuta, pelo menos, porque, realmente, a Santa Casa fez sacanagem, foi chantagem. Como é que a gente descumpriu o acordo, se ela não entrega o documento? É pouco republicano. Dá vontade de cancelar o incentivo. Quer dizer, nós doamos. Levamos para o conselho, achamos importante ajudar. É uma ajuda – essa é a palavra: ajuda. 350 mil a mais, e ainda inventa uma coisa dessa? Hoje eu falei com o provedor: ‘Isso aí é coisa de mandar para’, mandei mensagem para o promotor: ‘Era caso até de cancelar’. É maldade, mas faz parte do jogo. Eu tenho que ter calma, tranquilidade”.

Magela também ressaltou que o valor transferido hoje não é o pagamento de serviços prestados ao SUS. Trata-se de socorro financeiro à entidade filantrópica. “Ao todo, vai ser um incentivo de R$ 1.470.000”, informa.

Na última quarta-feira (27), o provedor da Santa Casa, Eusinio Lavigne, disse que o município ainda não havia quitado os valores correspondentes a serviços realizados em novembro de 2020. Segundo ele, a Sesau deveria ter pago por eles em dezembro. Magela, por sua vez, alega que o prazo é outro. “Novembro você paga em janeiro, dezembro você paga agora em fevereiro. Isso é normal, é protocolar, você tem que auditar as contas. Não pode pagar antes”.

Ouvido pelo PIMENTA na noite desta terça (2), o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Marcos Lessa, endossou a informação do secretário, acrescentando que esse é um procedimento comum na administração de recursos enviados aos municípios pelo Ministério da Saúde.

Com problemas respiratórios, criança recém-nascida está na UTI neonatal do Hospital Manoel Novaes, em Itabuna
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Uma criança que nasceu com problemas respiratórios esperou dois dias para ser transferida da Maternidade Santa Helena, em Ilhéus, para a UTI neonatal do Hospital Manoel Novaes, em Itabuna. O SUS realizou a transferência por volta das 13h45 desta terça-feira (26), após recomendação feita no último domingo (24) pelo setor pediátrico da unidade.

Na madrugada de hoje, a família da recém-nascida recorreu à Justiça para pedir a transferência, que foi realizada antes da 1ª Vara da Fazenda Pública de Ilhéus decidir sobre o pedido.

Ilhéus não tem unidade de tratamento intensivo para recém-nascidos. A maternidade do SUS, que vai ter o equipamento, está sendo construída no espaço onde funcionava o antigo Hospital Geral Luiz Viana Filho, no bairro da Conquista.

Em março de 2018, quando o Hospital Regional foi fechado, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) chegou a prever a entrega da nova unidade para o início de 2019. Agora, a previsão é abril de 2021.

Com dificuldade para respirar, criança precisa de internação em UTI neonatal || Foto ilustrativa
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Nessa segunda-feira (25), a família de uma bebê recém-nascida, que está internada na Maternidade Santa Helena, pediu que a 1ª Vara da Fazenda Pública de Ilhéus determine a transferência da criança para uma unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal, conforme recomendação do setor pediátrico do hospital, que não tem esse tipo de equipamento.

A criança nasceu na última sexta-feira (22), com dificuldades respiratórias. No domingo (24), a maternidade recomendou que o SUS providencie sua transferência para a UTI, recomendação reforçada na manhã de ontem.

A Prefeitura de Ilhéus e o Governo da Bahia são réus da ação judicial. Com base na recomendação pediátrica, o advogado da família, Dimitre Carvalho Padilha, solicitou que a Justiça obrigue o SUS a transferir criança de forma urgente.

Criança nasceu na Maternidade Santa Helena, na última sexta (22), com dificuldade para respirar
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Internada na Maternidade Santa Helena, em Ilhéus, uma criança recém-nascida precisa ser transferida com urgência para unidade de tratamento intensivo (UTI) neonatal. Ela nasceu na última sexta-feira (22), com dificuldade para respirar.

O setor de pediatria do hospital recomendou a transferência desde domingo (24). Na manhã de hoje (25), reforçou a recomendação. A família tenta fazer com que o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem convênio com a maternidade filantrópica, transfira a criança para a UTI do Hospital Manoel Novaes, em Itabuna.

O advogado Dimitre Carvalho Padilha, que representa a família, vai pedir que a Justiça determine a transferência de modo urgente. O vereador Tandick Resende (PTB) acompanha o caso e presta apoio aos familiares.

Na tarde desta segunda-feira (25), o PIMENTA telefonou para a Santa Casa de Misericórdia de Ilhéus, responsável pela maternidade. O atendente disse ao blog que apenas o médico Lira, que não estava em horário de trabalho no momento da ligação, poderia explicar por que a transferência ainda não foi realizada.

Vereadores integram grupo de trabalho que discute solução para maternidade
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A Câmara Municipal de Ilhéus integra o grupo de trabalho que busca diálogo e soluções para o funcionamento da Maternidade Santa Helena em Ilhéus, que, segundo a Santa Casa de Misericórdia, sua mantenedora, passa por dificuldades financeiras.

Os vereadores Fabrício Nascimento e Paulo Carqueija participaram de uma reunião com o Ministério Público, representações da Prefeitura e da instituição hospitalar, com o objetivo de buscar alternativas que viabilizem a regularidade no funcionamento da unidade hospitalar. Os parlamentares lamentam que, logo no início do ano, tenha havido a suspensão do atendimento na Maternidade Santa Helena, causando sérios transtornos à população.

Fisioterapeuta e servidor da Santa Casa, o vereador Fabrício Nascimento disse que é dever da Câmara cobrar que o fato não se repita, já que as grandes prejudicadas com as interrupções são as gestantes que residem em Ilhéus e não podem contar com a assistência quando mais precisam.

“Foram seis dias sem atendimento. Isso não pode mais acontecer. Mas é preciso frisar que este é um problema que vem se agravando desde nos últimos anos, desde quando a Santa Casa admitiu que o valor recebido pelos procedimentos não é suficiente para cobrir os custos operacionais”, afirmou. A direção da SCMI alega que o fato foi agravado com o fechamento do Hospital Geral Luiz Viana Filho.

NOVA FASE

Ex-presidente da Comissão de Saúde na Câmara, Paulo Carqueija disse que o Poder Legislativo deve – e vai – participar dos debates como instrumento importante para viabilizar o entendimento entre Prefeitura e Santa Casa. A presença dos vereadores neste grupo de trabalho, de acordo com o presidente Jerbson Moraes, fortalece este início de um novo mandato, com a Câmara presente e com voz nas principais discussões coletivas sobre os problemas vivenciados pela cidade.Leia Mais

Hospital Manoel Novaes sofre sobrecarga com aumento de demanda
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A suspensão no atendimento nas maternidades Santa Helena, em Ilhéus, e Ester Gomes (Mãe Pobre), em Itabuna, provocou superlotação do Hospital Manoel Novaes (HMN), segundo a Santa Casa de Misericórdia. De 28 de dezembro a esta terça-feira (5), a procura por atendimento cresceu quase 300% no Novaes, segundo nota da instituição.

Já a procura diária pelos serviços cresceu 37,5% depois que unidades hospitalares em Itabuna e Ilhéus anunciaram a suspensão de serviços de pediatria e obstetrícia, segundo a Santa Casa. “Nesse período, o HMN acumula aumento de 66,85% nos atendimentos, boa parte de pacientes de baixo risco, que normalmente são atendidas em unidades de saúde definidas como porta de entrada. Essa sobrecarga no hospital pode deixar sem os serviços os pacientes de médio e alto riscos, para os quais a unidade é contratada”, informa a Santa Casa em nota.

Segundo a diretora técnica do Novaes, a médica Fabiane Chávez, o hospital teve de improvisar novos leitos para atender a demanda. “Desde o finalzinho do ano passado que estamos trabalhando muito acima da nossa capacidade. Além dos municípios pactuados com Itabuna, tivemos de absolver a demanda de toda a microrregião de Ilhéus”, afirmou.

De acordo com Fabiane, foi necessário reorganizar as equipes. “Mas tem sido muito difícil atender tanta gente. Há um desgaste muito grande. Espero que os gestores resolvam logo esses problemas da Maternidade Ester Gomes, em Itabuna, e da Maternidade Santa Helena, em Ilhéus”, afirma.

SITUAÇÃO PREOCUPANTE

Fabiane Chávez alerta que, por ser referência em diversos serviços no sul da Bahia, o Manoel Novaes normalmente já é muito procurado, mas hoje está habilitado somente para médio e alto risco. “No entanto, nos últimos dias tivemos que ocupar a maioria dos nossos leitos com risco habitual (partos de pacientes sem risco)”.

A diretoria técnica destaca que, embora a demanda tenha triplicado nos últimos dias, nenhum paciente ficou sem ser atendido. “Mas espero que esses serviços sejam restabelecidos definitivamente”.

A médica observa ainda que o Hospital Manoel Novaes está entre as unidades saúde do interior do Brasil que têm conseguido manter equipes completas. “Em todo o país, temos um déficit muito grande de profissionais que atuam na pediatria e obstetrícia. Mas, como a nossa Santa Casa tem honrado os seus contratos, ainda contamos com esses profissionais”, relatou.

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Do A Região
A Polícia Civil tenta localizar duas mulheres que, no último domingo (24), entraram na Maternidade Santa Helena, em Ilhéus, e levaram um bebê que tinha apenas 12 dias de nascido. A menina é filha de Luziene de Oliveira Gonçalves, de 16 anos.
De acordo com a polícia, uma das mulheres apareceu no quarto perguntando por alguém com o nome parecido com o de Luziene, que informou que não sabia quem era. Mas a mulher não desistiu, permanecendo no local e pegando informações.
Minutos depois, ela saiu, uma comparsa apareceu e carregou o bebê sob a alegação de que iria vaciná-lo. Luziene achou estranho e começou a gritar, mas nenhum funcionário da Maternidade Santa Helena apareceu.
O rapto do bebê está sendo investigado pela delegada Magda Figueiredo. As mulheres podem registrar a criança, uma vez que roubaram o cartão de vacinação e a declaração de nascimento.
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