Jorge Caetano entrevista o Rei Pelé || Foto Arquivo Pessoal
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– Jorge Caetano, você viu que cacete? – pergunta o narrador Paulo Kruschewsky.

Até hoje não se sabe ao certo a informação de Jorge Caetano, mas segundo a galera do radinho de pilha colado ao ouvido, ele teria dito:

– Vi, sim, Paulo Kruschewsky, estava em cima dele!

Walmir Rosário

Itabuna e Ilhéus possuíam vários times, todos recheados de craques. Isto quase todos sabem. Entretanto, poucos conhecem os craques dos microfones esportivos daquela época. Eram muitos e bons, afirmo com toda a tranquilidade. E um deles era (e é) Jorge José Caetano Neto, ou simplesmente Jorge Caetano, que atuou durante anos na reportagem de campo e na narração de jogos, o que ainda faz até os dias de hoje.

E pra começo de conversa, Jorge Caetano foi revelado em Ilhéus, onde morava, e passou a integrar a equipe da Rádio Bahiana, inicialmente como plantonista, depois como repórter. E o início foi obra do acaso e das boas amizades. Um belo dia, o empresário Moisés Bohana, que tinha sido colega de escola, perguntou se queria trabalhar na emissora. Não deu outra, começou no dia seguinte, para ganhar experiência.

Com o traquejo, pouco tempo depois passou para a Rádio Jornal de Ilhéus (hoje Santa Cruz), de Osvaldo Bernardes, já como repórter esportivo. E por lá foi ampliando os conhecimentos, tanto que em pouco tempo já era um disk joquei. Nessa época conheceu o radialista Seara Costa, com quem passou a formar dupla. E o rádio ilheense parecia um zoológico, dada a quantidade de “feras” no microfone.

Djalma e o irmão Fernando Costa Lino, Armando Oliveira, o futuro governador Paulo Souto, Juarez Oliveira, Paulo Kruschewsky, eram as figurinhas carimbadas com os quais passou a dialogar no rádio esportivo ilheense. Em 1970 é aprovado num concurso da Ceplac e conhece o radialista Geraldo Santos (Borges), que lhe abriu caminho no rádio itabunense, onde predominavam profissionais de altíssimo nível.

Nessa época se transfere para a Rádio Jornal de Itabuna e o diretor Waldeny Andrade o escala para substituir Geraldo Santos, ocupado com o mestrado no Rio de Janeiro. De início, como era costume, passou a narrar em companhia de Cordier, cada qual um dos tempos dos jogos. E nesta época trabalhou lado ao lado de Nílson Rocha, Lucílio Bastos, Lima Galo, Orlando Cardoso, Ramiro Aquino e outros craques do microfone esportivo.

E Jorge Caetano viveu muitas histórias nas transmissões esportivas nos campos do interior baiano. Certa feita, em Maracás, foi transmitir o jogo das seleções de Itabuna e a local. Sem saber, o sinal da rádio Difusora, para quem narrava, estava sendo retransmitido para o serviço de sonorização da cidade. De repente, o céu escurece e cai um toró. Como a chuva não parava, o campo se transformou num imenso lamaçal.

Desconhecendo que toda a cidade o escutava pelo serviço de som, passou a falar das péssimas condições do campo. De repente, ouve o pipocar de fogos. E Jorge Caetano pensava que a torcida apenas comemorava a entrada de sua seleção em campo. Mas como os fogos vinham na direção da equipe da Rádio Difusora, se deu conta que seus comentários sobre o gramado mexeu nos brios da população local.

Jorge Caetano em seu estúdio em Itajuípe || Foto Walmir Rosário

Após se casar, Jorge Caetano passa a residir em Itajuípe e continua a trabalhar no rádio esportivo. Com o tempo, se elege vereador, se torna presidente do Legislativo e passa a ser tratado pelos colegas – no ar – como o Repórter Presidente. Certa feita, viaja a Santo Antônio de Jesus com o narrador Orlando Cardoso, para transmitir uma partida entre o Leônico e Itabuna pelo Torneio de Acesso.

Só que o ônibus em que viajaram não entrava na cidade e desembarcaram na BR-101, com enormes sacolas de equipamentos. Aquela seria a última narração esportiva de Orlando Cardoso. Enquanto caminhavam em direção à cidade, comentavam a cena que viviam: dois radialistas e vereadores tendo que transportar aquela bagagem, por não atentarem para o itinerário do ônibus, até que uma providencial carona os salvaram dos fardos.

As transmissões do Campeonato Intermunicipal eram antecedidas por verdadeiras batalhas radiofônicas, insuflando a rivalidade entre os torcedores. Certa feita, numa partida entre os selecionados de Itajuípe e Coaraci, a animosidade se agravou. E os torcedores de Coaraci prepararam a vingança jogando pedaços de melancia, sendo que um delas bate na cabeça de Jorge Caetano.

Noutra feita, num jogo entre Cachoeira e Itajuípe, ao chegar ao estádio, um torcedor grita: olha, seu “fdp” se você gritar um gol aqui eu te jogo dentro do rio. Quando Jorge Caetano se dá conta, estava localizado no final da arquibancada, quase em cima do muro e o rio logo abaixo. A Seleção de Itajuípe ganhou por três a zero ele teve que narrar o jogo bastante apreensivo.

Todo o radialista, ao se preparar para a área esportiva, um dos métodos mais fáceis é se inspirar nos colegas famosos. E com Jorge Caetano não foi diferente. Mesmo não gostando de imitar, ouvia com atenção José Carlos Araújo, César Rizzo, Edson Mauro, Orlando Cardoso e Geraldo Santos, e às vezes até puxava nuances do estilo de cada um deles para sedimentar um estilo próprio.

Já com bastante experiência, um lance deixou o repórter Jorge Caetano bastante famoso. Jogavam no estádio Mário Pessoa Flamengo e Colo-Colo de Ilhéus. E o atacante do Flamengo, Parará, dribla dois zagueiros do Colo-Colo e dá um chute violento em direção ao gol, que passa raspando a trave. E então o narrador Paulo Kruschewsky aciona o repórter Jorge Caetano para completar a informação.

– Jorge Caetano, você viu que cacete? – pergunta o narrador.

Até hoje não se sabe ao certo a informação de Jorge Caetano, mas segundo a galera do radinho de pilha colado ao ouvido, ele teria dito:

– Vi, sim, Paulo Kruschewsky, estava em cima dele!

Mas garante Jorge Caetano, que a frase correta teria sido:

– Vi, sim, Paulo Kruschewsky, estava em cima do lance!

E essa passagem notabilizou Jorge Caetano para o resto da vida, que se orgulha de ter entrevista Pelé e outros grandes jogadores brasileiros. Atualmente Jorge Caetano se divide entre o site http://www.webnewssul.com.br/; a apresentação de um programa às segundas-feiras, ao meio-dia, na FM 91,2; e o programa A Agenda da Cidade e transmissões esportivas na rádio web Pitangueiras FM.

Walmir Rosário é radialista, jornalista, advogado e autor d´Os grandes craques que vi jogar: Nos estádios e campos de Itabuna e Canavieiras, disponível na Amazon.

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Jarbas Oliver e Lelo Filho contracenam em A Bofetada (Foto Leto Carvalho).

“Não fazemos teatro de puro entretenimento, mas de reflexão”, afirma o ator, produtor e diretor da peça A Bofetada, Lelo Filho, da Cia Baiana de Patifaria. Ele teve um dedinho de prosa com o PIMENTA na quinta, 5, um dia antes de iniciar a série de três apresentações da peça no Centro de Cultura Adonias Filho, em Itabuna.

A Bofetada tem 24 anos de apresentações contínuas pelo País e interior baiano com o texto sempre renovado de ingredientes a partir de pesquisas de situações locais.

Lelo disse que na curta temporada em Itabuna não faltarão críticas bem-humoradas. “Fizemos pesquisa para ver o que está acontecendo [na cidade] e sobre coisas que se pode mencionar no texto. É um espetáculo renovável”, resumiu.  A seguir, os principais trechos da prosa.

PIMENTA – Como tem sido a experiência de levar ao público um espetáculo como este por tanto tempo?

LELO FILHO – A Bofetada é um espetáculo que se renova o tempo inteiro. A cada nova temporada, a cada cidade visitada, a gente sempre insere alguma coisa. A Bofetada comemora 24 anos. É um trabalho de ator, bacana. Para quem fez ou está fazendo, é um trabalho de memorizar coisas novas. A gente monta o espetáculo como se tivesse sido feito em cada lugar que a gente visita.

Nesses 25 anos, dá para sentir renovação de público no interior da Bahia, onde há carência de produção, espetáculos e espaços teatrais?

Com A Bofetada, a gente percorreu 50 cidades do Brasil. O interior da Bahia sempre. Foram longas temporadas no Rio, São Paulo, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Belo Horizonte. Só não fizemos a região Norte. Acredito que o espetáculo também seja responsável pelo bom momento do teatro baiano, que começou na virada dos anos 80 e 90, quando se chamou o público de volta para ver espetáculos produzidos na Bahia. Quando a gente volta, a plateia se renova com gerações que não viram o espetáculo. Há cinco anos que a gente não vem a Itabuna.

 

Basta você ligar a TV e assistir ao noticiário político da cidade e do país para ter grande arsenal de piadas.

 

Você se recorda de algum fato pitoresco envolvendo o espetáculo em cena e a plateia nas apresentações feitas aqui na região?

Quando você fala de coisas locais, como a Ilha do Jegue, o Bairro Maria Pinheiro e a divisa com o Daniel Gomes, ou inserindo locais, coisas que o público entende, gera humor, risos. Meu personagem mora na divisa dos dois bairros. Há certa ironia. A gente faz com o intuito de aproximar, o que acaba ficando até mais engraçado.                                                                      

Muitas mudanças no elenco durante esse longo período?

Sou o único ator da formação original. Pelo espetáculo, já passaram 14 atores. O atual núcleo tem Alexandre Moreira, Jarbas Oliver, Nilson Rocha e eu. Em paralelo, estamos com o espetáculo Siricotico, que já esteve em Itabuna, uma das poucas cidades baianas a recebê-lo.

Deve ser prazeroso fazer A Bofetada com o texto renovado. Ainda há muito a oferecer ao espectador?

O Brasil é país rico em fornecer material. Basta você ligar a TV e assistir ao noticiário político da cidade e do país para ter grande arsenal de piadas. Não que seja uma coisa boa, mas, na verdade, a gente ironiza essas mazelas todas para que a plateia reflita. Não fazemos teatro de puro entretenimento, mas de reflexão.

Serviço
Peça A Bofetada (Cia Baiana de Patifaria)
Quando: 7 e 8 de Julho / 20h
Onde: Centro de Cultura Adonias Filho (Itabuna)
Ingresso: R$ 40,00 (R$ 20,00 meia)

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O Programa do Ratinho, atração sensacionalista do SBT, promete divulgar na próxima segunda (17) o resultado do exame de DNA do casal Alexander Rocha e Michele Alves. Os dois nasceram no sul da Bahia, se conheceram na década de 90 e foram apresentados como irmãos pela mãe de Alex, quando este estava preso no minipresídio de Ilhéus.

Alex era filho reconhecido do radialista Nilson Rocha. Michele foi fruto de uma relação do comunicador com uma ouvinte de Barro Preto. Apesar dos dois saberem que eram irmãos, passaram a viver juntos quando o jovem saiu do presídio. Meses depois, o casal partiu para São Paulo e vive por lá até hoje.

No final do ano passado, Michele e Alex apareceram no programa do Ratinho com uma dúvida se eram ou não irmãos. Parentes e amigos do casal dizem já saber o resultado do DNA. A atração vai ao ar no exato momento em que a principal concorrente do SBT estreia uma nova novela.

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Do Sport News
Um caso levantado pelo programa sensacioanlista do apresentador Ratinho (SBT), envolve o narrador esportivo Nilson Rocha (ex-Difusora e Jornal de Itabuna-BA), falecido em 30 de dezembro de 1982.
O casal Michelle e Alex, que vive atualmente em São Paulo, quer, através do exame de DNA, tirar uma dúvida: se são irmãos.
Nilson Rocha teve um relacionamento com uma ouvinte de Barro Preto (BA) que resultou no nascimento de Michelle.
Criada pela avó depois da morte de sua mãe, Michele vive esse dilema, pois Alex é filho de Nilson Rocha.
Numa dessas coincidências da vida, Alex, que tem bancas da acarajé em São Paulo, conheceu Michelle e deste relacionamento nasceram três filhos. O resultado do exame de DNA sairá nesta sexta feira (3), no programa do Ratinho, às 21 horas, no SBT.