Vera Lúcia está desaparecida há quase dois dias
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Servidora aposentada da Ceplac e residente em Itabuna, Vera Lúcia Vaz Vieira está desaparecida há mais de 30 horas. Filhos acionaram uma rede de amigos e contam com a solidariedade de todos para localizá-la.

De acordo com um amigo da família, a casa foi encontrada aberta, sem sinais de arrombamento. Não foram encontrados cartões de crédito de Vera.

Os filhos residem fora e pedem a colaboração de quem tiver informações sobre Vera Lúcia Vaz Vieira. Os números telefônicos para contato são (73) 99191-7061 / (71) 991429132 / (11) 983461406 ou para o 197.

Dois suspeitos morrem em confronto com a Polícia em Porto Seguro || Foto Divulgação SSP-BA
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O clima é de muita tensão neste domingo (4), no distrito de Agrovila, em Porto Seguro, extremo-sul da Bahia. Moradores da localidade ficaram assustados com intenso tiroteio na manhã de hoje, entre policiais militares e suspeitos de integrar uma facção criminosa. Dois homens que teriam ligação com o crime morreram.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), equipes do 8° Batalhão da Polícia Militar e da Companhia Independente de Policiamento Tático (Rondesp Sul) foram até o distrito de Agrovila checar uma denúncia que homens armados estavam comercializando droga em plena luz do dia. Os suspeitos foram localizados.

Segundo informações da polícia, os suspeitos fizeram vários disparos contra os PMs, que revidaram e balearam os dois homens. Eles foram levados para uma unidade de saúde da região, mas não resistiram aos ferimentos. Os nomes dos mortos não foram divulgados.As armas apreendidas foram levadas para a Delegacia da Polícia Civil de Porto Seguro.

Justiça aceita denúncia contra suspeito de colocar fogo em homem em situação de rua || Foto Reprodução
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Um empresário foi preso, na quarta-feira (31), suspeito de atear fogo e matar um homem em situação de rua em Ilhéus, no sul da Bahia. Câmeras de segurança registraram a ação que ocorreu em 25 de janeiro deste ano. O nome do acusado não foi divulgado.

De acordo com a Polícia Civil de Ilhéus, as investigações apontam que o crime foi por motivo fútil, com requinte de crueldade, mediante uso de fogo e sem qualquer chance de defesa da vítima, que dormia no momento da ação. Rodrigo Souza Santana, de 44 anos, foi queimado porque teria roubado uma peça de caminhão do estabelecimento do suspeito.

As imagens das câmeras de segurança mostram quando, por volta das 6h40min do dia 25 de janeiro, o suspeito chega de carro, com um galão na mão, e entra em um galpão abandonado de uma antiga concessionária, na Avenida Itabuna, conforme investigações da polícia. Segundo a polícia, havia material inflamável dentro do galão e a suspeita é de que o combustível usado foi gasolina.

Em seguida, as imagens já mostram a vítima saindo correndo do galpão, com o corpo em chamas. Rodrigo Souza foi socorrido para o Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, mas precisou ser transferido para o Hospital Geral do Estado, em Salvador. No entanto, no dia 2 de fevereiro, o homem não resistiu as sequelas das queimaduras. Do G1

Stefani Firmo mostra cicatriz e a necessidade de nova cirurgia 6 meses após crime || Reprodução G1-BA
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A estudante Stefani Firmo, de 24 anos, ainda tenta se recuperar do trauma sofrido ao ter o rosto cortado enquanto dormia, durante uma viagem de ônibus de Recife, em Pernambuco, para Salvador, na Bahia. O caso ocorreu na madrugada do dia 29 de novembro, e completa seis meses nesta segunda-feira (29). Ela recebeu 18 pontos no rosto.

Stefani Firmo, que tinha 23 anos na época, foi agredida quando o coletivo passava pelo município de Conde, no litoral norte da Bahia. As imagens de câmeras de segurança do ônibus mostraram o momento em que uma passageira se levanta e se aproxima da vítima, que depois sai pedindo por socorro.

Após o ataque, a polícia apreendeu uma faca que estava com uma passageira sentada na frente da vítima. O objeto foi enviado para a perícia, a passageira foi identificada e responde em liberdade por lesão leve.

Segundo a Polícia Civil, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim) pela Delegacia do Turista (Deltur) do município. A polícia afirmou ainda que os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluíram a lesão leve.

No entanto, de acordo com a defesa da estudante, exames complementares fizeram com que um médico alterasse a tipificação da lesão para grave. Agora, os advogados da vítima aguardam o Ministério Público da Bahia (MP-BA) alterar o status da agressão e seguir com o processo. “Eu temia que ela respondesse em liberdade se a lesão fosse considerada leve”, disse Stefani ao G1-BA.

Stefani Firmo afirmou que tem tido uma boa recuperação, mas que avalia a necessidade de fazer um procedimento estético no rosto. “Eu estou tendo uma ótima cicatrização graças aos cuidados que tenho. Hoje está bem mais tranquilo. No início do ano, eu não conseguia nem me olhar no espelho”, afirmou.

Em janeiro deste ano, a estudante estava bastante abalada com a situação, porque a marca da cicatriz era mais evidente. “Eu não me reconhecia, não consigo nem explicar como estava”. A baiana tem aliado os cuidados com a pele com a frequência em consultas com uma psicanalista.

“Ela [a profissional] foi um presente que Deus me mandou. A gente se reúne toda semana e agora estou bem melhor”, contou. Confira a íntegra no G1-BA.

PM de Ilhéus bateu com a cabeça em muro e morreu
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Sepultado na tarde deste domingo (28), no Cemitério São João Batista, no bairro Nelson Costa, em Ilhéus, o corpo do cabo da Polícia Militar da Bahia Paulo Cezar Ramos de Souza, de 52 anos. Ele morreu na manhã de sábado (27) depois de sofrer um acidente no campo de futebol da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Ilhéus.

De acordo com amigos, o policial militar chocou-se contra um muro próximo ao campo, depois de desequilibrar durante a disputa pela bola, e bateu com a cabeça. Ele foi imediatamente socorrido para uma unidade de saúde de Ilhéus e, depois, levado para o Hospital Regional Costa do Cacau, mas não resistiu.

Paulo Cezar Ramos de Souza era lotado na 68ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), em Ilhéus, que divulgou nota lamentando o falecimento e solidarizando-se com familiares,colegas e amigos do PM. O Paulo Cezar também recebeu homenagens dos colegas de trabalho.

Amanda desapareceu ao sair de casa, na última segunda-feira
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Uma vendedora autônoma, de 20 anos, desapareceu ao sair de casa para buscar uma encomenda em uma agência dos Correios em Trancoso, distrito de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia.

Amanda Santos Oliveira foi vista pela última vez na segunda-feira (22). Até esta quinta-feira (25), não havia voltado para casa. De acordo com familiares, ela mora no povoado Alto do Coqueiro e saiu de casa por volta das 8h30min, em direção ao Centro de Trancoso.

A encomenda destinada à jovem não foi retirada na agência. A família de Amanda afirma que, desde que ela desapareceu, o celular está desligado. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Trancoso. Informações sobre o paradeiro da vendedora podem ser dadas à polícia por meio do 190 ou(73) 99956-8821. Do G1-BA.

Ronaldo foi morto a golpes de marreta no Santo Antônio || Reprodução Verdinho Itabuna
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Uma mulher matou o companheiro a golpes de marreta, no bairro Santo Antônio, em Itabuna, na noite deste domingo (21), após discussão que envolveu o casal e um filho de 16 anos. A tragédia ocorreu na Rua Ana Francisca, por volta das 23h de ontem.

Ronald discutia com um filho e, segundo a esposa, Jamile dos Santos Moura, de 36 anos, proferia ameaças contra o adolescente, que deixou o imóvel após agredir o pai com um soco.

Os ânimos foram acalmados com a saída do filho. Porém, segundo ela, Ronald teria ameaçado matar o filho adolescente.

Jamile matou o companheiro quando ele já estava na cama, deitado, conforme relatou ao site Verdinho Itabuna, por volta das 23h, cerca de três horas após o início da discussão da marido com o filho. Foi ela quem resolveu ir à delegacia e relatar o ocorrido.

TRAIÇÕES E AGRESSÕES FÍSICAS

A relação de 18 anos gerou dois filhos, um de 16 anos, com quem houve a discussão, e uma menina de 10 anos. Jamile disse ao site que sempre era agredida pelo esposo. “Foi 18 anos de puro sofrimento, sempre me traiu e nunca deixava que eu saísse de casa, toda vida me bateu, todo mundo da rua é testemunha disso, muita das vezes me obrigava a fazer sexo com ele”, disse ao repórter Jeferson Teixeira, do Verdinho.

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Uma mulher foi presa em flagrante, ontem (25), na Rodoviária de Niterói, região metropolitana do Rio, transportando sete pistolas automáticas presas ao corpo, além de carregadores e kits rajada que aumentam o poder de fogo das armas.

O armamento seria entregue a integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, que controlam o tráfico de drogas em comunidades de São Gonçalo.

Os policiais da delegacia de Ricardo de Albuquerque, na zona norte do Rio, identificaram a mulher após trabalho de inteligência e monitoramento.

Durante revista, os policiais encontraram sete pistolas, 14 carregadores e kits rajada escondidos no corpo embaixo da saia, presas por uma calça de lycra. Segundo as investigações, a mulher trouxe o armamento do estado do Paraná. Ela foi autuada por tráfico de armas e levada para um presídio do estado, onde ficará à disposição da Justiça, aguardando julgamento.

MULHERES NO CRIME

Esse é o terceiro caso envolvendo mulheres que transportam armas para facções criminosas do Rio. No dia 3, Gabriela de Souza foi presa na Rodoviária do Rio, na zona portuária da cidade, quando ia embarcar para a Bahia levando dois fuzis automáticos, considerados armas de guerra, além de cinco pistolas. Gabriela teria pego o armamento na favela da Rocinha, zona sul do Rio.

O outro caso aconteceu no dia 14, na mesma rodoviária, quando uma mulher desembarcou com quatro fuzis, que seriam entregues no Complexo do Alemão. Policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Turísticas da Polícia Militar desconfiaram da mulher e revistaram a mala que ela trazia. O armamento estava lá dentro. Ela foi autuada e encaminhada para o presídio feminino Talavera Bruce, no Complexo de Gericinó, onde aguarda julgamento.

Adellino foi morto após discussão, segundo autor do crime
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A Polícia Civil prendeu o jovem que matou o companheiro e comerciante Adelino Batista de Oliveira Filho, Bujão, de 54 anos, na Rua Santa Rita, na Califórnia, em Itabuna. Alzenar Oliveira Queiroz Júnior foi preso e, segundo a polícia, confessou ter matado Adelino Filho, após discussão de R$ 50,00 que havia sumido do pet shop e distribuidora de água.

A prisão de Alzenar ocorreu nesta terça-feira (25), menos de 24 horas após um irmão ter encontrado a vítima já sem vida, na Nova Itabuna. Amigos, imediatamente, apontaram Alzenar como principal suspeito do crime.

À polícia, o autor do confesso do crime disse ter sido acusado de roubo pelo comerciante e companheiro. “O autor declarou em depoimento que a motivação do crime foi o fato da vítima tê-lo acusado de roubo”, disse o coordenador regional da Polícia Civil em Itabuna, Evy Paternostro.

Ainda ao fugir, Alzenar levou a moto da vítima, encontrada pela polícia com sinais de adulteração, um celular e R$ 250,00. O criminoso está à disposição da Justiça e aguardará audiência de custódia no Conjunto Penal de Itabuna.

Comerciante era bastante querido na Califórnia, em Itabuna
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O comerciante Adelino Batista de Oliveira Filho, de 54 anos, foi encontrado morto dentro da própria casa, na Rua Santa Rita, na Califórnia, em Itabuna, na tarde desta segunda-feira (24).

A vítima, conhecida como Bujão, era dona de um pet shop e uma distribuidora de água. Os estabelecimentos funcionavam no endereço residencial. Um irmão encontrou Adelino já morto e o corpo com saco plástico amarrado na cabeça.

O suspeito do crime é o companheiro de Adelino, identificado como Alzenar Júnior, informa o site Verdinho Itabuna, que ouviu um amigo do comerciante morto. Alzenar tem passagens pela polícia e foi liberado da prisão no último final de semana.

De acordo com a perícia, o crimino usou objeto contundente para tirar a vida de “Bujão”. O corpo do comerciante foi levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itabuna.

Marcos Gomes foi preso em Sergipe, no ano passado, 16 anos após matar vaqueiro
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Markson Monteiro de Oliveira, vulgo Marcos Gomes, já está no Conjunto Penal de Itabuna. O presidiário chegou ao município sul-baiano na tarde desta quinta-feira (13). Ele foi recambiado de Aracaju, ontem (12), para cumprir pena de 13 anos pelo assassinato e ocultação de cadáver do vaqueiro Alexsandro Honorato. O crime ocorreu em um haras da família de Marcos Gomes, filho do ex-prefeito de Itabuna por cinco vezes, Fernando Gomes.

Segundo investigação da Polícia Civil, Marcos Gomes torturou, matou e ocultou o corpo de Alexsandro em dezembro de 2006, quando ocorria uma festa na Fazenda Redenção, em Floresta Azul, a cerca de 50 quilômetros de Itabuna. No crime, ele teve o auxílio do servidor público Ilmar Marinho, da Prefeitura de Itabuna, que também foi condenado.

Após ter sido preso e ter a prisão relaxada pela justiça, Marcos Gomes foi novamente capturado em outubro do ano passado, em São Cristóvão, na Região Metropolitana de Aracaju, três meses depois da morte do pai dele, Fernando Gomes.

ACIDENTE

Ainda na transferência de Aracaju para Itabuna, ontem, houve um acidente sem maior gravidade com o veículo em que o presidiário estava, o que atrasou a chegada dele ao Conjunto Penal de Itabuna, antes prevista para ontem (12). Nem Marcos nem a equipe responsável pela transferência sofreram ferimentos.

Operação prendeu quatro membros da Polícia Civil baiana em 2021 || Foto PC-BA
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Delegado da Polícia Civil da Bahia, Marcus Alessandro de Araújo foi condenado a 28 anos e quatro meses de prisão após ser acusado de integrar organização criminosa em Seabra e tornar-se principal investigado da Operação Casmurro, deflagrada pela Corregedoria-Geral da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) em 2021 (relembre aqui). O Tribunal também condenou 3 investigadores e o empresário Cristiano Maciel Rocha, que deverá cumprir pena de 23 anos e dois meses de prisão.

Contra o delegado e os investigadores da Polícia Civil Edivan Ferreira do Rosário, Alcione de Oliveira Marques e Roberval Ferreira Leite pesam os crimes de tráfico de drogas, obstrução da Justiça, associação ao tráfico, concussão e peculato. A sentença contra o delegado foi estabelecida pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), nesta segunda-feira (10), informa a SSP-BA.

No documento, expedido pelo Juízo de Direito da Vara Crime, Júri, Execuções Penais, Infância e Juventude da Comarca de Seabra, investigadores da 13ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin) de Seabra, apontados como comparsas do delegado, também foram condenados a 11 e 14 anos, após as investigações apontarem as suas participações.

Com a decisão judicial, os servidores – exceto um dos investigadores da PC que foi penalizado com 11 anos de prisão – deverão cumprir, inicialmente, a pena em regime fechado.

ENTENDA O CASO

A suspeita de envolvimento do delegado e dos investigadores com os casos, reforça a SSP-BA, foi levantada no ano de 2020, após investigações apontarem o nome dos envolvidos em um esquema de propina com o empresário durante a descoberta de um plantio de maconha no Povoado de Baixio da Aguada, zona rural de Seabra.

Segundo revelou o Ministério Público da Bahia (MP-BA), a propina chegou a R$ 220 mil e a droga apreendida não foi totalmente incinerada. Parte das três toneladas de maconha foi transportada em viaturas da polícia para propriedade do empresário.

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Política de repressão a drogas atinge mais jovens negros, segundo pesquisadora || Foto Agência Brasil
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Daniel Mello || Agência Brasil

Mulheres presas acusadas de tráfico de drogas são na maioria negras e com poucas oportunidades de estudar, diz a pesquisadora Dina Alves que analisa as condições de mulheres encarceradas.

“A política de drogas é instrumento de extermínio da juventude negra. Porque são jovens e são negras. São mulheres que nem sequer tiveram a oportunidade de acessar a universidade”, enfatiza.

Para a pesquisadora, a forma como está estabelecido o combate aos mercados ilícitos de drogas é uma maneira de perseguir populações sem oportunidades. “Se as mulheres negras que estão encarceradas compõem o mesmo perfil de mulheres negras fora do sistema prisional que estão desempregadas, que são mães com mais de um, dois ou três filhos, que exercem função muitas vezes de subemprego – de empregada doméstica, de babá, de faxineira ou de vendedoras ambulantes – elas já estão em um lugar de vulnerabilidade”, aponta.

PERSEGUIÇÃO A NEGRAS E PERIFÉRICAS

Essas mulheres são atingidas ainda, segundo Dina, pela forma como as ações que têm como pretexto o enfrentamento ao tráfico de drogas são direcionadas a determinadas comunidades.

“As mulheres que são acusadas de tráfico com penas muito severas sobre os seus corpos, não exerciam nenhuma função de gerência no microtráfico de drogas. Muitas estavam no varejo ou exerciam um lugar de aproximação ao que se chama de tráfico. Porque elas já moram em comunidades criminalizadas como lugar de produção do tráfico”, acrescenta.

Como marco nesse processo, a pesquisadora destaca a promulgação da lei de drogas de 2006, que estabeleceu penas mais duras às pessoas acusadas de tráfico. Essa mudança, na visão de Dina, faz parte de um recrudescimento da repressão a nível global que aconteceu a partir da década de 1990.

“Desde que a lei foi promulgada, a gente vê um alarmante crescimento de mulheres encarceradas sob a justificativa que são perigosas traficantes de drogas”, diz. “De 2000 a 2016, se a gente for fazer esse recorte, foi um crescimento de 525% – encarceramento de mulheres.”, acrescenta.

O fato dessas prisões atingirem, na grande maioria, pessoas negras, é, na avaliação da pesquisadora, um reflexo do racismo que descende do regime escravocrata brasileiro, que vigorou legalmente até 1888. “Se existe uma perseguição histórica contra negros e indígenas no Brasil, a gente tem que enxergar e compreender o sistema de justiça criminal como um dos braços mais expressivos do Estado de extermínio dessa população.”

SEM CONDENAÇÃO E SEM ESTUDO

Dados do Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Sisdepen) apontam que, em junho de 2022, estavam nas prisões brasileiras 45,5 mil mulheres. Dessas, pelo menos 29%, cerca de 13,2 mil, não tinham condenação.

As informações relativas ao perfil racial e a escolaridade só abrangem 33,3 mil das encarceradas. Nessa amostragem, o número de analfabetas, que totalizam 675, supera daquelas que tem curso superior (661). Há ainda 1,5 mil que são alfabetizadas, mas não frequentaram o ensino regular e 13,8 mil que não concluíram o ensino fundamental.

Dina alerta que é preciso ter cuidado ao fazer análises a partir das informações fornecidos pelo Poder Público, que tem sido, segundo ela, um dos principais violadores de direitos dessas populações. “A gente não pode confiar nos dados que o Estado produz sobre as suas próprias violações”, afirma.

Por isso, em seus trabalhos, ela tem optado por ouvir diretamente as pessoas afetadas. “Existem outros dados que devem também ser considerados que são as narrativas que se produzem dentro do sistema prisional, a narrativa das mulheres”, ressalta. Essas escutas embasaram o espetáculo de Dança Rés, montado pela Corpórea Companhia de Corpos em 2017.

INDULTO E DESENCARCERAMENTO

A socióloga e cofundadora da Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, Nathália Oliveira, defende que seja feita uma inflexão na forma como o Estado brasileiro lida com a questão das drogas.

“A gente pode ter neste ano um bom indulto de mulheres. Muitas dessas mulheres são presas por baixas quantidades, são vítimas do tráfico de drogas, não necessariamente apenas agentes de violência, como é colocado pela mídia”, diz ao defender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promova uma anistia a mulheres presas por acusações de tráfico a partir do indulto presidencial. É costume que na época de Natal o presidente conceda perdão a grupos de pessoas condenadas.

Esse gesto poderia, na opinião de Nathália, ser um indicativo de mudança na atual política de drogas. “Nós precisamos desenvolver uma relação pacífica com a indústria que envolve a produção, circulação e consumo de substâncias em geral. Uma relação racional do ponto de vista da nossa sociedade. Isso é fundamental. Não faz sentido a gente ficar investindo o nosso orçamento público em uma agenda de morte em vez de investir em uma agenda de garantia de direitos”, ressalta.

A secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Martha Machado, diz que o Ministério da Justiça não deve atuar pela mudança na atual legislação sobre o tema. “Essas decisões devem ser resolvidas ou pelo STF [Supremo Tribunal Federal] ou pelo legislativo”, diz. O ministério promoveu em março um seminário sobre os impactos da política de drogas na população feminina e lançou um edital, com inscrições até 21 de abril, para apoiar grupos que trabalham com essas pessoas.

Segundo Marta, a secretaria tem feito ações para reduzir o número de mulheres presas acusadas de tráfico. “A gente já tem uma lei que não penaliza o usuário. A gente entende que tem muito o que fazer para evitar os vieses de aplicação dessa lei. Trabalhar junto às audiências de custódia. Existe uma experiência exitosa no CNJ [Conselho Nacional de Justiça] de fomentar as audiências de custódia, de melhorar a qualidade, de trabalhar na porta de entrada do sistema de justiça criminal, auxiliando o juiz”, diz.

As audiências de custódia são o momento em que as pessoas presas em flagrante são ouvidas por um juiz para averiguar a legalidade ou necessidade daquela pessoa ser mantida privada de liberdade. Nessa ocasião, o magistrado pode optar por liberar o acusado ou determinar medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, em substituição à prisão.

“Então, a gente tem como modelo de ter uma rede psicossocial de profissionais – psicólogos, assistentes sociais, pessoas ligadas ao sistema de saúde que, por exemplo, atendem essa pessoa antes do encaminhamento ao juiz e conseguem fazer um laudo que ajude o juiz. O laudo pode mostrar mais claramente se a pessoa é usuária ou traficante. Nessa separação a gente acha que isso é muito importante”, acrescenta a secretaria.

Dina Alves defende a adoção de uma agenda ampla de desencarceramento e de reconhecimento dos erros cometidos pela política instituída até aqui. “Um dos primeiros passos é reconhecer essa memória escravocrata, que é póstuma na memória e na existência das instituições. Reconhecer a formação política, com perspectiva racial para a sociedade. Mas, principalmente, eu acho que o cárcere precisa ser aberto na sociedade. A gente precisa falar sobre a desmilitarização da polícia como agenda urgente. E também políticas de desencareramento. Que as políticas de desencarceramento sejam efetivas.”

Karla foi alvo de feminicídio cometido pelo ex-companheiro
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Faleceu na madrugada deste sábado (1º), no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, Karla Santos, de 44 anos. Ela teve o corpo incendiado pelo ex-companheiro, José Carlos dos Reis, na porta do Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães (Hblem), em Itabuna. O crime ocorreu em 11 de março.

Karla estava no hospital como acompanhante do pai dela, quando deixou a unidade para conversar com o ex-companheiro. Ao encontrar Karla na parte externa do hospital, José Carlos, também de 44 anos, lançou álcool no corpo da vítima, ateando fogo na sequência.

A mulher trans ainda conseguiu correr e entrar no hospital em busca de socorro. Ela foi atendida pela equipe médica e logo encaminhada para o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), do Hospital Geral do Estado, em Salvador. Karla resistiu, bravamente, por mais de 20 dias, falecendo na madrugada de hoje por falência múltipla de órgãos.

PRISÃO PREVENTIVA

José Carlos Reis foi preso momentos depois do feminicídio. Detido, ele teve a prisão convertida para preventiva. Ele está preso no Conjunto Penal de Itabuna, onde aguarda julgamento pelo crime contra Karla, com quem conviveu por cerca de 20 anos, segundo familiares da vítima.

Polícia Militar de Sergipe prende foragido de Ilhéus
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Um foragido da Justiça de Ilhéus foi preso, nesta sexta-feira (24), no bairro Coroa do Meio, Zona Sul de Aracaju, em Sergipe. O bandido, que não teve o nome divulgado, foi detido por uma equipe do Batalhão de Policiamento de Radiopatrulha. Acusado de tráfico de drogas, ele tem mandado de prisão expedido pela 2ª Vara Criminal de Ilhéus.

O marginal foi preso outras vezes por tentativa de homicídio e tráfico de drogas, segundo informou a Polícia Militar de Sergipe. O foragido de Ilhéus e um comparsa foram encaminhados à Central de Flagrantes, em Aracaju. O bandido deve ser transferido para o município do sul da Bahia nos próximos dias.