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Itabuna perdeu neste domingo (27) uma de suas maiores personalidades em mais de um centenário de história, Nilton Ramos, “Nilton Jega Preta”, de 86 anos, no Hospital Calixto Midlej Filho, em Itabuna.

Memorialista e servidor municipal aposentado, Nilton Jega Preta, o Homem da Fobica, conhecia a história de Itabuna como poucos. Na sua residência, um sobrado na esquina da Avenida Itajuípe com a rua de acesso ao Ciomf, no bairro Santo Antônio, Jega Preta conservava grande acervo sobre a constituição do município mais populoso do sul da Bahia.

O corpo será velado no SAF, em frente ao Grapiúna Tênis Clube, na Juca Leão. O sepultamento está marcado para as 16h desta segunda-feira (28), no Cemitério Campo Santo, em Itabuna. Nilton deixa quatro filhos, 8 netos e um bisneto.

NOTA DE PESAR

A Câmara de Vereadores de Itabuna emitiu nota na qual destaca vida de “exemplo de ética com autenticidade” de Jega Preta. “Que o digam a entrega à fantasia e ao universo lúdico que a “folia de momo” provoca. Como diz uma homenagem preparada pelos netos, Marcelo e Beatriz, “ele fez tudo que o coração teve a intensa vontade de realizar”. Atualizada às 9h50min de 28/03.

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Nilton Ramos (à esq.), com a irreverência de sempre, brinca com o amigo Luís Carlos, ex-goleiro da seleção de Itabuna
Nilton Ramos (à esq.), com a irreverência de sempre, brinca com o amigo Luís Carlos, ex-goleiro da seleção de Itabuna

Lenda viva de Itabuna, o folclórico Nilton Ramos completa 8o anos de vida nesta sexta-feira (07). Uma vida muito bem vivida, diga-se de passagem.
Nilton Ramos é servidor público aposentado, fundador do bloco Casados I…Responsáveis e um grande conhecedor da história grapiúna. Além de tudo, é figura alegre e carismática, que coleciona uma legião de amigos.
As oito décadas desse grande itabunense serão celebradas com missa, marcada para as 18 horas, na casa de praia da família no bairro São Miguel, em Ilhéus.

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Quando Alcântara viu Nilton, falou sorrindo: “você é descarado, eu vi que quando falei do raio você desceu ligeiro da marquise”.

Marival Guedes | marivalguedes@yahoo.com.br

Na eleição para a Assembléia Legislativa em 1967 o prefeito José de Almeida Alcântara, maior liderança populista da história itabunense, apoiou um secretários municipal , o engenheiro Félix Mendonça.
No dia da realização de um comício no Berilo o jornal O Intransigente denunciou que o prefeito não estava repassando, para as casas filantrópicas, o dinheiro que recebia dos banqueiros do jogo do bicho.
No evento, o palanque foi substituído por uma marquise na esquina do Berilo. O funcionário do gabinete, Nilton Ferreira Ramos – Nilton Jega Preta – apresentava os comícios. Neste dia, à tarde, o tempo fechou literalmente com relâmpagos, trovões e ameaça de uma tempestade.
Alcântara pediu a Nilton Ramos para reduzir o número de oradores, no que foi atendido. Eram dois microfones, um com o apresentador e outro para os políticos.
Primeiro falou Félix e depois Alcântara, que iniciou o discurso comentando  a notícia do jornal: “meu povo do Berilo e da Mangabinha. Minhas velhinhas…”  Fez uma pausa e num tom de lamento,voz chorosa, falou: “vocês viram a calúnia que saiu hoje num jornal?”.
E jurou: “eu quero que um raio me parta se eu já fiquei com um centavo do dinheiro do famigerado jogo do bicho”.
Neste momento Nilton Jega Preta, supersticioso, entregou o microfone à Mário Cezar da Anunciação e rapidamente desceu da marquise. Após o comício, o grupo foi se encontrar num bar e restaurante, atual Galo Vermelho. Quando Alcântara viu Nilton, falou sorrindo: “você é descarado, eu vi que quando falei do raio você desceu ligeiro da marquise”. Nilton também sorriu e desconversou.
Marival Guedes é jornalista e escreve no Pimenta sempre às sextas-feiras.