Baiana Cyva faleceu neste domingo || Foto Divulgação
Tempo de leitura: 2 minutos

A cantora Cyva, do Quarteto em Cy, morreu aos 85 anos de idade, neste domingo (22). A morte foi anunciada pelas redes sociais do grupo vocal.

– É com imenso pesar que noticiamos a passagem de Cyva, integrante e fundadora do Quarteto em Cy. Cyva participou de toda a carreira do grupo, desde 64, todas as formações. Grande líder, uma irmã e tia generosa com todos, uma amiga sensível. Vai fazer muita falta!.

Em abril deste ano, morreu a cantora Cynara, aos 78 anos de idade, que estava internada no Hospital Prontocor, na Tijuca, na zona norte do Rio de Janeiro. A cantora Cybele morreu em agosto de 2014, aos 74 anos de idade, vítima de isquemia pulmonar, em casa, quando se recuperava de uma pneumonia.

BAIANAS DE IBIRATAIA

O grupo vocal era formado pelas irmãs Cybele, Cynara, Cyva e Cylene, todas baianas da cidade de Ibirataia. Originalmente conhecido como As Baianinhas, o grupo já tinha adotado o nome de Quarteto em Cy quando estreou no Rio de Janeiro, em 1964, em uma boate do Beco das Garrafas, em Copacabana, na época reduto da bossa nova e da música popular brasileira (MPB).

Grandes covers de Raul Seixas e Renato Russo farão show inesquecível em Itabuna
Tempo de leitura: < 1 minuto

Covers de Renato Russo e Raul Seixas farão show juntos, neste sábado (6), no Teatro Candinha Doria, em Itabuna, às 20h, no espetáculo Raul e Renato Forever. Ayrton Ramos e Dário Aaron prometem reunir o melhor de dois dos maiores ícones da música brasileira no palco da cultura itabunense em uma noite de memórias e grandes emoções.

O público terá a oportunidade de reviver clássicos como Maluco Beleza e Metamorfose Ambulante, do grande Raul, e Pais e Filhos, Monte Castelo e Que País é Este?, de Renato Russo. Os ingressos podem ser adquiridos no Ticket Maker.

O ingresso individual custa R$ 80,00 mais taxa e a casadinha sai a R$ 150,00 mais taxa no Ticket Maker. Os organizadores brincam ao fazer um lembrete: “Raul & Renato Forever, um show que só não vai quem nasceu há 10 mil anos atrás!”.

Nascida em Ibirataia, no sul da Bahia, cantora fez sucesso nacional || Foto Redes Sociais
Tempo de leitura: 2 minutos

Nascida em Ibirataia, no sul da Bahia, e uma das fundadoras e integrante do Quarteto em Cy, a cantora Cinara de Sá Leite Faria, que recebeu o nome artístico Cynara, faleceu nesta terça-feira (11), no Rio de Janeiro, onde fez muito sucesso na década de 60. Internada no Hospital Prontocor, na Tijuca, Zona Norte, a artista morreu de insuficiência respiratória, aos 78 anos.

Quarteto do sul da Bahia para os palcos do Rio de Janeiro || Foto Marcelo Castello Branco

Cynara estava hospitalizada desde a semana passada, quando quebrou o fêmur e passou por uma cirurgia. Mas o quadro de saúde agravou-se por causa de uma pneumonia que contraiu durante a recuperação. “É com muito pesar que informamos que Cynara, integrante e fundadora do Quarteto em Cy, nos deixou hoje, dia 11/4/23, terça-feira, pela manhã”, diz um trecho da nota emitida pelo grupo musical nas redes sociais.

Acrescenta ainda que “foi uma jornada musical incrível, muitos projetos, principalmente, pela família, que foi algo sagrado pra ela. Cynara deixa três filhos, João, Irene e Francisco, quatro netos (Alice, Chiquinho, Tom e Vinícius) e duas irmãs em Cy (Cyva e Cilene). Muito obrigado pelo carinho”, afirma a nota.

Juntamente com as irmãs Cyva, Cylene e Cybele, também nascidas no sul da Bahia, a cantora Cynara fundou o Quarteto em Cy, em 1964. As meninas ficaram conhecidas como lendárias baianas. Elas fizeram muito sucesso interpretando canções próprias e de nomes como Tom Jobim, Chico Buarque de Holanda e Vinicius de Moraes.

Em 1968, com a irmã Cybele, interpretou a canção Sabiá, de Tom Jobim, Chico Buarque, no Festival Internacional da Canção de 1968, no Rio de Janeiro. No sul da Bahia, a história de sucesso das artistas é praticamente desconhecida. Ela nasceu em 7 de janeiro de 1945.

Julio Gomes recupera memórias afetivas nas vozes de Moraes, Gal e Erasmo
Tempo de leitura: 3 minutos

 

“Perder cantores que ouvíamos quando éramos bem jovens – e que eram ídolos de nossos pais – é como perder um pouco mais e novamente aqueles que nos criaram”.

 

Julio Gomes

Primeiro foi Moraes Moreira. Senti o golpe ao saber que aquele que cantava Pombo Correio e que sacudia a praça, seja a Castro Alves, em Salvador, ou qualquer outra pelo Brasil afora, quando embalava Tem que dançar a dança / Balança o chão da praça, ao som de quem tanto dancei e pulei carnaval, havia partido repentinamente após um infarto. Doeu, deixou um sabor de nunca mais misturado com muitas saudades.

Há bem pouco tempo, outra perda significativa: aquela Gal que docemente cantava Baby, eu sei que é assim e que eletrizava dizendo que é preciso estar atento e forte / Não temos tempo de temer a morte também se foi muito de repente, sem aviso prévio e sem adeus, fazendo ecoar por dias seguidos em minha mente as músicas que ouvia minha mãe colocar na vitrola no tempo em que eu ainda era criança.

Perder cantores que ouvíamos quando éramos bem jovens – e que eram ídolos de nossos pais – é como perder um pouco mais e novamente aqueles que nos criaram, pais e mães que, com seu amor e seus defeitos, nos formaram como seres humanos que somos.

Agora, ainda não refeitos da ida de Gal, recebemos a notícia da partida de Erasmo Carlos, sempre mais ousado do que seu parceiro Roberto Carlos, que fez mais sucesso e vendeu mais discos, mas não tinha o charme rebelde do Tremendão, apelido de Erasmo, que tão bem encarnava a Jovem Guarda e o espírito inovador e inquieto dos anos de 1960.

Perder pessoas que nos anos 60 tinham em torno de 20 anos e que, naquela época, mudaram o mundo com a força de sua juventude e rebeldia é, sem dúvida, um duro golpe para nós que crescemos escutando suas músicas, namorando apaixonadamente ao som de seus acordes, que dançamos os seus ritmos e que sonhávamos acordados com as letras das músicas que falavam de um mundo novo, ressignificado e em busca de paz e amor, como se as revoluções e o movimento Hippie nunca mais fossem acabar, como se a nossa juventude também pudesse ser eterna.

Erasmo, Gal e Moraes Moreira se juntaram àqueles da sua geração que partiram precocemente, como Gonzaguinha e Elis Regina, e nos deixaram com esse sentimento de estarmos órfãos, de perder as referências sentimentais e culturais que nos fizeram ser quem somos, pensar como pensamos, gostar do que gostamos.

Fica a vontade de ouvir novamente suas maravilhosas canções, originais como o mundo que desejavam criar, como os sonhos que ousaram viver.

Eles se foram, mas cumpriram sua missão: enfrentaram a caretice, a repressão sexual, as ditaduras, criticaram a Guerra do Vietnã e todas as outras guerras, ousaram se vestir de forma colorida e diferente, usar cabelos longos e desprezar a sociedade de consumo que trata o dinheiro e o mercado como se fossem deuses absolutos.

Acima de tudo, penso que a geração dos jovens nos anos 60 – a geração de meus pais – tentou aprender a amar e a viver ardentemente, errando e acertando, quebrando a cara e recomeçando, criando novos estilos musicais e novas formas de convivência entre as pessoas, acreditando que toda a forma de amor vale a pena.

Que todos nós possamos ser um pouco como eles, sobretudo em seus acertos, para sermos mais ousados, mais inovadores e amarmos ainda mais intensamente do que eles conseguiram amar.

Julio Cezar de Oliveira Gomes é graduado em História e em Direito pela Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz).

Tempo de leitura: < 1 minuto

A Música Popular Brasileira foi sacudida por notícia de forte impacto neste final de semana. Milton Nascimento, próximo dos seus 80 anos de vida – a serem completados em 26 de outubro – anunciou despedida dos palco (“Só dos palcos mesmo. Da música, jamais”).

– Solto a voz na estrada desde os meus 13 anos. Minha música ampliou meus horizontes e em seis décadas me levou aos quatro cantos do mundo. Me tornei cidadão do mundo sem deixar de ser brasileiro. – afirmou Milton Nascimento – ou melhor, Bituca! – em vídeo (confira abaixo).

Milton já gravou 42 discos em mais de 60 anos de carreira e eternizou sucessos como Travessia, Cio da Terra, Nos bailes da vida e Coração de estudante. Emocione-se com o vídeo de mais de 4 minutos e um passeio pela carreira e vida do cantor.

Ney Matogrosso é das personalidades mais marcantes da Música Popular Brasileira || Foto Ari Brandi/Divulgação
Tempo de leitura: 2 minutos

 

Uma das características de Ney Matogrosso é a generosidade. Quando foi ao banco depositar dinheiro acumulado e não conseguiu, retornou e disse aos amigos: “ali tem um saco de dinheiro, quem precisar é só pegar. ”

 

Marival Guedes

Caetano Veloso escreveu na orelha do livro sobre Ney, que a obra é “leitura emocionante. ”  Não encontrei termo mais apropriado. São 512 páginas resultado de quase 200 entrevistas feitas em cinco anos pelo escritor e jornalista Julio Maria.

Conta a expulsão de casa pelo pai, um militar, quando Ney aos 17 anos se defendeu de uma agressão física; o ingresso na aeronáutica; o trabalho num hospital em Brasília; a vida hippie vendendo artesanato e dormindo em casas de amigas (os); seus amores; o sucesso no Secos & Molhados; a carreira solo etc.

No período em que confeccionava e vendia artesanato, também atuava no teatro. A grana era curta e ele passava fome. Um dia desmaiou no palco. Fome.

O teatro era a sua paixão. Certa vez, confessou ao ator Leonardo Villar (25/07/23-03/07/20):  “Eu não quero ser cantor, quero ser ator”. Villar respondeu: “ Não lute contra isso, Ney. Você é cantor”. Nesta mesma linha a amiga carioca Luli (19-06-45-26/09/18) cantora, compositora e multi-instrumentista, o aconselhou de uma forma que soou meio mística: “Não negue o chamamento, Ney”.

E foi Luli quem o apresentou ao Secos & Molhados, período em que o grupo chegou a vender mais discos que Roberto Carlos. Ney rompeu, segundo o biógrafo Julio Maria, porque o líder João Ricardo tentou lhe aplicar um golpe.

Escrevo este texto com a cautela de quem quer evitar o comentado spoiler. Mas contarei resumidamente duas historinhas: A primeira sobre o fato de Ney fazer muito sucesso e sair anonimamente. Um dia ele e um amigo foram a uma loja de discos e perguntaram às vendedoras como estava a vendagem dos Secos.” Vendendo bastante”, respondeu uma moça.

– O que acha do cantor? – perguntou o amigo.

-Eu adoro o que rebola na frente. Será que ele é veado?

Os dois saíram sorrindo.

Uma das características de Ney Matogrosso é a generosidade. Quando foi ao banco depositar dinheiro acumulado e não conseguiu, retornou e disse aos amigos: “ali tem um saco de dinheiro, quem precisar é só pegar. ”

Noutro caso, quando um ex-namorado foi contaminado pela Aids, Ney foi buscá-lo, montou um quarto especial e bancou o caríssimo tratamento. Familiares da vítima choram quando relatam este episódio.

Ele viu vários amigos e ex-amores serem levados pela Aids. Quando fez o teste e deu negativo, não comemorou em respeito à estas pessoas. Mas foi vítima da maldade da Revista Amiga, que colocou em manchete: “A Aids de Ney Matogrosso, Milton e Caetano”. No texto não havia confirmação. Entretanto, o estrago estava feito. Acionou a justiça e ganhou 350 mil dólares.

Ney, multiartista, completou 80 anos no dia primeiro de agosto. Escapou da Aids, da covid e continua cantando e dançando. Magistralmente.

Marival Guedes é jornalista.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Maria Gadu durante show defendeu liberdade de Lula || Reprodução

A cantora Maria Gadú, um dos maiores nomes da nova geração da MPB, causou frisson em Itacaré ao defender a liberdade do ex-presidente Lula, preso desde abril do ano passado em Curitiba (PR) depois de condenado em investigações da Operação Lava Jato. A artista se apresentava em show gratuito na orla do município sul-baiano, durante o Festival Gastronômico de Itacaré, quando soltou o grito por”Lula Livreeê”.

“Em nome do nosso direito de comer, de plantar, de cultivar, de votar, de parir, de cuidar, de votar, de odiar, manifestar, de se arrepender… Em nome do nosso direito de se arrepender, em nome do nosso divino direito de amar, Lula livreeeê”, soltou a cantora durante apresentação na orla urbana. A cantora foi ovacionada.

Um dos principais destinos turísticos do Nordeste brasileiro, Itacaré realiza anualmente o festival gastronômico, atraindo nativos e turistas e mobilizando mais de 40 bares e restaurantes. Maria Gadú foi a principal atração musical deste ano, com show público. Confira o vídeo abaixo.

Tempo de leitura: 2 minutos

Polícia recupera instrumentos de Caetano Veloso|| Foto Divulgação

Policiais da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe Cacaueira) e da 61ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Ubaitaba) recuperaram, na madrugada deste sábado (20), os instrumentos do cantor e compositor Caetano Veloso . O material foi encontrado pelos PMs na localidade conhecida como Revés, em Ibirapitanga.
Os policiais chegaram ao imóvel no município do sul do estado após diligências continuadas e investigações realizadas pela  7ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Ilhéus) e dos setores de Inteligência da 61ª CIPM e da Cipe/ Cacaueira. No momento da abordagem, houve troca de tiros e os bandidos conseguiram fugir, sendo recuperados a maioria dos instrumentos.  Os equipamentos, carro e instrumentos foram roubados no domingo (14), em Maraú.
De acordo com informações prestadas pelo motorista que conduzia o veículo no momento do roubo, na relação de instrumentos encontrados pela polícia, faltam apenas de três a quatro itens.
Foram recuperados nesta madrugada o veículo VW Gol preto, modelo 2009, placa LRN-3352, e o reboque que eram utilizados para o transporte do material, quatro movielights, um piano Fender, duas malas de produção, um case pelican, um hack de airne, quatro violões e itens de cenários dos shows.
 
Veículo e reboque também foram recuperados|| Foto Divulgação

De acordo com o comandante da Cipe/Cacaueira, major Sandro Ferreira, a interação popular e a troca de informações entre as unidades policiais foram indispensáveis para se chegar aos bandidos. “Chegamos perto de alcançá-los, mas no confronto eles conseguiram fugir pela mata”, contou.
Já o diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado Flávio Góis, reforçou que o trabalho de identificação dos bandidos continua. “Já temos alguns indícios sobre quem são essas pessoas e em breve devemos apresentá-los a sociedade” afirmou

Tempo de leitura: < 1 minuto
Vander Lee havia gravado trabalho para comemorar 20 anos de carreira.
Vander Lee havia gravado trabalho para comemorar 20 anos de carreira.

Autor de sucessos como Onde Deus possa me ouvir, Românticos e Esperando aviões, o cantor Vander Lee morreu nesta sexta (5), em Belo Horizonte (MG), vítima de infarto.

Vander Lee faleceu por volta das 8 horas, no Hospital Madre Teresa, na capital mineira, onde havia passado por cirurgia depois de sofrer um infarto. De acordo com boletim médico, o cantor e compositor sofreu paradas cardíacas depois da cirurgia e não reagiu às tentativas de reanimação.

O músico mineiro teve várias de suas canções regravadas por monstros da MPB, dentre eles Gal Costa, Maria Bethânia e Fagner.

Confira, abaixo, interpretação de Lee para música de sua própria autoria, Esperando aviões.

Tempo de leitura: < 1 minuto

Big Band Itabuna se apresenta na Praça Camacã nesta quarta.
Big Band Itabuna se apresenta na Praça Camacã nesta quarta.

Uma orquestra com 19 músicos promete encantar itabunenses nesta quarta (17), às 19h30min, na Praça Camacã, centro. É a Big Band Itabuna. Regida pelo maestro Carlos Silva, a Big Band manda muito bem no jazz, mas não apenas isso. Adicione blues, MPB, samba, choro, bossa-nova, pop e rock.
Sucessos nacionais e internacionais compõem o repertório da orquestra. O grupo enfrenta dificuldades para levar a boa música às praças em apresentações gratuitas, afirma Israel Xavier. A orquestra, reforça, busca valorizar a música instrumental em Itabuna.
Confira a grande banda executando That´s the way na praça.

Tempo de leitura: < 1 minuto
Djavan faz show magistral em noite de sexta-feira em Ilhéus.
Djavan faz show magistral em noite de sexta-feira em Ilhéus.

Quem pôde “djavanear” ontem, em Ilhéus, assistiu a um dos melhores shows já realizados no sul da Bahia nos últimos tempos. Foram praticamente duas horas de show (1h50min) com grandes sucessos alternando com músicas do novo CD, Rua dos amores, e uma homenagem a Dominguinhos com Retrato da vida.

Não faltaram as “das antigas”: Oceano, Meu bem querer, Nem um dia, cantada após o “bis” do público, emendada com Se.  Bem à vontade, mandou vários estilos sem dispensar a salsa e convidou as várias alas a se misturarem. Deu liga, assim como a cumplicidade entre músico e instrumentistas, outro grande destaque do show.

Logo no início da apresentação, Djavan lamentou tanto tempo sem se apresentar na terrinha. Exatos 13 anos. No intervalo entre o último show e agora, uma apresentação adiada por causa (da falta) de condições para pousar do aeroporto local. “Foi uma grande frustração para mim”, disse, emendando que esperava que todos saíssem felizes com o show.

Com o público cantando junto com Djavan, ele aproveitou para agradecer. “Foi maravilhoso ter cantado para vocês. Espero que tenham gostado dessa noite. Nós, aqui no palco, amamos. Não me deixem ficar tanto tempo sem voltar”. A julgar pelo show, não demora…

Tempo de leitura: < 1 minuto

Hoje é um dia especial para a poesia e a música popular brasileira, por ser a data do centenário do nascimento de Vinícius de Moraes. Autor de clássicos da MPB, como Garota de Ipanema e Chega de Saudade, Vinícius nasceu a 19 de outubro de 1913 e morreu no dia 9 de julho de 1980.

Abaixo, Vinícius com o grande parceiro Toquinho:

Tempo de leitura: 5 minutos

UM GRITO DE DOR NO ENGENHO DE SANTANA

1MejigãOusarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

Mejigã e o contexto da escravidão (Editus/Uesc, organização de Ruy Póvoas) é um livro magnífico, desses que engrandecem a região, porque projetam e eternizam em letra impressa intelectuais que, em grande parte, estariam no anonimato, não fosse essa iniciativa. Os dez ensaístas reunidos na coletânea esbanjam erudição, sem perder o viés paradidático que nos facilita o entendimento. Mejigã… (nome africano de uma negra escravizada e trazida ao Engenho de Santana) é inquestionável contributo para percebermos o que foi a luta dos negros em Ilhéus e o que eles significam em nossa formação. Talvez fosse injusto fazer destaques, mas é justo salientar pelo menos dois nomes pouco reconhecidos fora dos muros da academia e que ganham visibilidade com o livro:

________________

 

Chicotadas como pagamento do trabalho

Marialda Jovita Silveira, que disserta com invulgar segurança sobre a oralidade como mecanismo de preservação dos valores do candomblé (Ritos da palavra, gestos da memória: a tradição oral numa casa ijexá), e Consuelo Oliveira, que explica, didaticamente, como numa sala de aula, as questões de saúde/doença/magia/terapêutica no candomblé, tendo como exemplo o terreiro onde Ruy Póvoas é babalorixá, em Itabuna (Ilê Axé Ijexá: lugar de terapia e resistência). Li Mejigã… como um livro político, uma história da resistência de um povo, seu sofrer e sua revolta – o registro a ferro e sangue de uma Ilhéus receptora de negros escravos, “dos quais ela cerceou a liberdade e cresceu pela força de seu trabalho, a troco de chicotadas”, como diz Ruy Póvoas.

_________________

“Subalternizados, mas não subalternos”

Ou, na voz de Arléo Barbosa, “O Estado brasileiro foi edificado pelo negro, cuja presença é marcante em todos os aspectos da vida econômica, social, política, religiosa e cultural”. Ainda, de acordo com Kátia Vinhático e Flávio Gonçalves: “Eles [os escravizados] não se comportaram, não se sentiram e não se pensaram como subalternos. Subalternizados, inferiorizados, subestimados, sim. Não se pode dizer, no entanto, que foram subalternos, pois para isso seria necessária a aceitação dessa condição por parte deles”. Os demais textos de Mejigã…, todos de alta qualidade (não citados por falta de espaço), são de André Luiz Rosa Ribeiro, Ivaneilde Almeida da Silva, Mary Ann Mahony e Teresinha Marcis.

 

COMENTE! »

VANDALISMO: “A DESTRUIÇÃO DO NOTÁVEL”

Com os protestos de rua em moda no Brasil democrático, abusa-se do termo “vândalo”, para caracterizar o bandido travestido de manifestante. O termo remonta a um povo do século V, que tomou e saqueou Roma, destruindo muitas obras de arte. Isto ocorreu no mês de junho, à semelhança das nossas manifestações. Por certo, a palavra “vandalismo” viria daí (“Destruição ou mutilação do que é notável pelo seu valor artístico ou tradicional”, segundo o Priberam). Nada errado em chamar esses marginais de “vândalos”, salvo a repetição exaustiva do termo, o que atesta a já sabida indigência vocabular da mídia, particularmente da tevê.
______________

5MonalisaNapoleão e os especialistas em saque

Os dicionários apontam alternativas para vândalo: bárbaro, selvagem, destruidor, grosseiro, violento, bruto, truculento, iconoclasta e outros. Para manter a linguagem jornalística distante das escolhas sofisticadas (comme il fault), eu empregaria para o indivíduo desse comportamento a boa e sonora palavra “bandido”. É tempo de lembrar outra curiosidade: Roma teve, em 1798, novo saque de obras de arte, desta vez por Napoleão, cujo exército tinha um grupo “especialista” em… roubar. Só os nazistas pilharam mais do que o velho Bonaparte. Mas não foi ele quem levou a Monalisa pro Museu do Louvre, como dizem as más línguas.

COMENTE! »

DE ERROS “HISTÓRICOS” E “OCASIONAIS”

3AracyPra não dizer que só falo de espinhos
Com (talvez) irritante frequência tem esta coluna se referido a erros perpetrados contra a canção brasileira. Parece que não há exceção: de Nelson Gonçalves a Maria Betânia, de Alcione a Ângela Maria, novos e velhos vocalistas decidem alterar as letras e o fazem impunemente, como se tivessem tal direito. Há erros “históricos”, como o de Aracy de Almeida em Último desejo e Gastão Formenti em De papo pro ar (dois deslizes que foram repetidos tempos afora por outros cantores), e há os equívocos ocasionais, aqueles “próprios” de um vocalista, mas que outros não copiam. É o caso de Marisa Monte.
_________________

7GibãoA garota não quer mais vestir “gibão”

Há dias, postamos aqui um vídeo em que ela canta O xote das meninas (Luiz Gonzaga – Zé Dantas), com uma derrapada das mais escabrosas da MPB. “Meia comprida, não quer mais sapato baixo, vestido bem cintado, não quer mais vestir timão”, diz a letra, mostrando o estado de espírito da menininha que vira moça e quer namorar. Pois a bela Marisa, sabe-se lá o motivo, canta “… não quer mais vestir gibão” – e não houve no estúdio um filho de Deus que atentasse para esta barbaridade. Timão é uma espécie de camisola; gibão até seria defensável em outro lugar, não no Nordeste): além de ser vestimenta de vaqueiro, não está no texto original. Menina vestindo gibão só mesmo na cabeça dessa gente tonta.

COMENTE! »

QUE A SIGLA SEJA MENOR DO QUE A OBRA

Todos metem sua colher, também vou meter a minha… Calma. Invoco essa paródia de Casemiro de Abreu, que ninguém mais lê, apenas para introduzir minha escolha sobre a sigla da Universidade Federal do Sul da Bahia. É que o tema, bem ao nosso estilo de trocar o atacado pelo varejo, caminha para se tornar mais substantivo do que a própria escola. Dito o que, informo aos que desta coluna tomarem conhecimento que minha preferência não é Ufesba, Ufsulba, UFSB ou UFSBA, mas um acrônimo ainda não sugerido: UFESB. Mas, quero deixar claro, pouco importa por qual sopa de letrinhas será identificada a Escola – ela é que nos importa – mesmo chamada por qualquer nome exótico. Para ficar coerente, vamos de Alobêned, que esta coluna disse (e repete!) ser “um furacão negro, uma monarca africana”.

 (O.C.)

Tempo de leitura: 4 minutos

UM AMOR COM CHORO, GRITOS E CLAMORES

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

1Ilhéus

De ótimo texto sobre Ilhéus, assinado por Gerson Marques (“Oração para a bela e triste senhora do atlântico”, aqui no Pimenta na Muqueca), esta coluna reproduz um trecho: “Não existe uma só Ilhéus, existe uma Ilhéus dentro de cada um que a ama, que a conhece, que em suas fontes bebe, que em suas curvas se perde. Assim sendo, não se ama essa terra de uma única forma, ama-se por vezes chorando, clamando e gritando, ama-se na contradição, na expressão do verbo, no suor do trabalho, na tristeza do filho perdido, na dor dos sonhos fruídos, na ausência de carinho, mas também na paixão infinita”. Tem mais, a seguir.

________________

Restam as ruínas do passado glorioso

“Aqui, parece se odiar para amar, vê-se em seus filhos eleitos a ausência completa de amor por ti, vê-se no lixo jogado à rua, na insanidade dos mangues invadidos, nas obras tortas de mau gosto que triunfam sobre suas ruínas de passado glorioso, no desprezo das autoridades à decência de seu povo, na usura pútrida de quem imagina enganar as massas com sorrisos vazios e promessas furtivas, vê-se em verdade uma completa falta de respeito por sua feminilidade atlântica, sua essência de deusa, seu esplendor de musa, suas curvas de rainha.” Um momento feliz, uma saudação merecida a esta terra-mãe da região cacaueira, um grito contra filhos que a desmerecem.

COMENTE! »

DE CHEIROS, SABORES E MEMÓRIAS ANTIGAS

3CheiroÀ sombra dos laranjais, último romance de Marcos Santarrita (1941-2011), ainda inédito, teve como título provisório Cheiro bom de mulher, o que me remeteu, já não digo a uma pesquisa, mas a rápida reflexão sobre o tema. Se existe um cheiro típico de mulher, e que importância tem esse cheiro foram as motivações deste “pesquisador”. Não, não saí por aí a farejar louras, morenas, negras e ruivas (quem me dera!), mas me vali de observações de terceiros e da minha própria memória olfativa (ai, meu Deus!), que está mais viva do que imaginava minha vã e pessimista filosofia.
______________
Mulher possui cheiro “indescritível”
Concluí que mulher possui cheiro exclusivo, capaz de ser percebido mesmo que estejamos de olhos fechados. E é tão único quanto uma impressão digital: Ana cheira diferente de Maria, que não exala o mesmo perfume de Francisca, enquanto esta tem pouco a ver com Madalena… mas todas cheiram tão bem, graças a Deus! Cheiro de mulher não se descreve. Talvez seja uma mistura de perfume propriamente dito com sabonete, creme para a pele, xampu, esmalte de unha, batom e demais ingredientes que vocês imaginem. Digo que a parte feminina mais cheirosa é o pescoço, e provo lembrando quanto pescoço vejo cheirado em público.
______________

5Salto altoCheiro bom montado em sapato Luiz XV

Alguém um pouquinho mais desocupado do que eu procurou saber o que nas mulheres mais atrai os homens (a pesquisa não permitia palavrões) e encontrou o cheiro na ponta da tabela. Houve respostas que tangenciaram a tara e adentraram o fetiche: existe nego vidrado em biquíni, uns se sentem atraídos por mulher burrinha, outros preferem o tipo “cabeça”, houve um cara que destacou “a capacidade de chorar”, outro se disse “fissurado em mulher que sabe… ouvir!” e por aí vai. Transportando-me para a pesquisa (nunca me ouvem nessas entrevistas!) eu apontaria nas mulheres não um atrativo, mas dois: cheiro bom e sapato alto.

 

ENTRE PARÊNTESES, OU…

Entre a moralidade e a esperteza
Aviões da FAB cruzam os céus, no afã de transportar autoridades em dolce far niente. E o presidente do STF, Joaquim Barbosa, equipara-se a Renan Calheiros e outros useiros e vezeiros em espertezas: viajou ao Rio, com dinheiro do Tribunal, para assistir ao jogo Brasil x Inglaterra. “Joaquim Barbosa?” – perguntaria a gentil e desinformada leitora. Ele mesmo, aquele que analistas apressados elevaram ao panteão dos heróis nacionais. À mente me vem uma reflexão do humorista Stanislaw Ponte Preta, cinquentenária, mas atual como se fosse nascida ontem: “Ou restaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos.” Até tu, Quincas?

SOM DE IPANEMA QUE CONQUISTOU O MUNDO

7Tom Getz Gilberto
Garota de Ipanema é canção clássica da MPB, eternizada no disco fundamental, já comentado aqui, Getz/Gilberto, fruto da implicância de João Gilberto (na foto, com Tom Jobim e Stan Getz), em 1964. É um dos temas mais gravados do mundo, tendo registros de Pery Ribeiro (o primeiro, em 1962), Astrud Gilberto (no LP referido), Frank Sinatra, Cher, João Gilberto, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Amy Winehouse, Roberto Carlos, Gal Costa, Madonna, Toquinho e outros. Até uma certa Xuxa se permitiu um atentado contra esse texto sagrado – numa novela (da Globo, é óbvio). Dizem ser a segunda gravação mais tocada do mundo, vencida somente por Yesterday, dos Beatles.
_______________
Tom Jobim, no auge da fama, em 1967
É pouco divulgado que Vinícius titulou a canção como Menina que passa, cuja letra pouco inspirada falava de um sujeito que “vinha cansado de tudo/ de tantos caminhos/ tão sem poesia/ tão sem passarinhos…” , para descambar nesta quadra: “Eu vi a menina/ que vinha num passo/ cheio de balanço/ caminho do mar”. Tom e Vinícius não gostaram desse resultado e, mais tarde, ao ver passar o balanço de Helô Pinheiro, o poetinha fez a letra definitiva. O vídeo mostra Tom no auge da fama, ao gravar o disco Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim, em 1967. Uma curiosidade é Tom ao violão, quando o público se habituou a vê-lo ao piano ou à flauta transversal.

(O.C.)

Tempo de leitura: 4 minutos

COMO DEUS AMOU A JACÓ E ODIOU A ESAÚ?

Ousarme Citoaian | ousarmecitoaian@yahoo.com.br

1Esaú e JacóA forma preposicionada do verbo amar, aqui referida há dias, possui uma exceção muito nobre, que não foi citada. É que o Livro Sagrado dos católicos (no qual se esperava o respeito à regra de amar a Deus) abriga, em Romanos 9:13, esta joia de tradução: “Amei a Jacó, e odiei a Esaú”, palavra de Deus. A expressão, incompatível com um ser de infinita bondade, incapaz de abrigar o ódio (segundo os que Nele creem e O explicam), suscitou variadas interpretações. Destaca-se entre elas a do respeitado teólogo John Murray, no livro Romanos, resumida a seguir.

________________

“Sem malícia, perversidade ou vingança”

Para o exegeta (nascido na Escócia, em 1898), não se pode dar a esse ódio divino as mesmas características do ódio exercido pelo homem mau. “No ódio de Deus não existe qualquer malícia, perversidade, vingança, rancor ou amargura profanos”, diz o estudioso. Ele acrescenta que “o tipo de ódio assim caracterizado é condenado nas Escrituras, e seria uma blasfêmia atribuí-lo ao próprio de Deus.” E assim vão os crentes tentando explicar as profundas contradições do seu livro-texto, nem sempre com êxito. Voltemos, então, ao verbo, sem intenção de trocadilho.

Noel: “Jurei nunca mais amar ninguém”

Se Cartola escreveu “Não quero mais amar a ninguém”, ferindo a regra, e Pixinguinha foi pelo mesmo caminho, com “Amar a uma só mulher/ deixando as outras todas”, há exemplos do emprego “certo” do verbo: Noel Rosa (na charge de Pedro Thiago) grafou “Jurei nunca mais amar ninguém” e Dora Lopes (na voz de Noite Ilustrada) quase repete o Poeta da Vila, com “Jurei não amar ninguém”. Na poesia, abramos ala para a lusitana Florbela Espanca, que cultua a forma “clássica”: “Eu quero amar, amar perdidamente!/ Amar só por amar: aqui… além…/ Mais este e aquele, o outro e toda a gente…/Amar!  Amar!  E não amar ninguém!”

COMENTE! »

ESPUMA RAIVOSA CAINDO SOBRE A GRAVATA

Eu que (quem acompanha esta coluninha sabe) não sou chegado a tevê, recebi de uma gentil leitora a sugestão de dar uma olhada no comentário de Arnaldo Jabor (Jornal da Globo, 12 de junho). Encontrei a preciosidade nos arquivos do Google. Trata-se, todos sabem, de um cineasta (ou ex-cineasta) que se fez popular na última campanha presidencial, pelo uso que a direita faz do seu discurso raivoso. Desta vez, falando sobre as manifestações de rua, ele se superou. Juro a vocês que lhe vi a espuma a escorrer pela a gravata. Felicitando-me por ainda considerar a tevê uma “máquina de fazer doido”, anotei umas frases da fala do homem.
______________
“Revoltosos não valem nem 20 centavos”
Protesto passagem em Itabuna foto Pimenta www.pimenta.blog.brÓdio puro: “No fundo, tudo é uma imensa ignorância política, burrice misturada a um rancor sem rumo”. Falso desconhecimento: “Se vingam de quê?” Brincando de ser inteligente: “A causa deve ser a ausência de causa”. Em defesa do interesse da Globo: “Por que não lutam contra a PEC 37?” A face da direita: “Esses caras vivem no passado de uma ilusão. Eles são a caricatura violenta da caricatura de um socialismo dos anos 50, que a velha esquerda ainda defende aqui”. A explosão final: “Realmente, esses revoltosos classe média não valem nem 20 centavos”. Depois perguntam por que a Globo estava na lista dos protestos.

ENTRE PARÊNTESES, OU…

Pra não dizer que só falo de espinhos
Aos que me acusam de muito falar mal da mídia – alguns afirmam que caço erros, uma injusta inversão, pois são os erros que me perseguem – vai aqui o que pode ser uma surpresa: o signatário desta coluna é leitor de cabresto de um certo Ricardo Ribeiro, que no Pimenta publica, volta e meia, análises sobre o nosso conturbado viver quotidiano. O defeito do estilo de Ricardo está em não publicar com a frequência que eu gostaria. Ou não. Talvez essa falta de vocação para arroz de festa contribua para fazê-lo avis rara, ou vinho de safra incomum, trigo que se sobressai ao joio. Importa é que a linguagem clara, a lucidez do texto e a visão crítica do autor o levantam ao nível dos “clássicos” do jornalismo regional.

ÂNGELA E A LUZ DIFUSA DO ABAJUR LILÁS

7Ângela MariaO nome é Abelin Maria da Cunha, apelido Ângela Maria, ex-vocalista de coro de igreja que, escondida da família, se apresentava em shows de MPB. Cantou durante quase 70 anos, de 1945 até hoje. E cantou tudo o que lhe caiu às mãos: o verso clássico de Ari Barroso e Noel Rosa, rimas ricas e indigentes, dores de amores derramados ou contidos, a deliciosa cafonice da “luz difusa do abajur lilás que nunca mais irá iluminar outras noites iguais”. Cantou famosos e anônimos, transformou desconhecidos em clássicos, foi de Capiba a Chico Buarque, de Dolores Duran a Paulo Vanzolini. Cauby Peixoto disse que com ela aprendeu a cantar os “finais” das canções. Elis Regina diz que deve a Ângela Maria ser cantora.
Vítima de roubo, agressão e humilhação
Discreta, Ângela não alardeia seus nove casamentos e que seus maridos a submeteram a humilhações, agressões físicas e prejuízos financeiros, quase a levando ao suicídio. No fim dos anos 60, em desespero, mudou-se do Rio para São Paulo, mas continuou sendo roubada, caindo ao estado de grande pobreza. Deu a volta por cima, com uma nova união, a décima (conviveu por 33 anos e casou-se em maio último). Diz que seu melhor amigo sempre foi Cauby Peixoto (ele já confessou ser apaixonado por ela – e que só não se casaram porque ele chegou “atrasado”, Ângela já estava casada). No vídeo, o depoimento de Elis Regina e o canto inconfundível da Sapoti (show da TV Globo, em 1980).

(O.C.)