Andresa Silva, Cristiano Villela, Bruno Luperi, Dayana Andrade, Felipe Pasini e Adriana Reis no CIC com Palmeira e Fagundes na primeira versão de Renascer || Imagens CIC e Acervo Globo
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A novela Renascer ganhará nova versão na telinha da Rede Globo em 2024. O remake será escrito por Bruno Luperi. Ele esteve no sul da Bahia nos últimos dias para conhecer ambiente e cultura regionais e colher histórias locais. Bruno é neto de Benedito Ruy Barbosa, autor da primeira versão da novela que foi um dos maiores sucessos da teledramaturgia brasileira nos anos 1990.

O trabalho de pesquisa no sul da Bahia incluiu visitas a produtores rurais e a centros de pesquisa na região. Bruno se reuniu com a direção do Centro de Inovação do Cacau (CIC), na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), além de produtores e pesquisadores.

Quem recebeu a equipe na Uesc foi o diretor do CIC, Cristiano Villela Dias. Para o Centro, a nova versão “será uma grande oportunidade para reforçarmos pontos importantes de qualidade e sustentabilidade da cacauicultura baiana”.

Assim como a adaptação de Pantanal na relação homem-pecuária-natureza, a nova versão de Renascer poderá mostrar inovações na produção do cacau no sul da Bahia, onde agricultores passaram a investir não apenas na amêndoa. O chocolate torna-se fonte de renda para a região.

Itabunense Jackson Costa interpreta padre Lívio em “Renascer” || Reprodução Viva

NOVO REMAKE APÓS SUCESSO DE PANTANAL

A decisão da Globo pelo remake segue script de sucesso da teledramaturgia brasileira registrado com a novela Pantanal, também de Benedito Ruy Barbosa, exibida pela extinta TV Manchete, na década de 90. A versão de 2022, na Globo, foi escrita pelo neto de Benedito.

Fagundes, Adriana Esteves, Tarcísio Filho e Marco Ricca em “Renascer” || Reprodução Viva

A primeira versão de Renascer, que teve locações em Ilhéus, Barro Preto e em Itabuna, apresentava como protagonistas Antônio Fagundes, Marcos Palmeira, Adriana Esteves e Patrícia Pillar. O elenco reunia outros nomes de peso da teledramaturgia nacional, a exemplo de José Wilker, já falecido, Eliana Giardini, Fernanda Montenegro, Tarcísio Filho, Osmar Prado e o itabunense Jackson Costa, que interpretou o padre Lívio.

Renascer foi ao ar há 30 anos, com o primeiro capítulo exibido em 3 de março de 1993. Narra a saga de José Inocêncio, interpretado por Leonardo Vieira na primeira fase e Antônio Fagundes na segunda. Fagundes trava relação dura com um dos filhos, João Pedro, interpretado por Marcos Palmeira. A rejeição ao filho ocorre porque a esposa de José Inocêncio, Maria Santa, morre ao dar à luz João Pedro. Mais tarde, o velho se apaixona pela namorada do filho, Mariana (Adriana Esteves). A rejeição torna-se ódio.

Confira chamada que apresentava o elenco do maior sucesso da Globo na década de 90.

TALENTOS E ECONOMIA REGIONAIS

O publicitário Gilvan Rodrigues, que pôde acompanhar as gravações da primeira versão de Renascer, além de auxiliar a equipe de produção juntamente com o fotógrafo Carlos Castilho Ottoni, diz que a novidade traz impactos positivos para a economia e as artes do sul da Bahia.

“A novela fortalece a marca Ilhéus, promove empregos na região. Há incremento na rede hoteleira, além de resultar na descoberta de talentos regionais”, afirmou ele ao PIMENTA. “A população recebeu a novela – e a equipe – com imensa alegria”, relembra.

Gilvan tem forte ligações com a região onde foi gravada a maior parte das cenas da novela, o Banco do Pedro, onde nasceu. As principais locações da época foram, além de Banco do Pedro, Castelo Novo, Lagoa Encantada e Rio do Braço e a Fazenda Renascer – batizada à época como Lagoa Pequena. Em Itabuna, cenas foram rodas em espaços como o Hospital Calixto Midlej Filho, da Santa Casa de Misericórdia.

Dos mais requisitados pelo mercado publicitário à época, Carlos Castilho Ottoni lembra do período da novela como dos mais férteis para a fotografia. Além de trabalhos para a própria Globo, tendo Renascer como tema, Castilho teve muitos dos seus trabalhos do set de filmagem publicados em revistas semanais e jornais. “Havia muita curiosidade sobre a região retratada em Renascer, se cria grande apelo mercadológico”, afirma em entrevista ao PIMENTA.

Abaixo, Jackson Costa, interpretando padre Lívio, declama poesia de Otávio Barbosa Júnior.

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Atriz foi casada por 12 anos com Ciro || Reprodução Instagram

A atriz Patrícia Pillar usou suas redes sociais, nesta quarta-feira (19), para desmentir as fake news que dizem que ela foi agredida pelo candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) enquanto eram casados. Na internet, o meme é o seguinte: “Gente, eu nunca fui casada com Bolsonaro. Quem me batia era o Ciro Gomes”.
Pillar foi casada 12 anos com Ciro. Eles se separaram em dezembro de 2011. “Estou aqui para dizer que estão usando a minha imagem para divulgar notícias falsas, favorecendo um candidato que jamais seria o meu. Eu nunca sofri nenhum tipo de violência da parte de ninguém. Isso é totalmente falso”, diz Pillar no vídeo.
“Quero dizer também que, independente de quem é o seu candidato, o que a gente precisa agora é de paz e de respeito. Eu desejo uma excelente eleição para todos nós, porque é o que o Brasil precisa”, completa. O vídeo foi compartilhado por diversos artistas. Do Bahia Notícias.

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Amaurih Oliveira

O ator ilheense Amaurih Oliveira é um dos indicados ao Prêmio Braskem de Teatro 2014. Ele concorre com mais três atores e um diretor, na categoria Revelação, pelo seu desempenho no musical Éramos Gays. O resultado será divulgado no dia 23 de abril, durante cerimônia na sala principal do Teatro Castro Alves, em Salvador.

Ao longo de 10 anos de carreira, o artista já trabalhou no teatro, cinema, publicidade e televisão. Criado no bairro do Malhado, filho de um mecânico e uma dona de casa, Amaurih Oliveira estreou na peça Amigas de breves e longas datas, do dramaturgo Gildon Oliveira. Durante mais de três anos, integrou o elenco do Teatro Popular de Ilhéus e da Cia. Boi da Cara Preta, participando dos infantis Ita – um tupinambá em busca do manto sagrado e Auto do Boi da Cara Preta, além do épico Vida de Galileu.
Em 2010, Amaurih foi aprovado no curso de Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no qual se graduou no início deste ano. Após mudar para a capital baiana, trabalhou com o Bando de Teatro Olodum, em Cabaré da Rrrrraça, e participou de montagens didáticas dirigidas por grandes nomes do teatro, como Hebe Alves, Meran Vargens e Elaine Cardim.
No cinema, o ilheense fez participações em A Última Estação e A Coleção Invisível. Na televisão, o jovem participou das minisséries da Rede Globo Como Aproveitar o Fim do Mundo, contracenando com Danton Mello e Alinne Moraes, e Amores Roubados, na qual sua cena quente com Patrícia Pillar foi bastante comentada na blogosfera. Confira principais trechos da entrevista concedida por Amaurih à jornalista Karoline Vital, especialmente para o Pimenta.
BLOG PIMENTA – Como a indicação ao Braskem te impactou?
AMAURIH OLIVEIRA – Fiquei muito feliz com a indicação, ela veio no momento certo. Não esqueçamos que este é o ano da justiça. Os impactos são positivos, começam a notar ainda mais o seu trabalho. Ser reconhecido pelo seu empenho é muito bom!
PIMENTA – Ao longo dos seus 10 anos de carreira, quais os maiores desafios ao viver da arte?
AMAURIH – Todos nós sabemos que não é nada fácil administrar os altos e baixos da profissão. O que a gente tem que ter é coragem para arriscar e, de alguma forma, descobrir o caminho mais leve, mais tranquilo.

______________Amaurih Oliveira vivendo André no musical Éramos Gays -  foto Diney Araújo

A avaliação da arte é algo muito subjetivo. Às vezes, você se prepara bem para um teste, sabe que seu desempenho foi bom, mas o avaliador não simpatizou tanto com você

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PIMENTA – E o fator sorte existe para dar certo no meio artístico?
AMAURIH – Existe. A avaliação da arte é algo muito subjetivo. Às vezes, você se prepara bem para um teste, sabe que seu desempenho foi bom, mas o avaliador não simpatizou tanto com você.
PIMENTA – O que a mudança para Salvador acrescentou em sua vida?
AMAURIH – Minha vinda para Salvador me ajudou a enxergar a carreira de uma forma mais profissional, mais exigente. Não sou perfeccionista, mas  a gente tem que saber o que quer. Os desafios são muitos e eles sempre existirão.

______________Vida de Galileu do Teatro Popular de Ilhéus - foto Anabel Mascarenhas

Desde criança, com sete, oito anos de idade, eu sabia que queria ser ator. Inventava brincadeiras fantásticas, ora imitava um cantor de axé, uma loucura gostosa.

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PIMENTA – A formação acadêmica foi decisiva para sua carreira?
AMAURIH – Não precisa fazer faculdade de Teatro para ser ator. Eu escolhi fazer por uma questão de vivência prática. A universidade nos dá um suporte de aprendizado legal. Desde criança, com sete, oito anos de idade, eu sabia que queria ser ator. Inventava brincadeiras fantásticas, ora imitava um cantor de axé, uma loucura gostosa. Aos 15 anos, estreei na minha primeira peça. A graduação foi importante para eu ter contato com os mestres da UFBA, o que é necessário a partir do momento que você está aberto ao aprendizado.
PIMENTA – Qual trabalho julga o mais importante na sua carreira?
AMAURIH – Nós aprendemos com todos os trabalhos que fazemos. O artista se constrói com muito suor, é difícil escolher um. Ter produzido com o Teatro Popular de Ilhéus, com o Bando de Teatro Olodum, ter vivido três anos de prática contínua na universidade e de sobra vivenciar gostosas participações na TV, fazem de mim um homem grato. Julgo todas as experiências importantes.
PIMENTA – Como encara a repercussão da cena tórrida que fez com Patrícia Pillar, na minissérie Amores Roubados?
AMAURIH – Foi incrível. O mais interessante é perceber que nós, atores negros, podemos ser vistos na TV fazendo não só empregados domésticos, escravos ou ladrões. Eu tive a oportunidade de reencontrar a Patrícia Pillar logo depois que a cena foi ao ar.

______________Amaurih e P Pillar

Foi uma cena muito difícil para nós dois. Mas, graças ao desempenho de toda equipe, modéstia à parte, ficou bem feita.

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PIMENTA – E como foi esse reencontro?
AMAURIH – Ela ficou empolgadíssima com a repercussão. Foi uma cena muito difícil para nós dois. Mas, graças ao desempenho de toda equipe, modéstia à parte, ficou bem feita.
PIMENTA – Depois de ingressar nesse novo universo, como é a relação com Ilhéus e suas origens?
AMAURIH – Costumo dizer que Salvador me dá régua e compasso. Ilhéus é o meu ninho, sempre vou querer o melhor para nossa cidade, para minha família, meus amigos queridos e os colegas do Teatro Popular de Ilhéus.
PIMENTA – Como a vivência no Teatro Popular de Ilhéus te influenciou?
AMAURIH – Esse grupo é massa! Guardo boas lembranças dos tempos do espetáculo “Vida de Galileu”, do “Auto do Boi da Cara Preta”… Nossa, vivi tanta coisa boa com eles! Parafraseando Márcio Meirelles, diretor do Bando de Teatro Olodum, o TPI é um grupo que se faz necessário e essencial. Eu não sei o que seria da nossa região e da minha história sem eles. Quem ainda não viu o trabalho do grupo, tem a obrigação de conhecer. O que estão fazendo lá na Tenda é incrível!

Amaurih Oliveira no Auto do Boi da Cara Preta, da Cia. Boi da Cara Preta - foto Felipe de Paula______________

Precisamos que o poder público e toda a sociedade respeitem mais o trabalho dos nossos artistas e procurem investir com dignidade. Temos atores, cantores, bailarinos de qualidade.

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PIMENTA – O que falta em Ilhéus e na região para o fortalecimento das artes cênicas?
AMAURIH – Precisamos que o poder público e toda a sociedade respeitem mais o trabalho dos nossos artistas e procurem investir com dignidade. Temos atores, cantores, bailarinos de qualidade. Os profissionais querem muito produzir mas, de um modo geral, não se facilita nada. Não tem apoio, não tem investidores, é uma crise que vem desde antes da vassoura-de-bruxa. Espero que a mentalidade mude. Torço muito para que as coisas melhorem em nossa região.