Amêndoas de cacau da África desembarcadas no Porto de Ilhéus || Reprodução TV Santa Cruz
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O porto de Ilhéus recebeu 13 mil toneladas de amêndoas de cacau importadas da Costa do Marfim, na África.  A situação é motivo de preocupação para os produtores do sul da Bahia já que, segundo eles, não há controle de pragas e doenças.

O desembarque das amêndoas de cacau aconteceu no dia 29 de dezembro e não há detalhes de como será o uso dessas amêndoas. Apesar da preocupação dos produtores, não há informações sobre descoberta de pragas oriundas do cacau na região.

Segundo a presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cacau, Vanuza Barroso, as condições da importação acarreta riscos para a saúde. Como exemplo, Vanuza citou a entrada de insetos vivos em Ilhéus no ano de 2012, vindos da Costa do Marfim.

“Houve processo instaurado pelos Ministérios Públicos estadual e federal e as importações ficaram suspensas durante seis anos”, relembrou.

Produtores temem entrada de pragas via cacau importado da África do Sul

MONILÍASE

A presidente lembrou ainda que no ano passado outra praga chamada de Monilíase, foi registrada na Amazônia, colocando o estado de Amazonas em quarentena, e alerta que as pragas que podem ser trazidas pelos desembarques da Costa do Marfim, são ainda piores.

”As pragas são terríveis, muito mais sérias que a Vassoura de Bruxa e a Monilíase”, contou Vanuza Barroso.

Os produtores de cacau esperam que o Governo Federal revogue a instrução do Ministério da Agricultura que permite a importação de amêndoas sem a aplicação do Brometo de Metila.

A preocupação dos produtores continua, já que outro carregamento está previsto para chegar ao município no mês de março com mais 10 mil toneladas vindas da Costa do Marfim.

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Salles (dir.) conversou sobre o assunto com o diretor-geral da Ceplac, Jay Wallace (foto Heckel Júnior)

A monilíase, praga considerada pior que a vassoura-de-bruxa, e que já atinge plantações de cacau em países que fazem fronteira com a Amazônia brasileira, constitui-se em ameaça para a cacauicultura nacional.
O secretário da Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, tratou recentemente do assunto com o diretor-geral da Ceplac, Jay Wallace, e pretende discuti-lo no próximo dia 28, em Rondônia, durante encontro de secretários estaduais de agricultura.
Salles diz ter consciência de que é praticamente impossível evitar a entrada da moníliase no país, mas observa a necessidade de adotar medidas para que isso não ocorra tão cedo. “Queremos atrasar esse processo ao máximo, até que a pesquisa agropecuária possa encontrar meios para desenvolver a tecnologia de combate”, afirma.
O secretário também defende a realização de convênios com países fronteiriços para intensificar o controle da praga. Essa proposta foi levada ao Departamento de Sanidade Mental do Ministério da Agricultura.