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Dilma em entrevista a Luís Nassif, da TV Brasil, nesta semana (Foto Reprodução).
Dilma em entrevista a Luís Nassif, da TV Brasil, nesta semana (Foto Reprodução).

Da Agência Brasil

A presidente afastada Dilma Rousseff defendeu, em entrevista especial concedida à TV Brasil, uma consulta popular, caso o Senado não decida pelo seu impedimento. Ao apresentador Luís Nassif, Dilma disse que é a população que tem que dizer se quer a continuidade de seu governo ou a realização de novas eleições. “O pacto que vinha desde a Constituição de 1988 foi rompido e não acredito que se recomponha esse pacto dentro de gabinete. Acredito que a população seja consultada”, disse.

Para ela, o país não conseguirá superar a crise com o governo interino. Dilma acredita que o povo não terá confiança no comando de Temer pelo fato de ele não ter passado pelo crivo das urnas. “Como você acha que alguém vai acreditar que os contratos serão mantidos se o maior contrato do país, que são as eleições, foi rompido?”, indagou. “Não acho possível fazer pacto nenhum com o governo Temer em exercício”, completou.

Dilma criticou uma vez mais a admissibilidade do processo de afastamento usando como o argumento o fato de que, embora a Constituição preveja o impeachment, ela também estipula que é preciso haver crime para que se categorize o impedimento. “Não é possível dar um jeitinho e forçar um pouquinho e tornar esse artigo elástico e qualificar como crime aquilo que não é crime. Os presidentes que me antecederam fizeram mais decretos do que eu. O senhor Fernando Henrique [Cardoso] fez entre 23 e 30 decretos do mesmo tipo”, disse, referindo-se aos decretos de suplementação orçamentária que embasaram o pedido de impeachment feito pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Pascoal.

“Não é o meu mandato, mas as consequências que tem sobre a democracia brasileira tirar um mandato. Isso não afeta só a Presidência da República, afeta todos os Poderes”, disse ela.

Dilma disse que reivindica voltar ao posto por compreender que não cometeu crime. Ela criticou os que defendem um semiparlamentarismo, ou eleição indireta, por considerar que isso traria um grande risco ao país. A presidenta afastada defendeu que haja uma reforma política que discuta o tema. “Não temos que acabar com o presidencialismo, temos que criar as condições pela reforma política”.

Nesse contexto, ela defendeu novamente a consulta popular. “Só a consulta popular para lavar e enxaguar essa lambança que está sendo o governo Temer”. Segundo ela, nos momentos de crise pelo qual o Brasil passou, na história da democracia recente, foi com o presidencialismo que o país superou as crises. “Foi sempre através do presidencialismo que o país conseguiu dar passos em direção à modernidade e à inclusão”.

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Jucá deixa ministério, mas continuará auxiliando governo (Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil).
Jucá deixa Pasta, mas continuará auxiliando governo (Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil).

O presidente interino Michel Temer disse que o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, que pediu afastamento hoje (23), continuará auxiliando o governo no Congresso após deixar o cargo. Jucá é senador pelo PMDB de Roraima.

Em nota divulgada no começo da noite, Temer agradeceu Jucá pelo trabalho desempenhado no ministério, para o qual havia sido nomeado no último dia 12.

“Registro o trabalho competente e a dedicação do ministro Jucá no correto diagnóstico de nossa crise financeira e na excepcional formulação de medidas a serem apresentadas, brevemente, para a correção do déficit fiscal e da retomada do crescimento da economia. Conto que Jucá continuará, neste período, auxiliando o governo federal no Congresso de forma decisiva, com sua imensa capacidade política”, disse o presidente interino na nota.

Depois de 11 dias à frente da pasta, Jucá pediu hoje para deixar o Ministério do Planejamento após a divulgação, pelo jornal Folha de S.Paulo, de uma conversa dele com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que o ex-ministro sugere um “pacto” para tentar barrar a Operação Lava Jato.

Confira o teor das gravações

Jucá negou a intenção de obstruir as investigações e disse que o pacto para “conter a sangria” citado na conversa se referia aos problemas econômicos do país e não às investigações da Lava Jato. Com informações da Agência Brasil.

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Janot diverge de Moro (Foto Marcelo Camargo/AB).
Rodrigo Janot (Marcelo Camargo/AB).

Do Blog do Kennedy

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o juiz federal Sergio Moro pensam diferente a respeito de uma ação que o PSDB move no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a cassação dos mandatos da presidente Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.

No documento ao TSE, Moro diz que já deu uma sentença em primeira instância considerando que houve desvio de recursos da Petrobras para o PT por meio de doações eleitorais. Ou seja, houve uma tentativa de legalizar a propina.

É uma decisão que afeta o PT, mas o juiz federal recomenda que o TSE ouça delatores como Alberto Yousseff, Paulo Roberto Costa e Ricardo Pessoa para averiguar se o mesmo esquema contaminou a campanha presidencial. Moro insinua que a campanha de Dilma e Temer possa ter recebido recursos ilegais. O governo já negou que a campanha da presidente e do vice tenha sido irrigada com recursos sujos.

Na avaliação do procurador-geral da República, a ação do PSDB contra Dilma e Temer não deveria seguir adiante. Janot considera que só acusações gravíssimas justificariam uma cassação dos mandatos da presidente e do vice. Para Janot, não há provas nesse sentido. Ele recomendou ao tribunal que rejeite a ação tucana.

O TSE deverá dar a palavra final sobre a ação ainda neste semestre.

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Lídice aponta conluio entre Temer e Cunha (Foto Tácio Moreira/Metropress).
Lídice aponta conluio entre Temer e Cunha (Foto Tácio Moreira/Metropress).

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) lamentou as declarações do vice-presidente Michel Temer de que a deliberação na Câmara dos Deputados que elegeu a comissão especial do processo de impeachment foi um “legítimo exercício” da competência da Casa.

Para ela, começam a ficar mais claras as relações políticas entre os dois líderes do PMDB. “Se já se estranhava o silêncio do presidente do PMDB (Temer) quanto às graves acusações que pesavam contra seu correligionário, com esse aval parece se revelar uma ação mais coordenada entre os dois”.

Ela lembrou que Temer já foi presidente da Câmara dos Deputados e constitucionalista, o que aumenta ainda mais as desconfianças. “Não seria por desconhecimento de causa que Temer emprestaria seu aval às ações de Eduardo Cunha rejeitadas pelo Supremo Tribunal Federal que sustou todos os efeitos daquela sessão”.

Na avaliação da senadora baiana, Cunha “vem agindo de forma revanchista, irresponsável e vingativa, quando, na verdade, deveria se afastar da presidência da Câmara” para facilitar as investigações que recaem sobre ele: “Nada disso ajuda o País a sair da crise em que se encontra, ao contrário, só faz agravar a situação”.

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Michel Temer ao sair de reunião com Dilma (Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil).
Michel Temer ao sair de reunião com Dilma (Foto Fábio Pozzebom/Agência Brasil).

O vice-presidente da República, Michel Temer, disse há pouco, após se encontrar com a presidenta Dilma Rousseff, que terá a partir de agora uma relação com a presidenta de modo “institucional” e que seja “a mais fértil possível”.

Os dois se reuniram esta noite durante pouco mais de 50 minutos no Palácio do Planalto. Depois da conversa, o vice-presidente afirmou que faria uma declaração de apenas uma frase, e não respondeu a perguntas dos jornalistas.

“Combinamos, eu e a presidenta Dilma, que nós teremos uma relação pessoal, institucional que seja a mais fértil possível”, disse.

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Apesar de sinais contrários, Padilha diz que não conspira contra Dilma (Foto Wilson Dias/Ag. Brasil).
Apesar de sinais contrários, Padilha diz que não conspira contra Dilma (Foto Wilson Dias/Ag. Brasil).

O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha disse ontem (6) que não participará de uma “conspiração” pelo impeachment e que “a chance é zero” de que ele e o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, participem de articulações para que o afastamento da presidenta da República aconteça.

“Quem conhece o presidente Michel Temer e me conhece sabe que conspiração não cabe no nosso vocabulário. Ele é um homem que é um democrata vocacionado à observância da Constituição e da Lei. Então ninguém espere de Michel e de mim golpe. Nós não seremos parceiros de golpe nenhum, nunca”, afirmou Padilha durante entrevista à imprensa para esclarecer os motivos que o levaram a protocolar, na última quinta-feira (3), a carta datada do dia 1º de dezembro, com o pedido de exoneração do cargo.

Questionado se ambos pretendem trabalhar a favor da presidenta para que ela fique no cargo, Eliseu Padilha disse que o PMDB está “dividido” em relação ao impeachment e que Temer está “ouvindo a todos” e só irá se manifestar quando tiver uma posição partidária.

“O PMDB tem uma composição múltipla. Uma parte do partido apoia e é fiel ao governo de forma incondicional, uma parte é neutra e uma parte faz oposição. O presidente Michel Temer tem que ser tradutor dessa vontade do partido, sob pena de perder o controle do partido. E esse é o momento que faz que ele tenha a posição que ele tem de refletir, de colher opiniões, para depois poder expressar”, disse.

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marco wense1Marco Wense

 

O Brasil vai sair dessa grave crise, mais política e ética do que econômica. Os bons políticos querem. Todos nós queremos. Só os idiotas e imbecis torcem pelo “quanto pior, melhor”.

 

O quarteto tucaniano, composto por Fernando Henrique Cardoso, Aécio Neves, José Serra e Geraldo Alckmin, não tem um ponto de equilíbrio em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

FHC e Aécio defendem dois caminhos: o da renúncia de Dilma, que é um ato unilateral, e o do Tribunal Superior Eleitoral, que vai julgar se houve abuso de poder e financiamento irregular na campanha de 2014.

O posicionamento pela renúncia, que leva o vice a assumir a presidência da República, é de mentirinha. Querem um desfecho contra Dilma e Temer. Ou seja, via TSE, que, julgando procedente a ação do PSDB, poderia definir por novas eleições, no prazo de até 90 dias, ou pela posse de Aécio Neves, segundo colocado no processo sucessório. O comando do Palácio do Planalto ficaria, interinamente, com o incendiário Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. É bom lembrar que Cunha pode virar réu a qualquer momento. O evangélico parlamentar é investigado pela Lava Jato, acusado de ter recebido uma propina de cinco milhões de dólares no esquema do petrolão.

O senador José Serra concorda com a renúncia de Dilma, mas não quer nem ouvir falar do TSE. Torce por uma decisão do TCU condenando as chamadas “pedaladas fiscais”. Por mais estranho que pareça, Serra é um pró-Temer. Trabalha, sorrateiramente, contra o “companheiro” Aécio. Serra quer ser uma espécie de super-ministro em um eventual governo peemedebista. Com Aécio Neves no poder, o tucano-temista seria impiedosamente isolado, tratado com desdém, defenestrado. O roqueiro e doidão Lobão, cotado para ser o titular do ministério da Cultura, teria mais prestígio do que Serra.

Uma decisão desfavorável a Dilma no Tribunal de Contas da União abriria as portas do Congresso para um processo de impeachment por crime de responsabilidade. Temer assumiria o comando do País se o afastamento fosse concretizado.

Sobre as “pedaladas”, escrevi, em 31 de julho, que os governos de FHC (1995-2002) e o de Lula (2003-2010) maquiaram as contas públicas para garantir o pagamento do seguro desemprego. O TCU não tomou nenhuma providência. O que antes era aceitável é agora crime contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Bastou um piscar de olhos na direção do impeachment.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, com o corpo, a alma e o espírito voltados para a eleição de 2018, é contra o impeachment. É outro que vem rifando Aécio Neves. Para que o projeto seja aberto pela Câmara, é preciso o apoio de 342 deputados. Seguindo para o Senado, o aval tem que ser dado por 54 senadores.

Parabéns a Renan Calheiros, presidente do Senado, que, juntamente com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, trabalham na criação de uma agenda positiva, suprapartidária, de interesse nacional. O Brasil acima da politicagem.

Quando questionado sobre a grave crise, o senhor Aécio Neves, até hoje inconformado com o inquestionável resultado das urnas, diz, com aquele inerente deboche, que “cabe ao governo, e não à oposição, buscar soluções”.

Ora, o PSDB não aponta soluções porque não tem competência para apontá-las. A sinceridade parte do próprio tucanato, do vice-presidente nacional da legenda e ex-governador de São Paulo Alberto Goldman: “o PSDB não tem projeto de País”. Finaliza dizendo que “a legenda não é capaz de dizer o que faria se tivesse vencido as eleições do ano passado”.

Setores da chamada “grande imprensa” e importantes lideranças políticas de oposição começam a perceber que o impeachment é o pior dos cenários. João Roberto Marinho, um dos três sócios majoritários das Organizações Globo, diz que “o sucessor da presidente Dilma será quem vencer as eleições de 2018”. Editorial da Folha de São Paulo que “a ala aecista não pode subordinar os meios jurídicos a seus fins eleitorais, vergando as regras da democracia para encurtar o caminho até o poder”.

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Temer rejeita termo "pauta-bomba" (Foto Arquivo).
Temer rejeita termo “pauta-bomba” (Foto Arquivo).

O vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer, disse nesta terça (4) que “não há bomba fiscal” em tramitação no Congresso. Sobre propostas que implicam aumento de gastos públicos, ele informou que a pauta de votações de agora é a que remanesceu do período pré-recesso legislativo. “Não é pauta-bomba. Essas coisas serão cuidadas com muita tranquilidade”, afirmou.

O vice-presidente defendeu o diálogo com o Congresso para desarmar uma agenda de votações de propostas que possam causar impacto nas contas públicas. De acordo com Temer, os presidentes de partidos e líderes da base aliada que jantaram ontem (3) com a presidenta Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada, assumiram compromisso com a estabilidade fiscal.

Entre os projetos considerados indesejados pelo Palácio do Planalto está o que aumenta o índice de correção dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), passando de 3% para cerca de 6%.

Além desse, o governo trabalha para evitar a derrubada de vetos presidenciais, entre eles o que trata de reajuste de até 78% para servidores do Poder Judiciário e assegurar a aprovação do projeto que reduz as desonerações da folha de pagamento de empresas. Informações da Agência Brasil.

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Marco Wense

Os peemedebistas querendo manter Michel Temer como companheiro de chapa de Dilma e os socialistas reivindicando o nome do próprio Eduardo Campos.

A bola da vez, quando o assunto envereda para a disputa do Palácio do Planalto, é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

Todo esse oba-oba, envolvendo o neto do saudoso Miguel Arraes, decorre do sucesso eleitoral do PSB, que foi a sigla que mais cresceu (40% a mais de prefeitos) desde 2008.

Não é o bom desempenho da legenda que vai ditar as regras para a eleição presidencial de 2014. A candidatura de Campos está condicionada a uma queda acentuada na popularidade da presidenta Dilma Rousseff.

A verdadeira disputa é o PMDB versus PSB. Os peemedebistas querendo manter Michel Temer como companheiro de chapa de Dilma e os socialistas reivindicando o nome do próprio Eduardo Campos.

A ELEIÇÃO DE HADDAD

É evidente que o ex-presidente Lula tem os seus méritos e foi o grande responsável pela vitória de um “poste” na sucessão paulistana.

O então candidato Fernando Haddad saiu do zero em todo sentido: pesquisas de intenção de voto, apoios de partidos e de lideranças políticas. Só contava com o entusiasmo de Lula.

É bom lembrar que o toma-lá-dá-cá funcionou a todo vapor. Marta Suplicy, por exemplo, só virou Haddad desde criancinha depois que passou a ser ministra da Cultura.

É o toma-lá-dá-cá, digamos, “interna corporis”.

A BRIGA PELO PT

A briga é de “cachorro grande”. A disputa é pelo comando do diretório do PT de Itabuna. De um lado, o deputado Geraldo Simões. Do outro, o também parlamentar Josias Gomes.

Josianistas são da opinião de que o momento é agora, já que o ex-prefeito, depois de três derrotas consecutivas na sucessão municipal, se encontra politicamente debilitado.

Uma coisa é certa: Geraldo Simões, em caso de uma nova derrota política, vai ficar no mato sem cachorro.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Da Folha de S. Paulo:
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, transformou uma empresa pública, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), num cabide de empregos para acomodar parentes de líderes políticos de seu partido, o PMDB.
O loteamento começou quando Rossi dirigiu a estatal, de junho de 2007 a março de 2010. Ele deu ordem para mais do que quadruplicar o número de assessores especiais do gabinete do presidente -de 6 para 26 postos.
Muitos cargos somente foram preenchidos, porém, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu Rossi para o comando da Agricultura -o ministério ao qual a Conab responde.
Neste ano, já no governo de Dilma Rousseff, foram definidas 21 nomeações.
Algumas contratações foram assinadas de próprio punho pelo ministro, homem de confiança do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB.
Receberam cargos, entre outros, um filho de Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado; a ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do partido na Câmara; um neto do deputado federal Mauro Benevides (CE); e um sobrinho de Orestes Quércia, ex-governador e ex-presidente do PMDB de São Paulo, que morreu no ano passado.
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Marco Wense

O PMDB leva sozinho a fama de “danadinho”, como se fosse o único partido fisiológico e abarrotado de corruptos.

O PMDB, depois de mostrar que é fiel nas votações de interesse do governo Dilma Rousseff no Congresso Nacional, vai cobrar a fatura.

Para não cometer uma injustiça com a legenda do saudoso Ulysses Guimarães, é bom dizer que todos os partidos são pragmáticos e adeptos do toma-lá-dá-cá.

O rompimento político por discordância ideológica (ou programática) é coisa do passado. É caretice. Coisa de babaca e Zé Mané. De político de um só mandato.

O PMDB leva sozinho a fama de “danadinho”, como se fosse o único partido fisiológico e abarrotado de corruptos. O patinho feio do sistema eleitoral.

O grande teste do toma-lá-dá-cá, quando o peemedebismo espera a contrapartida do Palácio do Planalto, é a votação da PEC do Vice no Senado e na Câmara dos Deputados.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional que impede o vice-presidente de suceder o presidente da República em caso de vacância do cargo.

A PEC enfraquece a figura do vice. E o vice de Dilma é Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Pela proposta, o vice seria apenas o substituto temporário do titular.

Com a impossibilidade do presidente da República – por morte, doença gravíssima ou impeachment – novas eleições seriam convocadas em 90 dias.

O próprio relator da PEC, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), admite a perda de prestígio do vice-presidente: “A intenção é essa mesma, é para enfraquecer mesmo o vice e para ter sempre um presidente eleito”.

A PEC, que ainda precisa ser votada no plenário do Senado antes de ir para a Câmara, pode causar o mais grave confronto entre petistas e peemedebistas.

O PMDB não vai permitir que Michel Temer seja um vice-presidente da República sem nenhuma chance de suceder Dilma Rousseff.

UBALDO DANTAS

O ex-prefeito de Itabuna, Ubaldo Dantas, até hoje considerado como o melhor gestor que já passou pelo Centro Administrativo, vem sendo sondado para disputar a sucessão do Capitão Azevedo (DEM).

Ubaldo, que é filiado ao PMDB do médico Renato Costa, não quer nem ouvir falar na palavra prefeiturável. Descarta, veementemente, qualquer possibilidade de retornar ao cenário político.

PDT

O bom gaúcho Alexandre Brust, presidente estadual do PDT, precisa tomar algumas providências em relação ao partido em Itabuna.

A ala histórica da legenda brizolista, que votou em Dilma Rousseff e na reeleição do governador Jaques Wagner, está a ver navios. O outro PDT ficou com o tucano José Serra e o demista Paulo Souto.

O PDT não faz reunião e, o que é o pior, ninguém sabe quem é quem na legenda. O partido se encontra acéfalo, totalmente perdido e sem nenhum projeto para a sucessão municipal de 2012.

O PDT carlista e atucanado, que continua no governo do prefeito José Nilton Azevedo (DEM), é chamado de “PDT do Paraguai”.

Marco Wense é articulista da revista Contudo.

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O deputado, com sua visão de um Brasil republiqueta, de quinto mundo, diz que “é preciso romper com essa coisa de que o país só anda com grandes reformas”.

Marco Wense

Vossa Excelência, o gaúcho Marco Maia, do PT do Rio Grande do Sul, terra do saudoso Leonel de Moura Brizola, é candidato à presidência da Câmara dos Deputados via instituto da reeleição.

Maia assumiu o comando do Legislativo nacional substituindo Michel Temer, que, mesmo contra a vontade do então presidente Lula, foi eleito vice-presidente da República na chapa encabeçada por Dilma Rousseff.

Tudo dentro do figurino democrático, obedecendo aos preceitos constitucionais e o regimento interno da Casa, instituição com a credibilidade arranhada em decorrência da traquinagem de muitos parlamentares.

O que é lamentável é essa costumeira tapeação envolvendo as reformas política e tributária, que são indispensáveis, respectivamente, para a modernização do sistema eleitoral e uma justa cobrança de impostos.

No decorrer da campanha política, os senhores candidatos, movidos por uma demagogia “descaradinha” – como diria o ex-craque de futebol Fernando Riela – ficam dizendo que, se eleitos, vão defender, com unhas e dentes, as necessárias reformas.

Depois, já eleitos, dão um zignal no eleitor, viram as costas e desligam o celular. Aquele celular que atendia dona Maria e o senhor João com um bom dia carinhoso. A expressão “zignal” é usada pelos próprios políticos.

Aliás, em período eleitoral, os candidatos parecem uns cordeirinhos. Falam mansamente e pausadamente. São atentos com todos: “meu amiguinho”, “meu irmãozinho”, “minha pedinha” e “minha corrente”.

O Marco Maia, por exemplo, depois de reeleito para o Parlamento, com boa parte da votação proveniente das promessas de campanha, passa, agora, a criticar o apelo pelas reformas, dizendo que elas não são tão importantes.

O deputado, com sua visão de um Brasil republiqueta, de quinto mundo, diz que “é preciso romper com essa coisa de que o país só anda com grandes reformas”. É bom lembrar que o petista, como presidente da Câmara dos Deputados, é o terceiro na linha sucessória presidencial.

Ora, esse discurso de menosprezo com as imprescindíveis reformas não engana mais ninguém. Nem mesmo as freiras do Convento das Carmelitas. Querem continuar usufruindo da prostituição que toma conta do sistema eleitoral, do vergonhoso toma-lá-dá-cá.

Em relação à reforma tributária, o rabo é bem grande e preso aos interesses do grande capital financeiro, já que os banqueiros são os maiores financiadores de campanhas políticas.

Portanto, não resta outra conclusão que não seja a de que o deputado Marco Maia tem “mentalidade de jabuti”.

Marco Wense é articulista da revista Contudo.

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O azar de Dilma é o pragmático PMDB com maior poder de pressão na busca de mais ministérios, cargos no primeiro e segundo escalões e de outras benesses.


Marco Wense
A presidente eleita Dilma Rousseff vai contar com uma maioria parlamentar na Câmara dos Deputados e no Senado, com dez partidos apoiando a governabilidade, incluindo aí o PT e suas diversas tendências.
Sem dúvida, um Congresso Nacional menos oposicionista e barulhento quando comparado com o do governo do presidente Lula, que foi até ameaçado de afastamento no escândalo do mensalão.
O azar de Dilma é o pragmático PMDB mais forte do que no governo anterior, com maior poder de pressão na busca de mais ministérios, cargos no primeiro e segundo escalões e de outras benesses.
O PMDB se fortalece com Michel Temer, presidente nacional da legenda, no exercício da vice-presidência da República, sendo o substituto imediato de Dilma nos casos previstos na Constituição.
O peemedebismo não se contenta com pouco. Vai querer mais, mais, muito mais. Toda vez que receber uma negativa, até mesmo um “nãozinho”, vai criar problemas para o governo nas duas Casas Legislativas.
Como não bastasse o PMDB, Dilma deve enfrentar a ala do PT insatisfeita com a composição ministerial. Sem falar nos aloprados petistas que contaminam o governo com suas estripulias e travessuras.
É bom lembrar que a expressão “aloprado” foi usada pelo presidente Lula para separar o joio do trigo. Petistas foram flagrados carregando dólares na cueca. A banda ruim da política tem que ser extirpada, sob pena de corromper a boa.
A figura do aloprado é universal. Existe em todas as agremiações partidárias. Não é exclusividade do PT. Se há alguma diferença em relação a outros países, fica por conta da impunidade, já que os aloprados brasileiros costumam debochar da justiça.
Dilma defende o petista Cândido Vaccarezza para a presidência da Câmara dos Deputados. Arlindo Chinaglia e Ricardo Berzoini, este último ex-presidente nacional da legenda, trabalham para eleger o desconhecido Marco Maia (PT-RS).
A primeira derrota política de Dilma, que deveria ser proveniente de uma articulação envolvendo os oposicionistas do PSDB e do DEM, vai terminar sendo construída pelos “companheiros”.
É o PT versus PT, para o desespero de Dilma e a alegria dos tucanos e democratas.

NOVA ELEIÇÃO, NOVA CHAPA

O desfecho do imbróglio envolvendo a Câmara Municipal de Itabuna, se haverá ou não nova eleição para a Mesa Diretora, continua sob nuvens cinzentas.
Tem até gente falando em nova chapa, encabeçada por Milton Cerqueira, com o apoio do prefeito Azevedo e dos vereadores Clóvis Loiola, Roberto de Souza, Raimundo Póvoas e Milton Gramacho. Outro edil, guardado como “segredo de justiça”, está sendo sondado para ser o primeiro-secretário.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Marco Wense
Nenhuma surpresa com os quatro deputados federais da Bahia que farão oposição de verdade ao governo da eleita presidente Dilma Rousseff: ACM Neto, Fábio Souto, Antônio Imbassahy e Jutahy Júnior.
E os outros deputados, eleitos pelo DEM e PSDB? A resposta é que não são confiáveis. Vão se aproximar do governo federal assim que a petista Dilma Rousseff assumir o comando do Palácio do Planalto.
ACM Neto, com sua atuação parlamentar, pode se transformar na principal figura nacional do Partido Democratas (DEM). Fábio Souto é filho do presidente estadual da legenda, o ex-governador Paulo Souto.
Em relação aos tucanos, Imbassahy preside o PSDB baiano. O deputado Jutahy Júnior é amicíssimo de José Serra, que ainda sonha com uma candidatura à presidência da República na eleição de 2014.
INDIRETAS & DIRETAS
1) Mudança no PSDB só com o senador eleito Aécio Neves no comando nacional da legenda. Se continuar sob o domínio do tucanato da Avenida Paulista, o sonho da Presidência da República vira um eterno e angustiante pesadelo.
2)  Dagoberto Brandão vai comemorar, em Salvador, junto com sua companheira Marielza, os 50 anos de engenharia civil com os colegas de formatura. Dagô, fundador do PDT de Itabuna, é exemplo de político com P maiúsculo.
3) Michel Temer, eleito vice-presidente da República, não vai deixar Geddel na rua da amargura.  Se Geddel ficar de fora do governo Dilma, será o próximo comandante nacional do PMDB.
4) Imbassahy, presidente estadual do PSDB, quer o partido longe de qualquer apoio ao governo do reeleito Jaques Wagner. O deputado Jutahy Júnior, também tucano, não concorda com a posição intransigente do ex-prefeito de Salvador.
5) Imbassahy versus Jutahy. O diretório do PSDB de Itabuna, tendo a frente o jornalista José Adervan, deve ficar do lado de Imbassahy. Adervan é dirigente partidário obediente, refratário a qualquer atitude rebelde.
6) O PDT de Itabuna, que já foi um partido de respeito, um grande partido político, não existe perante a justiça eleitoral.  Pobre PDT. Hoje insípido, inodoro, incolor, acéfalo, sem rumo, sem nada.
7) “Bom cabrito não berra”, diz um velho ditado popular. Na política, em determinadas circunstâncias, é preciso “berrar”. A Bahia, por exemplo, não pode ficar em segundo plano na composição ministerial do governo Dilma Rousseff.
8 ) A dobradinha entre os deputados Coronel Santana(estadual-PTN) e Félix Mendonça Júnior(federal-PDT) vai movimentar a sucessão do prefeito Azevedo(DEM).
9) Saudades do blog Política, Gente e Poder, do irreverente jornalista Eduardo Anunciação e este modesto comentarista político.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Marco Wense
Não sei o motivo de tanto espanto em relação a obsessiva fúria do PMDB na busca de cargos no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. O PMDB é assim mesmo: monstruosamente pragmático.
O PMDB, com seu “blocão”, “megabloco” ou “superbloco”, formado pelo PTB, PR, PP e o PSC, com 202 deputados federais, pressionando por mais ministérios e centenas de cargos no segundo e terceiro escalões, é o óbvio ululante.
O sócio majoritário do governo Dilma Rousseff é o PT. A presidente eleita não pode, em nome da governabilidade, ficar refém do peemedebismo e, o que é pior, perder a autoridade inerente e imprescindível ao exercício da nobre função.
Os outros partidos, tendo na linha de frente o PSB, PDT e o PC do B, que também contribuíram para a vitória de Dilma, têm que se unir, sob pena de serem engolidos pelo PMDB. É bom lembrar que o PSB elegeu seis governadores.
VISITA INDIGESTA
Como não bastasse o tal do “blocão”, protagonizado pelo PMDB de Michel Temer (SP), vem agora José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, e solicita uma inesperada audiência com a presidente eleita Dilma Rousseff.
Depois de ser bombardeado no programa eleitoral do PSDB, como a principal figura da “turma da Dilma”, Dirceu deveria esperar a poeira assentar, evitando assim esse inevitável constrangimento para a futura presidente da República.
O problema de José Dirceu, ex-todo poderoso ministro do governo Lula, é sua doentia obsessão de querer aparecer na mídia de qualquer jeito e a qualquer custo. José Dirceu, neste aspecto, é incontrolável.
DUAS VERSÕES
O ex-candidato ao Palácio de Ondina, Geddel Vieira, fragorosamente derrotado pelo governador Jaques Wagner (reeleição-PT), aparece constantemente ao lado de Michel Temer nos encontros com a equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff.
Para os correligionários de Geddel, a presença dele ao lado de Temer, presidente nacional do PMDB, é a prova inconteste do seu prestígio junto ao comando maior da legenda. Os adversários, no entanto, propagam a versão de que Geddel estaria insistindo na sua permanência como ministro da Integração Nacional no governo Dilma.
A terceira interpretação (ou variante) fica por conta do caro leitor, caso ele não concorde com as versões dos correligionários e adversários do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Marco Wense é articulista do Diário Bahia.